domingo, 19 de junho de 2022

Totem "Eu Amo Ribeirão", Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil


 

Totem "Eu Amo Ribeirão", Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil
Ribeirão Preto - SP
Fotografia

Hoje, 19/06, é aniversário de Ribeirão Preto.
Em homenagem a efeméride, segue abaixo artigo sobre a fundação da cidade:
Antes da lei de Terras de 1850, que só teve alguma consequência prática anos mais tarde, uma estratégia de legalizar as posses de terra era transmiti-las em inventários. Outra forma era doar uma pequena parcela para a construção de uma capela. Elas obtinham, assim, um título de propriedade oficial. Com este objetivo, seis posseiros da fazenda do Retiro iniciaram um movimento em dezembro de 1852, depois de fracassadas as mesmas tentativas na das Palmeiras. Igualmente, eram devotos de São Sebastião, e mesmo antes de obterem a doação legalizada pela Igreja, parentes e amigos seus construíram, como já dissemos, uma capelinha de pau-a-pique para o santo e algumas casinhas em torno dela, na Fazenda vizinha da Barra do Retiro. Ao final, até o santo vai se meter na disputa pela terra.
O difícil significado de “fundação”:
Como doadores do patrimônio da Igreja, sobre o qual se originou a nossa cidade, podemos, assim, considerar estes seis posseiros e suas esposas como os “legalizadores” de Ribeirão. Foram eles: João Alves da Silva, Severiano João da Silva, José Borges da Costa, Inácio Bruno da Costa, Mariano Pedroso de Almeida e José Alves da Silva. No entanto, acreditamos que, como a grande maioria das nossas cidades, Ribeirão teve “formação espontânea”. Ao arrepio de atos jurídicos, administrativos e eclesiais, e mesmo independente da vontade de alguns que queriam ver surgir aqui uma povoação, ela se fez natural e espontaneamente, muito antes da construção da capela na Praça XV, que se iniciou somente em 1863. Portanto, é complicado falar aqui em “fundação” da cidade.
A documentação histórica pode muito bem refletir aquela “formação espontânea” de Ribeirão. Por exemplo, na lista de qualificação de eleitores da freguesia (paróquia) de São Simão de 1857, documento que pode ser encontrado no Arquivo Público do Estado de São Paulo, exatamente o seu 22º quarteirão é chamado de “Arraial de São Sebastião”. É isso mesmo: em 1857, já existia o arraial! Portanto, se entendermos por “fundação” o momento de origem de um aglomerado humano, que viria mais tarde a ser reconhecido pelas autoridades como uma comunidade política, ela deve ser recuada no tempo em alguns anos, diante do que diz a história oficial.
O motivo do aniversário em 19 de junho:
Mas voltemos ao patrimônio. Nossos seis “legalizadores” foram espertos. Assim, eles fizeram suas doações quando um dos condôminos da fazenda Barra do Retiro, Antônio José Teixeira Junior, requereu a divisão da fazenda na justiça. Ele estava descontente com a pretensão de outros construírem uma capela dentro da área que julgava ser sua. Seu alvo principal era Manoel Fernandes do Nascimento, considerado uma liderança do povo. Além disso, em uma ação paralela, Junior tentou anular a venda de trinta alqueires de terra para Manoel. E ainda indiciou São Sebastião, sim, o santo, na pessoa de Antonio Gomes Meirelles, que era o “fabriqueiro” ou curador dos bens da Igreja, por falta de pagamento da Ciza. Ciza era o imposto cobrado pelo Estado sobre a propriedade da terra. Até o santo vai se meter na disputa pela terra.
Ainda assim, vale lembrar que a área doada situava-se na margem direita do córrego do Retiro, nos atuais bairros dos Campos Elíseos e Jardim Paulista. A requerimento de Manoel de Nazareth Azevedo, o novo fabriqueiro, por ocasião da divisão judicial da fazenda Barra do Retiro, o juiz municipal Rodrigues Mendes designou como quinhão do patrimônio a área entre o ribeirão Preto e o córrego do Retiro. Portanto, foi transferido da margem direita para a margem esquerda do córrego do Retiro, o referido patrimônio, onde hoje se encontra o centro da cidade. Este ato jurídico de legalização das doações aconteceu em 19 de junho de 1856. Por isso considera-se essa data tradicionalmente como a de “fundação” da cidade.
O sonho de uma cidade acalentado muito tempo antes:
Claro era o objetivo de se construir uma povoação, além de se levantar uma capela. Era algo previsto e desejado. Dentre os envolvidos, já citamos Manoel Fernandes do Nascimento, mineiro de Itajubá, também futuro fabriqueiro. Veja o que escreveu Manoel de Nazareth Azevedo, em um dos documentos para a Igreja, ainda se referindo às Palmeiras: “E o ponto destinado para a capela tem proporções para nele se criar uma povoação, pois tem boa aguada, é alto e arejado. Tem muito campo e muitas matas de cultura”. Pois é… “formação espontânea”, mas dentro dos parâmetros legais e eclesiais da época. Uma das consequências disso foi o laudêmio, imposto pago à Igreja sobre todas as transmissões imobiliárias nesta área, o que perdura até nossos dias.

Capela, Fazenda das Palmeiras, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil



Capela, Fazenda das Palmeiras, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil
Ribeirão Preto - SP
Fotografia


Em 2 de novembro de 1845, um grupo de moradores fincou numa parte da Fazenda das Palmeiras, na zona leste da cidade, uma cruz de madeira – era ali que se pretendia construir uma igreja, providência primeira, naquela época, para o surgimen­to de um povoado. Começava ali um processo que, oficialmente, só seria finalizado onze anos depois, em 1856.
Até 2003, na base da cruz (hoje de cimento) que sinaliza o local exato onde foi fincada a ori­ginal de madeira, existia uma pla­ca, instalada pela Prefeitura, com a seguinte frase: “Marco da 1ª ma­nifestação civilizatória de Ribei­rão Preto”. É o reconhecimento oficial de que foi ali que se mani­festou, pela primeira vez, o desejo dos habitantes dessas terras em formar um povoado. A placa, de ferro, foi furtada em 2003 por ladrões que provavelmente acha­ram que ela era de algum metal de valor comercial.
Quem passa pela avenida Antônia Mugnatto Marincek, a popular “Estrada das Palmeiras”, acesso aos bairros do cha­mado Complexo Ribeirão Verde, já deve ter reparado no cruzeiro localizado de­fronte a Igreja de Santa Rita de Cássia das Palmeiras. Mais do que um monumento de cimento, é o passado mais remoto da his­tória de Ribeirão Preto.
A missa campal de 2 de novembro de 1845, ao redor daquela cruz de madeira, ce­lebrada pelo vigário de São Si­mão – vila que tinha jurisdição sobre essas terras –, é o primei­ro registro histórico de um processo (a doação de terras para a construção de uma igreja e o surgimento de um povoa­do) que só vai terminar em 19 de junho de 1856, quando um juiz dá despacho favorável à demarcação do patrimônio de São Sebastião em terras doadas a alguns quilômetros de distân­cia do local onde se pretendia fundar um povoado – em vez da Fazenda das Palmeiras (hoje Jardim das Palmeiras), a vila nasceu em parte da Fa­zenda da Barra do Retiro (área central de Ribeirão Preto).
Ainda resta uma lembrança desse passado distante – o Mu­seu Histórico e de Ordem Geral Plínio Travassos dos Santos, no campus ribeirão-pretano da Uni­versidade de São Paulo (USP) –, guarda uma lasca de madeira que seria da cruz original. A informa­ção é do historiador e ex-diretor dos museus municipais José Pe­dro Miranda, em artigo publica­do na imprensa local em 1985:
“Em 2 de novembro de 1845, no bairro das Palmeiras, era fin­cada uma cruz, de madeira, ini­ciando-se o processo que se ar­rastou por quase onze anos, para a formação de um patrimônio para a capela de São Sebastião. A referida região fazia parte de São Simão, do Bispado de São Paulo. A referida cruz resistira até por volta de 1853. Parte da mesma se encontra em exposi­ção nos museus municipais de Ribeirão Preto, em uma redoma de vidro, no nicho de um ora­tório da família Emboaba. Por volta de 1954 foi colocada uma segunda cruz, de cimento, que resistiu por algum tempo, em frente da capela daquele bairro de Ribeirão Preto. Em 2 de no­vembro de 1975 (130º aniversá­rio da primeira missa campal) foi colocada uma terceira cruz, por dom Bernardo José Bueno Miele, arcebispo metropolitano de Ribeirão Preto”.
Na década de 2000, este re­pórter (Nicola Tornatore) localizou, na reserva técnica do Museu Histórico, a citada lasca de madeira. Tem cerca de 20 centímetros de comprimento e estava conser­vada em uma redoma de vidro. Segundo a museóloga Maria Luiza C. Pacheco Chaves, chefe de seção da Secretaria Muni­cipal da Cultura que cuida dos museus Histórico e de Ordem Geral Plínio Travassos dos San­tos e do Café Coronel Francisco Schmdit, a relíquia está guardada numa sala climatizada.
“Estamos adequando esta sala para tornar-se a reserva téc­nica, local onde os museus guar­dam os objetos que não estão em exposição. O ambiente desta sala está sendo monitorado dia­riamente e a umidade, excessiva na época das chuvas, controlada através de desumidificadores”, diz em nota. 
Ela lembra que os museus no campus da USP “estão passando por um processo de recuperação das edificações e requalificação institucional para que possa cumprir a suas fun­ções culturais, educacionais, so­ciais e de preservação da memó­ria e voltar a receber a população em condições mais adequadas”.
Nota do blog: Hoje, mais de vinte anos depois, os referidos museus ainda continuam fechados. Esperamos que a referida lasca ainda exista, que não tenha sido perdida pela incompetência dos (péssimos) gestores públicos da cidade.
Nota do blog: Texto de Nicola Tornatore, publicado no jornal "Tribuna" em 06/11/2017.

sábado, 18 de junho de 2022

sexta-feira, 17 de junho de 2022

Parque do Anhangabaú, 1940, São Paulo, Brasil

 


Parque do Anhangabaú, 1940, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia


A discreta elegância feminina no Parque do Anhangabaú no acesso à Rua Formosa. Ao fundo, o novo Viaduto do Chá e os carrões da época. À esquerda do Palácio Anhangabaú (o Edifício Matarazzo), vemos o Edifício da Companhia Paulista de Seguros na Rua Líbero Badaró — que saiu do prumo e apresentou uma inclinação em direção à rua com o risco de colapsar. Após muitos estudos, o problema foi solucionado com a inovadora técnica de congelamento do solo.

Praça da República, 1953, São Paulo, Brasil


 

Praça da República, 1953, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia


Nota do blog: Atualmente não é possível tal passeio neste local. Está infestado de ladrões, trombadinhas, drogados, desocupados, etc. Se o fizer, corre sério risco a sua integridade física (se nada de pior acontecer, é certo que você tenha seu celular roubado).

Prédio da Chapelaria Vênus, Rua XV de Novembro, Curitiba, Paraná, Brasil


 

Prédio da Chapelaria Vênus, Rua XV de Novembro, Curitiba, Paraná, Brasil
Curitiba - PR
Fotografia

Nota do blog: Demolido.

quinta-feira, 16 de junho de 2022

Colégio Metodista, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil


 

Colégio Metodista, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil
Ribeirão Preto - SP
Fotografia - Cartão Postal

Bairro do Morumbi, Circa 1960, São Paulo, Brasil

 


Bairro do Morumbi, Circa 1960, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia


Bois e cavalos pastando nos vastos terrenos ainda não valorizados de outrora. Para não restar dúvidas quanto à localização, vemos ao fundo o Estádio Cícero Pompeu de Toledo, mais conhecido como Estádio do Morumbi.

Construção da Estação Rodoviária, 1960, Praça Júlio Prestes, São Paulo, Brasil

 





Construção da Estação Rodoviária, 1960, Praça Júlio Prestes, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia


Cenas da construção da Estação Rodoviária na Praça Júlio Prestes, durante a gestão de Adhemar de Barros.