quinta-feira, 29 de setembro de 2022

Orelhão - Henfil


 

Orelhão - Henfil
Desenho a Nanquim - 28x18

Panorama e Viaduto do Chá, São Paulo, Brasil


 

Panorama e Viaduto do Chá, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Foto Postal N. 30
Fotografia - Cartão Postal

Light & Power, São Paulo, Brasil


 

Light & Power, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia - Cartão Postal

Antiga Ponte do Gasômetro, São Paulo, Brasil (Antiga Ponte do Gasômetro) - Innocêncio Borghese

 


Antiga Ponte do Gasômetro, São Paulo, Brasil (Antiga Ponte do Gasômetro) - Innocêncio Borghese
São Paulo - SP
Coleção privada
Óleo sobre placa - 25x35 - 1967

Hotel Esplanada, São Paulo, Brasil


 

Hotel Esplanada, São Paulo, Brasil

São Paulo - SP
Prugner N. 58
Fotografia - Cartão Postal

Primeiro Prédio da Universidade do Paraná, 1913, Rua Comendador Araújo, Curitiba, Paraná, Brasil

 


Primeiro Prédio da Universidade do Paraná, 1913, Rua Comendador Araújo, Curitiba, Paraná, Brasil
Curitiba - PR
Fotografia


Nota do blog: Rua Comendador Araújo N. 42, atual Shopping Omar.

Obras no Estádio Durival Britto e Silva / Vila Capanema Para a Copa do Mundo de 1950, Curitiba, Paraná, Brasil


 

Obras no Estádio Durival Britto e Silva / Vila Capanema Para a Copa do Mundo de 1950, Curitiba, Paraná, Brasil
Curitiba - PR
Fotografia

A História do Xeque que Invadiu o Campo e Anulou um Gol na Copa do Mundo de 1982 - Artigo

 





A História do Xeque que Invadiu o Campo e Anulou um Gol na Copa do Mundo de 1982 - Artigo
Artigo


Era uma vez um homem muito poderoso, respeitado em seu país e dirigente de um time de futebol. Indignado com a validação de um gol sofrido por seus jogadores, que, na sua avaliação, parecia ser irregular, ele simplesmente deixou as tribunas do estádio e invadiu o gramado para discutir o lance com o juiz. Sua atuação como uma espécie de "VAR humano" deu certo, e o lance acabou invalidado.
Histórias semelhantes a essa já rolaram aos montes em campeonatos amadores e eventualmente acontecem também em torneios profissionais de países com regimes ditatoriais. Mas a cena descrita acima faz parte da história da Copa do Mundo.
O responsável por esse feito foi Fahad Al-Ahmad Al-Sabah, irmão do então emir (um cargo semelhante ao de rei) do país, presidente da federação nacional de futebol e, consequentemente, principal dirigente da seleção que estreava no Mundial.
No dia 21 de junho de 1982, o Kuwait fez sua segunda partida na competição. O confronto contra a França, que contava com o astro Michel Platini e era uma das favoritas ao título, era essencial para as pretensões árabes de avançar de fase.
Mas o que rolou no estádio José Zorilla, em Valladolid, não agradou nem um pouco o xeque. Os europeus foram marcando um gol atrás do outro e já venciam por 3 a 1 quando, aos 35 minutos do segundo tempo, Alain Giresse anotou o quarto.
A estranheza do lance é que, antes mesmo da finalização do francês, os defensores árabes já estavam todos parados. A alegação é que haviam ouvido um apito sinalizando um possível impedimento. Só que o som não veio da arbitragem, mas sim das arquibancadas.
Indignado com a validação do lance, Al-Sabah começou a gesticular das tribunas em direção ao campo. Como a movimentação enfática de nada adiantou, desceu até o gramado e, sem ser incomodado pela polícia espanhola, invadiu o campo.
De lá, conversou com o técnico da seleção do Kuwait, o brasileiro Carlos Alberto Parreira (que oito anos depois levaria seu país-natal ao tetracampeonato mundial), e o orientou que os jogadores deveriam abandonar a partida caso a decisão do árbitro não fosse revertida.
Só que o W.O. não foi "necessário". Afinal, o xeque conseguiu convencer o árbitro soviético Miroslav Stupar de que o gol precisava ser anulado. Seus argumentos, no entanto, jamais foram revelados ao público.
Após o reinício da partida, a França ainda marcou o quarto gol que Al-Sabah havia lhe tirado, venceu por 4 a 1 e acabou se classificando para a segunda fase da Copa. Na última rodada do Grupo 4, o Kuwait foi novamente derrotado, pela Inglaterra, e deu adeus à competição para qual nunca mais conseguiu se classificar.
Pelo comportamento inadequado do xeque, a entidade que administra o futebol na nação árabe foi multada em US$ 11.800 (R$ 63 mil). Quem se deu mal mesmo foi o árbitro da partida, que perdeu o escudo da Fifa e o direito de apitar jogos fora da URSS.
Al-Sabah, por outro lado, pôde continuar tranquilamente sua carreira como dirigente esportivo. Ele morreu oito anos depois da partida que o tornou conhecimento mundialmente, vítima de um ataque feito pelo exército do Iraque, durante a Guerra do Golfo.

quarta-feira, 28 de setembro de 2022

Avenida Paulista, Década de 60, São Paulo, Brasil


 

Avenida Paulista, Década de 60, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia

Volkswagen Gol, o Carro que Tinha Tudo Para Dar Errado Mas Deu Certo - Artigo

 





Volkswagen Gol, o Carro que Tinha Tudo Para Dar Errado Mas Deu Certo - Artigo
Artigo


Produto final do projeto BX, que consistia em uma solução local para substituir o cada vez mais obsolescente Fusca no Brasil, o Volkswagen Gol tinha tudo para dar errado.
Basicamente, ele incorporava todos os elementos que a matriz da marca na Alemanha havia rejeitado no projeto do Golf.
Os faróis quadrados, o motor refrigerado a ar, tudo aquilo que havia sido reprovado durante o desenvolvimento do Golf acabou sendo aproveitado pelo nosso Gol, que começou a ser produzido em Taubaté (SP) há exatos 40 anos.
No caso das linhas retilíneas, deu certo: seu visual foi muito bem assimilado pelos brasileiros e logo serviria de inspiração para a criação de modelos rivais.
Já a escolha pelo propulsor 1300 refrigerado a ar herdado do Fusca se mostrou um erro estratégico que, por pouco, não significou o fracasso do modelo.
Com meros 50 cv, o veterano propulsor com carburador simples de 1.3 litro deixava o novo hatch com desempenho pífio. Para se ter ideia, o compacto demorava mais de 30 segundos (!!) para ir de 0 a 100 km/h.
Isso sem falar no barulho, que poderia ser charmoso em um projeto antigo como Fusca ou Kombi, mas que não combinava com um carro de linhas modernas como o Gol. Não tardou para que viessem apelidos como “batedeira”.
A VW bem que tentou corrigir os rumos já em 81, lançando a versão 1600, com 55 cv, mas esta não seria suficiente para desfazer a má fama de carro manco.
Resultado: as concessionárias tinham dificuldades enormes de vender o hatch.
O mesmo não acontecia com os irmãos Voyage (sedã) e Parati (perua), que já chegaram às ruas empurrados pelo 1.6 de 81 cv arrefecido a água herdado do Passat (e do Golf alemão), muito mais potente e elástico.
Navegando por novas águas:
No caso do Gol, foi só em 84, com a chegada da versão de pegada esportiva GT, que o modelo se rendeu à refrigeração líquida, utilizando um 1.8 com carburador de corpo duplo e 99 cv declarados.
Com ele, o 0 a 100 km/h passou a ocorrer em pouco mais de 10 s. Agora sim!
Além disso, o visual era incrementado por faróis de longo alcance, grade pintada na cor da carroceria, uma enorme inscrição GT e 1.8 na tampa do porta-malas e as clássicas rodas Avus aro 14.
O Gol GT ajudou a ressuscitar a reputação do Gol e embalou as vendas do modelo, que em 85 recebeu outras duas versões refrigeradas a água, S e LS, ambas usando o 1.6 de Passat, Parati e Voyage.
Em 86, a versão GT adotou o propulsor 1.8 da família AP, com igual potência declarada (embora se estimasse na época que ele passava facilmente dos 100 cv). No mesmo ano, as opções a ar enfim foram ceifadas da linha.
O primeiro facelift ocorreu em 87, trazendo capô, faróis, grade, lanternas traseiras e para-choques redesenhados.
A versão GT passou a se chamar GTS, embora mantendo o AP 1.8 sob o cofre. Foi nesto momento que surgiram as lendárias rodas orbitais.
No ano de 89, o Gol GTi surgiu como o primeiro carro produzido nacionalmente a contar com injeção eletrônica no lugar do cada vez mais anacrônico carburador.
Apresentado no Salão do Automóvel de São Paulo de 88, o Gol GTi encantou ao trazer um propulsor AP 2.0 de 120 cv, além de visual com faróis de longo alcance, molduras laterais na cor cinza, aerofólio traseiro e rodas orbitais com desenho exclusivo.
Por outro lado, também em 89 a VW trocou o motor 1.6 AP pelo CHT compartilhado com a Ford (ah, Autolatina…), fazendo as versões intermediárias do Gol perderem desempenho.
A segunda reestilização de meia vida chegou em 91, incorporando ao visual faróis mais espichados, com traços internos diagonalizados e arestas levemente arredondadas.
Duas primaveras mais tarde o Gol enfim incorporava à gama a versão 1000, com pegada totalmente simples (para não dizer simplória) para enfrentar o cada vez mais popular Fiat Uno Mille.
A segunda geração, apelidada de “bolinha”, chegou em 94 aproveitando ainda uma boa parte da plataforma do primeiro Gol.
No entanto, sua silhueta arredondada transformaria o padrão estético dos compactos brasileiros (vide Fiat Palio e Chevrolet Corsa), com reflexos sentidos até hoje em nosso mercado.
Tinha versões 1.0, 1.6 e 1.8, além do esportivo GTI 2.0. Uma curiosidade quanto ao motor 1.6 é que, de 95 para 96, ele perdeu 5 cv de potência (86 para 81 cv) a fim de atender às novas normas de emissões nacionais.
Também em 1996, o Gol GTI adotou um propulsor 2.0 com 16 válvulas de 145 cv. O cabeçote maior, dotado de quatro válvulas por cilindro, obrigou a fabricante a criar um bizarro calombo no capô do hatch.
Ao longo da geração, a VW muniu os 1.6 e 1.8 AP com injeção eletrônica e trocou o 1.0 HT pelo 1.0 AE derivado dos Ford CHT, criando assim uma nova família de motores, a EA111. Também lançou a configuração quatro-portas.
A primeira modificação visual do Gol bolinha veio em 1999, ficando conhecida como “G3”, embora não passasse de um facelift.
Foi com ela que, em 2003, a Volkswagen lançou no Brasil a versão 1.6 Total Flex, transformando o Gol no primeiro carro brasileiro a ter motorização flexível entre o uso de gasolina, etanol ou qualquer combinação possível entre os dois combustíveis no tanque.
Três anos antes, a VW apostava pela primeira vez em uma versão 1.0 turbo, com 112 cv, 15,8 kgfm e comando variável de válvulas. Problemas de confiabilidade do conjunto, porém, inviabilizaram sua popularização.
Já a versão GTI ganhou cabeçote de origem Audi importado da Alemanha para chegar a 153 cv, tornando-se o Gol mais potente e rápido já produzido até então.
Sua velocidade máxima era de 209 km/h, mas o alto custo do projeto levou a uma descontinuação prematura.
Em 2005, veio a segunda renovação estética para a geração 2 (conhecida como G4).
Nela, a VW optou por um caminho mais popularesco, empobrecendo o acabamento e eliminando o motor 2.0 da gama a fim de posicionar o Gol num patamar abaixo do recém-lançado Fox.
A terceira geração foi lançada em 2008, apenas nas configurações 1.0 e 1.6 8V, sendo esta última oferecida com opção de câmbio automatizado monoembreagem i-Motion a partir do ano seguinte.
Este Gol foi o primeiro a ser testadao pelo Latin NCAP, em 2010, tirando uma de cinco estrelas possíveis na proteção para adultos e duas para crianças na versão sem airbags, resultado considerado muito ruim.
Nesse mesmo período, muitos proprietários de Gol, Fox e Voyage 1.0 8V começaram a reclamar de ruídos e desgaste prematuro de componentes. O caso se arrastou por alguns anos, até enfim virar um recall.
Em 2012 viria uma nova reestilização, dando ao Gol visual semelhante ao do novíssimo Golf 7. Em 2016, outra pequena atualização estética veio acompanhada da adoção do motor 1.0 três-cilindros 12V herdado de Up! e Fox Bluemotion.
Por fim, em 2018, o Gol aposentou o câmbio i-Motion e passou a usar o motor 1.6 MSI 16V aliado à caixa automática de seis marchas da Aisin nas versões de topo.
Em 2014, porém, o modelo já havia perdido o posto de carro mais vendido do Brasil primeiro para o Palio e, a partir de 2015, para o Chevrolet Onix, que desde então não largou mais a posição.
De lá para cá, vem ocupando papel discreto no ranking de vendas, com maior apelo mercadológico a vendas diretas e uso entre frotistas.
Ainda assim, até o fechamento de 2019 o Gol era o modelo mais vendido na história do mercado automotivo brasileiro.
São 6.421.447 unidades comercializadas, quase o dobro dos 3.310.863 exemplares comercializados pelo Fiat Uno, segundo colocado. O Fusca, a quem o hatch substituiu, registrou 3.037.402 vendas ao longo de seus dois ciclos de produção no país.
Considerando também as exportações, o Gol já teve mais de 8,5 milhões de unidades produzidas desde abril de 1980 até abril de 2020, sendo também o carro mais vezes fabricado na história de nossa indústria.
E o futuro? Este ainda é incerto. Há, em desenvolvimento, o projeto VW246 ou A0 SUV, um utilitário esportivo de pegada extremamente popular que já é chamado por membros da VW como “novo Gol”.
Sua produção está programada para começar em 2022, justamente em Taubaté. Entretanto, por causa da pandemia do novo coronavírus, o projeto foi congelado pelo menos até agosto, e sua continuidade está ameaçada.