quarta-feira, 12 de junho de 2024

Palácio Belvedere, Curitiba, Praça João Cândido, Paraná, Brasil































Palácio Belvedere, Praça João Cândido, Curitiba, Paraná, Brasil
Curitiba - PR
Fotografia


Construído entre 1912 e 1915 durante a gestão do prefeito Cândido de Abreu, o Palácio Belvedere fica logo atrás das Ruínas de São Francisco, na Praça João Cândido. 
Quem passa hoje pela região, não faz ideia do porquê ter um imóvel daquele no meio da praça.
O Alto do São Francisco é cheio de histórias e lendas, mas uma coisa é certa: sem prédios e nenhum vestígio da vida caótica do século XXI, a vista era de agradar os olhos mais exigentes, como a que se tinha da cidade em 1915. Tanto era que, durante anos, o coronel Gonçalves tentou com todas as suas forças (especialmente as econômicas) construir a dita Igreja de São Francisco, não apenas para agradar o Santo, mas também apreciar a vista da Serra do Mar que se tinha de lá de cima.
Ao decidir que no Alto do São Francisco não se construiria igreja ou cemitério, o prefeito Cândido de Abreu, engenheiro e precursor do reaproveitamento de espaços e de materiais de construção, achou por bem destinar o local para a contemplação da natureza. O local seria um mirante, para que a população pudesse admirar o horizonte curitibano, e para dar utilidade e novos ares ao espaço que, anos antes, havia sido palco de muitas lendas, especulação e burburinho. A proposta também era de que os moradores tivessem um lugar para tomar chá, tendo à sua frente a Curitiba que crescia.
Assim, o nome Belvedere vem justamente de seu significado: “pequena construção isolada em local alto, com uma bela vista”. 
Naquela época, a região ainda era pouco povoada e o Belvedere ficava no ponto mais alto da cidade. Entusiasta  do “Art Nouveau”, o prefeito Cândido de Abreu decidiu fazer do Belvedere não apenas um mirante, mas uma obra digna de contemplação.
O estilo arquitetônico “Art Nouveau” tem como principal característica o uso de muitos adornos em formas inspiradas na natureza, como flores, rosáceas, trepadeiras e formatos curvos em geral. 
Em 1916, em meio à primeira guerra, Curitiba ganhava um ponto turístico inspirado no mesmo estilo francês que influenciou Antoni Gaudí, Gustav Klimt e muitos outros nomes da arte e da arquitetura. Além do Palácio Belvedere, o Paço da Liberdade e o Passeio Público também foram construídos inspirados no estilo “Art nouveau” de construção.
Logo a altura do Palácio Belvedere abriu a possibilidade de vislumbre a novos horizontes: em 1928 a construção foi disponibilizada à Faculdade de Engenharia do Paraná para que ali funcionasse o Observatório Astronômico e Meteorológico, mas o projeto não foi efetivado, e em 1933 os planos foram modificados.
Com sua primeira transmissão em 1924, a Rádio Clube Paranaense ganhou uma nova sede em 1933 e o Belvedere ganhou novas funções, além de mirante. O local era perfeito para as transmissões pois, além de alto, ficava no coração da cidade. A rádio, porém, permaneceu por lá apenas três anos.
Além de laboratório de Astronomia e rádio, o Belvedere também foi sede de movimentos sociais como a União Cívica Feminina, que em 1964 reivindicava a deposição do presidente João Goulart e apoiava a transição para um governo militarizado. O prédio também foi palco de reuniões de outros movimentos como da Associação Brasileira de Mulheres Médicas, o Clube da Mulher do Campo e Academia Feminina de Letras do Paraná.
Em 1966, o Belvedere é tombado como Patrimônio Histórico e Artístico do Estado e em 2008 passa a ser uma unidade provisória da Polícia Militar. Mas somente em 2016 se tornou uma Unidade de Interesse de Preservação (UIP).
Mas em 2017, quando o imóvel estava desocupado, aconteceu uma trágedia: o prédio sofreu um incêndio que comprometeu grande parte de sua estrutura, especialmente seu telhado, no último andar, impedindo a instalação da nova sede da Academia Paranaense de Letras no local.
Com um esforço da prefeitura de Curitiba, pouco mais de um ano após o incêndio foram iniciadas as obras de restauração do Belvedere. 
Após a restauração, o prédio voltou a ser utilizado e hoje abriga a Academia Paranaense de Letras e o Café-escola Senac Belvedere. Texto do Turistória adaptado e atualizado por mim.
Nota do blog: Imagens de 2024 / Crédito para Jaf.

Museu Paranaense, Curitiba, Paraná, Brasil





















Museu Paranaense, Curitiba, Paraná, Brasil
Curitiba - PR
Fotografia


Em 25 de setembro de 1876 foi inaugurado o Museu Paranaense, nessa época uma instituição particular, apoiada técnica e financeiramente pelo governo provincial. Quatro anos depois, quando o museu recebeu a visita do imperador, a entidade consolidara-se como centro cultural. No ano seguinte, foi regulamentado, sendo nomeado seu primeiro diretor, Agostinho Ermelino de Leão, a quem são atribuídos os principais esforços para a organização do museu. Transferido, em 1896, para a edificação que servira à Assembleia Provincial, permaneceu quatro anos fechado ao público, sendo reaberto no dia 7 de setembro de 1900. Com a morte, em 1901, de Ermelino de Leão, assumiu a direção o historiador Romário Martins, que permaneceu nessa função por 27 anos.
Em 1930 o museu e a Biblioteca Pública foram transferidos para um outro prédio, de propriedade do estado. O crescimento do seu acervo e o patrocínio de estudos e pesquisas motivaram, em 1937, o seu diretor, José Loureiro Fernandes, à subdivisão do museu em cinco seções: Antropologia e Etnografia, Botânica, Geologia, História e Zoologia. Alguns anos depois, foi iniciado um serviço de taxidermia e uma biblioteca técnica, promovendo-se em 1940 a publicação do primeiro número dos Arquivos do Museu Paranaense e, dois anos depois, a primeira excursão científica ao litoral paranaense para pesquisa zoológica e botânica.
Em 1956 foi construída uma comissão para preparar o regulamento do Museu de Ciências Naturais, que iria absorver as seções relacionadas a ciências naturais do Museu Paranaense, especializando-se este nas áreas de antropologia, etnografia e história.
Em 1973, ao ser transferido para o antigo Paço Municipal, seu acervo foi reorganizado, sendo montada uma exposição permanente, sob a orientação de uma comissão instituída entre a Secretaria de Educação e Cultura e a SPHAN, com a participação da museóloga Lygia Martins Costa, da SPHAN, o diretor do Patrimônio Histórico e Artístico do Paraná, Cyro Corrêa de Oliveira Lyra, o diretor do museu, Professor Oldemar Blasi, o arquiteto Abraão Assad e o historiador Newton Carneiro.
Em seguida acha-se a Sala de Arqueologia pré e proto-históricas, expondo objetos de pedra, osso e barro, bem como ossadas humanas encontradas em sambaquis do litoral paranaense, além de artefatos provenientes das ruínas dos assentamentos urbanos estabelecidos pelo governo da Espanha e pelos jesuítas espanhóis durante os três primeiros séculos de colonização. A terceira e a quarta salas referem-se à história colonial, onde estão expostas armas, utensílios domésticos e objetos de culto religioso, destacando-se a imagem de N. Sra. Da Luz dos Pinhais – padroeira da cidade de Curitiba – e documentos cartográficos relativos à história do Paraná. Vem a seguir a sala da Província, com objetos de arte, utensílios, móveis e uniformes ligados ao período iniciado em 1850 com a criação da província do Paraná. Em uma sala anexa exposta uma coleção de leques e pentes do século XIX. Finalmente, na sala da República, objetos diversos representam a história paranaense no período republicano. Além dessa exposição, promove o museu outras, temporárias, além de eventos de caráter cultural.
Atualmente o Museu Paranaense ocupa o prédio do Palácio São Francisco. Texto do Governo do Estado do Paraná.
Localizado na rua Kellers, 289, São Francisco.
Nota do blog: Imagens de 2024 / Crédito para Jaf.

Ruínas de São Francisco, Praça João Cândido, Curitiba, Paraná, Brasil

 













Ruínas de São Francisco, Praça João Cândido, Curitiba, Paraná, Brasil
Curitiba - PR
Fotografia

Nota do blog: Imagens de 2024 / Crédito para Jaf.