45 Anos de Operação do caça F-5 na Força Aérea Brasileira, Brasil
Artigo
Principal avião de defesa aérea do Brasil, o caça supersônico
Northrop F-5 completa nesta sexta-feira, 28 de fevereiro, 45 anos de operações
com a Força Aérea Brasileira (FAB). Foi nessa data em 1975 que a FAB recebeu as
três primeiras aeronaves em Palmdale, nos Estados Unidos, onde foram
fabricadas.
Os primeiros jatos chegaram efetivamente ao País em 6 de março
de 1975 na Base Aérea de Belém (PA). Eram modelos bipostos F-5B, destinados ao
treinamento de pilotos. As três primeiras aeronaves faziam parte de um pedido
inicial do governo federal, que em 1975 oficializou a compra de 42 caças F-5
para equipar a FAB, sendo 36 modelos F-5E (monoposto) e seus F-5B.
O traslado das aeronaves dos EUA para o Brasil foi efetuado por
pilotos da FAB, em viagens com múltiplas paradas que duravam até seis dias.
Durante esse processo, em 12 de junho de 1975 um F-5E foi perdido quando
acidentou-se ao pousar na Base Aérea do Galeão (RJ), causando a morte do piloto
que o conduzia, o Capitão Aviador Bosco.
No intuito de reforçar a frota, um segundo lote de caças F-5
foi adquirido pela FAB em 1988. A nova encomenda compreendia 22 aeronaves,
sendo 18 modelos F-5E e quatro F-5F, versão mais avançada do jato para dois
pilotos.
Ao contrário da primeira encomenda, composta por aviões novos
de fábrica, os F-5E/F do segundo lote eram caças de segunda mão. Esses jatos
foram operados pela força aérea dos EUA (USAF) em esquadrões “Agressor”,
unidades que simulam aeronaves inimigas em treinamentos.
A FAB ainda comprou um terceiro lote de F-5 em 2008. Eram 11
caças usados, comprados da força aérea da Jordânia, sendo oito F-5E e três
F-5F.
Com a desativação dos caças Dassault
Mirage 2000, em 2013, os jatos produzidos pela
Northrop assumiram o posto de principal aeronave de defesa do espaço aéreo
brasileiro. Em meio a essa mudança de tarefas, os F-5 foram modernizados pela
Embraer e receberam equipamentos de voo e armamentos mais avançados. O processo
foi efetuado em 43 células, hoje designadas como F-5EM.
Os F-5 hoje são operados por cinco esquadrões da FAB: Pampa,
sediado em Canoas (RS), Pacau, em Manaus (AM); Jambock e Pif Paf, em Santa Cruz
(RJ); e o Jaguar, baseado em Anápolis (GO). Por questões estratégicas, a força
aérea não divulga quantos caças estão em condições operacionais.
A carreira do F-5 no Brasil ainda deve se estender por mais uma
década. O plano da FAB é substituir as aeronaves (e também os jatos de ataque
A-1) pelo Saab Gripen NG, cujas
primeiras unidades serão entregues a partir de 2021 – a FAB encomendou 36
exemplares do Gripen E/F.
Baseados em experiências de combate contra os caças soviéticos MiG-15
na Guerra da Coreia, os pilotos da força aérea dos EUA chegaram a um consenso
de que aviões mais leves e manobráveis eram mais adequados para enfrentar os
interceptadores fabricados na URSS, em vez de modelos mais pesados como o
McDonnell Douglas F-4 Phantom II, projetado no final dos anos 1950.
Com esses requisitos, a Northrop, liderada pelo projetista
Welco Gesish, iniciou em 1955 o desenvolvimento do projeto “Tally-Ho”, que mais
tarde originou a primeira versão do F-5, um caça bimotor e de pequenas
dimensões.
O voo inaugural do F-5 foi realizado no dia 30 de julho de 1959
e o primeiro exemplar de série, denominado F-5 Freedom Fighter, decolou em
outubro de 1963.
Em 1965, a USAF enviou 16 caças F-5A para serem avaliados em
ação na Guerra do Vietnã. Apesar da capacidade tática limitada da aeronave, de
curto alcance e pequena capacidade de carga bélica, os pilotos e equipes de
solo elogiaram seu desempenho em combate real. A experiência do F-5 no conflito
na Ásia durou 21 meses.
Embora tenha sido projetado seguindo especificações da USAF, as
versões de combate do F-5 acabaram se tornando um dos principais aviões
militares de exportação dos EUA durante o período da Guerra Fria. Entre 1959 e
1987, foram produzidas 2.246 unidades do caça leve, incluindo versões
fabricadas sob licença na Suíça, Coreia do Sul e Taiwan.
Com o baixo custo de aquisição e manutenção relativamente
simplificada, o pequeno caça da Northrop foi operado em 35 países (36 se
incluir unidades obtidas ilegalmente no passado pela URSS). Além do Brasil,
outras nações que ainda operam o antigo caça da Northrop são o México, Irã,
Chile, Suíça e EUA, que utilizam o T-38 Talon, avião de treinamento avançado
baseado no F-5.
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