sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

45 Anos de Operação do caça F-5 na Força Aérea Brasileira, Brasil




45 Anos de Operação do caça F-5 na Força Aérea Brasileira, Brasil
Artigo

Principal avião de defesa aérea do Brasil, o caça supersônico Northrop F-5 completa nesta sexta-feira, 28 de fevereiro, 45 anos de operações com a Força Aérea Brasileira (FAB). Foi nessa data em 1975 que a FAB recebeu as três primeiras aeronaves em Palmdale, nos Estados Unidos, onde foram fabricadas.
Os primeiros jatos chegaram efetivamente ao País em 6 de março de 1975 na Base Aérea de Belém (PA). Eram modelos bipostos F-5B, destinados ao treinamento de pilotos. As três primeiras aeronaves faziam parte de um pedido inicial do governo federal, que em 1975 oficializou a compra de 42 caças F-5 para equipar a FAB, sendo 36 modelos F-5E (monoposto) e seus F-5B.
O traslado das aeronaves dos EUA para o Brasil foi efetuado por pilotos da FAB, em viagens com múltiplas paradas que duravam até seis dias. Durante esse processo, em 12 de junho de 1975 um F-5E foi perdido quando acidentou-se ao pousar na Base Aérea do Galeão (RJ), causando a morte do piloto que o conduzia, o Capitão Aviador Bosco.
No intuito de reforçar a frota, um segundo lote de caças F-5 foi adquirido pela FAB em 1988. A nova encomenda compreendia 22 aeronaves, sendo 18 modelos F-5E e quatro F-5F, versão mais avançada do jato para dois pilotos.
Ao contrário da primeira encomenda, composta por aviões novos de fábrica, os F-5E/F do segundo lote eram caças de segunda mão. Esses jatos foram operados pela força aérea dos EUA (USAF) em esquadrões “Agressor”, unidades que simulam aeronaves inimigas em treinamentos.
A FAB ainda comprou um terceiro lote de F-5 em 2008. Eram 11 caças usados, comprados da força aérea da Jordânia, sendo oito F-5E e três F-5F.
Com a desativação dos caças Dassault Mirage 2000, em 2013, os jatos produzidos pela Northrop assumiram o posto de principal aeronave de defesa do espaço aéreo brasileiro. Em meio a essa mudança de tarefas, os F-5 foram modernizados pela Embraer e receberam equipamentos de voo e armamentos mais avançados. O processo foi efetuado em 43 células, hoje designadas como F-5EM.
Os F-5 hoje são operados por cinco esquadrões da FAB: Pampa, sediado em Canoas (RS), Pacau, em Manaus (AM); Jambock e Pif Paf, em Santa Cruz (RJ); e o Jaguar, baseado em Anápolis (GO). Por questões estratégicas, a força aérea não divulga quantos caças estão em condições operacionais.
A carreira do F-5 no Brasil ainda deve se estender por mais uma década. O plano da FAB é substituir as aeronaves (e também os jatos de ataque A-1) pelo Saab Gripen NG, cujas primeiras unidades serão entregues a partir de 2021 – a FAB encomendou 36 exemplares do Gripen E/F.
Baseados em experiências de combate contra os caças soviéticos MiG-15 na Guerra da Coreia, os pilotos da força aérea dos EUA chegaram a um consenso de que aviões mais leves e manobráveis eram mais adequados para enfrentar os interceptadores fabricados na URSS, em vez de modelos mais pesados como o McDonnell Douglas F-4 Phantom II, projetado no final dos anos 1950.
Com esses requisitos, a Northrop, liderada pelo projetista Welco Gesish, iniciou em 1955 o desenvolvimento do projeto “Tally-Ho”, que mais tarde originou a primeira versão do F-5, um caça bimotor e de pequenas dimensões.
O voo inaugural do F-5 foi realizado no dia 30 de julho de 1959 e o primeiro exemplar de série, denominado F-5 Freedom Fighter, decolou em outubro de 1963.
Em 1965, a USAF enviou 16 caças F-5A para serem avaliados em ação na Guerra do Vietnã. Apesar da capacidade tática limitada da aeronave, de curto alcance e pequena capacidade de carga bélica, os pilotos e equipes de solo elogiaram seu desempenho em combate real. A experiência do F-5 no conflito na Ásia durou 21 meses.
Embora tenha sido projetado seguindo especificações da USAF, as versões de combate do F-5 acabaram se tornando um dos principais aviões militares de exportação dos EUA durante o período da Guerra Fria. Entre 1959 e 1987, foram produzidas 2.246 unidades do caça leve, incluindo versões fabricadas sob licença na Suíça, Coreia do Sul e Taiwan.
Com o baixo custo de aquisição e manutenção relativamente simplificada, o pequeno caça da Northrop foi operado em 35 países (36 se incluir unidades obtidas ilegalmente no passado pela URSS). Além do Brasil, outras nações que ainda operam o antigo caça da Northrop são o México, Irã, Chile, Suíça e EUA, que utilizam o T-38 Talon, avião de treinamento avançado baseado no F-5.

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