Estádio Monumental Antonio Vespucio Liberti / Monumental de Núñez, Club Atlético River Plate, Buenos Aires, Argentina
Buenos Aires - Argentina
Fotografia
No começo da década
de 1930, o River Plate estava cansado de ser
nômade. Desde sua fundação em 1901, no bairro de La Boca, o
clube já havia perambulado pela Dársena Sud, Sarandí, alugado o campo do Ferrocarril Oeste, e construído o famoso
estádio Alvear y Tagle, na Recoleta. Em 1933, o então presidente
Antonio Vespucio Liberti (no primeiro mandato à frente do clube) deixou bem
clara a intenção de mudar novamente a sede do clube, dessa vez em definitivo.
Crescendo a cada ano e com boa saúde financeira, o River precisava de um
estádio que refletisse sua popularidade e também abrigasse sua fanática
torcida, que sempre se espremia no Alvear y Tagle e clamava por mais espaço.
Liberti queria construir o maior estádio da Argentina em
algum lugar muito bem localizado e perto da elite portenha, ao norte da cidade.
Em 1934, o River Plate tinha 31 anos de
criação. Tinha 1 título amador e 1 título profissional no futebol. Era
conhecido como Los Millonarios (em português: Os Milionários) devido as
contratações caras. Assim, em 31 de
outubro de 1934, 83.950 metros quadrados na região de Belgrano com Núñez, a apenas 9km de distância do Alvear y
Tagle, ao custo de 569.403 pesos,
são adquiridos pelo clube para a construção do estádio.
Em 25 de maio de 1935, além de mais um
aniversário do clube, foi colocada a pedra fundamental do futuro estádio. No
dia 1 de dezembro, foi apresentado os planos da
construção e apenas em 27
de setembro de 1936 se iniciou a construção, sob a supervisão dos arquitetos José
Aslan e Hector Ezcurra.
Após dois anos de construção, tínhamos três grandes
arquibancadas concluídas — Oficial (atual San Martín), destinada
a autoridades, convidados e sócios), Centenario (em alusão à avenida
homônima da época, hoje conhecida como Figueroa Alcorta) e Río de La
Plata (atual Belgrano), e o campo envolto a uma pista de atletismo. No
dia 25 de maio de 1938,
cerca de 8.000 pessoas presenciaram a entrega de uma bandeira argentina e
outra do clube, cercadas pelos sócios, que entoaram o hino argentino e
do River Plate. No dia seguinte, uma festa com cerca de 70.000 espectadores e,
após diversas atividades, a primeira partida do estádio, um
jogo amistoso contra o Peñarol, do Uruguai. Vitória
do River, por 3 a 1. Carlos
Peucelle, justamente o jogador que inspirou o apelido de Millonario do
clube portenho, após sua contratação junto ao Sportivo Buenos Aires, em 1931, ter sido a então
mais cara da história do futebol argentino (10 mil pesos) foi o responsável
pelo primeiro gol do novo palco.
Nos anos 50, o Monumental passou por momentos importantes. Foi
o estádio que recebeu as cerimônias de abertura e encerramento, além da final
do futebol e das competições de atletismo nos Jogos Pan-Americanos de 1951 sediados
em Buenos Aires.
Em 1958, sob a presidência de Enrique Pardo, graças à venda
de Enrique
Omar Sivori para a Juventus da Itália por
10 milhões de pesos, valor astronômico na época, as arquibancadas
em forma de ferradura do estádio foram fechadas, formando o oval. O estádio
poderia suporta cerca de 100.000 torcedores naquela época. Com a Copa do Mundo de 1978, o estádio passou por
reformas e teve sua capacidade reduzida para 76.600 espectadores, sendo um dos
melhores estádios do mundo na época. Foram disputadas 9 jogos no Monumental
de Núñez, incluindo a abertura (1 de junho, Alemanha Ocidental e Polônia, 0 a 0) e a Grande Final
entre Argentina e Holanda, com vitória argentina por 3
a 1.
O estádio foi palco dos três títulos do River Plate na Taça Libertadores da América, em 1986 e em 1996, ambos contra o América de Cali, e em 2015 contra o Tigres.
Em 29 de novembro de 1986, o estádio recebeu o
nome do ex-presidente Antonio Vespucio Liberti.
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