Instituto Pasteur, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia
O Instituto Pasteur é uma entidade centenária ligada
à Secretaria da Saúde do Governo do estado de São Paulo dedicada à pesquisa científica sobre
a raiva animal, doença infecciosa que atinge o Sistema
Nervoso Central e que através da transmissão do vírus pode contaminar todos os
grupos de mamíferos, sendo potencialmente fatal em casos mais graves. A
grande missão do Instituto é, com as atividades em laboratórios e projetos de
pesquisa, controlar e atentar a população em relação à raiva e outras encefalites virais fazendo
atividades de laboratório com pesquisas e inovações. Ele está localizado
atualmente no logradouro: Avenida
Paulista, 393 - Cerqueira César. São Paulo - SP.
Foi fundado por iniciativa privada em 5 de agosto de 1903 como uma
instituição particular e altruística, tendo como seu primeiro presidente
Ignácio Wallace da Gama Cochrane, ex-deputado e diretor da Superintendência de
Obras Públicas do Estado.
Em 1916, a instituição começou a ter problemas econômicos,
impossibilitando assim que o tratamento fosse gratuito, por isso foi doada ao
governo de São Paulo, o que acabou resultando no Decreto-Lei n° 1.525, de 13 de
agosto de 1916. Ou seja, se tornou dever do governo do Estado a vacinação e
controle da raiva. O que foi de extrema importância para a população
brasileira, já que, no início do século XX, a raiva canina cresceu muito devido
ao desenvolvimento industrial e o êxodo do campo e resultou em muitas mortes na
sociedade, devido a isso a população necessitava muito mais do tratamento
preventivo. As pessoas eram atendidas nos ambulatórios e as pessoas do
interior e de outros estados também eram tratadas. Em seus primeiros anos,
o Instituto tinha três principais áreas de atuação: a produção de
imunobiológicos, como a vacina contra a raiva e o soro antitetânico, o ensino
da bacteriologia, que incluía um curso de inspeção de alimentos, e a pesquisa
na área da saúde pública, com foco em doenças tropicais. De acordo com as
descobertas científicas nas instituições estrangeiras, conseguiam introduzir
novas tecnologias. De acordo com Leonídio Ribeiro, em sua biografia
sobre Afrânio Peixoto, páginas 41 a 43, D. Pedro II contribuiu com cem mil francos
para a construção do Instituto Pasteur de Paris, havendo na ocasião de sua
visita um busto de D. Pedro II na biblioteca do Instituto.
No início do século XX, a raiva canina não era controlada, provocando
mortes em humanos. Moradores da capital, do interior de São Paulo e de outros
estados procuravam o Instituto em busca do tratamento preventivo. Chegavam
também pessoas já doentes e/ou com suspeita de raiva humana que eram
encaminhadas ao Hospital de Isolamento Emilio Ribas, mas acabavam morrendo. Nos
canis do IP eram observados animais suspeitos.
Em novembro de 1903, as primeiras vacinas contra a raiva
produzidas em São Paulo começaram a ser distribuídas para a população da
cidade. As culturas das primeiras amostras foram
fornecidas pelo Instituto Pasteur do Rio de Janeiro, inaugurado em 1888.
Em 1906, o patologista italiano Antonio Carini assumiu a
presidência do Instituto e impulsionou as pesquisas sobre bacteriologia e patologia animal,
consolidando a entidade e trazendo recursos provenientes de empresários
como Francisco Matarazzo e de empresas como
a Light
and Power.
No período de 1908 em diante, as vacinas eram feitas na própria
instituição.
Em 1956, foi criado o fundo destinado à pesquisa (Decreto Nº
26.978) e a instituição impulsionou os estudos sobre a raiva.
A partir de 1958, a fabricação de vacinas contra a raiva foi
transferida para o Instituto Butantã, passando a ser produzida
em escala mundial, passando a instituição a dar maior atenção ao diagnóstico
laboratorial. Hoje, destacando-se na área de saúde pública com seu trabalho na prevenção da
raiva, o Instituto Pasteur, sediado na Avenida
Paulista, número 393, é consorciado da OPAS - Organização Pan-Americana de Saúde e
da OMS - Organização Mundial de Saúde.
Desde janeiro de 1996, o Instituto também sedia a coordenação
do Programa de Controle da Raiva do Estado de São Paulo, que tem parceria com
várias instituições do Estado de São Paulo e cujo trabalho provocou um declínio
da incidência da raiva em cães e gatos, a partir de 1997, houve apenas um único
caso de raiva humana transmitido pela espécie canina, não sendo mais
registrados casos com a variante canina desde 1999.
Com o passar do tempo, o Instituto Pasteur passou a desenvolver
outras atividades, estudando também outros reservatórios animais. Em 2003, o
instituto recebeu amostras do sistema nervoso de cavalos, para investigar a
possibilidade da ocorrência no país da "febre do Oeste do Nilo", que
afeta cavalos na África. Entre os serviços prestados atualmente, o centro
oferece diagnósticos virológicos, atendimento ambulatorial e seus pesquisadores
realizam a sorologia para avaliação de anticorpos anti-rábicos. Além de
pessoalmente, o Instituto se disponibiliza a atender por telefone distribuindo
informações e indicações, tanto de tratamentos quanto de vacinas e coletas de
materiais.
Em 2007, o Instituto Pasteur promoveu um evento referente ao
Dia Mundial da raiva para em média 250 pessoas. No ano de 2008 até agosto foram
aplicadas 50 mil doses de vacina contra febre amarela, 8 mil de influenza e 20
mil de rubéola e sarampo.
Atualmente, o Instituto é credenciado pelo Ministério da Saúde,
participa da Rede de Laboratórios com a Organização Panamericana de Saúde e
realiza anualmente a dosagem de anticorpos anti-rábicos em cerca de 24.000
amostras de soro humano para quase todo o país, e a cada ano são vacinados
cerca de 6,5 milhões de cães e gatos. Desse modo, são processadas mais de 1800
amostras de soro animal (de cães e gatos) no laboratório do IP, assim emitindo
laudos de Sorologia e avaliando os anticorpos anti-rábicos.
Em comemoração ao centenário do Instituto Pasteur de São Paulo,
o mesmo resolveu realizar um seminário, que levou como tema "História e o
combate à raiva". Logo na abertura, o evento contou com duas palestras com
enfoque voltado para a história do Instituto e também ao próprio cientista que
serviu de inspiração e levou à criação do centro. Diretamente do Instituto de
Paris, o francês Noël Tordo realizou a abertura do evento com uma apresentação
intitulado de "A história de Louis Pasteur e do Instituto Pasteur de
Paris". Em seguida, foi a vez de Luiz Antônio Teixeira, da Fundação
Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, que tratou sobre a história do Instituto no
estado de São Paulo. Conforme os dias do evento, foram organizadas diversas
discussões científicas a respeito dos aspectos da raiva. Paralelamente a isso,
entre os meses de agosto e setembro de 2003 também ocorreu uma mostra
fotográfica composta por aproximadamente 60 painéis com fotografias, pequenos
textos e documentos dispostos em cinquenta painéis de aço escovado e acrílico
que marcaram a vida e a evolução do Instituto desde sua inauguração, contando
com a presença do governador Geraldo Alckmin. Além das fotografias, uma série
de pôsteres também mostrou a respeito da vida e do trabalho do francês Louis
Pasteur, responsável pela descoberta da vacina anti-rábica e doa funcionários e
indivíduos que procuravam o tratamento no Instituto Pasteur.
O Instituto Pasteur (divisão técnica de saúde) é ligado ao
organograma da Coordenadoria de Controle de Doenças, o qual também tem
responsabilidade sob o departamento técnico de saúde, Instituto Adolfo Lutz. A separação
infraestrutural da CCD pode ser dada em três grandes categorias, o Departamento
Técnico de Saúde, que engloba os centros de vigilância (epidemiológica e
sanitária), a Divisão Técnica de Saúde, da qual o Instituto Pasteur faz parte
juntamente com o Centro de Distribuição e Logística e, por último, a Divisão
Técnica, que inclui o Centro de Documentação.
O centro considerado uma grande referência nacional, que tem
papel fundamental no suporte à vigilância e controle da raiva animal e humana
no estado, o Instituto Pasteur de São Paulo, recebeu um total aproximado de R$
900 mil da Secretaria de Estado da Saúde, e com isso melhorias e restaurações
foram feitas em sua infraestrutura. A fachada e os muros do local receberam uma
nova pintura, sistemas de drenagem de águas pluviais e revestimentos em
mármore em sua entrada principal (que foi completamente reconstituída) também
foram instalados.
Todo o assoalho do edifício foi refeito e readaptado, através
da modernização e a correção de imperfeições de fatores importantes. Uma nova
infraestrutura para os elevadores, a troca das velhas e antigas por novas
instalações hidráulicas e elétricas, criação de uma central de resíduos,
adequações à sala operacional, e até mesmo as calçadas do local foram
reformadas. Buscando modernizar e garantir maior eficácia dos resultados em
pesquisas e no controle do vírus da raiva, foram feitas aquisições de
equipamentos como, máquinas, microscópios, balanças, freezers, incubadoras,
entre outros. Tais melhorias é devido a uma contribuição de investimentos que o
governo do Estado de São Paulo realiza na unidade desde 2012.
Enquanto o Instituto permanecia em obras, o mesmo não suspendeu
suas atividades. As pesquisas seguiram sendo realizadas no prédio-sede,
entretanto o acesso ao público foi transferido para o Hospital Emílio Ribas,
localizado em suas proximidades.
O Instituto Pasteur conta com uma estrutura de medicamentos
muito bem preparada, uma vez que a raiva, além de atingir os animais mamíferos,
pode afetar humanos que foram mordidos por cães, por exemplo (média de 120.000
ocasiões por ano).
Com isso, há recomendações rigorosas perante a profilaxia pré e
pós esses eventos, assim como a disponibilidade de soro antirrábico (contra a raiva) - 24.000
amostras para humanos por ano e 1.800 amostras para serem aplicadas nos
animais. Mais da metade dessas amostras são feitas pelo Instituto Pasteur e
distribuídas por todo país (exceto o Estado
de Minas Gerais).
Juntamente com a inauguração do Instituto Pasteur, a biblioteca
Dr. Murillo Pacca de Azevedo foi estreada. A biblioteca tem como missão
incentivar qualquer tipo de pesquisa em relação à temas específicos da Raiva.
Porém, seu acervo contém livros com sobre Imunologia, Virologia, Epidemiologia, Saúde Pública, Legislação,
Políticas e Programa de Raiva.
Seu acervo possui mais de dez mil itens entre eles: livros,
teses, dissertações, monografias, manuais, títulos de periódicos científicos, entre outros
referentes à formação tecno-cientifica institucional e produções relacionadas a
temática Raiva.
No setor especializado em pesquisas há divisões em Setor
Virologia e Setor de Imunologia. Os dois setores contam com profissionais
qualificados e comprometidos. Há também área dedicada apenas para a produção de
artigos, dissertações, teses e outros textos, sendo todos de gênero científico.
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