Rua da Boa Morte, Circa 1910, São Paulo, Brasil - Aurélio Becherini
São Paulo - SP
Fotografia
Vista registrada por Aurélio Becherini em c.1910 a partir da
esquina da Travessa das Carmelitas, atual Rua Joaquim dos Santos Andrade. À
esquerda, a Igreja Nossa Senhora da Boa Morte, erguida no então chamado outeiro
da Tabatinguera. O terreno foi adquirido pela Irmandade de Homens Pardos de
Nossa Senhora de Boa Morte quando São Paulo ainda era uma aldeia. É uma das
poucas remanescentes do estilo barroco colonial
paulista. A denominação "Boa Morte" se origina do pedido que os condenados que
iriam ser enforcados no Largo da Forca, atual Praça da Liberdade no bairro
homônimo, faziam à Nossa Senhora. O templo ficava no trajeto deles para a
morte. Vizinho à igreja, o curioso casarão que dá a impressão de ser um anexo e
pouco se sabe de seu misterioso proprietário. Em total estado de abandono foi
invadido, depredado e pichado e mesmo assim... sobrevive! Abaixo, o teor do
texto oficial da Arquidiocese de São Paulo sobre a igreja:
"A Irmandade de Nossa Senhora da Boa Morte se formou em 1728, tendo como principal característica admitir pessoas de todas as classes sociais, sem distinção. Em 1802, adquiriu de Joaquim de Sousa Ferreira um terreno na Rua do Carmo, onde construiu a igreja, inaugurada no dia 14/8/1810. Localizada no outeiro da Tabatinguera, dominava toda a entrada daqueles que vinham do Ipiranga em direção à cidade, tornando-se conhecida como a "igreja das boas notícias", anunciadas ao repique dos sinos. Sediou várias irmandades, entre elas, a dos sacerdotes agostinianos e o curado da Sé que para lá se transferiu durante a edificação da nova catedral. De construção modesta, em taipa de pilão, a igreja possui, no interior, capela-mor com tribunas e altar com imagem da Nossa Senhora da Boa Morte, além das talhas em estilos rococó e neoclássico. Em 1980, foi restaurada pelo Condephaat."
"A Irmandade de Nossa Senhora da Boa Morte se formou em 1728, tendo como principal característica admitir pessoas de todas as classes sociais, sem distinção. Em 1802, adquiriu de Joaquim de Sousa Ferreira um terreno na Rua do Carmo, onde construiu a igreja, inaugurada no dia 14/8/1810. Localizada no outeiro da Tabatinguera, dominava toda a entrada daqueles que vinham do Ipiranga em direção à cidade, tornando-se conhecida como a "igreja das boas notícias", anunciadas ao repique dos sinos. Sediou várias irmandades, entre elas, a dos sacerdotes agostinianos e o curado da Sé que para lá se transferiu durante a edificação da nova catedral. De construção modesta, em taipa de pilão, a igreja possui, no interior, capela-mor com tribunas e altar com imagem da Nossa Senhora da Boa Morte, além das talhas em estilos rococó e neoclássico. Em 1980, foi restaurada pelo Condephaat."
A Morte no caso do nome desta igreja refere-se à de Maria. Este
título litúrgico se relaciona com a Assunção de Maria, também conhecido como a
Dormição de Virgem Maria. Em Jerusalém existe a Igreja Dormitio Sanctae Mariae,
ou Dormição de Santa Maria, parte da abadia do mesmo nome.
Esta veneração, que é uma das mais antigas da Igreja Católica, vem da tradição da igreja oriental que na última metade do século V foi influenciada por escritos apócrifos que narravam a morte de Maria.
Conforme estas histórias, os apóstolos viram que Maria teria entrado em dormição, ou seja, dormia serenamente o sono da morte. Seu corpo foi então levado a um sepulcro novo no monte Getsêmani e, ao voltarem três dias depois tinha desaparecido e no ar sentia-se um perfume celestial. Teria sido levada ao céu em corpo e alma. Assim, a Boa Morte de Maria passou a ser comemorada pela cristandade, porém, esta tradição somente foi proclamada em dogma em 1950, pelo Papa Pio XII.
Esta veneração, que é uma das mais antigas da Igreja Católica, vem da tradição da igreja oriental que na última metade do século V foi influenciada por escritos apócrifos que narravam a morte de Maria.
Conforme estas histórias, os apóstolos viram que Maria teria entrado em dormição, ou seja, dormia serenamente o sono da morte. Seu corpo foi então levado a um sepulcro novo no monte Getsêmani e, ao voltarem três dias depois tinha desaparecido e no ar sentia-se um perfume celestial. Teria sido levada ao céu em corpo e alma. Assim, a Boa Morte de Maria passou a ser comemorada pela cristandade, porém, esta tradição somente foi proclamada em dogma em 1950, pelo Papa Pio XII.
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