terça-feira, 11 de maio de 2021

Casarão Horácio Espindola, Avenida Paulista, São Paulo, Brasil


 

Casarão Horácio Espindola, Avenida Paulista, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia


O que existia no local onde hoje esta o prédio da Gazeta na Avenida Paulista?
Existia o belo casarão de Horácio Espindola.
Para apresentar Horácio Espindola, vamos fazer uso do texto que foi publicado no anúncio de sua morte, pois naquele tempo os falecimentos de pessoas ilustres ocupavam muitas linhas dos jornais da cidade.
No jornal Correio Paulistano foi publicado, três dias após o seu falecimento, o seguinte anúncio reescrito com a ortografia da época:
"Sepultou-se ante-hontem, nesta capital, o Sr. Horácio Espíndola, estimado cavalheiro da nossa sociedade, e figura de relevo nas rodas comerciais, industriaes e financeiras de São Paulo. Philantropo despendia grande parte de seus haveres em obras de caridade.
Foi fundador da Casa Espindola, grande estabelecimento de typographia e papelaria; era membro do Conselho Fiscal e Directoria do Banco Commercio e Industria de S. Paulo, Cia. Brasileira de Administração e Companhia Cafeeira do Rio Preto e da Companhia Ferroviaria de S. Paulo-Goyaz.
Deixa viúva a sra. d. Narcisa Ferraz do Amaral Espíndola, e os seguintes filhos: Fernando Espíndola (…), d. Nelly (…) e, uma irmã, a sra. d. Elisa de Espindola de Aquino, esposa do sr. Gustavo Cynthio de Aquino."
A sociedade que originou a empresa Espindola, Siqueira & C. iniciou suas atividades em 1895 e durou pouco, até 1990. Separado de seu sócio, Horácio continuou no ramo gráfico com a abertura da Casa Espindola, conhecida como um comércio de papelaria, oferecendo livros em branco, encadernação, além de ser uma tipografia especializada em publicações oficiais do governo.
Horácio Espindola foi um homem muito versátil nos negócios e na vida pessoal. Além da Casa Espindola, investiu em muitos imóveis, como mostra um anúncio da aquisição de um terreno no Jardim América. Comprou e dirigiu a Companhia Ferroviária de S. Paulo-Goiás, além de diretor do Banco Comércio e Indústria de São Paulo. Participou de várias associações comerciais e industrias ligadas ao café, ao comércio, entre outras áreas que se identificava, como a de automóveis.
Além das atividades profissionais, foi um homem influente na política e na vida social – reconhecido como um filantropo que ajudou diversas instituições beneficentes, inclusive, participando de muitas comissões e mesas administrativas das mesmas, como a Santa Casa de Misericórdia.
Sua vida social também era muito intensa, além de ser jurado de diversos crimes no tribunal, estava sempre presente, junto com sua esposa, nas muitas festas sociais, em cortejos fúnebres de figuras importantes e em comemorações especiais. Fez parte da comissão organizadora da celebração da vinda de Rui Barbosa à cidade e da festa comemorativa do aniversário de 70 anos de Ramos de Azevedo, que foi responsável pelo projeto e construção, no ano de 1925, de sua mansão na Avenida Paulista. 
No terreno onde se localizava a casa de Horácio Espindola, os paulistanos viram subir um dos edifícios mais emblemáticos da cidade de São Paulo: o Edifício Gazeta.

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