O Fim da Alitalia - Artigo
Artigo
Texto 1:
A Alitalia encerra 74 anos de história para dar passagem à empresa ITA Airways, nascida das suas cinzas, num mercado aéreo que luta pela recuperação após a turbulência sentida devido à pandemia da covid-19.
O primeiro voo da ITA Airways descolou nesta sexta-feira (15 de outubro) às 6H20 locais (5h20 em Portugal) de Milão com destino a Bari, no sul do país, sete horas após a última aterragem de um avião da companhia Alitalia, na quinta-feira (14 de outubro) à noite, em Roma, procedente de Cagliari.
Fundada em 5 de maio de 1947, a Alitalia foi o símbolo do milagre económico italiano após a Segunda Guerra Mundial, tornando-se a sétima companhia aérea do mundo nos anos 1970, antes de entrar num longo declínio, agravado nos últimos anos.
A história da empresa não se pode dissociar da história do país: as primeiras comissárias de bordo chegaram em 1950, a Alitalia foi a empresa de transporte oficial dos Jogos Olímpicos de Roma 1960 . Superou a marca de um milhão de passageiros e Paulo VI foi o primeiro papa que voou pela companhia em 1964.
"Assistimos com profunda tristeza ao fim da Alitalia, que era nossa marca nacional, símbolo da história do país", declarou, emocionada, Laura Facchini, de 47 anos, auxiliar de voo da Alitalia durante duas décadas.
Como muitos dos seus colegas de trabalho solicitou, em vão, passar a integrar o quadro de funcionários da ITA Airways como parte da primeira série de 2.800 pessoas contratadas este ano.
Até 2022 devem ser contratados 5.750 funcionários, de um total de 10.500 da Alitalia.
"Muitos de nós estamos desesperados porque ficaremos sem emprego. Estávamos muito ligados à empresa, muito motivados, sempre trabalhámos com um sorriso no rosto", disse a delegada nacional do sindicato UGL Transporte Aéreo.
Os sindicatos da Alitalia organizaram uma série de manifestações contra os "contratos com desconto" oferecidos pela ITA, com cortes de salários de até 20% e até mesmo 40% para os pilotos, e a "venda por parcelas" da empresa.
O setor de aviação passou para a ITA, uma empresa totalmente estatal, mas os serviços de terra e de manutenção serão vendidos de maneira separada, através de licitações, como exigiu a União Europeia nas duras negociações com Roma.
A Comissão Europeia aprovou em setembro uma injeção de 1,35 mil milhões de euros de fundos públicos com a condição de existir uma "descontinuidade econômica" entre Alitalia e ITA, isentando esta última de devolver os "auxílios estatais ilegais" recebidos pela sua antecessora.
Ao longo dos anos, o Estado italiano desembolsou mais de 13 mil milhões de euros para tentar salvar a empresa, entre recapitalizações e créditos. Mesmo assim, a Alitalia acumulou perdas de 11,4 mil milhões de euros entre 2000 e 2020.
"O grande erro foi não investir no lucrativo mercado de longa distância", declarou Andrea Giuricin, economista especializado em transportes, da Universidade Bicocca de Milão. Nos últimos anos, as companhias de baixo custo, como a Ryanair e a Easyjet, revolucionaram o mercado com a redução dos preços para as viagens de curta distância e o comboio de alta velocidade reduziu o tempo de viagem entre Roma e Milão de seis para três horas. A companhia aérea não conseguiu manter-se competitiva perante estas alterações do mercado.
À beira da falência, a Alitalia foi colocada sob supervisão da administração pública em 2017, mas a situação agravou-se ainda mais com o impacto da pandemia de covid-19, que paralisou diversas companhias aéreas.
Em 2020, a Alitalia registou perdas de 2 milhões de euros por dia, transportando apenas 6,3 milhões de passageiros no ano, contra 52,1 milhões da Ryanair e 34 milhões da Air France-KLM.
"Resistir à concorrência dos gigantes Air France-KLM e Lufthansa nas viagens internacionais e das companhias de baixo custo no mercado nacional é impossível", acrescentou Giuricin.
Após ter sido colocada sob supervisão pública há quatro anos, o governo procurou em vão por compradores. Contudo, no passado, a Alitalia já atraiu grandes pretendentes, como a Air France-KLM, que apresentou uma oferta em março de 2008, mas que foi rejeitada por Silvio Berlusconi, que assumiu o poder logo depois com base numa campanha sobre a defesa da "italianidade" : a companhia aérea era um baluarte disso mesmo.
Resgatada por um grupo de empresários italianos, a Alitalia precisou de um novo resgate em 2014 por parte da empresa Etihad (Emirados Árabes), que adquiriu 49% de seu capital, o que, ainda assim, não evitou o colapso da companhia.
O famoso símbolo verde sobre fundo branco da Alitalia não vai desaparecer, pois a ITA conseguiu na passada quinta-feira (14 de outubro) o leilão para a compra do mesmo, ao pagar 90 milhões de euros.
O primeiro voo da ITA Airways descolou nesta sexta-feira (15 de outubro) às 6H20 locais (5h20 em Portugal) de Milão com destino a Bari, no sul do país, sete horas após a última aterragem de um avião da companhia Alitalia, na quinta-feira (14 de outubro) à noite, em Roma, procedente de Cagliari.
Fundada em 5 de maio de 1947, a Alitalia foi o símbolo do milagre económico italiano após a Segunda Guerra Mundial, tornando-se a sétima companhia aérea do mundo nos anos 1970, antes de entrar num longo declínio, agravado nos últimos anos.
A história da empresa não se pode dissociar da história do país: as primeiras comissárias de bordo chegaram em 1950, a Alitalia foi a empresa de transporte oficial dos Jogos Olímpicos de Roma 1960 . Superou a marca de um milhão de passageiros e Paulo VI foi o primeiro papa que voou pela companhia em 1964.
"Assistimos com profunda tristeza ao fim da Alitalia, que era nossa marca nacional, símbolo da história do país", declarou, emocionada, Laura Facchini, de 47 anos, auxiliar de voo da Alitalia durante duas décadas.
Como muitos dos seus colegas de trabalho solicitou, em vão, passar a integrar o quadro de funcionários da ITA Airways como parte da primeira série de 2.800 pessoas contratadas este ano.
Até 2022 devem ser contratados 5.750 funcionários, de um total de 10.500 da Alitalia.
"Muitos de nós estamos desesperados porque ficaremos sem emprego. Estávamos muito ligados à empresa, muito motivados, sempre trabalhámos com um sorriso no rosto", disse a delegada nacional do sindicato UGL Transporte Aéreo.
Os sindicatos da Alitalia organizaram uma série de manifestações contra os "contratos com desconto" oferecidos pela ITA, com cortes de salários de até 20% e até mesmo 40% para os pilotos, e a "venda por parcelas" da empresa.
O setor de aviação passou para a ITA, uma empresa totalmente estatal, mas os serviços de terra e de manutenção serão vendidos de maneira separada, através de licitações, como exigiu a União Europeia nas duras negociações com Roma.
A Comissão Europeia aprovou em setembro uma injeção de 1,35 mil milhões de euros de fundos públicos com a condição de existir uma "descontinuidade econômica" entre Alitalia e ITA, isentando esta última de devolver os "auxílios estatais ilegais" recebidos pela sua antecessora.
Ao longo dos anos, o Estado italiano desembolsou mais de 13 mil milhões de euros para tentar salvar a empresa, entre recapitalizações e créditos. Mesmo assim, a Alitalia acumulou perdas de 11,4 mil milhões de euros entre 2000 e 2020.
"O grande erro foi não investir no lucrativo mercado de longa distância", declarou Andrea Giuricin, economista especializado em transportes, da Universidade Bicocca de Milão. Nos últimos anos, as companhias de baixo custo, como a Ryanair e a Easyjet, revolucionaram o mercado com a redução dos preços para as viagens de curta distância e o comboio de alta velocidade reduziu o tempo de viagem entre Roma e Milão de seis para três horas. A companhia aérea não conseguiu manter-se competitiva perante estas alterações do mercado.
À beira da falência, a Alitalia foi colocada sob supervisão da administração pública em 2017, mas a situação agravou-se ainda mais com o impacto da pandemia de covid-19, que paralisou diversas companhias aéreas.
Em 2020, a Alitalia registou perdas de 2 milhões de euros por dia, transportando apenas 6,3 milhões de passageiros no ano, contra 52,1 milhões da Ryanair e 34 milhões da Air France-KLM.
"Resistir à concorrência dos gigantes Air France-KLM e Lufthansa nas viagens internacionais e das companhias de baixo custo no mercado nacional é impossível", acrescentou Giuricin.
Após ter sido colocada sob supervisão pública há quatro anos, o governo procurou em vão por compradores. Contudo, no passado, a Alitalia já atraiu grandes pretendentes, como a Air France-KLM, que apresentou uma oferta em março de 2008, mas que foi rejeitada por Silvio Berlusconi, que assumiu o poder logo depois com base numa campanha sobre a defesa da "italianidade" : a companhia aérea era um baluarte disso mesmo.
Resgatada por um grupo de empresários italianos, a Alitalia precisou de um novo resgate em 2014 por parte da empresa Etihad (Emirados Árabes), que adquiriu 49% de seu capital, o que, ainda assim, não evitou o colapso da companhia.
O famoso símbolo verde sobre fundo branco da Alitalia não vai desaparecer, pois a ITA conseguiu na passada quinta-feira (14 de outubro) o leilão para a compra do mesmo, ao pagar 90 milhões de euros.
Texto 2:
A companhia aérea Alitalia fez seu último voo no dia14/10/2021, depois de 75 anos de história. A empresa italiana ficou famosa também por levar os papas em viagens pelo mundo afora.
O fim das atividades foi anunciado em agosto último, depois de anos de tentativas frustradas de fusões e privatização.
A companhia aérea Alitalia fez seu último voo no dia14/10/2021, depois de 75 anos de história. A empresa italiana ficou famosa também por levar os papas em viagens pelo mundo afora.
O fim das atividades foi anunciado em agosto último, depois de anos de tentativas frustradas de fusões e privatização.
Funcionários se emocionaram quando o voo AZ1586, que partiu de Cagliari, chegou ao aeroporto Fiumicino, em Roma, no início da noite. O comandante fez um brinde em homenagem à companhia.
A companhia vai ser substituída pela Ita, estatal que nasceu das negociações realizadas entre o governo italiano e a União Europeia (UE) em julho numa tentativa de resgatar a aérea. A nova empresa adquiriu 52 aviões da Alitalia.
A tradicional companhia, que completou 75 anos em setembro, teve sua crise agravada pela pandemia de coronavírus. Em 2017 e 2019, segundo a agência France Press, a Alitalia recebeu empréstimos estatais no valor total de 1,3 bilhão de euros.
A companhia vai ser substituída pela Ita, estatal que nasceu das negociações realizadas entre o governo italiano e a União Europeia (UE) em julho numa tentativa de resgatar a aérea. A nova empresa adquiriu 52 aviões da Alitalia.
A tradicional companhia, que completou 75 anos em setembro, teve sua crise agravada pela pandemia de coronavírus. Em 2017 e 2019, segundo a agência France Press, a Alitalia recebeu empréstimos estatais no valor total de 1,3 bilhão de euros.
Quando o acordo para a criação da Ita foi anunciado, o governo italiano informou que, dos cerca de 11.000 funcionários da Alitalia, "2.800 poderão ser contratados na nova empresa em 2021, e 5.750, em 2022".
Texto 3:A célebre companhia aérea italiana anunciou que não emitirá mais bilhetes, iniciando uma contagem regressiva de apenas algumas semanas até que sua conhecida pintura vermelha e verde desapareça dos céus para sempre.
A companhia aérea nacional será substituída em outubro pela ITA, uma empresa menor com um logotipo diferente, mas o serviço que antes levava o orgulho, o estilo e a culinária italianos — para não falar do Papa — a todos os cantos do planeta será muito longe.
Embora o fim da Alitalia possa trazer uma sensação de perda para muitos italianos, é improvável que seja uma surpresa. A companhia aérea passou as últimas décadas oscilando à beira do colapso enquanto as autoridades lutavam para fazer alianças salva-vidas com investidores e outras operadoras globais.
“Cada vez ele conseguia ser resgatado, embora com o único resultado de prolongar ainda mais sua agonia”, disse Giovanni Orsina, diretor da Escola de Governo da Universidade LUISS, de Roma.
Fundada há 74 anos, a Alitalia já foi conhecida pelos italianos como “freccia alata” — também conhecida como a “flecha alada” em homenagem à velocidade — se aposentará para sempre. A cauda de sua aeronave exibia o popular logotipo de um “A” maiúsculo em forma de asa de aeronave e colorido como a bandeira italiana.
Além de sua culinária e marcas de automóveis, foi talvez um dos símbolos mais reconhecidos da Itália no exterior.
Quando as famílias italianas voltaram de uma viagem distante e colocaram os pés dentro de um avião da Alitalia, com a aeromoça finalmente cumprimentando-as com um “buongiorno” quente e servindo espaguete fumegante com molho de tomate e cotoletta alla Milanese no almoço, foi como voltar para casa. Para matar o tempo, os passageiros podiam ler jornais nacionais italianos.
A Alitalia orgulhava-se do estilo e da comida italianos. Os comissários de bordo nos anos 1950 usavam uniformes elegantes projetados pela casa de alta costura Sorelle Fontana.
Nos anos posteriores, um elenco impressionante, incluindo Delia Biagiotti, Alberto Fabiani, Renato Balestra e até mesmo Giorgio Armani, criou roupas elegantes e assentos confortáveis.
A cozinha italiana quente servida a bordo às vezes tornava a empresa uma das preferidas dos viajantes internacionais. O duty free vendia perfumes italianos de luxo, relógios, lenços e gravatas. Em tempos menos iluminados, os maridos que voltavam de um voo de longa distância traziam para suas esposas o mais recente item de butique.
A companhia aérea também teve a bênção de autoridades religiosas. A partir de 1964, ela serviu regularmente como a companhia aérea oficial do Papa, com o tamanho do avião variando de acordo com a distância voando. A aeronave que transporta o Papa é geralmente referida como “Shepherd One” — o equivalente papal do Air Force One — e recebe o número de vôo AZ4000.
Nem tudo foi glamour e prestígio para a Alitalia. Nos últimos 30 anos, o governo da Itália injetou bilhões de euros na companhia aérea na tentativa de salvá-la da extinção e manter seus funcionários empregados.
Mas, diz Orsina, a companhia aérea simplesmente não conseguiu enfrentar a concorrência global e se adaptar às mudanças no setor de aviação.
“A queda da Alitalia é o símbolo máximo da dificuldade histórica e inata da Itália em lidar com a globalização e a competição crescente”, disse ele. “A indústria de viagens passou por uma revolução enquanto a Alitalia estava presa em um impasse, sufocada por corporações, lobbies, sindicatos e pressões políticas para mantê-la à tona, apesar de seus problemas e da realidade de um setor em evolução.”
A Alitalia mostrou pouca resiliência, diz Orsina. Ela simplesmente não conseguia acompanhar a chegada de transportadoras eficientes de baixo custo, operando com tripulações menores e oferecendo tarifas mais competitivas, aeronaves mais novas e uma lista mais ampla de destinos globais.
Embora a Itália sempre tenha sido um destino turístico popular, os lucros da Alitalia continuaram caindo devido ao aumento da concorrência, as dívidas se acumularam e a falência veio em seguida. A empresa passou várias vezes para uma administração extraordinária. Numerosas missões de resgate foram montadas sem sucesso a longo prazo.
As consequências dos ataques de 11 de setembro de 2001 aos Estados Unidos, que impactaram fortemente a indústria da aviação, foram um duro golpe para a Alitalia, mas o ataque letal provavelmente foi a pandemia Covid-19.
“As autoridades continuaram ressuscitando, acreditando que a Alitalia não poderia falhar, mas há limites e chegamos ao fundo do poço”, diz Orsina. “É como curar um paciente terminal. Você pode tentar fazê-lo sentir menos dor por um tempo, mas não para sempre. Isso é obstinação terapêutica.”
A idade de ouro da Alitalia começou na década de 1950, quando a reconstrução pós-Segunda Guerra Mundial desencadeou um boom econômico na Itália e as famílias puderam finalmente voar para locais distantes.
“A Itália foi um país vencido se recuperando das feridas da Segunda Guerra Mundial e a Alitalia passou a representar a esperança coletiva e a identidade nacional”, disse o especialista da indústria aeroespacial Gregory Alegi. “Isso transmitiu um sentimento de pertencimento”.
Com a chegada da era do jato, as Olimpíadas de 1960 em Roma ajudaram a espalhar a fama da Alitalia em todo o mundo – a empresa até criou um pôster mostrando um lançador de dardo com um avião voando sobre sua cabeça.
“Ter uma companhia aérea estatal era uma obrigação para a Itália, um ícone de orgulho nacional e patriotismo”, diz Orsina. “A Itália não podia deixar de ter, era como ter polícia e corpo de carabineiros. A Alitalia era um acessório indispensável do Estado porque era como ter um pedaço da Itália voando ao redor do mundo”, diz Orsina.
Os problemas da Alitalia começaram na década de 1990, quando a desregulamentação europeia tornou o tráfego aéreo mais competitivo e as ferrovias italianas foram fortalecidas, de acordo com Alegi, especialista aeroespacial.
A situação piorou quando as autoridades tentaram privatizar a Alitalia, desencadeando uma busca infinita por parceiros de transportadoras e empresários dispostos a apoiar o Estado no enfrentamento dos desafios de um mercado livre. Todas as parcerias falharam, enquanto os sindicatos lutaram contra os planos de dispensa.
E embora a Alitalia fosse amada como um símbolo, muitas vezes era odiada por seus passageiros.
A crise interminável acabou levando a um declínio na qualidade do serviço, diz Orsina, com greves de pessoal, voos atrasados ou cancelados e menos viagens de longa distância. Os italianos começaram a ficar frustrados.
De acordo com pesquisas recentes, a maioria deles acredita que o estado deveria ter parado há muito tempo de financiar a empresa com o dinheiro dos contribuintes.
Isso não anulou a nostalgia dos pilotos aposentados, capitães e comissários de bordo pelos bons e velhos tempos, quando os salários eram altos e o emprego trazia benefícios e prestígio.
Rosetta Scrugli, uma ex-passageira da Alitalia que viajava regularmente para a Ásia a trabalho, reclama que protestos sindicais a fizeram perder reuniões importantes no exterior.
“O voo estava atrasado ou até foi cancelado com frequência”, diz ela. “Passei horas esperando no terminal e minha bagagem foi perdida várias vezes. É bom voar em uma companhia aérea nacional se as coisas correrem bem, senão pode ser um inferno. Patriotismo não tem nada a ver com isso, eficiência é fundamental”.
Scrugli também reclamou que a Alitalia costumava voar para a Ásia via Milão, sem voos diretos de Roma.
Embora pouco se saiba sobre o sucessor ungido da companhia aérea, de acordo com Alegi, há esperanças de que o ITA terá sucesso onde a Alitalia fracassou.
Mas, como será estatal, pelo menos no curto prazo, ninguém espera que ele cresça ainda.
Texto 4:
A Alitalia, antigo símbolo do estilo e do glamour italianos derrubado pela má gestão econômica, operou seu último voo nesta quinta-feira (14), antes de se transformar em sua sucessora de menor porte, a Italia Transporto Aereo (ITA).
Preferência tradicional de papas e da elite política da Itália, a Alitalia foi dirigida por administradores nomeados pelo Estado desde 2017, para evitar sua liquidação.
Um voo noturno da capital da Sardenha, Cagliari, pousou em Roma por volta das 18:30 (horário de Brasília), marcando a despedida da companhia aérea fundada em 1946, depois de uma atordoante sucessão de reestruturações e mudanças de propriedade.
A companhia fechou apenas um ano no azul neste século, e o governo italiano a socorreu diversas vezes, gastando mais de 8 bilhões de euros (R$ 51 bilhões) apenas nos últimos três anos.
Segundo a CNN Internacional, um dos motivos para o fim da companhia aérea é a popularização dos trens de alta velocidade na Itália.
O veículo mostra que, de acordo com a ferroviária estatal italiana Ferrovie dello Stato, o número de passageiros que pegam trem para realizar viagens de Roma para Milão, principal rota de negócios do país, quadruplicou em uma década. Hoje, mais de dois terços das pessoas que viajam entre as duas cidades utilizam o modal ferroviário.
Com foco em voos domésticos, a Alitalia estaria mais suscetível a competição com modalidades de transporte mais baratas disponíveis para trajetos locais.
Como ocorreu com frequência durante sua vida, os ritos finais da Alitalia foram cercados por disputa política, com o partido de oposição de extrema-direita Irmãos da Itália culpando o governo do primeiro-ministro Mario Draghi por sua falência.
"Hoje estamos perdendo mais uma joia, uma companhia que forjou a história de nossa nação e... nos deixou orgulhosos de ser italianos", disse a líder do partido, Giorgia Meloni.
Depois de tentar vender a Alitalia para investidores privados, em 2020 Roma se rendeu às consequências desastrosas da pandemia para o setor aeroviário e decidiu criar a ITA de suas cinzas.
A nova transportadora, em que o governo investirá 1,35 bilhão de euros (R$ 8,6 bilhões) em três anos, começará com 52 jatos e 2.800 funcionários, ante cerca de 110 aeronaves e uma força de trabalho de 10 mil na Alitalia.
Sob um acordo negociado com a Comissão Europeia, deve haver uma clara descontinuidade entre a Alitalia e sua sucessora, e a nova companhia deverá ser rentável até o final de seu plano de negócios 2021-2025.
No entanto, o legado da Alitalia de altos custos, má administração e forte influência política e sindical pode ser difícil de se livrar.
A nova transportadora está em negociações para comprar a marca Alitalia e deverá manter as cores tradicionais: verde, branco e vermelho.
A empresa chegou a um acordo com a antiga transportadora nacional para o uso temporário da marca nas aeronaves, uniformes de funcionários e demais identificações visuais. O acordo, que é pago, tem caráter provisório, enquanto a marca Alitalia segue à venda num processo de leilão público.
O uso, ainda que provisório, da marca, permitirá à ITA iniciar operações sem precisar gastar dinheiro com mudanças em aeronaves e outras peças.
O lançamento de uma companhia aérea mais ágil deixa um ponto de interrogação sobre o futuro dos mais de 7.000 trabalhadores da Alitalia que serão incluídos em um esquema de demissão temporária pago pelo governo até pelo menos setembro de 2022.
Texto 5:A Alitalia, antigo símbolo do estilo e do glamour italianos derrubado pela má gestão econômica, operou seu último voo nesta quinta-feira (14), antes de se transformar em sua sucessora de menor porte, a Italia Transporto Aereo (ITA).
Preferência tradicional de papas e da elite política da Itália, a Alitalia foi dirigida por administradores nomeados pelo Estado desde 2017, para evitar sua liquidação.
Um voo noturno da capital da Sardenha, Cagliari, pousou em Roma por volta das 18:30 (horário de Brasília), marcando a despedida da companhia aérea fundada em 1946, depois de uma atordoante sucessão de reestruturações e mudanças de propriedade.
A companhia fechou apenas um ano no azul neste século, e o governo italiano a socorreu diversas vezes, gastando mais de 8 bilhões de euros (R$ 51 bilhões) apenas nos últimos três anos.
Segundo a CNN Internacional, um dos motivos para o fim da companhia aérea é a popularização dos trens de alta velocidade na Itália.
O veículo mostra que, de acordo com a ferroviária estatal italiana Ferrovie dello Stato, o número de passageiros que pegam trem para realizar viagens de Roma para Milão, principal rota de negócios do país, quadruplicou em uma década. Hoje, mais de dois terços das pessoas que viajam entre as duas cidades utilizam o modal ferroviário.
Com foco em voos domésticos, a Alitalia estaria mais suscetível a competição com modalidades de transporte mais baratas disponíveis para trajetos locais.
Como ocorreu com frequência durante sua vida, os ritos finais da Alitalia foram cercados por disputa política, com o partido de oposição de extrema-direita Irmãos da Itália culpando o governo do primeiro-ministro Mario Draghi por sua falência.
"Hoje estamos perdendo mais uma joia, uma companhia que forjou a história de nossa nação e... nos deixou orgulhosos de ser italianos", disse a líder do partido, Giorgia Meloni.
Depois de tentar vender a Alitalia para investidores privados, em 2020 Roma se rendeu às consequências desastrosas da pandemia para o setor aeroviário e decidiu criar a ITA de suas cinzas.
A nova transportadora, em que o governo investirá 1,35 bilhão de euros (R$ 8,6 bilhões) em três anos, começará com 52 jatos e 2.800 funcionários, ante cerca de 110 aeronaves e uma força de trabalho de 10 mil na Alitalia.
Sob um acordo negociado com a Comissão Europeia, deve haver uma clara descontinuidade entre a Alitalia e sua sucessora, e a nova companhia deverá ser rentável até o final de seu plano de negócios 2021-2025.
No entanto, o legado da Alitalia de altos custos, má administração e forte influência política e sindical pode ser difícil de se livrar.
A nova transportadora está em negociações para comprar a marca Alitalia e deverá manter as cores tradicionais: verde, branco e vermelho.
A empresa chegou a um acordo com a antiga transportadora nacional para o uso temporário da marca nas aeronaves, uniformes de funcionários e demais identificações visuais. O acordo, que é pago, tem caráter provisório, enquanto a marca Alitalia segue à venda num processo de leilão público.
O uso, ainda que provisório, da marca, permitirá à ITA iniciar operações sem precisar gastar dinheiro com mudanças em aeronaves e outras peças.
O lançamento de uma companhia aérea mais ágil deixa um ponto de interrogação sobre o futuro dos mais de 7.000 trabalhadores da Alitalia que serão incluídos em um esquema de demissão temporária pago pelo governo até pelo menos setembro de 2022.
O fim da Alitalia foi anunciado em agosto de 2021, após o governo italiano caminhar no sentido da aprovação para a fundação de outra empresa aérea estatal, a ITA (Italia Trasporto Aereo), que teve seu primeiro voo no último dia 15, mas sob o mesmo código da Alitalia: AZ.
O último voo, AZ 01586, partiu de Cagliari para Roma às 22h36, com 30 minutos de atraso e durou pouco menos de uma hora.
O fechamento da Alitalia foi cercado de muitos protestos tendo em vista que, embora a ITA tenha adquirido parte da frota da Alitalia, a ITA será uma companhia menor e não absorverá todos os funcionários da Alitalia. A ITA começará com cerca de 2,8 mil funcionários em contraponto dos quase 11 mil funcionários da Alitalia.
No último voo, os 180 passageiros a bordo ouviram o comandante Andreia Gioia dizer: “Eu sou o comandante deste que é considerado o último voo da Alitalia . A partir de amanhã a Alitalia não voará mais e, portanto, será o fim da grande epopeia da empresa italiana ”.
A comissária de bordo Laura disse: “Senhoras e senhores, primeiro eu queria agradecer-lhes por nos acompanhar durante estes 75 anos . Hoje é nosso último voo da Alitalia. Agradeço de coração por sempre voarem conosco e por confiar em nós. A Alitalia agradece a escolha de seus serviços e deseja um bom voo”.
Como acontece em geral com os italianos, não faltou emoção e lágrimas, com o fim de uma parte da história italiana.
Como acontece em geral com os italianos, não faltou emoção e lágrimas, com o fim de uma parte da história italiana.
Nota do blog: Uma pena mesmo, voei algumas vezes pela Alitalia, não posso dizer que era um serviço perfeito, longe disso, mas considero que sempre fui razoavelmente atendido. Inclusive, como possuo cidadania italiana, viajar pela Alitalia sempre foi uma boa sensação, as cores da companhia não deixavam dúvida quanto a sua origem.
Vai fazer falta para os italianos, assim como fazem falta para os brasileiros as extintas Panair, Varig, Vasp, Transbrasil, Cruzeiro, Real Aerovias, etc...
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