Pastifício Innecchi, Rua Duque de Caxias N. 92, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil
Ribeirão Preto - SP
Fotografia
Uma página inteira do jornal “Diário da Manhã”, de 28/03/1952, foi dedicada à história de Domenico (Domingos, como era chamado no Brasil) e Paschoal Innecchi. Pai e filho que, juntos, criaram e administraram empresas diversas.
Sobre o patriarca da família, disseram:
"No ano de 1880 aportava a Ribeirão Preto um moço italiano. [...] Homem habituado ao trabalho, batalhador incansável, Domingos Innecchi também sonhava. Queria o moço pobre e idealista trabalhar o máximo para conseguir economias que possibilitassem a vinda de sua esposa e do filho que permaneceram em sua terra natal".
Segundo o jornal, Domingos Innecchi, montou uma oficina de funileiro e em pouco tempo fabricava alambiques para engenhos de açúcar da região, Minas Gerais e Goiás. Depois de vinte e seis anos de trabalho e economia, conseguiu trazer da Itália sua esposa e o filho Paschoal:
"Paschoal Innecchi, o filho tanto esperado, já era homem feito. Moço idealista também cheio de fé e esperança, redobrou ele a fé e o entusiasmo de seu pai. E Domingos Innecchi sente ainda mais vigor, iniciando a segunda fase de sua vida".
Quase trinta anos depois de chegar ao Brasil, Domingos, agora acompanhado pelo filho, montou uma fábrica de camas de ferro sob a razão social de Domingos Innecchi & Filho. Foi a primeira indústria do gênero fundada em Ribeirão Preto. Com vendas para toda a região, os negócios dos Innecchi seguiram progredindo e a eles somou-se a abertura, em 1915, de um pastifício com uma produção diária média de 7.000 kgs de massa, que era “considerada uma das mais perfeitas de São Paulo” (Diário da Manhã, 28/03/1952).
Paschoal Innecchi assumiu a direção dos negócios da família que passam a se chamar agora Indústrias Paschoal Innecchi. Cinco anos após a abertura do pastifício, foi construída uma edificação com características fabris. O prédio foi construído na esquina das ruas José Bonifácio e Mariana Junqueira, no ano de 1920. Em 1924, Paschoal Innecchi importou da Itália um maquinário moderno para os padrões da época e da região. E no ano seguinte, criou uma panificadora.
Em 1942, os filhos de Paschoal passam a trabalhar com o pai e uma nova modificação na razão social das empresas foi feita, passando a chamar Indústrias Innecchi Ltda. Em 1945, compram uma fábrica de sabão, onde o químico Francisco, um dos filhos de Paschoal, ajudou a elaborar produtos que tiveram grande aceitação no mercado regional: sabão Cisne, xampu líquido Inel e sabonete Rib, eram alguns dos produtos da fábrica, que antes dos Innecchi, pertencera aos irmãos Vecchi. Esta fábrica estava instalada na Rua Capitão Salomão, nos Campos Elíseos.
Mesmo vivendo e trabalhando com o pai em Ribeirão Preto, durante uma breve estada na Itália, Paschoal casou-se com Amélia Filizola e a trouxe pra Ribeirão Preto. Tiveram três filhos: Domingos (em homenagem ao patriarca), Francisco e Mário. Ermelinda Schettini era sobrinha de Amélia e foi criada a partir da adolescência pelo casal. O núcleo principal da família era formado por Domenico e sua esposa, Paschoal, Amélia, seus três filhos e a sobrinha, intimamente chamada por Linda.
Bem sucedidos economicamente, os Innecchi eram ainda assim, imigrantes italianos, logo, não faziam parte da elite tradicional, basicamente formada por sobrenomes portugueses. Há um episódio na memória da cidade que conta que o pedido de associação de Paschoal Innecchi junto a Recra, (Sociedade Recreativa e de Esportes de Ribeirão Preto) teria sido negado pela instituição por conta de sua nacionalidade, e que por isso, ele teria construído um palacete imponente ao lado do clube. O Palacete Innecchi, como ficou conhecido, ficava onde hoje está a agência do Banco Itaú, na Rua Duque de Caxias, esquina com a Rua Barão do Amazonas. A família mudou-se para lá em 1932, mas não se tem informações de quando e porque mudaram dali. Entre os anos de 1955 e 1969, o palacete abrigou a Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto. Mais tarde, foi demolido depois do ano de 1969, quando deixou de abrigar a atual Escola de Enfermagem da USP de Ribeirão Preto.
Depois da morte de Amélia, Paschoal casou-se com a sobrinha de sua esposa, Ermelinda Schettini, que ajudara a criar desde a adolescência. Sabe-se que Paschoal Innecchi morreu em 1961.
Da esquerda para a direita: ao fundo, Mário, Amélia, Paschoal, Francisco e Domingos.
Sentados: Ermelinda Schettini, Sra. e Sr. Domenico Innecchi.
Nota do blog: Texto de Ana C. Vannucchi adaptado por mim.
"No ano de 1880 aportava a Ribeirão Preto um moço italiano. [...] Homem habituado ao trabalho, batalhador incansável, Domingos Innecchi também sonhava. Queria o moço pobre e idealista trabalhar o máximo para conseguir economias que possibilitassem a vinda de sua esposa e do filho que permaneceram em sua terra natal".
Segundo o jornal, Domingos Innecchi, montou uma oficina de funileiro e em pouco tempo fabricava alambiques para engenhos de açúcar da região, Minas Gerais e Goiás. Depois de vinte e seis anos de trabalho e economia, conseguiu trazer da Itália sua esposa e o filho Paschoal:
"Paschoal Innecchi, o filho tanto esperado, já era homem feito. Moço idealista também cheio de fé e esperança, redobrou ele a fé e o entusiasmo de seu pai. E Domingos Innecchi sente ainda mais vigor, iniciando a segunda fase de sua vida".
Quase trinta anos depois de chegar ao Brasil, Domingos, agora acompanhado pelo filho, montou uma fábrica de camas de ferro sob a razão social de Domingos Innecchi & Filho. Foi a primeira indústria do gênero fundada em Ribeirão Preto. Com vendas para toda a região, os negócios dos Innecchi seguiram progredindo e a eles somou-se a abertura, em 1915, de um pastifício com uma produção diária média de 7.000 kgs de massa, que era “considerada uma das mais perfeitas de São Paulo” (Diário da Manhã, 28/03/1952).
Paschoal Innecchi assumiu a direção dos negócios da família que passam a se chamar agora Indústrias Paschoal Innecchi. Cinco anos após a abertura do pastifício, foi construída uma edificação com características fabris. O prédio foi construído na esquina das ruas José Bonifácio e Mariana Junqueira, no ano de 1920. Em 1924, Paschoal Innecchi importou da Itália um maquinário moderno para os padrões da época e da região. E no ano seguinte, criou uma panificadora.
Em 1942, os filhos de Paschoal passam a trabalhar com o pai e uma nova modificação na razão social das empresas foi feita, passando a chamar Indústrias Innecchi Ltda. Em 1945, compram uma fábrica de sabão, onde o químico Francisco, um dos filhos de Paschoal, ajudou a elaborar produtos que tiveram grande aceitação no mercado regional: sabão Cisne, xampu líquido Inel e sabonete Rib, eram alguns dos produtos da fábrica, que antes dos Innecchi, pertencera aos irmãos Vecchi. Esta fábrica estava instalada na Rua Capitão Salomão, nos Campos Elíseos.
Mesmo vivendo e trabalhando com o pai em Ribeirão Preto, durante uma breve estada na Itália, Paschoal casou-se com Amélia Filizola e a trouxe pra Ribeirão Preto. Tiveram três filhos: Domingos (em homenagem ao patriarca), Francisco e Mário. Ermelinda Schettini era sobrinha de Amélia e foi criada a partir da adolescência pelo casal. O núcleo principal da família era formado por Domenico e sua esposa, Paschoal, Amélia, seus três filhos e a sobrinha, intimamente chamada por Linda.
Bem sucedidos economicamente, os Innecchi eram ainda assim, imigrantes italianos, logo, não faziam parte da elite tradicional, basicamente formada por sobrenomes portugueses. Há um episódio na memória da cidade que conta que o pedido de associação de Paschoal Innecchi junto a Recra, (Sociedade Recreativa e de Esportes de Ribeirão Preto) teria sido negado pela instituição por conta de sua nacionalidade, e que por isso, ele teria construído um palacete imponente ao lado do clube. O Palacete Innecchi, como ficou conhecido, ficava onde hoje está a agência do Banco Itaú, na Rua Duque de Caxias, esquina com a Rua Barão do Amazonas. A família mudou-se para lá em 1932, mas não se tem informações de quando e porque mudaram dali. Entre os anos de 1955 e 1969, o palacete abrigou a Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto. Mais tarde, foi demolido depois do ano de 1969, quando deixou de abrigar a atual Escola de Enfermagem da USP de Ribeirão Preto.
Depois da morte de Amélia, Paschoal casou-se com a sobrinha de sua esposa, Ermelinda Schettini, que ajudara a criar desde a adolescência. Sabe-se que Paschoal Innecchi morreu em 1961.
Sentados: Ermelinda Schettini, Sra. e Sr. Domenico Innecchi.
Nota do blog: Texto de Ana C. Vannucchi adaptado por mim.
Nenhum comentário:
Postar um comentário