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sábado, 16 de setembro de 2023

Jogo de Inauguração do Estádio Vasco da Gama / Estádio São Januário, 21/04/1927, Vasco da Gama, Rio de Janeiro, Brasil


 



Jogo da Inauguração do Estádio Vasco da Gama / Estádio São Januário, 21/04/1927, Vasco da Gama, Rio de Janeiro, Brasil
Rio de Janeiro - RJ
Fotografia


Iniciada as obras, o processo de erguimento do "Gigante de concreto" entrou em ritmo acelerado. Em pouco mais de 10 meses depois do lançamento da pedra fundamental, o Vasco da Gama dava ao Brasil o maior estádio da América do Sul. A área construída foi de 11 mil m², com capacidade inicial de 30 mil pessoas (apenas a Social e a Arquibancada que é oposta). A obra custou 1 mil e 200 contos de réis, sem o fornecimento de cimento e armação, que ficaram por conta do Vasco. O Clube forneceu 252 toneladas de ferro e 6.600 barris de cimento, para erguer uma estrutura excepcional de concreto (uma parte de cimento, duas e meia de areia e três e meia de pedra britada). De um refinado estilo neocolonial, a imponente fachada, do colossal stadium, obra do arquiteto português Ricardo Severo, chamava a atenção do público carioca. Uma multidão foi assistir a partida inaugural, um Vasco x Santos, no dia 21 de abril de 1927. O major português Manoel Joaquim Sarmento de Beires, comandante do avião Argos, cortou a fita inaugural ao lado do presidente do Vasco, Raul da Silva Campos, e do presidente da CBD, Oscar Rodrigues da Costa. Também estava presente o presidente da República, Washington Luís, que assistiu aos eventos da Tribuna de Honra. Na preliminar do jogo principal, houve um embate entre a equipe vascaína de basquete contra o time da Associação Cristã, saindo vencedor o Cruzmaltino. Além disso, também foi disputada uma partida de tênis com duplas mistas. No grande encontro do dia, Vasco e Santos apresentaram um grande espetáculo. O primeiro gol vascaíno no estádio foi de Negrito, aos 44 do 1º tempo, empatando a partida. O Santos havia saído na frente, com o gol de Evangelista, aos 19 da primeira etapa. Inaugurado São Januário, o estádio era então o maior palco de esporte da América do Sul, posto que somente viria a perder em 1930, quando o governo uruguaio construiu o Estádio Centenário, em Montevidéu, para sediar a primeira Copa do Mundo. O estádio vascaíno continuou sendo o maior estádio do Brasil, até a inauguração do Pacaembu, em 1940, construído com recursos públicos do estado de São Paulo. São Januário permaneceu como maior palco do futebol no Rio de Janeiro até 1950, quando foi inaugurado o Maracanã, construído com impostos recolhidos pela Prefeitura do Distrito Federal (Rio de Janeiro) para sediar a Copa do Mundo. São Januário, ao contrário dos demais estádios citados, foi erguido graças à união de sua torcida em prol da demonstração da grandeza do Vasco e uma resposta aos rivais e às elites da época, que objetivavam um futebol apenas para jogadores brancos de boa condição social.

Inauguração do Estádio Vasco da Gama / Estádio São Januário, 21/04/1927, Vasco da Gama, Rio de Janeiro, Brasil







Inauguração do Estádio Vasco da Gama / Estádio São Januário, 21/04/1927, Vasco da Gama, Rio de Janeiro, Brasil
Rio de Janeiro - RJ
Fotografia

sexta-feira, 15 de setembro de 2023

"O Caso do Cimento Belga", 1926, Vasco da Gama, Rio de Janeiro, Brasil - Artigo

 


"O Caso do Cimento Belga", 1926, Vasco da Gama, Rio de Janeiro, Brasil 
Rio de Janeiro - RJ
Artigo


Em 1926, no contexto de construção do estádio, o Vasco solicitou a isenção de impostos da importação do cimento belga do tipo Portland. O Ministério da Fazenda não autorizou, impondo a dificuldade de utilizar o cimento nacional, à época de qualidade inferior, que exigiria mais pedra e areia para compor a liga de concreto. O Estádio de São Januário foi construído exclusivamente com o dinheiro e o suor dos vascaínos, sem qualquer ajuda financeira pelo Estado e, mesmo a importação do melhor cimento, permitida em outras construções, foi negada ao Clube.
Nota do blog: Eram outros tempos, dá para imaginar tal pedido nos dias atuais?

Obras do Estádio Vasco da Gama / Estádio São Januário, 31/10/1926, Vasco da Gama, Rio de Janeiro, Brasil


 

Obras do Estádio Vasco da Gama / Estádio São Januário, 31/10/1926, Vasco da Gama, Rio de Janeiro, Brasil
Rio de Janeiro - RJ
Fotografia

sábado, 2 de setembro de 2023

Mastro do Tymbira, Estádio Vasco da Gama / Estádio São Januário, Vasco da Gama, Rio de Janeiro, Brasil


 



Mastro do Tymbira, Estádio Vasco da Gama / Estádio São Januário, Vasco da Gama, Rio de Janeiro, Brasil
Rio de Janeiro - RJ
Fotografia

O mastro do Tymbira foi instalado no campo do Estádio de São Januário no dia 23 de agosto de 1936, para ser o mastro principal do estádio. Ele foi doado pela Marinha do Brasil através do seu ministro à época, o almirante Alexandrino de Alencar.
A doação ocorreu na presidência administrativa de Jorge Bhering de Oliveira Mattos. O mastro pertenceu ao cruzador torpedeiro Tymbira da esquadra brasileira. O navio era movido a vapor e foi construído no estaleiro Germânia, em Kiel (Alemanha).
Incorporado à Marinha brasileira no ano de 1896, inicialmente, recebeu o nome de Caramuru, mas o rebatizaram como Tymbira, em homenagem a um guerreiro indígena. O cruzador torpedeiro possuía 86.04 m de comprimento total, era munido com dez canhões (2 de 100 mm, 6 de 57 mm e 2 de 37 mm), mais duas metralhadoras de 25 mm e três tubos lança torpedos, tinha uma tripulação de 155 pessoas e alcançava uma velocidade média de até 22.5 nós (41,67 quilômetros por hora).
O mastro monstro (nome dado pela imprensa na época) foi inaugurado no dia 23 de agosto de 1936, e as obras para erguê-lo foram iniciadas em maio do mesmo ano.
O engenheiro geral da Cidade do Rio de Janeiro João Gualberto Marques Porto foi o responsável pelas obras e afirmou que o mastro não era apenas uma obra particular e sim um monumento para cidade e um símbolo para o esporte como um todo.
Foram precisos dois guindastes de concreto para erguer o monumento de nove toneladas no Estádio São Januário. Ao final, o mastro Tymbira ficou com 50 metros de altura e, na época, passou a ser o maior mastro da América do Sul e ficou popularmente conhecido como Mastro do Relógio.
Seguindo a tradição do Clube, no mastro obrigatoriamente tremulam as bandeiras do Brasil, Portugal, Rio de Janeiro e do Vasco da Gama.

Obras do Estádio Vasco da Gama / Estádio São Januário, Vasco da Gama, Rio de Janeiro, Brasil


 

Obras do Estádio Vasco da Gama / Estádio São Januário, Circa 1925, Vasco da Gama, Rio de Janeiro, Brasil
Rio de Janeiro - RJ
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Nota do blog 1: No local onde hoje encontra-se a Barreira do Vasco havia um casarão da antiga "Chácara do Bastos", também chamada de "Chácara do Pedregulho", popularmente conhecida pelos vascaínos como "Chacrinha do Imperador". Essa elevação de terra teria inspirado a alcunha "Colina Histórica" ou "Gigante da Colina", que inicialmente fazia referência ao estádio e, ao longo do tempo, ao próprio Vasco da Gama. Entre as décadas de 20 e 30 do século XX, a colina foi desbastada. A Chácara do Bastos leva o sobrenome de Antônio José Gomes Pereira Bastos, o Barão Pereira Bastos, dono da Imperial Fábrica de Cerveja. Bastos era proprietário da área no final da primeira metade e início da segunda metade do século XIX. O terreno servia para a produção de diversos frutos e plantas, como a cevada.
Nota do blog 2: Para quem não sabe, "Barreira do Vasco" é uma favela. É conhecida por ser próxima do Estádio São Januário, sede do Vasco da Gama, e perto do Centro Cultural de Tradições Nordestinas, a popular Feira de São Cristóvão.

Manoel Joaquim Pereira Ramos Mostra o Terreno Onde Será Construído o Estádio Vasco da Gama / Estádio São Januário, Circa 1925, Vasco da Gama, Rio de Janeiro, Brasil


 



Manoel Joaquim Pereira Ramos Mostra o Terreno Onde Será Construído o Estádio Vasco da Gama / Estádio São Januário, Circa 1925, Vasco da Gama, Rio de Janeiro, Brasil
Rio de Janeiro - RJ
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No dia 28 de março de 1925, o Vasco da Gama adquiriu o terreno para a construção do seu estádio. A área foi comprada da Sociedade Anonima Lameiro. O valor do terreno, uma área de 55.445 m2, foi de 609:895$000 (seiscentos e nove contos e oitocentos e noventa e cinco mil réis). O responsável pela busca do terreno foi o dirigente vascaíno Manoel Joaquim Pereira Ramos. Ele encontrou a grande área onde hoje está erguido o Estádio São Januário, na encosta do Morro do Pedregulho, no bairro de São Cristóvão, na zona norte do Rio de Janeiro.

quinta-feira, 31 de agosto de 2023

Vista Aérea do Estádio Vasco da Gama / Estádio São Januário, Vasco da Gama, Rio de Janeiro, Brasil


 

Vista Aérea do Estádio Vasco da Gama / Estádio São Januário, Vasco da Gama, Rio de Janeiro, Brasil
Rio de Janeiro - RJ
Fotografia

Fachada do Estádio Vasco da Gama / Estádio São Januário, Vasco da Gama, Rio de Janeiro, Brasil


 

Fachada do Estádio Vasco da Gama / Estádio São Januário, Vasco da Gama, Rio de Janeiro, Brasil
Rio de Janeiro - RJ
Fotografia

Fachada do Estádio Vasco da Gama / Estádio São Januário, 1970, Vasco da Gama, Rio de Janeiro, Brasil


 

Fachada do Estádio Vasco da Gama / Estádio São Januário, 1970, Vasco da Gama, Rio de Janeiro, Brasil
Rio de Janeiro - RJ
Fotografia

Propaganda "Construções de Cimento Armado Christiani & Nielsen", Rio de Janeiro, Brasil




 

Propaganda "Construções de Cimento Armado Christiani & Nielsen", Rio de Janeiro, Brasil
Propaganda


Nota do blog: O contrato entre o Vasco e a construtora Christiani & Nielsen foi firmado em 17 de abril de 1926, assinando-o pelo Vasco o então presidente Raul da Silva Campos, e Harald Broe, pela empresa construtora. A Christiani & Nielsen tem origem dinamarquesa e seus fundadores foram o engenheiro Rudolf Christiani e capitão de Marinha Aage Nielsen. Alguns anos antes (1923/1924), a empresa foi responsável pela construção da sede do Jockey Club (atual Jockey Club Brasileiro).


quarta-feira, 30 de agosto de 2023

Fachada do Estádio Vasco da Gama / Estádio São Januário, 1927, Vasco da Gama, Rio de Janeiro, Brasil


 

Fachada do Estádio Vasco da Gama / Estádio São Januário, 1927, Vasco da Gama, Rio de Janeiro, Brasil
Rio de Janeiro - RJ
Fotografia

Fachada do Estádio Vasco da Gama / Estádio São Januário, Vasco da Gama, Rio de Janeiro, Brasil





 

Fachada do Estádio Vasco da Gama / Estádio São Januário, Vasco da Gama, Rio de Janeiro, Brasil
Rio de Janeiro - RJ
Fotografia


Além da sua rica história, São Januário também encanta por conta da beleza de sua arquitetura, que preservada até hoje, dá ao estádio um charme todo especial. A linda fachada da Colina Histórica, em estilo neocolonial, é tombada pela cidade do Rio de Janeiro.
O projeto de São Januário foi obra do arquiteto português Ricardo Severo da Fonseca e Costa (1869-1940) e executado pela firma dinamarquesa Cristiani & Nielsen. A belíssima fachada é produzida no estilo neocolonial, que valoriza as raízes luso-brasileiras. Ela ocupa cerca de 274 metros de frente para a Rua General Almério de Moura (antiga Rua Abílio). A fachada e algumas áreas internas são ornamentadas por desenhos em azulejos, obras de arte fabricadas pelo desenhista e pintor, também português, Jorge Colaço (1868-1942).
A fachada da Colina impressiona, dando um ar especial ao estádio. Ela tem o frontão curvilíneo, varandas coloniais, uma fileira de janelas com arcos, telhas canais e uma riqueza de detalhes. O lado de dentro também é encantador, como as sociais e sua imponente marquise, a histórica tribuna de honra, a entrada social.
É preciso esclarecer uma coisa sobre o tombamento da fachada de São Januário. Ela não está na lista de bens preservados e protegidos do IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) e também ao INEPAC (Instituto Estadual do Patrimônio Cultural), mas sim na da cidade do Rio de Janeiro. Sendo assim, o patrimônio cruz-maltino tem a proteção apenas da prefeitura.
Na época em que o Vasco estava planejando a construção de São Januário, o projeto atual não foi o único apresentado. Segundo Walmer Peres, historiador do Centro de Memória do Vasco, um deles era para um estádio com capacidade para 100 mil pessoas.
- Existiam outros projetos para a construção do estádio. Inclusive, foi pensado um estádio para mais de 100 mil torcedores. A fachada que hoje é neocolonial seria neoclássica. Só que não foram à frente, escolheram esse projeto atual e é o que está aí até hoje – conta o historiador.
Essa outra proposta para São Januário era mais complexa e imponente. Além da fachada em estilo neoclássica bem elaborada, ele teria o anel completo. Walmer disse que o projeto atual também contava com o estádio todo fechado, mas acabou não acontecendo. Ele acredita que um dos motivos para isso e o projeto dos 100 mil não ter sido escolhido foi o alto custo.
- É um esforço econômico muito grande. Na época da construção, faltou fôlego econômico porque o clube precisava formar equipes. O esforço econômico para isso, que nunca foi feito por nenhum outro clube do Rio de Janeiro, tem seu preço. Então, o Vasco não poderia jogar tudo que ele tinha na construção de um estádio somente e deixar de formar sua equipe. Chega um momento que para e com o passar dos anos, vamos dizer assim, esse formato atual de ferradura acabou permanecendo e caiu nas graças do Vasco e dos torcedores. Poderia ter sido fechado, mas acabou não indo, talvez por falta de um fôlego financeiro maior. Mas o esforço já era gigantesco – disse Walmer.