Fachada do Estádio Vasco da Gama / Estádio São Januário, Vasco da Gama, Rio de Janeiro, Brasil
Rio de Janeiro - RJ
Fotografia
Além da sua rica história, São Januário também encanta por conta da beleza de sua arquitetura, que preservada até hoje, dá ao estádio um charme todo especial. A linda fachada da Colina Histórica, em estilo neocolonial, é tombada pela cidade do Rio de Janeiro.
O projeto de São Januário foi obra do arquiteto português Ricardo Severo da Fonseca e Costa (1869-1940) e executado pela firma dinamarquesa Cristiani & Nielsen. A belíssima fachada é produzida no estilo neocolonial, que valoriza as raízes luso-brasileiras. Ela ocupa cerca de 274 metros de frente para a Rua General Almério de Moura (antiga Rua Abílio). A fachada e algumas áreas internas são ornamentadas por desenhos em azulejos, obras de arte fabricadas pelo desenhista e pintor, também português, Jorge Colaço (1868-1942).
A fachada da Colina impressiona, dando um ar especial ao estádio. Ela tem o frontão curvilíneo, varandas coloniais, uma fileira de janelas com arcos, telhas canais e uma riqueza de detalhes. O lado de dentro também é encantador, como as sociais e sua imponente marquise, a histórica tribuna de honra, a entrada social.
É preciso esclarecer uma coisa sobre o tombamento da fachada de São Januário. Ela não está na lista de bens preservados e protegidos do IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) e também ao INEPAC (Instituto Estadual do Patrimônio Cultural), mas sim na da cidade do Rio de Janeiro. Sendo assim, o patrimônio cruz-maltino tem a proteção apenas da prefeitura.
Na época em que o Vasco estava planejando a construção de São Januário, o projeto atual não foi o único apresentado. Segundo Walmer Peres, historiador do Centro de Memória do Vasco, um deles era para um estádio com capacidade para 100 mil pessoas.
- Existiam outros projetos para a construção do estádio. Inclusive, foi pensado um estádio para mais de 100 mil torcedores. A fachada que hoje é neocolonial seria neoclássica. Só que não foram à frente, escolheram esse projeto atual e é o que está aí até hoje – conta o historiador.
Essa outra proposta para São Januário era mais complexa e imponente. Além da fachada em estilo neoclássica bem elaborada, ele teria o anel completo. Walmer disse que o projeto atual também contava com o estádio todo fechado, mas acabou não acontecendo. Ele acredita que um dos motivos para isso e o projeto dos 100 mil não ter sido escolhido foi o alto custo.
- É um esforço econômico muito grande. Na época da construção, faltou fôlego econômico porque o clube precisava formar equipes. O esforço econômico para isso, que nunca foi feito por nenhum outro clube do Rio de Janeiro, tem seu preço. Então, o Vasco não poderia jogar tudo que ele tinha na construção de um estádio somente e deixar de formar sua equipe. Chega um momento que para e com o passar dos anos, vamos dizer assim, esse formato atual de ferradura acabou permanecendo e caiu nas graças do Vasco e dos torcedores. Poderia ter sido fechado, mas acabou não indo, talvez por falta de um fôlego financeiro maior. Mas o esforço já era gigantesco – disse Walmer.
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