quinta-feira, 31 de agosto de 2023

Praça Cel. José Leitão, 1957, Santaluz, Bahia, Brasil


 

Praça Cel. José Leitão, 1957, Santaluz, Bahia, Brasil
Santaluz - BA
Fotografia


O município de Santaluz/BA foi fundado em 1880 onde hoje é a Estação, por José Lopes. 
Outra versão diz que há referências à existência, já em 1850, de alguns moradores na fazenda Morro dos Lopes, também fundada pela família Lopes. Mas, oficialmente, é considerada a fundação de 1880, daí começando a cidade de Santaluz/BA.
O livro de "Estatísticas da Bahia" relata a compra de uma área de terra pelo Sr. Manoel Amâncio da Cunha, de Conceição do Coité, ao Sr. Antônio Lopes da Silva, da Fazenda Santa Luzia (onde originou-se Santaluz), compra realizada em 1868. Os fundadores eram de Portugal. A primeira compradora da fazenda foi Maria Joaquina do Amor Divino, uma viúva portuguesa. Em 1887 chegou o Cel. José Leitão, da cidade de Pesqueira/PE, que, também, era português. Depois, chegou a família Cardoso, de Monte Santa/BA, Viana de Gavião/BA, Góes de Nordestina/BA, Carvalho de Araci/BA, entre outras localidades.
Santaluz passou a distrito em 1919, o primeiro projeto para torná-la cidade foi em 1923. Essas iniciativas culminaram na emancipação de Santaluz no dia 18 de julho de 1935. O primeiro prefeito foi Ezequiel Cardoso da Costa, que tomou posse no dia 1º de Setembro de 1935, no Lira Popular Santa Luziense.
No decorrer de sua história aconteceram fatos interessantes, como o surgimento da primeira feira livre em 1890, onde as mercadorias eram trocadas. Nessa época teve o primeiro delegado, Elias da cidade de Queimadas. Em 1897, passou por Santaluz o escritor Euclides da Cunha, com destino a Canudos para escrever sua história. Assim que voltou, escreveu o livro “Os Sertões”, que retrata o nome de "Santa Luzia", atual Santaluz.
Passou em 1907 o Presidente da República Afonso Pena, com o destino a Juazeiro da Bahia. Um fato que marcou muito foi a passagem de Rui Barbosa aqui em 1919, onde discursou na Estação para uma multidão. Ele estava fazendo campanha para Presidente da República, quando na oportunidade perdeu a eleição para Epitácio Pessoa. Vinha lhe acompanhando o jornalista Simões Filho, fundador do jornal "A Tarde".
Neste mesmo ano de 1919, foi morto aqui o cangaceiro Pereira, por Dizidério Lopes. Este cangaceiro foi antes de Lampião. Sobre Lampião, quando este entrou em Queimadas, no dia 29 de Dezembro de 1929, matou sete soldados e deixou vivo o Sargento Evaristo, filho de Santaluz, a pedido de uma senhora chamada Santinha. Ele dirigiu para vir aqui em Santaluz, mas quando soube que sua padroeira era Santa Luzia, voltou do caminho, pois tinha feito uma promessa por ter seu olho direito cego, que toda cidade que tivesse como padroeira Santa Luzia, ele não atacaria. Esse foi o motivo que fez com que Lampião não entrasse em Santaluz. Mas, segundo os mais antigos, Lampião esteve aqui em 1916, antes de ser cangaceiro, seu pai era tropeiro e percorriam o Nordeste com entrega de carnes. Inclusive, esteve em Monte Santo, Cansanção, Capim Grosso. Em uma entrevista que Lampião deu em 1932 no Ceará, ele confirmou o fato. Ele descansou com seu pai, onde hoje é a Magnesita, a conhecida Mina, em baixo de um pé de Baraúna que até pouco tempo existia. Mas, como cangaceiro nunca esteve aqui, embora falem que esteve no Morro dos Lopes, tratando-se de lenda, sem nenhum respaldo de verdade.
Tivemos em Santaluz a presença de cantores famosos como Luiz Gonzaga, em 1968, cantou onde hoje é o Açougue Municipal, na época era um cinema. Neste mesmo local também cantaram Altemar Dutra, Severino Januário, irmão de Luiz Gonzaga, Trio Nordestino, Waldick Soriano, entre outros. Depois tivemos a presença de cantores, onde hoje é a CDL, Reginaldo Rossi se apresentou no Coronel Ludugero, e no Lira Cultural se apresentou Ângela Maria, Osvaldo Fahel, Agnaldo Raiol e outros.
No futebol também tivemos história, quando aqui jogou em 1965, 74 e 92 o Esporte Clube Bahia, com suas equipes titulares. Com jogadores, como Biriba, Henricão, Gilson Porto, Baiaco, Mário Braga entre outros. O Vitória jogou em 1966, 74 e 84 com jogadores como Mário Sergio, Osni, André Catimba etc. Jogaram outras equipes da capital como Ipiranga, Botafogo/BA, Leônico, Fluminense de Feira etc. No campo desse esporte houveram muitos craques em Santaluz, mas o destaque maior foi Mário Filipe Pedreira (Onça), que foi ídolo no Flamengo/RJ, jogou no Bahia, no Sergipe, Sport, entre outras equipes, chegando a marcar Pelé, Jairzinho, Roberto do Botafogo e outros craques. Depois foi treinador de futebol. Tivemos outro jogador de nome, Jorge Góes, que jogou no Bahia de 1932 a 1943, chegando até no Palmeiras/SP.
Nas artes tivemos Guido Guerra, escritor de renome nacional, que faleceu em 2006. Esteve em Santaluz, palestrando, em 1978, 1983 e 2005. Como artista plástico, temos José Thiago Filho, Mauritano, Rogério Baldoíno Helton Vieira e outros.
Eu, Nelci Lima da Cruz como cordelista, já escrevi 120 livros; escrevi sem ser em cordel a "História de Santaluz", "Causos de Santaluz", "Minhas Sinceras Poesias", "Exemplos para Humanidade", "Vida e Trajetória de Um Mito Chamado Luiz Gonzaga", entre outros. E como historiador retrato várias historias, com Lampião, Antônio Conselheiro, futebol, religião, Santaluz, etc.
Texto de Nelci Lima da Cruz adaptado e corrigido pelo blog.
Aspectos Históricos:
A Colonização:
A partir de 1534 com a divisão do Brasil em Capitanias Hereditárias também começou a instituição da sesmarias nas terras brasileiras.
Na Bahia a posse das grandes sesmarias ficou com as famílias Dias de Ávila Pereira e Guedes de Brito.
Antônio Guedes de Brito foi proprietário das terras que iam do litoral aos sertões da Bahia.
O desbravamento primitivo da região de Queimadas, a qual pertencia Santaluz, processou-se antes de 1700, quando bandeiras rumaram em busca das minas de ouro de Jacobina. O território era habitado por tribos indígenas nômades que não deixaram o nome, mas delas ficaram vestígios, após sua destruição pelos bandeirantes que passavam rumo às minas de Jacobina.
Essa região originou-se de duas fazendas pertencentes a Dona Izabel Maria Guedes de Brito, da família do sesmeiro Antônio Guedes de Brito. Dona Izabel Guedes de Brito, viúva do Cel.  Antônio da Silva Pimentel, franqueou terras a quem quisesse habitar lá, assim começando o povoamento do local.
Fundamentos do Município:
Há várias versões sobre o histórico do município de Santaluz. Versões estas que dão o seguinte relato:
As terras da fazenda Santa Luzia eram de propriedade de uma viúva portuguesa, que tinha como procurador o português Antônio Lopes da Silva, que comprou a fazenda da citada viúva, passando a lá residir com sua família. Depois de algum tempo veio a nascer Manoel Lopes da Silva.
Manoel Lopes da Silva casou-se com a senhora Mariquinha, de cujo matrimônio nasceram 12 (doze) filhos, sendo 10 (dez) mulheres e 02 (dois) homens, que se chamaram José Lopes da Silva e Joaquim Lopes da Silva. Este fato data de 1880.
A principal casa da fazenda de propriedade de José Lopes da Silva ficava nas imediações da "Viação Férrea Federal Leste Brasileiro", mais tarde desapropriada pelo governo para ser utilizada como área de reserva da referida ferrovia.
De acordo com o primeiro traçado, a ferrovia passaria no Morro dos Lopes, onde seria construída a estação, o que não foi realizado devido a oposição do proprietário da fazenda, Joaquim Lopes da Silva.
Decorridos quatro anos, em 1884, inaugurou-se a Estação Ferroviária de Santa Luzia (atual Santaluz).
Com a expectativa do desenvolvimento do município, logo surgiram diversas casas, afluindo considerável número de pessoas que residiam nas adjacências. Poucos anos depois,  o ato estadual de 28 de julho de 1890, criou o distrito policial com sede no arraial de Santa Luzia, no município de Queimadas.
Mais tarde, pela Lei Municipal número 11, de 4 de abril de 1918,  aprovada pela Lei Estadual número 1298, de 6 de maio de 1919, foi o arraial de Santa Luzia elevado à categoria de sede de distrito de paz, ocorrendo sua instalação em 20 de setembro de 1920.
Baseado em pesquisas efetuadas  nos canais do arquivo público da Bahia,  supõe-se que a viúva portuguesa seja pertencente à família Guedes de Brito (Casa da Ponte), proprietária da sesmaria a qual pertencia está região.
Domiciliaram-se nesta localidade os cidadãos portugueses José Martins Leitão e sua família, vindos de Pesqueira, estado de Pernambuco, em agosto de 1887, tendo como primeira residência uma casa construída por um oficial da província de Estância em 1883 aproximadamente, no local onde se acha hoje a construção da Prefeitura Municipal. Cel. Manoel Sabino dos Santos, Tenente Eduardo Cardoso de Santana Costa, Manoel Pereira, professor Benício Viana e outros naturais deste estado, os quais foram comprando partes da fazenda e começando as construções. Nesse tempo começou o desenvolvimento comercial, o comércio de peles, iniciado pelo Cel. José Leitão.
As primeiras casas construídas foram a da família Lopes, do Cel. Manoel Sabino e da família Leitão.
A capela local que tem o nome da padroeira Santa Luzia foi construída pelo Cel. José Leitão e Manoel Sabino. Recebeu esse nome porque a família Lopes era devota da santa.

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