Propaganda "Abertura da Mappin Stores", 1913, Mappin Stores, São Paulo, Brasil
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Muitos estabelecimentos comerciais marcam a história das grandes cidades. São empresas muitas vezes centenárias que acompanham a evolução da região onde foram instaladas, marcando gerações e gerações de pessoas através dos tempos. Em São Paulo o nome mais lembrado é, sem dúvida, o Mappin, que estaria celebrando mais de um século de existência se não tivesse encerrado suas atividades em 1999.
Sua trajetória em São Paulo começou em 29/11/1913, conforme o anúncio mostrado no post, publicado nos principais jornais paulistanos da época.
A história do Mappin começou na Inglaterra, no século XVIII, quando duas tradicionais famílias de comerciantes da cidade de Sheffield inauguraram uma loja bastante sofisticada para a época. A loja seguiu crescendo e posteriormente mudou-se para Londres, de onde iniciou sua expansão ultramarina, chegando a Buenos Aires nos primeiros anos do século XX.
No final do ano de 1913, surgia em São Paulo. Os irmãos Walter e Hebert Mappin inauguram, na Rua XV de Novembro, a loja brasileira da Mappin Stores, que chegava para concorrer de frente com a tradicional Casa Allemã (grafia da época), fundada no século XIX, localizada na Rua Direita.
O Mappin era um espaço bastante refinado, eram vendidos apenas produtos de origem importada, além de serviços como barbearia e salão de chá, que logo o tornaram o principal espaço paulistano destinado ao "chá das cinco" (five o’clock tea).
A loja se tornou não somente um paraíso de compras da elite paulistana, como também um ponto de encontro das damas da cidade, que vinham até o Mappin não apenas para compras mas para conversar e passar o dia. A loja ficava lotada praticamente o dia todo.
Entre as novidades trazidas pela loja para a cidade de São Paulo, estavam as vitrines de vidro na fachada. Por mais estranho que isso possa parecer, até a chegada do Mappin não haviam vitrines deste tipo, as pessoas precisavam entrar dentro da loja para observar os produtos à venda. Tal novidade foi uma vantagem muito grande para eles, tanto que logo seus concorrentes passaram a usar do mesmo expediente.
Com o intenso movimento do público e mais produtos chegando, a loja da Rua XV de Novembro ficou pequena para acomodar tantas novidades e tornou-se apertada para os clientes. Assim, com apenas seis anos de existência, o Mappin mudou-se dali, em 1919, para seu novo endereço, na Praça do Patriarca, onde ficaria por duas décadas.
No final da década de 20 veio a crise de 1929, que esfriou a economia do mundo todo. A crise também atingiu o Mappin, que com ela e também a crise no mercado de café em virtude da quebra da bolsa de Nova York, viu sua clientela de elite reduzir consideravelmente. Para adaptar-se a esta nova realidade econômica, o Mappin inovou mais uma vez sendo o pioneiro a introduzir etiquetas de preços nas vitrines, atraindo consumidores de camadas mais baixas. Com isso surgiria outra novidade na loja, o "crediário".
E desta forma o Mappin ganhou fôlego, retomou o crescimento e pode novamente pensar em sua expansão, para um novo prédio na Praça Ramos de Azevedo. A mudança para este novo endereço ocorreria em 1939.
Alguns anos depois, na segunda metade da década de 40, o Mappin começaria a sentir o peso da aceleração da economia brasileira, que atraiu novos concorrentes. A empresa passou a ter dificuldades e acabou sendo vendida, passando a ser controlada pelo advogado e empresário do ramo do café, Alberto Alves Filho.
O novo administrador promoveria uma série de mudanças na operação da empresa, como a substituição dos produtos importados pelos nacionais, novas políticas de crediário e de funcionamento da empresa, além da mudança de razão social, passando a chamar-se "Casa Anglo-Brasileira S/A". O empresário Alberto Alves Filho seguiu inovando a frente do Mappin, tornando a empresa cada vez mais popular, inclusive abrindo seu capital em 1972. Ele seguiria no comando do Mappin até falecer em 1982.
Mesmo com o falecimento do empresário, o Mappin não parava de crescer. Em 1983 foi considerada a empresa do ano e, em 1984, uma pesquisa realizada pelo Instituto Gallup apontou que 97% dos paulistanos conheciam a empresa, sendo que 67% deles já haviam comprado em alguma de suas lojas. Com esses bons números, a empresa continuava a adquirir as operações de seus concorrentes.
Porém, em 1991, o Mappin seguindo em seu plano de expansão, comprou as cinco lojas da Sears, e, talvez, foi partir daí que o grupo começou a ficar maior do que deveria ou permitia sua situação financeira.
Em 1995 a empresa anunciou o maior prejuízo financeiro de sua história, quase 20 milhões de reais. O prejuízo foi deixando a empresa cada vez mais em dificuldades, levando aos rumores de que a herdeira e empresária Cosette Alves estaria preparando a venda da companhia. Embora ela tenha resistido, sendo por muito tempo contrária a ideia da venda, acabou convencida pelo empresário Ricardo Mansur.
Em 1996 Mansur comprou o Mappin por 25 milhões de reais, prometendo novo fôlego para a empresa. Uma de suas ideias era transformar o Mappin em uma rede de franquias e abrir pelo menos quarenta novas lojas espalhadas pelo Brasil.
Entretanto nenhuma dessas ideias deu certo, o Mappin entrou novamente em crise, desta vez muito mais profunda, o que levou a empresa em 1999 a acumular 300 pedidos de falência, além de uma dívida de 1.2 bilhão de reais. Assim, diante dessa situação, 86 anos depois de sua fundação, o Mappin encerraria suas atividades, deixando para trás funcionários, clientes e uma história construída na cidade de São Paulo.
Em 2010 a Rede Marabraz adquiriu, em leilão público, os direitos sobre a marca Mappin em todo o Brasil. A compra atingiu o valor de 5 milhões de reais, valor 60% menor que a avaliação judicial, que ficou em 12 milhões.
Os novos proprietários já reativaram a marca e estão em pleno funcionamento(www.mappin.com.br).
Em 1995 a empresa anunciou o maior prejuízo financeiro de sua história, quase 20 milhões de reais. O prejuízo foi deixando a empresa cada vez mais em dificuldades, levando aos rumores de que a herdeira e empresária Cosette Alves estaria preparando a venda da companhia. Embora ela tenha resistido, sendo por muito tempo contrária a ideia da venda, acabou convencida pelo empresário Ricardo Mansur.
Em 1996 Mansur comprou o Mappin por 25 milhões de reais, prometendo novo fôlego para a empresa. Uma de suas ideias era transformar o Mappin em uma rede de franquias e abrir pelo menos quarenta novas lojas espalhadas pelo Brasil.
Entretanto nenhuma dessas ideias deu certo, o Mappin entrou novamente em crise, desta vez muito mais profunda, o que levou a empresa em 1999 a acumular 300 pedidos de falência, além de uma dívida de 1.2 bilhão de reais. Assim, diante dessa situação, 86 anos depois de sua fundação, o Mappin encerraria suas atividades, deixando para trás funcionários, clientes e uma história construída na cidade de São Paulo.
Em 2010 a Rede Marabraz adquiriu, em leilão público, os direitos sobre a marca Mappin em todo o Brasil. A compra atingiu o valor de 5 milhões de reais, valor 60% menor que a avaliação judicial, que ficou em 12 milhões.
Os novos proprietários já reativaram a marca e estão em pleno funcionamento(www.mappin.com.br).
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