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segunda-feira, 2 de agosto de 2021

Sobrado, Rua Caetano Pinto, Brás, São Paulo, Brasil

 





Sobrado, Rua Caetano Pinto, Brás, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia

A Rua Caetano Pinto é um interessante endereço do bairro paulistano do Brás. Por ali existiu por décadas a fábrica do tradicional Biotônico Fontoura e também o famoso Laboratório Anakol, responsável por fabricar até 1996 o popularíssimo creme dental Kolynos.
Nesta mesma rua também está localizada, bem na esquina com a Avenida Rangel Pestana, o Palacete Rega, erguido por um farmacêutico napolitano no ano de 1926.
Quatro anos mais antigo que o outrora elegante palacete de Carlos Rega, e também muito bonito, é este sobrado de 1922, construído na mesma rua, apenas alguns metros adiante.
Trata-se de um amplo sobrado que se prolonga pela Rua Sobral e que chama a atenção pela sua arquitetura interessante, mesmo estando em péssimo estado de conservação.
O andar superior possivelmente era (e ainda é) utilizado para fins residenciais, enquanto o térreo para propósitos comerciais. É possível notar que há dois acessos ao andar de cima, um para o apartamento maior pela Rua Caetano Pinto – possivelmente a residência do proprietário – e outra entrada pela Rua Sobral dando acesso a apartamento(s) menor(es), observe a porta vermelha.
Já quanto ao andar térreo, de destino comercial, não foi possível descobrir que tipo de comércio existiu originalmente, entretanto, na década de 1960, funcionou um estabelecimento chamado “Casa Andaluz”, possivelmente de propriedade de algum imigrante de origem espanhola. É sabido que entre os anos 1950-1980, auge da fábrica do Biotônico Fontoura, a rua tinha muitos estabelecimentos como bares, restaurantes e farmácia para atender aos funcionários da fábrica. Pouco tempo atrás funcionava uma serralheria, porém, nos últimos meses, encontra-se fechado.
A condição do imóvel ainda é boa, apesar de deteriorado. No frontão podemos notar que um brasão (lado direito) caiu ou foi removido. No centro do edifício o símbolo com o ano da construção persiste bravamente.
Logo abaixo dele, sobre as janelas da sacada, é possível observar que existiu um grande adorno decorado com ramos de café. Boa parte foi destruída mas um pouco sobreviveu para contar a história. Por fim as sacadas de ferro estão ainda bem preservadas e as portas comerciais são das antigas, de enrolar com lâminas estreitas.
Ficamos na torcida por uma reforma que preserve as características do imóvel ao invés de uma demolição (que infelizmente vem se tornando comum no bairro). Texto de Douglas Nascimento.
Nota do blog: Data 2021 / Crédito para Douglas Nascimento.

sexta-feira, 29 de março de 2019

Rua Caetano Pinto, Brás, 1956, São Paulo, Brasil




Rua Caetano Pinto, Brás, 1956, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia

A rua Caetano Pinto inicia-se no cruzamento com a avenida Rangel Pestana e termina na esquina com a rua Visconde de Parnaíba. Ela foi denominada pelo Ato 972 de 24 de agosto de 1916.
A rua Caetano Pinto, reduto da colônia italiana nos idos de 1910, homenageia o tenente-coronel Caetano Pinto Homem, grande proprietário de terrenos e prédios em São Paulo. Seu nascimento está estimado por volta de 1825 em Portugal e seu falecimento em 1864 na cidade de São Paulo. Ele era filho de Diogo Pinto de Menezes e Mendonça e de Felizarda Joaquina Pinto Castello Branco. Caetano Pinto e outro português, Bento Joaquim de Souza e Castro acentuavam em testamento serem donos cada qual de chácara na freguesia do Brás. Caetano Pinto, especialmente, relatava morar em frente à chácara de propriedade do filho.
O brasense Rubens Ricupero, nascido na rua Caetano Pinto em 1937, ex-ministro da Fazenda no governo Itamar Franco (durante a implantação do Plano Real) e ex-embaixador do Brasil nos EUA, relata no site Revista de História sua infância e adolescência na Caetano Pinto: “Meu mundo, até os 18 anos, era a quintessência do Brás tradicional. Nossa família, uma das últimas a deixar o velho sobrado patriarcal, vivia perto da avenida Rangel Pestana, a algumas centenas de metros da Matriz do Bom Jesus do Brás, ao lado da famigerada rua Caetano Pinto, numa travessa da rua Carneiro Leão. Além dos sobrados e das precárias habitações populares dos cortiços, as ruas daquela zona eram ocupadas por fábricas, armazéns e cantinas, com queijos e linguiças pendurados na entrada como se fossem móbiles”. Ricupero fez o curso primário na Escola Romão Puiggari.
Só havia italianos na Caetano Pinto, influenciados por Nossa Senhora de Casaluce, cuja igreja encontra-se até hoje no número 608. A festa italiana acontece há 115 anos no bairro.
Luiz Peron, lembra o antigo Laboratório Fontoura, fabricante do Biotônico: “Entre 1970 e 1974 trabalhei na Anakol, no mesmo prédio onde a Fontoura Wyeth e Medicamenta Fontoura funcionavam. Da Anakol só ali seus escritórios da Matriz, mas a Wyeth e a Medicamenta (do Biotônico Fontoura) tinham partes fabris... Na Caetano Pinto, após o almoço, a diversão era o passeio pela própria rua... Quitanda do Paulo, olhada nos sapatos da Casa Andaluzia, um cafezinho no bar de dona Maria... E assim, matávamos a hora”.
“Na manhã paulistana de 11 de julho de 1917, sob intenso frio e chuva fina, uma multidão se formou à frente da casa número 91 da rua Caetano Pinto, no bairro do Brás. Desde as sete horas, homens, mulheres e crianças acotovelavam-se e agitavam bandeiras vermelhas à espera do funeral. Por volta das oito horas e trinta minutos, o corpo de José Ignez Martinez deixou a casa dos seus familiares. Um imenso cortejo fúnebre pôs-se em movimento” – jornal Fanfulla de 12/07/1917. Empregado de uma sapataria na rua Caetano Pinto, o espanhol José Martinez fora baleado no peito, no dia anterior, na rua Monsenhor Andrade, e não resistiu aos ferimentos. Os operários faziam várias reivindicações durante a Greve Geral de 1917, pedindo melhores condições de trabalho e aumento salarial.
Nota do blog: Data 1957 / Autoria desconhecida.