Rua Caetano Pinto, Brás, 1956, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia
A rua Caetano Pinto inicia-se no cruzamento com a av. Rangel Pestana e termina na esquina com a rua Visconde de Parnaíba. Ela foi denominada pelo Ato 972 de 24 de agosto de 1916.
A rua Caetano Pinto, reduto da colônia italiana nos idos de 1910, homenageia o tenente-coronel Caetano Pinto Homem, grande proprietário de terrenos e prédios em São Paulo. Seu nascimento está estimado por volta de 1825 em Portugal e seu falecimento em 1864 na cidade de São Paulo. Ele era filho de Diogo Pinto de Menezes e Mendonça e de Felizarda Joaquina Pinto Castello Branco. Caetano Pinto e outro português, Bento Joaquim de Souza e Castro acentuavam em testamento serem donos cada qual de chácara na freguesia do Brás. Caetano Pinto, especialmente, relatava morar em frente à chácara de propriedade do filho.
O brasense Rubens Ricupero,
nascido na rua Caetano Pinto em 1937, ex-ministro da Fazenda no governo Itamar
Franco (durante a implantação do Plano Real) e ex-embaixador do Brasil nos EUA,
relata no site Revista de História sua infância e adolescência na Caetano
Pinto: “Meu
mundo, até os 18 anos, era a quintessência do Brás tradicional. Nossa família,
uma das últimas a deixar o velho sobrado patriarcal, vivia perto da avenida
Rangel Pestana, a algumas centenas de metros da Matriz do Bom Jesus do Brás, ao
lado da famigerada rua Caetano Pinto, numa travessa da rua Carneiro Leão. Além
dos sobrados e das precárias habitações populares dos cortiços, as ruas daquela
zona eram ocupadas por fábricas, armazéns e cantinas, com queijos e linguiças
pendurados na entrada como se fossem móbiles”. Ricupero fez o curso primário na
Escola Romão Puiggari.
Só havia italianos na Caetano
Pinto, influenciados por Nossa Senhora de Casaluce, cuja igreja encontra-se até
hoje no número 608. A festa italiana acontece há 115 anos no bairro.
Luiz Peron, lembra o antigo
Laboratório Fontoura, fabricante do Biotônico: “Entre 1970 e 1974 trabalhei na
Anakol, no mesmo prédio onde a Fontoura Wyeth e Medicamenta Fontoura
funcionavam. Da Anakol só ali seus escritórios da Matriz, mas a Wyeth e a
Medicamenta (do Biotônico Fontoura) tinham partes fabris...Na Caetano Pinto, após o almoço,
a diversão era o passeio pela própria rua... Quitanda do Paulo, olhada nos
Sapatos da Casa Andaluzia, um cafezinho no bar de ‘dona’ Maria... E assim,
matávamos a hora”.
“Na manhã paulistana de 11 de
julho de 1917, sob intenso frio e chuva fina, uma multidão se formou à frente
da casa número 91 da rua Caetano Pinto, no bairro do Brás. Desde as sete horas,
homens, mulheres e crianças acotovelavam-se e agitavam bandeiras vermelhas à
espera do funeral. Por volta das oito horas e trinta minutos, o corpo de José
Ignez Martinez deixou a casa dos seus familiares. Um imenso cortejo fúnebre
pôs-se em movimento” – jornal Fanfulla de 12/7/1917. Empregado de uma sapataria
na rua Caetano Pinto, o espanhol José Martinez fora baleado no peito, no dia
anterior, na rua Monsenhor Andrade, e não resistiu aos ferimentos. Os operários
faziam várias reivindicações durante a Greve Geral de 1917, pedindo melhores
condições de trabalho e aumento salarial.
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