Câmara dos Deputados Brasília
OST - 128x182 - 1951
De autoria de Rafael Falco (1885-1967), a tela "Tiradentes
ante o Carrasco", querida por fotógrafos que buscam simbolismos em sessões
na Câmara dos Deputados, voltou a ser moldura nas reuniões da comissão de
impeachment.
O quadro é de 1951, mas
passou a fazer parte da história em 1959, quando a Casa o recebeu como doação
–o Rio ainda era a capital do país. A tela foi exposta inicialmente na Comissão
de Constituição e Justiça da então sede do Legislativo brasileiro, o Palácio
Tiradentes (que hoje abriga a Assembleia Legislativa do Rio).
Pintor e professor nascido
na Argélia, Falco veio ainda criança ao Brasil. Viveu em Taubaté e São Carlos,
interior de SP.
A cena de "Tiradentes
ante o Carrasco" retrata a manhã de 21 de abril de 1792, quando Joaquim
José da Silva Xavier, mártir da Inconfidência Mineira, preparava-se para
receber a veste branca que condenados à morte usavam durante as execuções.
Por coincidência, o
episódio pintado em óleo sobre tela ocorreu na Cadeia Velha, no Rio, sobre a
qual foi construído o Palácio Tiradentes, sede do Parlamento nacional quando a
tela foi doada.
A imagem do quadro
extrapolou o Poder Legislativo em 1963, quando caiu nas mãos do povo: a
inflação da época obrigou o governo a lançar cédulas de 5.000 cruzeiros e a
cena pintada por Rafael Falco enfeitou o verso das notas.
Em circulação, a cédula
"viu" o golpe de 1964 e os governos Castelo Branco, Costa e Silva,
Médici e Geisel, até ser extinta, em 1974.
Antes de ser pano de fundo
da atual comissão do impeachment, a obra de Falco já ilustrou outro mau momento
do governo Dilma.
Anos depois, foi a vez de Dilma ser retirada de seu cargo, diante de uma acusação menor, ao invés dos inúmeros crimes cometidos por ela e seus partidários...
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