sexta-feira, 22 de março de 2019

Tiradentes Ante o Carrasco, Rio de Janeiro, Brasil (Tiradentes Ante o Carrasco) - Rafael Falco

Tiradentes Ante o Carrasco, Rio de Janeiro, Brasil (Tiradentes Ante o Carrasco) - Rafael Falco
Câmara dos Deputados Brasília
OST - 128x182 - 1951

De autoria de Rafael Falco (1885-1967), a tela "Tiradentes ante o Carrasco", querida por fotógrafos que buscam simbolismos em sessões na Câmara dos Deputados, voltou a ser moldura nas reuniões da comissão de impeachment.

O quadro é de 1951, mas passou a fazer parte da história em 1959, quando a Casa o recebeu como doação –o Rio ainda era a capital do país. A tela foi exposta inicialmente na Comissão de Constituição e Justiça da então sede do Legislativo brasileiro, o Palácio Tiradentes (que hoje abriga a Assembleia Legislativa do Rio).

Pintor e professor nascido na Argélia, Falco veio ainda criança ao Brasil. Viveu em Taubaté e São Carlos, interior de SP.

A cena de "Tiradentes ante o Carrasco" retrata a manhã de 21 de abril de 1792, quando Joaquim José da Silva Xavier, mártir da Inconfidência Mineira, preparava-se para receber a veste branca que condenados à morte usavam durante as execuções.

Por coincidência, o episódio pintado em óleo sobre tela ocorreu na Cadeia Velha, no Rio, sobre a qual foi construído o Palácio Tiradentes, sede do Parlamento nacional quando a tela foi doada.
A imagem do quadro extrapolou o Poder Legislativo em 1963, quando caiu nas mãos do povo: a inflação da época obrigou o governo a lançar cédulas de 5.000 cruzeiros e a cena pintada por Rafael Falco enfeitou o verso das notas.

Em circulação, a cédula "viu" o golpe de 1964 e os governos Castelo Branco, Costa e Silva, Médici e Geisel, até ser extinta, em 1974.

Antes de ser pano de fundo da atual comissão do impeachment, a obra de Falco já ilustrou outro mau momento do governo Dilma.

Foi com ela ao fundo que o então ministro Orlando Silva, do Esporte, teve que se explicar sobre suspeitas de irregularidades na pasta, em 2011. Ele acabou por deixar o cargo. Na época, Dilma era conhecida por promover uma "faxina ética" na Esplanada.

Anos depois, foi a vez de Dilma ser retirada de seu cargo, diante de uma acusação menor, ao invés dos inúmeros crimes cometidos por ela e seus partidários...


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