quinta-feira, 21 de março de 2019

Porsche 911 992 Carrera S 2019/2020, Alemanha










Porsche 911 992 Carrera S 2019/2020, Alemanha
Fotografia


O 911 Carrera S é uma mistura de elementos clássicos e tecnologias inéditas.

O capô avançado em relação aos para-lamas e os vincos à frente do para-brisa remete ao primeiro 911.
Já o para-choque, com tomadas de ar mais volumosas e que agora têm função aerodinâmica (são ativas, fecham-se para priorizar a eficiência) estão ali para estreitar a relação visual entre o 911 e os novos Macan, Cayenne e Panamera.
Mais ou menos por esse motivo, há um filete de leds interligando as estreitas lanternas traseiras. Foi um elemento clássico dos 911 vendidos entre 1973 e 1998, já resgatado antes por outros modelos da Porsche.
Nem o interior escapou desta onda de retrô. O painel segue a mesma linha-base usada até 20 anos atrás, com linhas horizontais que cortam sua parte superior e abraçam o clássico quadro de instrumentos com conta-giros no meio.
Ele é o único mostrador analógico: o que há ao seu lado são duas telas de 7 polegadas capazes de reproduzir os outros quatro mostradores, mapa ou informações do computador de bordo. Mas o volante com 36 cm de diâmetro impede que o motorista veja as extremidades das telas.
Alguns detalhes, porém, são inéditos. Este é o primeiro 911 com aletas verticais para a tomada de ar sobre o motor – um elemento clássico do saudoso Fusca – e o primeiro Carrera S com rodas de tamanhos diferentes entre os eixos (aro 20 na frente e 21 atrás).
As duas aletas centrais também são luzes de freio, mas, como elas não ficam visíveis quando o aerofólio móvel está armado, há uma outra luz de freio sob ele.
O aerofólio móvel também representa o esforço da Porsche para melhorar a aerodinâmica do 911. Com área 45% maior, ele se estende aos 90 km/h para uma posição intermediária que melhora a eficiência.
Ao passar dos 150 km/h, abre-se totalmente para a posição Performance em busca de maior aderência para as rodas traseiras.
A asa não funciona como freio aerodinâmico, mas pode se levantar acima dos 60 km/h para aumentar o fluxo de ar que passa pelo motor, reduzindo a perda de desempenho por causa do calor – os intercoolers agora estão centralizados sob a tomada de ar.

O motor seis cilindros boxer (com pistões deitados, lembrando punhos de boxeadores) de 3 litros havia ganhado um par de turbos em 2016.
Agora a Porsche escalou turbos maiores (o rotor aumentou de 48 para 55 mm), simétricos e espelhados entre si, e com válvula de alívio (wastegate) elétrica – como o VW Up! TSI tem desde seu lançamento, em 2015. A pressão máxima gerada por eles é de 1,2 bar.
O comando de valvulas variável passou por upgrade. O chamado VarioCam Plus é capaz de mudar o tempo de abertura das válvulas, o levante das válvulas e até permite que as válvulas de admissão levantem de forma assimétrica.
Se antes o levante era limitado em 3,6 mm, agora uma pode levantar 2 mm e outra 4,5 mm. Isso otimiza o consumo e deixa o motor mais suave em baixas rotações, e melhora a admissão quando se exige mais do motor.
Por fim, o sistema de injeção direta passa a ter injetores do tipo piezo elétrico, mais rápidos que os tradicionais por solenoide. A vantagem está em poder pulverizar a gasolina até cinco vezes a cada ciclo, otimizando a queima e o consumo.
Isso ainda permitiu que a pressão da injeção fosse reduzida de 250 para 200 bar.
Com todos estes esforços, o seis cilindros ganhou 30 cv, chegando aos 450 cv a 6.500 rpm (o corte de giro é a 7.500 rpm) e aos 54 mkgf (3 mkgf a mais) entre 2.300 e 5.000 rpm.

O responsável por domar tudo isso é o novo câmbio PDK (automatizado de dupla embreagem) de oito marchas em substituição ao antigo, de sete. As duas últimas marchas estão ali unicamente para economizar combustível.

A Porsche confidencia que esta transmissão já está preparada para ser conectada a um sistema híbrido, mas garante que isso não é para o 911. Bem, pelo menos não nesta geração. Por ora, se gaba pela velocidade e por ter seu funcionamento otimizado em função do GPS. 

Desta vez a Porsche fez muito mais do que manter a linha de perfil básica do 911. Trouxe do passado elementos de design marcantes e alcançou um nível de dirigibilidade nunca antes visto. Parece um 911 e realmente o é.

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