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segunda-feira, 10 de junho de 2024

100 Anos da Vila Virgínia / Centenário da Vila Virgínia, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil

 


Evento realizado no bairro, possivelmente abertura de parte do loteamento.


Álvaro de Lima e sua esposa Virgínia.


Ao fundo, área que se transformaria na Vila Virgínia.


Virgínia Macorin de Lima Sant'Anna, neta de Álvaro de Lima e Virgínia, com o diário.



100 Anos da Vila Virgínia / Centenário da Vila Virgínia, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil
Ribeirão Preto - SP
Fotografia

Texto 1:
Há 70 anos o português Abílio da Encarnação Ricardo, de Leiria, escolheu a Vila Virgínia para morar em Ribeirão Preto (SP) e de lá nunca mais saiu. "Eu já vim direto aqui para a Vila Virgínia, pelo motivo do crescimento que ia ter", diz.
Assim como ele, no início dos anos 1920 o homem responsável por fundar o bairro centenário não era da cidade no interior de São Paulo, mas, ao conhecer a região, não teve dúvidas de que ali seria sua casa quando arrematou as terras de uma chácara, abriu um loteamento e deu à localidade o nome de sua esposa.
Segundo relatos de um diário recentemente descoberto, foi assim que, em 1924, o caixeiro-viajante Álvaro de Lima fundou a Vila Virgínia, que acaba de completar 100 anos como um dos pontos mais tradicionais do município com quase 23 mil moradores, muitas memórias e hábitos que remetem ao passado.
"Esse é um dos bairros iniciais de Ribeirão Preto. (...) Ele diz respeito a uma época de ouro da economia do café em que Ribeirão Preto atraía muitas pessoas pra morar aqui por conta desse agronegócio, mas também pra trabalhar nesse setor e residir nessa cidade", afirma o historiador Sérgio de Campos Gonçalves.
Álvaro de Lima era um caixeiro-viajante, nome dado a quem atuava como representante de vendas. Nascido em Minas Gerais, ele sempre passava por Ribeirão Preto em suas viagens para São Paulo.
Nessas idas e vindas, ele gostou tanto do que viu que resolveu se estabelecer no município e comprou terras para fazer um bairro, em um projeto empreendedor semelhante ao que hoje é muito comum no mercado imobiliário, mas audacioso para a época.
O local escolhido era a região conhecida como Chácara Paraíso. Anotações de um diário do próprio Álvaro de Lima guardado pela família, e que recentemente foi encontrado, descrevem a iniciativa.
"Em 31 de agosto de 1923, arrematei em praça pública a Chácara Paraíso, com oito alqueires. Decidi então deixar de viajar e cuidar das terras e transformar a chácara em Vila Virgínia."
A abertura do loteamento foi aprovada em 16 de maio de 1924 e o nome dado ao local, utilizado até hoje, foi inspirado no da esposa de Álvaro, Virgínia Barros de Lima, com quem teve três filhos. Neta dela e do caixeiro-viajante, Virgínia Macorin de Lima Sant'Anna conta que o gesto tem um significado especial: "Meu nome também é em homenagem à minha avó, que não conheci. Quando eu nasci ela já havia falecido, então me deram o nome de Virgínia em homenagem a ela também", diz.
O bairro se desenvolveu à margem esquerda de uma antiga estrada que ligava a cidade a Sertãozinho (SP), banhado pelo Córrego Ribeirão Preto.
Álvaro de Lima ainda doou um espaço para construir a principal rua do bairro, a avenida Joaquim da Cunha, mais tarde chamada de avenida Primeiro de Maio, além de uma área para construção da Igreja Nossa Senhora do Rosário, que depois se tornou a Igreja Santa Maria Goretti.
A Vila também ganharia um estádio, o Costa Coelho, casa do Esporte Clube Mogiana, fundado em 1938 por ferroviários, os primeiros moradores da região.
Bairro tradicional:
A importância de Álvaro de Lima ainda está evidente em uma das avenidas do bairro, que desde os anos 1970 leva seu nome e é uma extensão da Avenida Jerônimo Gonçalves, próxima à região central.
Parte do crescimento de Ribeirão Preto, hoje a Vila Virgínia tem quase 23 mil moradores, mais da metade com idade acima dos 50 anos. Uma população com hábitos que remetem ao passado, como o de se sentar na calçada para esperar o fim da tarde, e que, mesmo depois de tantos anos, segue fiel ao bairro.
"Antes de me casar eu já morava na [avenida] Caramuru, quando eu me casei passei para a rua debaixo e ali estou há 45 anos", diz a dona de casa Marta Araújo.
Pessoas como ela ajudam a movimentar em torno de 645 empresas instaladas no bairro, quase um quarto delas fundadas há pelo menos 20 anos, como a loja de produtos veterinários do comerciante Tarcísio Corrêa de Melo, nascido e criado na região.
O comércio existe há 33 anos e é considerado um ponto de encontro de amigos na rua Cardeal Arcoverde."Às vezes o pessoal falava: por que você nao abre filiais em outros bairros? Eu prefiro melhorar minha empresa aqui porque a gente é muito acolhido, a freguesia tanto em volta quanto de Ribeirão Preto inteira prestigia a nossa loja, que é uma loja não só de compra e venda, mas uma loja de se fazer relações de amizade", diz o comerciante. Texto Guilherme Leoni / EPTV.
Texto 2:
A celebração do centenário da Vila Virgínia propicia o momento para uma válida reflexão sobre seu surgimento, sua contribuição para o desenvolvimento social e econômico de Ribeirão Preto e, também, sobre os rumos do progresso do bairro nestas primeiras décadas do século XXI. Para isso, é necessário regressar no tempo a fim de compreender a dinâmica que nos trouxe até os dias de hoje.
As terras que originaram a Vila Virgínia estiveram sob constante disputa por sua posse. 
No século XIX, o litígio judicial entre as duas famílias que as almejavam e a posterior resolução desmembraram esse solo de terra roxa em uma fazenda chamada Retiro, a maior entre as fazendas que formaram o território ribeirãopretano e seus consequentes bairros. 
Então, já ficava evidente a qualidade do espaço e sua estratégica posição geográfica.
A região central, todavia, foi a primeira que despontou pois sediou a capela dedicada a São Sebastião. 
A riqueza advinda das lavouras cafeeiras trazia progresso e investimentos para a cidade, que começava a ordenar seu espaço urbano: a arquitetura francesa e italiana inspirava as construções, o comércio começava a se difundir, a Igreja se tornava cada vez mais presente na sociedade e as obras públicas e privadas cresciam, assim como a população local.
A linha férrea da Companhia Mogiana trazia os avanços do século XX, transportava a produção de café e os novos habitantes que vinham com o propósito de viver na promissora cidade e compunham a mão de obra para os serviços já mencionados. 
Abaixo da linha do trem, antes de se chegar na região central, encontrava-se uma chácara denominada Paraíso, que devido ao desenvolvimento urbano, foi dividida e leiloada publicamente. 
E aqui começa a história da Vila Virgínia.
Álvaro de Lima, um comerciante mineiro natural de Carmo de Parnaíba, veio a Ribeirão Preto para trabalhar e aqui se domiciliou. Ele arrematou parte do território da antiga chácara e a loteou, tendo a aprovação da Prefeitura em 16 de maio de 1924. 
A ele ficou a responsabilidade de nomear a nova comunidade urbana que surgia e escolheu homenagear sua esposa, Virginia de Barros, dando-lhe o nome do bairro.
A Vila Virgínia era, então, um dos primeiros espaços periféricos da cidade. Nasceu com a marca do trabalho. Se Ribeirão Preto há de viver eternamente da glória do trabalho que a formou, como versa o hino municipal, a Vila Virgínia foi o reduto que abrigou os braços fortes que trabalharam para construí-la. Isso se atesta pelo perfil de seus primeiros moradores: ferroviários, comerciantes, operários da nascente indústria, trabalhadores da construção civil.
Não sem fundamento, à principal avenida que surgiu nos princípios de sua delimitação territorial foi dado o nome de Primeiro de Maio, como recordação e memória do esforço do trabalho humano. 
Além dos habitantes fundadores do bairro, como as famílias Garde, Mallardo e Martins, a Vila Virgínia acolheu inúmeros imigrantes, sobretudo portugueses e italianos, que se instalaram e lá formaram suas famílias.
Com a passagem do tempo, a Vila Virgínia passou a ter seu valor social reconhecido. 
Sediou paróquia e escola, recebeu obras públicas que melhoraram a qualidade de vida dos seus habitantes – como calçamento das ruas e estrutura de saneamento básico – e recepcionou o comércio ascendente nas novas áreas da cidade.
Nessas bases, durante cem anos, solidificou-se a Vila Virgínia. 
No entanto, outros desafios aparecem no curso dos novos tempos. 
O crescimento populacional afetou a dinâmica urbana e o que antes era um bairro de fronteiras bem estabelecidas, tornou-se um complexo que reúne diversas realidades. 
O complexo Vila Virgínia compreende hoje dez bairros e abriga uma população de cerca de 120 mil habitantes. A mobilidade, as condições de habitação, a produção e a distribuição dos bens e as políticas públicas tiveram de se alterar a fim de atender a essa parte importante da população ribeirãopretana. Apesar de algumas problemáticas permanentes, os investimentos no bairro continuam, sobretudo nas áreas da saúde e da educação.
Por fim, o que se pode destacar sobre a Vila Virgínia nessa especial data em que se comemora seu centenário? Sem dúvida, a cada esquina se evidencia o trabalho de muitos homens e mulheres que por aqui passaram e deixaram gravadas as suas presenças; em todas as relações humanas, o falar simples de sua gente; e na paisagem de suas ruas e praças, a marca do tempo que corre e da história centenária que a acompanha. Texto de Bruno Paiva Meni / Tribuna Ribeirão.
Nota do blog: Data e autoria das imagens não obtidas.

domingo, 31 de março de 2024

Imóveis Antigos, Vila Virgínia, 2003, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil


 

Imóveis Antigos, Vila Virgínia, 2003, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil
Ribeirão Preto - SP
Fotografia

Nota do blog: Crédito da imagem para José Renato Pinhoni.

quinta-feira, 30 de novembro de 2023

Praça Mário Rissato, Vila Virgínia, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil



















Praça Mário Rissato, Vila Virgínia, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil
Ribeirão Preto - SP
Fotografia

Essa praça é mais um dos absurdos que encontramos em Ribeirão Preto. 
E não falo isso por ela estar em péssimas condições, isso não é nenhuma novidade em nossa cidade, ao contrário é uma situação bem comum.
O que torna o péssimo estado da praça Mário Rissato ser um absurdo, é que ela fica em frente ao prédio da Câmara Municipal de Ribeirão Preto!
Sim, todos os dias nossos nobres vereadores, representantes do povo de Ribeirão Preto, passam por ela. E mesmo assim, ela se encontra nas condições que vocês veem nas imagens, precisando de tudo.
Na real, não é uma praça, é um matagal dentro da cidade. 
Fica a pergunta: como acreditar que os vereadores vão fazer algo em prol das demais praças e outras instalações da cidade, se não conseguem fazer isso nem com a que fica em frente a Câmara?
Nota do blog: Imagens de 2023.