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segunda-feira, 17 de junho de 2019

Volkswagen SP1, Brasil





Volkswagen SP1, Brasil
Fotografia



O SP1/SP2 surgiu no Brasil pelas mãos de Rudolf Leiding, o inventivo engenheiro que recebeu a missão de retomar a produção do Fusca em sua versão civil.
Ele assumiu a filial brasileira da Volks em 1968 e tratou de imprimir por aqui sua ousadia com o cobiçado cupê.
O alemão era famoso pelo espírito criativo. Sob seu comando, a Audi desenvolveu o modelo 100, que acabou dando origem ao belíssimo Coupe S.
Por aqui, ele apostou no potencial dos designers brasileiros e foi o responsável pela implementação do departamento de estilo da fábrica de São Bernardo do Campo, incentivando e apoiando iniciativas de profissionais como Marcio Lima Piancastelli (morto em 2015) e José Vicente “Jota” Novita Martins.
“Trabalhávamos escondidos na engenharia. O Piancastelli era meu chefe e o Leiding nos deu todo o apoio que precisávamos. Foi um verdadeiro pai”, diz Jota, autor dos esboços que dariam origem aos esportivos SP1 e SP2 (homenagem ao estado de São Paulo).
“O aval do Leiding nos deu essa independência e rendeu a ele o comando mundial da Volkswagen em 1971”, lembra o designer.
A filial paulista foi autorizada a produzir o carro já em 1972. E o evento de lançamento contou com a presença do próprio Rudolf Leiding.
A fabricação nacional foi realizada em parceria com a Karmann-Ghia, empresa que cuidava da estamparia e solda.
A carroceria pronta era então enviada para a fábrica da VW, onde recebia o tratamento contra corrosão e pintura.
A montagem final de todos os componentes ficava novamente a cargo da prestigiosa Karmann-Ghia: depois de prontos, os SP1/SP2 retornavam à VW, de onde eram finalmente distribuídos para as concessionárias da marca.
Como no início da carreira, Leiding soube trabalhar com o que tinha em mãos: a perua Variant compartilhava chassi plataforma e o tradicional motor boxer de 1,6 litro e 65 cv a 4.600 rpm com o SP1 – subdimensionado para os 890 kg do esportivo.
O SP2 apelava para um veneno de fábrica: pistões maiores e taxa de compressão mais alta, resultando em 1,7 litro e 75 cv a 5.000 rpm. Além disso, a relação do diferencial do SP2 era mais longa que a dos demais.
Os números de fábrica eram bem otimistas: a VW declarava que a velocidade máxima do SP2 era de 161 km/h, com aceleração de 0 a 100 km/h em 14,2 s contra 153 km/h e 0 a 100 km/h em 17,4 s obtidos em testes de QUATRO RODAS em julho de 1972.
Com 149 km/h de máxima e 0 a 100 km/h em 16,3 s declarados pela fábrica, é de se imaginar que o SP1 ofereça um desempenho ainda mais decepcionante.
O acabamento interno também exibia diferenças sutis: o SP1 vinha com bancos esportivos revestidos em curvim, enquanto o SP2 oferecia revestimento em couro opcional.
Console entre os bancos, luzes de leitura e alça de apoio para o passageiro eram itens exclusivos do SP2, que também apresentava instrumentação completa: velocímetro, conta-giros, marcador de combustível, relógio, amperímetro e termômetro (os dois últimos suprimidos no SP1).
Dada a pequena diferença de preço entre as versões, ninguém se surpreende com a disparidade entre elas.
O SP2 totalizou 10.205 unidades produzidas em cinco anos, ao passo que a produção do SP1 foi limitada a 88 carros fabricados de 1972 a 1973.
A grande maioria ganhou acessórios e até emblemas do SP2, tornando ainda mais difícil encontrar um exemplar em seu estado original.
Um deles é este exemplar fabricado em 1972 e que pertence a um colecionador de São Paulo.

quinta-feira, 16 de novembro de 2017

Propaganda "A Grande Chegada", Volkswagen SP1 e SP2, Volkswagen, Brasil







Propaganda "A Grande Chegada", Volkswagen SP1 e SP2, Volkswagen, Brasil
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A criação e comercialização dos modelos “SP”, da Volkswagen são cercadas de folclore e, até mesmo, algumas lendas urbanas. Fazendo uma pesquisa rápida sobre o tema na internet, é possível encontrar várias versões para o seu nome, embora sua trajetória seja mais sólida e com informações mais precisas. Digamos que o primeiro protótipo do veículo foi apresentado em 1971, na Feira da Indústria Alemã e, entraria para comércio popular, a partir de 1972, ficando até 1976 à disposição do público brasileiro. O modelo “SP”, tanto o 1 quanto o 2, tiveram 10.361 unidades fabricadas, sendo 10.193 da versão SP2 e 168 da versão SP1.
O design do veículo foi chefiado por Márcio Piancastelli, que também foi o responsável pelas linhas do VW 1600 Sedã, Variante II e o Gol, e contou com a participação de José Vicente Novita Martins e George Yamashita Oba. Entretanto, o projeto não poderia acontecer sem um grande incentivador: o então presidente da Volkswagen no Brasil, o alemão Rudolf Leiding, que aceitou vir para o país em troca de ter total autonomia em novos projetos, algo muito raro para a época.
Esse projeto, desenvolvido com muitas mãos, tinha uma missão: ser um concorrente à altura do Puma, esportivo com visual moderno e de muito sucesso. Além disso, curiosamente, os Pumas utilizavam mecânica da Volks. Os Volkswagen SP1 foram produzidos com motor de 1.600 cm³, com 65 cv; e o SP2, mais requintado e com bloco 1.700 cm³ com 75 cv. Ambos eram movidos à gasolina. O primeiro protótipo do SP foi apresentado em uma feira de novidades industriais no ano de 1971, em Hannover, na Alemanha, onde chamou muita atenção. No ano seguinte, já estava disponível para o público brasileiro.
Vale dizer que a diferença de preço era pouca entre os dois modelos e, assim, os compradores preferiam o SP2, o que antecipou a aposentadoria do SP1 para 1974 (existem versões de que o SP1 foi aposentado no mesmo ano de 1972, ou seja, no ano de seu lançamento). Segundo Luciano Amaral Pinheiro, proprietário de um SP2 1975 e responsável pelo blog VW SP2 Clássico, a revista alemã Hobby classificou, nos anos 1970, o SP "o mais bonito VW já produzido”. Já a revista norte-americana Car and Driver conclamou a matriz alemã a produzir o brasileiro em escala mundial.
O modelo SP foi oferecido em 44 cores, sendo 12 metálicas e, de maneira geral, não foi muito bem recebido por suas deficiências. Ele chegava a “apenas” 154 km/h e demorava 17 segundos para chegar a 100 km/h. Entretanto, pelo seu belo desenho, conquistou muitos fãs e é lembrado até hoje como um charmoso veículo do passado. Apesar de agradar os olhos do público, o veículo também tinha problemas. Os consumidores costumavam dizer que o freio era muito fraco para o carro e que a traseira “saía” muito durante a direção.
Aqui mora uma das maiores lendas urbanas que cercam o Volkswagen SP. Segundo a Flatout, existem duas razões para essa sigla. A primeira seria a de que a Volks quis homenagear o estado e a cidade de São Paulo e, portanto, adotou a sigla “SP” como forma de executar esse desejo. A segunda versão é a de que SP poderia significar Special Project ou Sport Prototype, sendo apenas uma coincidência o SP.