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domingo, 1 de outubro de 2017
Flamboyant em Ilhabela, Ilhabela, São Paulo, Brasil (Flamboyant em Ilhabela) - Washington Maguetas
Flamboyant em Ilhabela, Ilhabela, São Paulo, Brasil (Flamboyant em Ilhabela) - Washington Maguetas
Ilhabela - SP
Coleção privada
OST
sexta-feira, 29 de setembro de 2017
Louças Termo-Rey, Brasividro, Brasil
Louças Termo-Rey, Brasividro, Brasil
Fabricadas de 1972 a 1986
Brasil
Em meados do século XIX a expansão do sistema ferroviário dos
Estados Unidos estava atingindo territórios cada vez mais distantes. Refletores
de locomotivas e lanternas que tinha em sua composição o vidro não suportavam
as mudanças bruscas de temperatura e acabavam trincando. Engenheiros foram
contratados para desenvolver um vidro que não quebrasse por conta das
oscilações de temperaturas. Foi um sucesso e o problema acabara. Já em 1913, a
esposa de um dos engenheiros teve a ideia de usar o vidro da lanterna para
assar um bolo. E desde então os vidros temperados, opalinos, boro silicatos
começaram a fazer parte do cotidiano das donas de casa americanas. Nos Estados
Unidos várias empresas foram criadas, mas a mais famosa foi a Pyrex com a
célebre linha Corelle, que eram refratários com estampas que não descascavam em
contato com o forno. Não demorou muito para que este tipo de tecnologia
expandisse pelo mundo. Na década de 1960 surgiu no México a empresa Cristales
Mexicanos S/A. No Brasil o grupo Nadir Figueiredo, através da Brasividro,
lançou em 1972 a linha TERMO-REY. O design das peças brasileiras foi elaborado
pelo escritório Verschleisser & Visconti, de Leonardo Visconti (neto do
pintor impressionista Eliseu Visconti) e Roberto Verschleisser, que fala o
seguinte sobre a fabricação da Termo Rey: “Foi um aprendizado e tanto porque
tivemos que adaptar o design das peças à velocidade de produção das máquinas.
Em muitos casos o vidro incandescente esfriava antes de preencher o molde
completamente e por aí vai”. O escritório com sede no bairro de Santa Tereza no
Rio de Janeiro funcionou por 30 anos e fechou em 1995. A empresa foi
responsável pelo projeto da frente e dos interiores dos carros A e B da linha
Azul do Metrô de São Paulo em 1974 (então apenas Jabaquara – Santana) e
posteriormente elaboraram o mesmo projeto no Metrô do Rio de Janeiro em 1979.
Leonardo Visconti também foi professor universitário e faleceu em 2013. Roberto
Verschleisser segue a vida acadêmica como professor da ESDI – Escola Superior
de Desenho Industrial da UERJ. Do forno para a mesa, resistentes a oscilações
de temperaturas e muito prático. Claro que a Termo-Rey acabou caindo na graça
dos lares brasileiros e tornou-se muito popular. Com certeza, alguém da sua
família já teve algum prato, xícara, açucareiro, leiteira ou travessa da
Termo-Rey, que fez parte do cotidiano de inúmeros lares brasileiros. A empresa
possuía cerca de 22 modelos que eram vendidas em peças avulsas ou jogos de 8 a
20 peças. Tamanho foi o sucesso que as louças foram exportadas para Espanha,
República Dominicana, África do Sul, Austrália e Venezuela. Um atrativo a mais
foi a linha infantil que a Termo-Rey começou a produzir em 1976. Era composto
por dois pratos e uma caneca com ilustração de palhaço, o Termolin. O
diferencial estava na embalagem de papelão que transformava um avião. Outro
desenho que conquistou as crianças foi o gato e o peixe. A Brasividro parou de
fabricar a linha Termo- Rey em meados de 1986 e logo depois a empresa fechou.
Não sabemos o motivo do encerramento, mas efetivamente essas louças deixaram
saudades. Hoje as louças Termo-Rey viraram item essencial nas feiras de
antiguidades. Indiscutivelmente a Termo Rey está muito ligada a evolução da
cozinha nos modos e costumes.
Compromisso Constitucional, Rio de Janeiro, Brasil (Compromisso Constitucional) - Aurélio de Figueiredo
Rio de Janeiro - RJ
Museu da República, Rio de Janeiro, Brasil
OST - 330x257 - 1896
A era republicana, que se inicia em 1889 com marechal Deodoro
da Fonseca como presidente promulgado, se consolida quando ele é eleito
indiretamente em 1891 pelos parlamentares da Assembleia Constituinte. Os
legisladores também formulam a primeira Constituição do novo regime.
É a Constituição de 1891 que está acima do novo presidente e à
qual ele precisa jurar obediência —sua interpretação não deve mudar conforme os
anseios do momento.
A cena, a primeira do tipo, foi registrada em "Compromisso
Constitucional", um icônico óleo sobre tela, de 3,30 m de altura por 2,57
m de largura, pintada pelo republicano e abolicionista Aurélio de Figueiredo
(1856-1916). O artista também pintou “O Último Baile da Ilha Fiscal”, que
retrata o evento luxuoso às vésperas da derrubada do Império.
“A obra tem um simbolismo muito forte. Está representado ali o
início da República, é quando a República está sendo constituída no Brasil,
quando o presidente jura a Constituição. Isso tem uma importância
extraordinária”, explica Mário Chagas, diretor do Museu da República, no Rio de
Janeiro, onde a pintura fica exposta.
A tela leva o mesmo nome da cerimônia que se repete a cada novo
mandato presidencial desde então. “Compromisso Constitucional” foi pintado
cinco anos depois da Proclamação para ornar a nova sede do governo e deixar
registrado o momento para a posteridade.
O novo regime precisava de novos discursos, incluindo obras de
arte.
Com o fim do Império, o governo passou para o Palácio de Nova
Friburgo, chamado mais tarde Palácio do Catete e atual Museu da República, no
Rio.
A cena de 1891, porém, assim como a Assembleia Constituinte,
ocorreu no Palácio de São Cristóvão, atualmente Museu Nacional, destruído
em incêndio em 2018.
Mais de um século depois de sua elaboração, a pintura do
paraibano Aurélio de Figueiredo segue exercendo fascínio porque está repleta de
símbolos a serem decifrados.
As percepções do artista foram colocadas sutilmente em detalhes
que vão desde a figura do taquígrafo, que olha para fora da tela em direção a
quem observa o desenho, passando pela posição das flores até a altura em que
estão desenhadas as figuras históricas.
“É sintomático que o artista pinte as flores em frente ao
Floriano Peixoto e não ao Deodoro da Fonseca. Eles disputaram o poder entre si.
De modo delicado, este conflito está colocado na tela”, diz Chagas, que também
é professor de museologia na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro.
Foram duas votações separadas, para presidente e vice. Tanto
Deodoro da Fonseca como Floriano Peixoto disputaram a Presidência. Fonseca
recebeu 129 votos e Peixoto, apenas 3. Porém, para vice, Peixoto foi escolhido
com 153 votos, contra os 57 do almirante Eduardo Wandenkolk, o preferido de
Fonseca.
As flores, segundo o pesquisador, são camélias e significam
tanto o abolicionismo como o republicanismo. Elas também aparecem em frente ao
taquígrafo Caetano da Silva. “Ele olha para fora do quadro, como quem olha para
o futuro. O taquígrafo é quem registra a memória para o porvir”, explica o
diretor.
Os personagens históricos formam um círculo no quadro. É
simbólico, entretanto, que a figura de mais destaque ali não seja Deodoro da
Fonseca, mas Prudente de Moraes. Ele está posicionado acima dos demais.
Moraes era o presidente da Assembleia Constituinte, ou seja,
conduziu os trabalhos de elaboração da Constituição republicana.
“Podemos observar um jogo de poder. Moraes presidiu a
Assembleia, mas, mais do que isso, foi eleito o primeiro presidente civil do
Brasil na eleição direta, de 1894. É para monumentalizar a cena na nova sede do
seu governo que a pintura foi encomendada”, explica Chagas.
Desde a década de 1990 que o pesquisador investiga a pintura,
dando sequência para um trabalho iniciado pela professora Gilda Lopes.
Em trabalho publicado em 2018, Chagas identificou o próprio
pintor em um autorretrato —ele não estava presente na sessão—, suas filhas e
esposa. As
mulheres, vale lembrar, foram excluídas do direito ao voto pela Constituinte,
mas estão presentes na pintura.
O irmão do artista e seu professor, Pedro Américo, um dos
principais artistas do período imperial e deputado constituinte pela Paraíba,
foi desenhado ao seu lado. A pintura tem um único negro, o abolicionista e
deputado de São Paulo, Francisco Glicério de Cerqueira Leite.
O livro que Deodoro da Fonseca segura, com a capa verde escura,
é a Constituição de 1891, cujo original é parte do acervo do Museu da
República.
O pesquisador chama a atenção para o fato de que todos os votos
que elegeram o presidente indiretamente cabiam em uma urna do tipo papeleira,
que também está no museu. Hoje, compara, são milhões de votos processados em
urna eletrônica.
Além disso, o Legislativo agora é mais diversificado do que o
registrado na pintura. “Se fosse hoje, teria mais negros, mulheres,
homossexuais. Esse círculo teria outra representação”, diz Chagas.
Fontana dell’Acqua Marcia, Piazza dell' Esedra, Atual Piazza della Repubblica, Roma, Itália
Fontana dell’Acqua Marcia, Piazza dell' Esedra, Atual Piazza della Repubblica, Roma, Itália
Roma - Itália
Fotografia
Fontana dell’Acqua Marcia, Piazza dell' Esedra, Atual Piazza della Repubblica, Roma, Itália
Fontana dell’Acqua Marcia, Piazza dell' Esedra, Atual Piazza della Repubblica, Roma, Itália
Roma - Itália
N. 607
Fotografia - Cartão Postal
quinta-feira, 28 de setembro de 2017
Desembarque do Rei Dom João VI, 1821, Lisboa, Portugal (Desembarque D'El Rei Dom João VI, Lisboa, 1821) - Constantino Fontes
Desembarque do Rei Dom João VI, 1821, Lisboa, Portugal (Desembarque D'El Rei Dom João VI, Lisboa, 1821) - Constantino Fontes
Lisboa - Portugal
Acervo Museu da Cidade de Lisboa, Lisboa, Portugal
Gravura
Nota do blog: A gravura informa o fato como "Desembarque d'El Rei Dom João VI. Acompanhado por uma Deputação das Cortes, Na Magnifica Praça do Terreiro do Paço em 4 de Julho de 1821, regressando do Brasil."
Sessão das Cortes de Lisboa, Lisboa, Portugal (Sessão das Cortes de Lisboa) - Oscar Pereira da Silva
Sessão das Cortes de Lisboa, Lisboa, Portugal (Sessão das Cortes de Lisboa) - Oscar Pereira da Silva
Lisboa - Portugal
Museu Paulista, São Paulo, Brasil
OST - 315x262 - 1922
"Sessão das Cortes de Lisboa" é uma pintura de Oscar Pereira da Silva. A obra é do gênero pintura histórica e foi realizada em 1922. Está localizada no Salão de Honra do Museu Paulista, o mesmo local de exposição de "Independência ou Morte". A pintura retrata a sessão de 9 de maio de 1822 das Cortes Constituintes, em Portugal.
A obra foi produzida em 1922 com tinta a óleo. Suas medidas são: 315 centímetros de altura e 262 centímetros de largura.
A sessão retrata a participação de representantes das províncias brasileiras na Assembleia em Portugal, em especial Antônio Carlos de Andrada, que aparece discursando, de pé, confrontando Borges Carneiro. A cena evoca um aparente conflito entre os representantes do Brasil e os de Portugal.
Aparecem na sala, além de Andrada e Carneiro, Lino Coutinho, Diogo Antônio Feijó, Vergueiro e Ferreira Borges, entre outros. Foi notado que figuras importantes desse confronto entre Andrada e Carneiro estão ausentes da tela.
O ambiente representado é luxuoso, com lustres e castiçais, janelas grandes com cortinas vermelhas longas. Há um trono, mais elevado em relação à Assembleia.
A obra foi inspirada em "As Cortes Constituintes de 1820", de Alfredo Roque Gameiro. Assim, a disposição da Assembleia é similar à do quadro do artista português. Há também diferenças importantes com a pintura de Gameiro. A figura central, de pé, está invertida nos dois quadros. Os gestos na pintura de Oscar Pereira da Silva são menos comedidos do que os no quadro de Gameiro.
A pintura foi uma encomenda de Afonso Taunay, diretor do Museu Paulista. Nos termos de Taunay, a obra deveria apresentar "uma sessão agitadíssima das cortes (...) em que Antônio Carlos e os deputados brasileiros fazem frente ao partido recolonizador que quer votar medidas opressivas ao Brasil". A pintura não estava nos planos iniciais de Taunay para o acervo do Museu Paulista.
A obra, paga pelo Museu Paulista, custou 8 contos de réis, constituindo-se em uma das pinturas mais caras do acervo. Oscar Pereira da Silva entregou seu trabalho em agosto de 1922, ao mesmo tempo de "O Príncipe D. Pedro e Jorge de Avilez a bordo da Fragata da União", outra obra histórica de Oscar Pereira da Silva encomendada por Taunay e localizada no Salão de Honra.
A intenção de Taunay com a encomenda a Pereira da Silva foi, além de representar um marco do processo de Independência do Brasil, destacar o protagonismo paulista. Do ponto de vista artístico, a obra traz elementos centrais da pintura histórica: preocupação narrativa, celebração e triunfalismo, documentação.
A representação da cena, "uma sessão agitadíssima", não está possivelmente de acordo com os acontecimentos da sessão supostamente retratada, em que não se discutiu, aliás, a re-colonização do Brasil.
"Sessão das Cortes de Lisboa" tornou-se, por sua importância documental, uma ilustração recorrente em livros didáticos brasileiros, destacando a resistência à pressão colonizadora de Portugal. Por exemplo, em um desses livros há a seguinte legenda explicativa: “Quarenta e cinco deputados de diversas regiões brasileiras foram para Portugal com a esperança de se juntar aos deputados portugueses e fazer uma Constituição. Mas, lá chegando, foram impedidos de falar e vaiados pela multidão de portugueses que se aglomeravam nas galerias dos prédios. Contrariados, descobriram que o desejo dos portugueses era que o centro de decisões do Império português instalado no Rio de Janeiro voltasse a ser Lisboa.”
A obra de Oscar Pereira da Silva influenciou "A participação dos deputados brasileiros nas cortes constitucionais portuguesas", uma pintura de José Fiúza Guimarães, de 1925, localizada no Palácio Tiradentes, no Rio de Janeiro.
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