Sessão das Cortes de Lisboa, Lisboa, Portugal (Sessão das Cortes de Lisboa) - Oscar Pereira da Silva
Lisboa - Portugal
Museu Paulista, São Paulo, Brasil
OST - 315x262 - 1922
"Sessão das Cortes de Lisboa" é uma pintura de Oscar Pereira da Silva. A obra é do gênero pintura histórica e foi realizada em 1922. Está localizada no Salão de Honra do Museu Paulista, o mesmo local de exposição de "Independência ou Morte". A pintura retrata a sessão de 9 de maio de 1822 das Cortes Constituintes, em Portugal.
A obra foi produzida em 1922 com tinta a óleo. Suas medidas são: 315 centímetros de altura e 262 centímetros de largura.
A sessão retrata a participação de representantes das províncias brasileiras na Assembleia em Portugal, em especial Antônio Carlos de Andrada, que aparece discursando, de pé, confrontando Borges Carneiro. A cena evoca um aparente conflito entre os representantes do Brasil e os de Portugal.
Aparecem na sala, além de Andrada e Carneiro, Lino Coutinho, Diogo Antônio Feijó, Vergueiro e Ferreira Borges, entre outros. Foi notado que figuras importantes desse confronto entre Andrada e Carneiro estão ausentes da tela.
O ambiente representado é luxuoso, com lustres e castiçais, janelas grandes com cortinas vermelhas longas. Há um trono, mais elevado em relação à Assembleia.
A obra foi inspirada em "As Cortes Constituintes de 1820", de Alfredo Roque Gameiro. Assim, a disposição da Assembleia é similar à do quadro do artista português. Há também diferenças importantes com a pintura de Gameiro. A figura central, de pé, está invertida nos dois quadros. Os gestos na pintura de Oscar Pereira da Silva são menos comedidos do que os no quadro de Gameiro.
A pintura foi uma encomenda de Afonso Taunay, diretor do Museu Paulista. Nos termos de Taunay, a obra deveria apresentar "uma sessão agitadíssima das cortes (...) em que Antônio Carlos e os deputados brasileiros fazem frente ao partido recolonizador que quer votar medidas opressivas ao Brasil". A pintura não estava nos planos iniciais de Taunay para o acervo do Museu Paulista.
A obra, paga pelo Museu Paulista, custou 8 contos de réis, constituindo-se em uma das pinturas mais caras do acervo. Oscar Pereira da Silva entregou seu trabalho em agosto de 1922, ao mesmo tempo de "O Príncipe D. Pedro e Jorge de Avilez a bordo da Fragata da União", outra obra histórica de Oscar Pereira da Silva encomendada por Taunay e localizada no Salão de Honra.
A intenção de Taunay com a encomenda a Pereira da Silva foi, além de representar um marco do processo de Independência do Brasil, destacar o protagonismo paulista. Do ponto de vista artístico, a obra traz elementos centrais da pintura histórica: preocupação narrativa, celebração e triunfalismo, documentação.
A representação da cena, "uma sessão agitadíssima", não está possivelmente de acordo com os acontecimentos da sessão supostamente retratada, em que não se discutiu, aliás, a re-colonização do Brasil.
"Sessão das Cortes de Lisboa" tornou-se, por sua importância documental, uma ilustração recorrente em livros didáticos brasileiros, destacando a resistência à pressão colonizadora de Portugal. Por exemplo, em um desses livros há a seguinte legenda explicativa: “Quarenta e cinco deputados de diversas regiões brasileiras foram para Portugal com a esperança de se juntar aos deputados portugueses e fazer uma Constituição. Mas, lá chegando, foram impedidos de falar e vaiados pela multidão de portugueses que se aglomeravam nas galerias dos prédios. Contrariados, descobriram que o desejo dos portugueses era que o centro de decisões do Império português instalado no Rio de Janeiro voltasse a ser Lisboa.”
A obra de Oscar Pereira da Silva influenciou "A participação dos deputados brasileiros nas cortes constitucionais portuguesas", uma pintura de José Fiúza Guimarães, de 1925, localizada no Palácio Tiradentes, no Rio de Janeiro.
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