segunda-feira, 11 de março de 2019

Edifício Copan, 1968, São Paulo, Brasil


Edifício Copan, 1968, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia

Praça do Patriarca, 1927, São Paulo, Brasil


Praça do Patriarca, 1927, São Paulo, Brasil 
São Paulo - SP
Fotografia

No centro da Praça, a Coluna Rostral, também popularmente conhecida como “Cabide”. Foi demolida no final da década de 30 para a abertura da Galeria Prestes Maia.

Antigo Hotel Esplanada, São Paulo, Brasil


Antigo Hotel Esplanada, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia



Família Jafet, São Paulo, Brasil



Família Jafet, São Paulo, Brasil
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Uma das primeiras famílias de imigrantes libaneses a chegar ao país, a família Jafet, fez história no Brasil.
Certa noite, na aldeia de Chouir, uma personagem misteriosa apareceu em seus sonhos e o aconselhou a embarcar para o Brasil em busca de fortuna.
O que se sabe, de verdade, foi que D. Pedro II, então imperador do Brasil, visitou o Líbano no ano de 1876 e tentou convencer um grupo de libaneses a vir para o país. A Família Jafet foi uma das primeiras famílias libanesas a chegar ao País e, talvez, a primeira a estabelecer uma indústria no estado.
O primeiro membro da família a aportar no Brasil foi Benjamin Jafet contrariando ao desejo de sua mãe, que preferia que ele seguisse para os Estados Unidos.
m 1887, Benjamin Jafet seguiu viagem com destino ao Brasil, aos 23 anos, acompanhado de seu primo Fadul Tibshrany. Após abastecer-se em Marselha, na França, aportou no Rio de Janeiro, de onde seguiu para Juiz de Fora, e depois, São Paulo, como mascate. Já em 1890, estabeleceu-se na R. 25 de Março, onde passou a ocupar sua primeira lojas de armarinhos e tecidos.
Com o passar do tempo, e auferindo o sucesso que obteve, graças ao seu tino comercial, passou a enviar dinheiro, ano após ano (em libra-ouro) aos seus irmãos, por meio de telegramas, via o British Bank of Beirut. Em busca da expansão dos negócios, exortou sua família a emigrar do Libano, trazendo os seus irmãos Basilio, João, Nami, Miguel, e Hala, bem como sua mãe Utroch (Hortênsia).
Os irmãos Jafet acabariam se destacando como grandes atacadistas e como precursores da indústria têxtil brasileira, sendo Nami, Benjamin, Basilio e João, os responsáveis por montar as bases de um dos maiores conglomerados empresariais de toda a América Latina. Seus escritórios ficavam na Rua Florêncio de Abreu, no centro de São Paulo.
A Companhia Fabril de Tecelagem e Estamparia, dos Jafet, deu origem ao bairro do Ipiranga e ajudou a sustentar seu desenvolvimento. Outra grande empresa do grupo foi a Mineração Geral do Brasil, que ajudou a transformar o município de Mogi das Cruzes.
Nami Jafet foi um dos grandes propugnadores da Grande Síria, isto é, a união do Líbano com a Síria, formando uma grande colônia Sírio-Libanês em São Paulo, e junto com sua família deram importante contribuição para a construção de obras sociais da colônia libanesa no Brasil.
A família Jafet se tornou, na época, o grupo empresarial mais importante da cidade de São Paulo.
Além dos empreendimentos em comércio, indústria, setor financeiro e saúde, também havia multiplicidade de doações públicas pouco conhecidas até hoje, entre elas, o Pavilhão de Física Experimental da Universidade de São Paulo, em homenagem ao seu irmão Basílio.
Entre seus principais empreendimentos estão: Metalúrgica São Francisco S.A., Usina Santa Olímpia Indústria Ferro e Aço S.A., Hospital Sírio-Libanês, Banco Cruzeiro do Sul, Imobiliária Bom Pastor e a Fiação, Tecelagem e Estamparia Ipiranga Jafet S.A..
Seus negócios eram baseados nas novas possibilidades que eles ofereciam aos pequenos comerciantes. Além de uma grande gama de produtos, eles também ofereciam condições desconhecidas do pessoal até então: compras a prazo, principalmente para os mascates.
Além disso, eles introduziram novas práticas de negócios no país: alta rotatividade de estoques, liquidações, reinvestimento do lucro no próprio negócio e a maior atenção às necessidades dos consumidores.
No ano de 1920, os imigrantes sírios e libaneses possuíam 91 empresas comerciais na cidade de São Paulo, sendo mais de 80% desse número, confecções. Para fazer o abastecimento desse mercado em ascensão, Jafet chegou a empregar 4 mil operários de maneira direta. Se levarmos em conta os empregados indiretos, não havia família do antigo bairro do Ipiranga que não tivesse alguma ligação com a família Jafet.
Começaram a importar tecidos de lã e algodão da Inglaterra; perfumes e artigos de cutelaria da França; artigos de armarinho (grampos de cabelo e botões de pressão) da Alemanha; etc.
Nami Jafet conseguiu uma linha de telefone exclusiva que conectava o escritório da firma da Florêncio de Abreu à fábrica no Ipiranga.
Já em 1946, Eduardo Benjamin Jafet, engenheiro e diretor de operações da Fiação, Tecelagem, Estamparia Ypiranga Jafet S.A. , implantou um ambicioso projeto trazido dos Estados Unidos, aumentando sua capacidade fabril, e ampliando os benefícios sociais de seus funcionários.
Além dos quatro irmãos Jafet, eram diretores da indústria têxtil Fiação, Tecelagem, Estamparia Ypiranga Jafet S.A., seus descendentes Chedid Jafet (diretor comercial), Eduardo Jafet (diretor operacional), Elias Jafet (diretor administrativo) e Nagib Jafet (diretor-tesoureiro).
Entre os principais empreendimentos dos Jafet, estavam:
Lojas de atacado de tecidos e artigos de armarinho: Loja Nami Jafet & Irmãos, na rua 25 de Março, antigo nº 149, e na rua Florêncio de Abreu, nº 37. Em 1896, construíram dois edifícios de três andares;
Cia. Fabril de Tecelagem e Estamparia Ipiranga: inaugurada em 1906, a fábrica dominava todas as etapas de fabricação de tecidos e trouxe progresso ao bairro do Ipiranga;
Esporte Clube Sírio (1917);
Clube Atlético Monte Líbano (1934);
Hospital Sírio-Libanês que seria inaugurado em 1961;
Fiação, Tecelagem e Estamparia Ipiranga Jafet S.A.;
De Martino S.A. – Usinas Brasileiras de Ferro e Aço;
Codiq S.A. Construtora de Equipamentos Industriais;
Têxtil Porto Ferreira S.A;
Minas de Jangada S.A;
Banco Cruzeiro do Sul de São Paulo S.A.;
Codime S.A. Construtora de Equipamentos Mecânicos;
Imobiliária Bom Pastor S.A.
Ao final da década de 1950, com o envolvimento de parte da Família Jafet na política e a consequente cisão dos negócios, praticamente todas as empresas citadas vieram a ser liquidadas, durante o regime militar.
A família Jafet, de uma maneira geral, esteve por trás de grandes obras da região do Ipiranga. Graças aos investimentos dos libaneses, por exemplo, foram realizadas as obras de tratamento das águas do Rio Tamanduateí, da construção de quatro pavilhões do Hospital Leão XIII – atual São Camilo – e da construção da Escola Cardeal Motta.
No ano de 1906 Nami Jafet e seus irmãos adquiriram um terreno gigantesco no bairro do Ipiranga e construíram uma de suas maiores fábricas a: S. A. Fiação, Tecelagem e Estamparia Ypiranga Jafet, que ocupava uma área de 100 mil metros quadrados, confeccionava 5 milhões de metros de tecidos e construíram 320 residências para as famílias dos operário que ali trabalhavam.
Com a chegada da nova fábrica veio também a Estrada de Ferro Santos- Jundiaí, permitindo que a região, até então um lugarejo nos arrabaldes da cidade de São Paulo, se integrasse definitivamente à malha da cidade.
Também graças a ferrovia o Ipiranga começou a ser caracterizado como um bairro industrial. Na época, muitas fábricas aproveitavam as facilidades proporcionadas pela proximidade com os trilhos que ligavam a cidade, tanto com o litoral, como com o interior, para se estabelecerem na região.
Outro grande marco da família Jafet em São Paulo é o Hospital Sírio-Libanês, reconhecido pela excelência até hoje. Em 1921, a libanesa Adma Jafet reuniu 27 mulheres da comunidade árabe em sua casa, no Ipiranga, para criar um hospital.
Nascia a Sociedade Beneficente de Senhoras do Sírio-libanês. Dois anos depois, foi comprado o terreno. Em 1931, a pedra fundamental da obra era lançada.
Adma não conseguiu ver a instituição pronta. O Sírio-libanês foi inaugurado em 1961, sob a presidência de Violeta Jafet – que ocupou o cargo por 50 anos. Hoje, ela é presidente de honra e também integra o conselho da instituição.
Outra grande marca da família na cidade de São Paulo é o chamado Palácio dos Cedros, na Rua Bom Pastor, também no bairro do Ipiranga. Inaugurado em 1923, o casarão abrigou por mais de vinte anos a família de Basílio Jafet e fazia frente ao Monumento Comemorativo a Independência, hoje Museu do Ipiranga.
O projeto arquitetônico, desenvolvido pela construtora de Heribaldo Siliciano, mistura o estilo oriental, clássico e barroco. O “Palácio dos Cedros” – referência ao jardim que circunda a residência, ornamentado por cedros, vegetação típica da região libanesa – a mansão se assemelha a um castelo do período renascentista.
A construção abrigou a família até 1957. Neste período, autoridades estrangeiras e brasileiras eram recebidas entre as inúmeras recepções oferecidas.
Entre as personalidades que percorreram os salões do Palácio dos Cedros, destaca-se a visita do presidente do Líbano, Camille Chamoun e sua mulher, Zehfa Chamoun, em 1954.
Prevendo um destino à altura do patrimônio construído, Basílio em registrou em cartório, no ano de 1928, o desejo de que a casa fosse residência perpétua da família e após a morte de suas duas filhas, o imóvel fosse doado ao Governo do Estado de São Paulo para a instalação de um “museu de antiguidades”.
Apesar do testemunho, nove anos após a morte de Basílio, em 1947, a casa foi alugada ao Hospital da Sancil, aos Hare khrisna e o início da década de 90, a casa foi vendida à empresa de formulários IBF que funcionou no local até 1996. Hoje, suas acomodações estão disponíveis para locações para festas, filmes, novelas, desfiles e outros tipos de eventos.
Muitos paulistanos não sabem, mas dentro do terreno do Palácio dos Cedros existe um “presente” de casamento da Família Jafet. Construída em 1934 pelo engenheiro João Fürtinger, todo o projeto arquitetônico da outra mansão foi desenvolvido por Eduardo Benjamin Jafet.
A mansão é uma cópia do Castelo de Vitor Hugo da França e foi planejada para abrigar o casal Violeta e Chedid Jafet – sobrinho de Basílio. Assim como a mansão de Basílio, a casa de Violeta foi centro de festas e encontros políticos, principalmente durante a década de 50, quando Ricardo Jafet era o presidente do Banco do Brasil. Entre os ilustres estavam os presidentes Arthur Bernardes, Juscelino Kubitschek e os governadores Adhemar de Barros e Benedito Valadares.

Residência de Horácio Espíndola, Avenida Paulista, 1925, São Paulo, Brasil


Residência de Horácio Espíndola, Avenida Paulista, 1925, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Projeto do Escritório de Ramos de Azevedo
Fotografia

Matadouro Municipal, Circa 1910-1920, São Paulo, Brasil


Matadouro Municipal, Circa 1910-1920, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia


O bairro da Vila Mariana tem sua história atrelada ao chamado “Matadouro Municipal do Bairro de Vila Mariana”, criado para sanar as necessidades de carne da população de São Paulo.
A região foi escolhida por se tratar de um lugar, na época, distante do centro da cidade.
Segundo contam, o antigo Matadouro Municipal deixava o Córrego do Itororó “vermelho”, o contaminando com sangue e restos dos animais abatidos que eram descartados em seu curso, além de gerar mal cheiro, lixo, perigo de doenças, etc.
Além disso, havia a questão dos abates sanitários, que são aqueles realizados para abater animais doentes, velhos, entre outros problemas, para evitar contaminações e epidemias na cidade e rebanhos.
Tal situação levou o governo a buscar uma saída para resolver essa questão sanitária e atender as necessidades da população, especialmente a parcela mais rica que reclamava do absurdo da situação, e dos criadores e comerciantes de carne.
Para deixar ainda mais claro que o problema precisava ser resolvido urgentemente, um médico chamado Alfredo Ellis, através de um ofício, fez um longo estudo sobre a contaminação que o Matadouro estava gerando nos rios do centro da cidade.
Diante dessa pressão, a municipalidade se mexeu e a solução encontrada foi criar um novo órgão, distante do centro da cidade, para a realização dos abates.
De uma só tacada, agradavam os ricos, que viam a situação que os incomodava ser mandada para longe, e os criadores e comerciantes, que podiam continuar com suas atividades.
Decidida a questão, o andamento do projeto foi confiado ao engenheiro alemão Alberto Kuhlmann, que auxiliou na construção do edifício do Matadouro e na consolidação de uma ferrovia que transportasse os animais para o local.
Uma vez em operação, o procedimento seria o seguinte: o gado chegaria pela ferrovia, ficaria pastando onde hoje é o Parque do Ibirapuera, aguardando o momento do abate.
Importante ressaltar que, além da ferrovia, os animais também seriam transportados para o Matadouro por meio de charretes e veículos adaptados para esse serviço, conforme mostra a fotografia que ilustra o post.
A parada da estação do Matadouro acabou conhecida pela população como "Mariana Mato Grosso", nome da esposa de Kuhlmann, e acabou batizando o bairro, eternizando o nome dela na história da cidade.
Após sua inauguração e tendo suas atividades iniciadas no ano de 1887, produzia 14 mil quilos diários de carne bovina para as 70 mil pessoas que compunham a população paulistana.
O Matadouro desempenharia suas funções até o ano de 1927.
Finalmente, décadas depois, e alguns usos para atividades diversas, o prédio passou por modificações e foi adaptado para receber pessoas, salas de cinema, estruturas administrativas e acervo, tornando-se sede do maior acervo cinematográfico de produções nacionais do país. Acabou tombado como patrimônio histórico e passou a ser a “Cinemateca Brasileira”.
Mas, como tudo que acontece com bens históricos que devem ser preservados no Brasil, não recebe os devidos cuidados. Frequentemente vemos reportagens denunciando manutenção inadequada das instalações e acervo.

Rua Esperança, Atual Região da Praça da Sé, 1912, São Paulo, Brasil

Rua Esperança, Atual Região da Praça da Sé, 1912, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia

Panorama do Centro, São Paulo, Brasil



Panorama do Centro, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
N. 103
Fotografia - Cartão Postal

No centro da imagem, a esquina da Rua Líbero Badaró com a Praça do Patriarca, onde estão localizados o edifício Caio Prado, o Palacete Lutetia, a Casa Fretin, o Mappin Stores e a Igreja de Santo Antônio. Na Rua Líbero Badaró, se destacam os edifícios Sampaio Moreira e Martinelli.
À esquerda, os três palacetes pertencentes ao Conde de Prates e, ao fundo, o Club Comercial e uma parte do entorno entre a Avenida São João e a Praça do Correio, onde é possível ver os fundos da Delegacia Fiscal, uma parte da fachada lateral do edifício dos Correios e Telégrafos e, mais adiante, o Viaduto Santa Ifigênia.
À direita do Martinelli, podem ser identificados alguns edifícios como o Palacete Martinico (localizado na Praça Antônio Prado), o Palacete Crespi (localizado na Rua São Bento) e o edifício do Banco Comercial do Estado de São Paulo (localizado na Rua 15 de Novembro).


Padaria Santa Tereza, 1910, São Paulo, Brasil


Padaria Santa Tereza, 1910, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia

A Santa Tereza é a mais antiga padaria em funcionamento do Brasil. Fundada em 1872 por portugueses, seu nome é uma homenagem à Rua Santa Tereza, onde se localizava e na qual ficou até 1947, quando se mudou para a Praça João Mendes 150. De propriedade das famílias Teixeira e Vaz até a metade da década de 1990, atualmente o estabelecimento é administrado pela família Maturana.

Avenida Paulista I, São Paulo, Brasil

Avenida Paulista I, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia - Cartão Postal