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segunda-feira, 1 de abril de 2019
Obras na Avenida Paulista, 1973, São Paulo, Brasil
Obras na Avenida Paulista, 1973, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia
São Paulo - SP
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Obra do projeto "Nova Paulista" interrompida em 1973.
sexta-feira, 29 de março de 2019
Passarola (Passarola) - José Wasth Rodrigues
Passarola (Passarola) - José Wasth Rodrigues
Museu Paulista São Paulo
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Museu Paulista São Paulo
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Passarola é o projeto de um aeróstato supostamente construído entre 1709 e 1720 e cuja
invenção é atribuída a Bartolomeu de Gusmão, padre e cientista português nascido no Brasil Colônia. Embora não existam evidências concretas de sua construção, o invento
ganhou notoriedade quando uma iconografia de sua aparência surgiu pela primeira vez no ano de
1784 falsamente datada de 1774 na imprensa europeia. A imagem, segundo relatos da
época, foi co-criada pelo Conde de Penaguião, filho do Marquês Fontes e Abrantes com o intuito de afastar
curiosos que assediavam o padre após este ganhar fama com suas demonstrações em
escala reduzida de balões de ar quente em 1709. A imagem ressurgiu
diversas vezes na imprensa do final do século XVIII, e geralmente era utilizada
para ridicularizar e descreditar o padre da invenção dos aerostatos
em função da polêmica entre Bartolomeu de Gusmão e os Irmãos Montgolfier, que construíram de fato o primeiro balão em escala real e tripulado em 1783.
Bartolomeu de
Gusmão era um padre jesuíta nascido em Santos, no território português do Brasil que, depois de se matricular na Universidade de Coimbra em 1715,
começou aí a desenvolver dois dos seus interesses de há muito, a Matemática e a Física.
Na sequência dos seus estudos em aerostação,
no ano de 1708, Bartolomeu de Gusmão pediu ao Rei de Portugal, D. João V, uma petição de privilégio para o que chamou o
seu instrumento de andar pelo ar.
Em 19 de Abril de 1709, por alvará é-lhe concedido esse privilégio. Além disso,
D. João V decide passar a financiar o projeto de desenvolvimento e construção
do aparelho.
Alguns meses depois, em 8 de Agosto de 1709,
perante uma importante assistência presente na Sala dos Embaixadores da Casa da Índia que incluía o Rei, a Rainha, o Núncio
Apostólico (Cardeal Conti, mais tarde Papa Inocêncio XIII), bem como outros importantes elementos
do Corpo Diplomático e da
Corte Portuguesa, Bartolomeu de Gusmão fez voar um balão aquecido a ar, que
subiu até ao teto da sala e foi destruído com varas para evitar que se
incendiasse o recinto.
Quando a invenção de 1783 dos Irmãos
Montgolfier foi popularizada na Europa, os portugueses tentaram resgatar o crédito do invento
a Bartolomeu de Gusmão, publicando a imagem e os relatos da época de suas
demonstrações a corte portuguesa. Isso motivou a republicação da iconografia da
passarola em deboche pois obviamente tal invento, como foi desenhado, não
poderia se manter no ar pelo princípio de Arquimedes.
Na Torre do
Tombo encontra-se a transcrição do documento em que Alexandre Gusmão expõe
ao rei D. João V o invento
de um tipo de aeronave e seus possíveis usos:
Petição
do Padre Bartholomeu Lourenço sobre o instrumento que inventou para andar pelo
ar e suas utilidades.
Diz o licenciado Bartholomeu
que ele tem descoberto um instrumento para andar pelo ar da mesma sorte que
pela terra, e pelo mar, com muita mais brevidade, fazendo muitas vezes duzentas
e mais léguas de caminho por dia, nos quais instrumentos se poderão levar os
avisos de mais importância aos exércitos e terras mais remotas, quasi no mesmo
tempo em que se resolvem - no que interessa a Vª Majestade muito mais que todos
os outros Princípes pela maior distância de seus Domínios, evitando-se desta
sorte os desgovernos das conquistas, que provem em grande parte de chegar tarde
a notícia deles. Além do que poderá V. Mag. mandar vir todo o preceito delas
muito mais brevemente e mais seguro. Poderão os homens de Negócio passar letras
e cabedais a todas as Praças sitiadas: poderão ser socorridas tanto de gente,
como de víveres, e munições a todo o tempo, e tirarem-se delas as Pessoas que
quiserem, sem que o inimigo o possa impedir.
Descobrir-se-ão as regiões
mais vizinhas aos Pólos do Mundo, sendo da Nação Portuguesa a glória deste
descobrimento, além das infinitas conveniências que mostrará o tempo. E porque
deste invento se podem seguir muitas desordens cometendo-se com o seu uso
muitos crimes, e facilitando-se muito na confiança de se poderem passar a outro
Reino, o que se evita estando reduzido o dito uso a uma só Pessoa, a quem se
mandem a todo o tempo as ordens convenientes a respeito do dito transporte, e
proibindo-se a todas as mais sob graves penas. E é bem se remunere ao
suplicante invento de tanta importância.
Pede a V. Majestade seja
servido conceder ao suplicante o privilégio, de que pondo por obra o dito
invento nenhuma pessoa de qualquer qualidade que for possa usar dele em nenhum
tempo neste Reino, ou suas conquistas sem licença do suplicante, ou seus herdeiros
sob pena de perdimento de todos os bens, e as mais que a V. Majestade
parecerem.
Consultou-se
No Desembargo do Paço a El Rey
com todos os votos e que o prémio que pedia era muito limitado e que se devia
ampliar.
Saiu
Despachado
Como parece à Mesa, e além das
penas acrescento a de morte aos Transgressores, e para com mais vontade o
suplicante se aplicar ao novo Instrumento, obrando os efeitos que relata, lhe
faço mercê da primeira Dignidade, que vagar nas minhas colegiadas de Barcelos,
ou Santarém, e de Lente de Prima de Mathematica da minha Universidade de
Coimbra com 600 mil réis de renda, que crio de novo em vida do suplicante
somente.
Lisboa, 7 de Abril de 1709
(com a rubrica de Sua
Majestade)
Um pouco mais sobre o tema pode ser visto aqui : https://fenix.tecnico.ulisboa.pt/downloadFile/395146459933/Extended%20Abstract%20final.pdf
Um pouco mais sobre o tema pode ser visto aqui : https://fenix.tecnico.ulisboa.pt/downloadFile/395146459933/Extended%20Abstract%20final.pdf
Passarola (Passarola) - Henrique Manzo
Passarola (Passarola) - Henrique Manzo
Museu Paulista São Paulo
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Em agosto de 1709, aos 24 anos, o padre Bartolomeu
Lourenço de Gusmão convocou a Corte portuguesa para conhecer seu mais novo
experimento. O sacerdote era recém-chegado do Brasil, sua terra natal, onde já
era conhecido como inventor. Mas aquela criação era de uma ousadia inédita.
Gusmão queria voar, e conseguiu. Ele criou um objeto capaz de deslizar pela
atmosfera sem apoio nenhum. “Pela primeira vez na história, um aparelho
construído pelo homem venceu a gravidade”, diz Araguaryno Cabrero dos Reis,
brigadeiro reformado da Força Aérea Brasileira (FAB).
Anos antes, ao examinar o comportamento de uma chama, não
se sabe se de uma vela ou fogueira, Gusmão percebeu que o ar quente podia
elevar pequenos objetos. Por falta de documentos históricos, é difícil saber
como tudo realmente ocorreu. Especula-se que a descoberta tenha se dado quando
uma pequena bolha de sabão, ao passar sobre uma vela, foi fortemente jogada
para as alturas. O fenômeno pode ter ocorrido ainda com pedaços de papel que,
queimados, transformaram-se em fuligem e ascenderam. Foi isso que inspirou o
padre a projetar o primeiro aeróstato, um aparelho parecido com o nosso balão
de São João.
O anúncio sobre a tal máquina de voar inquietou a
sociedade lisboeta no verão de 1709. Em 3 de agosto, Gusmão mostrou à família
real, fidalgos e autoridades eclesiásticas do que era capaz a sua engenhoca.
Durante a primeira tentativa, os ilustres convidados esperavam impacientes na
sala de audiências do Palácio, quando veio a frustração. Vítima de suas
próprias chamas, o pequeno balão de papel cheio de ar quente foi queimado antes
de alçar voo. O segundo ensaio teria ocorrido dois dias depois. Ansiosa, a
platéia da ocasião teve mais sorte: o globo de menos de meio metro de
comprimento subiu pouco mais de quatro metros. Alguns criados do Palácio,
preocupados com a possibilidade de o invento incendiar as cortinas, lançaram-se
contra o balão para que ele não alcançasse o teto.
O mérito de Gusmão foi reconhecido somente na terceira
tentativa. Dessa vez, no pátio do Palácio, perante o rei de Portugal, Dom João
V, e a rainha, dona Maria Anad, o aeróstato ganhou os ares. Ergueu-se
lentamente, indo cair, quando esgotada sua chama, no terreiro da casa real. A
inédita máquina mais leve do que o ar impressionou o público, mas não cumpriu
sequer metade das façanhas que Gusmão prometera a Dom João V. Em seus pedidos
de patente, ele anunciava feitos fantásticos. Dizia que sua invenção
facilitaria a descoberta de novas terras, fazendo “da nação portuguesa a glória
deste descobrimento”. Afirmava tratar-se “de um instrumento para se andar pelo
ar, da mesma sorte que pela terra e pelo mar, e com muita brevidade, fazendo-se
muitas vezes duzentas e mais léguas de caminho por dia.” Azar de Gusmão. “A
Corte não estava preocupada com a ciência. Eles queriam era ganhar dinheiro com
ouro e ter uma vida suntuosa”, diz Henrique Lins de Barros, pesquisador da
história da aviação e autor do livro Santos
Dumont: o Homem Voa!
Embora não tenha surpreendido os portugueses, o
aeróstato aguçou o imaginário do restante da Europa. A notícia que se espalhou
rapidamente foi de que um padre havia voado nos ares de Lisboa. A máquina
ganhou proporções mitológicas e ficou conhecida, a partir daí, como
Passarola.
O nome se deve a um desenho apócrifo e meio
ridículo que surgiu na época, ainda hoje relacionado (incorretamente) à criação
de Gusmão. A imagem representava o aeróstato em forma de um pássaro, com uma
cabeça de águia e cercado por instrumentos científicos. A ilustração trazia
ainda o próprio Gusmão a bordo, como se ele tivesse voado dentro de seu
engenho. Suspeita-se que o próprio “padre voador” (que na realidade nunca voou)
seria o autor do desenho, junto com seu discípulo e amigo conde de Penaguião.
Uma brincadeira de rapazes, com a qual eles pretendiam despistar possíveis
interessados em copiar o experimento de Gusmão.
Prova disso é que o desenho da Passarola não
mostrava a fonte térmica responsável pela subida do balão, característica
imprescindível para que o invento funcionasse. “Ele não dá a chave do problema,
que é a fonte de calor, e ainda se coloca dentro do invento. É possível que
tenha feito isso para esconder os segredos de sua descoberta”, afirma Lins de
Barros. Em função da imagem fantasiosa, diversos historiadores europeus e
norte-americanos situaram Gusmão como um dos muitos precursores da aeronáutica
cujos trabalhos não possuíam nenhuma base científica. Depois das especulações
desastrosas, ele abandonou completamente seu projeto.
Bartolomeu Gusmão tem uma trajetória de mistérios sucessivos. Nascido na vila
paulista de Santos, em 1685, foi batizado com o nome de Bartolomeu Lourenço
Santos, mas sempre preferiu ser chamado de Gusmão. Ainda criança, mudou-se para
a Capitania da Bahia para continuar seus estudos no Seminário de Belém. Na
época, Gusmão já era conhecido pela inteligência e pela memória espantosa.
Construiu uma bomba elevatória para transportar água do rio Paraguaçu até o
colégio dos padres, que ficava a 100 metros do nível do mar. O abastecimento,
até então, exigia muito esforço e tempo dos seminaristas. Esse foi seu primeiro
invento, que fez de Gusmão o primeiro brasileiro a conseguir uma patente.
Entre 1708 e 1709, ele deixou o Brasil rumo a
Portugal. Na metrópole, depois de projetar o aeróstato, dedicou-se a outros
inventos, nenhum com a repercussão do balão. Com o passar do tempo, ele também
ficou conhecido por seus dotes oratórios – tornou-se membro da Academia Real de
História e deixou vários sermões, principalmente o da Festa do Corpo de Deus,
datado de 1721.
Na década de 1720, apesar dos privilégios que tinha
junto à Corte, não conseguiu se ver livre dos problemas trazidos pela Santa
Inquisição. Segundo especulações, ele teria sido perseguido por se converter ao
judaísmo, ou por desafiar a natureza e os desígnios de Deus com seu balão
voador.
No entanto, o biógrafo Benedito Calixto, afirma que
o processo movido pela Igreja Católica Romana contra o inventor não teve
relação com suas exposições aerostáticas. A Inquisição não se preocupava com
descobertas científicas. O escritor Affonso d’Escragnolle Taunay, pesquisador
da vida do padre, endossou essa tese. O problema foi outro: Gusmão teria se
apaixonado por uma freira, conhecida como Trigueirinha, com quem o rei Dom João
V possivelmente mantinha relações amorosas. “A Corte portuguesa era uma
bandalheira geral. As intrigas feitas pela amante do padre o fizeram ir para a
Holanda”, diz o brigadeiro Araguaryno Cabrero dos Reis.
A partir daí, pouco se
sabe sobre o paradeiro de Gusmão. Ele fugiu da Inquisição durante alguns anos e
morreu, com 39 anos, de tuberculose, em 19 de novembro de 1724, em Toledo,
Espanha.
Velha Fazenda Paulista, Sítio dos Alferes, 1835, Estado de São Paulo, Brasil (Velha Fazenda Paulista, Sítio dos Alferes, 1835) - Henrique Manzo
Velha Fazenda Paulista, Sítio dos Alferes, 1835, Estado de São Paulo, Brasil (Velha Fazenda Paulista, Sítio dos Alferes, 1835) - Henrique Manzo
Estado de São Paulo - SP
Museu Paulista São Paulo
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Estado de São Paulo - SP
Museu Paulista São Paulo
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Rua das Flores, São Paulo, Brasil (Rua das Flores) - Henrique Manzo
Rua das Flores, São Paulo, Brasil (Rua das Flores) - Henrique Manzo
São Paulo - SP
Museu Paulista São Paulo
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São Paulo - SP
Museu Paulista São Paulo
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Pedra Fundamental do Museu Paulista, 1882, São Paulo, Brasil (Pedra Fundamental do Museu Paulista, 1882) - Henrique Manzo
Pedra Fundamental do Museu Paulista, 1882, São Paulo, Brasil (Pedra Fundamental do Museu Paulista, 1882) - Henrique Manzo
São Paulo - SP
Museu Paulista São Paulo
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São Paulo - SP
Museu Paulista São Paulo
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Igreja da Boa Morte em 1860, São Paulo, Brasil (Igreja da Boa Morte em 1860) - Henrique Manzo
Igreja da Boa Morte em 1860, São Paulo, Brasil (Igreja da Boa Morte em 1860) - Henrique Manzo
São Paulo - SP
Museu Paulista São Paulo
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São Paulo - SP
Museu Paulista São Paulo
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Igreja da Boa Morte em 1860 é uma pintura de Henrique Manzo. A obra, produzida com tinta a óleo, é do gênero pintura histórica e
está localizada no Museu Paulista. A obra foi produzida com tinta a óleo. Suas medidas são: 65 centímetros de altura
e 81,5 centímetros de largura. Representa a Igreja da Boa
Morte, em São Paulo.
A obra de Manzo foi uma encomenda do diretor
do Museu Paulista, Afonso d'Escragnolle Taunay,
no projeto de criação de um acervo para reconstituir São Paulo em meados do
século XIX, projeto do qual fazem parte produções como a maquete São Paulo em 1841,
de Henrique Bakkenist, e os
quadros Paço Municipal, Fórum e Cadeia de São Paulo, 1862,
de Benedito Calixto, e Piques, 1860, do próprio Manzo.
Na obra, figura um tropeiro, que assume centralidade no quadro. O plano do
quadro, que não oferece um panorama da cidade, reforça uma integração entre
cidade e campo. Esse elemento faz parte de componentes da tentativa de
significação da cidade de São Paulo no acervo do Museu Paulista, em especial a
ideia de representar uma transição pacífica e equilibrada entre vida rural e
modernismo urbano.
Os beirais nas casas, maiores do que deveriam
na realidade, realçam os elementos coloniais nas construções.
Fazenda Soledade, Campinas, 1850, São Paulo, Brasil (Fazenda Soledade, Campinas, 1850) - Henrique Manzo
Fazenda Soledade, Campinas, 1850, São Paulo, Brasil (Fazenda Soledade, Campinas, 1850) - Henrique Manzo
Campinas - SP
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