sexta-feira, 11 de outubro de 2019

Link em PDF para o Livro "A Correspondência de Fradique Mendes", de Eça de Queiroz



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Trecho do Livro "A Correspondência de Fradique Mendes", de Eça de Queiroz, sobre o Personagem "Pacheco", Artigo


Trecho do Livro "A Correspondência de Fradique Mendes", de Eça de Queiroz, sobre o Personagem "Pacheco", Artigo
Artigo

«Pacheco não deu ao seu País nem uma obra, nem uma fundação, nem um livro, nem uma ideia. Pacheco era entre nós superior e ilustre unicamente porque «tinha um imenso talento». Todavia, meu caro sr. Mollinet, este talento, que duas gerações tão soberbamente aclamaram, nunca deu, da sua força, uma manifestação positiva, expressa, visível! O talento imenso de Pacheco ficou sempre calado, recolhido, nas profundidades de Pacheco! Constantemente ele atravessou a vida sobre eminências sociais: deputado, director-geral, ministro, governador de bancos, conselheiro de Estado, par, presidente de Conselho - Pacheco tudo foi, tudo teve, neste País que, de longe e a seus pés, o contemplava, assombrado do seu imenso talento. Mas nunca, nestas situações, por proveito seu ou urgência do Estado, Pacheco teve necessidade de deixar sair, para se afirmar e operar fora, aquele imenso talento que lá dentro o sufocava. Quando os amigos, os partidos, os jornais, as repartições, os corpos colectivos, a massa compacta da Nação murmurando em redor de Pacheco «que imenso talento!» o convidavam a alargar o seu domínio e a sua fortuna - Pacheco sorria, baixando os olhos sérios por trás dos óculos dourados, e seguia, sempre para cima, sempre para mais alto, através das instituições, com o seu imenso talento aferrolhado dentro do crânio como no cofre de um avaro. E esta reserva, este sorrir, este lampejar dos óculos, bastavam ao País que neles sentia e saboreava a resplandecente evidência do talento de Pacheco.»
Eça de Queirós, A Correspondência de Fradique Mendes [VIII]
Análise: O personagem Fradique fala sobre Pacheco, uma personagem fictícia representante da classe dos políticos e burocratas. Pacheco possui um discurso típico das ideias iluministas do século XIX e o povo tem a ilusão de estar diante de um verdadeiro líder, cujos interesses estão voltados para a nação. Porém, Pacheco só proferia clichés, de vez em quando, e, no geral, apenas sorria para tentar esconder sua falta de conhecimento. Através da personagem de Pacheco, que não dá voz às aspirações do povo, Eça de Queirós mostra a incapacidade de representação do povo pelo governo.
Pacheco, é um personagem, cuja inteligência se tornou lendária sem fazer nada. Pacheco é uma personagem que tem a pose burocrática e inútil dos políticos. Pacheco tendo dito uma vez em Coimbra, um clichê positivista, "O século XIX era um século de Progresso e de Luz", passou a ser considerado pelos seus pares como um gênio. A partir daí a sua fama vai aumentando.
Curioso nesta carta é vermos a gênese de uma lenda. A lenda do gênio em torno de Pacheco. A sua fama foi aumentando. Vão-se avolumando boatos acerca da maravilhosa capacidade intelectual de Pacheco até que este se torna Ministro. Sempre sem fazer ou dizer nada, apenas um clichê de tempos a tempos, sustentado por uma lenda que dava como quase divina a sua maravilhosa capacidade intelectual. Sem que na realidade tivesse alguma coisa no cérebro. "Pacheco no entanto já não falava. Sorria apenas. A testa cada vez se lhe tornava mais vasta.”

Ladeira de São Bento com Forte São Marcelo, Salvador, Bahia, Brasil (Ladeira de São Bento) - Henrique Passos

Ladeira de São Bento com Forte São Marcelo, Salvador, Bahia, Brasil (Ladeira de São Bento) - Henrique Passos
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Coleção privada
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Ladeira de São Bento, Salvador, Bahia, Brasil (Ladeira de São Bento) - Henrique Passos

Ladeira de São Bento, Salvador, Bahia, Brasil (Ladeira de São Bento) - Henrique Passos
Salvador - BA
Coleção privada
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Ladeira de São Bento, Salvador, Bahia, Brasil (Ladeira de São Bento) - Henrique Passos

Ladeira de São Bento, Salvador, Bahia, Brasil (Ladeira de São Bento) - Henrique Passos
Salvador - BA
Coleção privada
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Igreja do Senhor do Bonfim, Salvador, Bahia, Brasil (Igreja do Senhor do Bonfim) - Henrique Passos

Igreja do Senhor do Bonfim, Salvador, Bahia, Brasil (Igreja do Senhor do Bonfim) - Henrique Passos
Salvador - BA
Coleção privada
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Câmara Municipal, Salvador, Bahia, Brasil (Câmara Municipal, Salvador) - Henrique Passos

Câmara Municipal, Salvador, Bahia, Brasil (Câmara Municipal, Salvador) - Henrique Passos
Salvador - BA
Coleção privada
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Câmara Municipal, Salvador, Bahia, Brasil (Câmara Municipal, Salvador) - Henrique Passos

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Salvador - BA
Coleção privada
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Barra, Forte Santo Antônio, Farol da Barra, Salvador, Bahia, Brasil (Barra, Forte Santo Antônio, Farol da Barra) - Henrique Passos

Barra, Forte Santo Antônio, Farol da Barra, Salvador, Bahia, Brasil (Barra, Forte Santo Antônio, Farol da Barra) - Henrique Passos
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Coleção privada
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Baixa do Sapateiro, Rua da Vala, Salvador, Bahia, Brasil (Baixa do Sapateiro, Rua da Vala) - Henrique Passos

Baixa do Sapateiro, Rua da Vala, Salvador, Bahia, Brasil (Baixa do Sapateiro, Rua da Vala) - Henrique Passos
Salvador - BA
Coleção privada
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A Baixa dos Sapateiros é o vale do Rio das Tripas, registrado desde o século 16. Por volta de 1612, o cartógrafo português João Teixeira Albernaz identificou a região como um brejo cheio de hortas que cerca a Cidade.
No século 18, já existiam algumas construções, como a Capela de N.S. de Guadalupe. Entretanto, até o início do século 19, boa parte da Baixa dos Sapateiros ainda era um pântano. Desde o século 19, era conhecida como a Rua da Vala e a região tinha bastante vegetação e muitas árvores de jacarandá, cuja madeira era usada em construções da Cidade.
Por volta dos anos 1830, a região começou a ser urbanizada. Em 1862, a Rua da Vala foi completamente aterrada e, em 1865, tornou-se a primeira grande avenida de vale da Cidade.
Hoje, o Rio das Tripas passa, em grande parte, por dutos no subsolo, integrado à rede de saneamento.
A Baixa dos Sapateiros estende-se da Barroquinha ao Aquidabã. Desde o final do século 19, é um local de intenso comércio. Vários artesãos de calçados, os sapateiros, trabalhavam lá e existiam também armarinhos e lojas que vendiam produtos primários para os artesãos, como artigos de couro. Esse tipo de comércio envolvia também parte da Ladeira do Tabuão.
A Rua da Vala passou a se chamar rua J. J. Seabra, em homenagem ao ministro da Viação e Obras Públicas, de 1910 a 1912, e presidente da Bahia, em dois períodos: 1912 a 1916 e 1920 a 1924. No século 20, abrigou três grandes cines-teatros da cidade: o Jandaia, o Tupy e o Pax.
A Baixa dos Sapateiros nunca foi um lugar cheio de pompa, muito pelo contrário. Guarda desde sempre uma atmosfera de comércio popular, daqueles simples, com muito movimento para lá e para cá. 
A rua cantada pelo mineiro Ary Barroso, ganhou essa fama por reunir um bom número de italianos que trabalhavam em suas fábricas de sapatos, árabes que trabalhavam com couro e um monte de sapateiros. Na época, bastava uma chuvinha para alagar tudo que vinha do Rio das Tripas.
Até o início do século XIX boa parte da Baixa dos Sapateiros ainda era um pântano. Era conhecida como a Rua da Vala e a região tinha bastante vegetação e muitas árvores de jacarandá, cuja madeira era usada em construções da Cidade.
Só depois de uma drenagem no final do século XIX, onde o Rio das Tripas foi tubulado a uma profundidade de 7 metros pelo governador J.J. Seabra ministro da Viação e Obras Públicas, de 1910 a 1912, e governador da Bahia, em dois períodos: 1912 a 1916 e 1920 a 1924, que a enorme avenida trocaria de nome oficial e levaria o nome do seu benfeitor.
Pouca gente sabe, mas o primeiro matadouro da Bahia funcionava no terminal de ônibus da Barroquinha. As vísceras dos bois eram jogadas numa vala que nasce no local, chamada na época de Vala de Cidade. Com o tempo, as pessoas começaram a chamar a Vala de Rio das Tripas, explica o historiador Cid Teixeira.
“(...) Das hortas feitas no brejo limite da doação saía o rio que foi durante anos a vala da cidade, defesa natural da parte leste – a mais vulnerável – do sítio primitivo da cidade. Lá, à margem, tão logo houve gado disponível, fizeram-se os abates para consumo dos moradores. Das vísceras lançadas no curso d’água, um topônimo – Rio das Tripas. Para entulhar o alagadiço, fez-se da orla do pântano o depósito de lixo da cidade (...)”.
As primeiras alusões à existência de um matadouro público em Salvador, situam-no no século XVIII, na área contígua ao Mosteiro de São Bento, denominada à época de Hortas de São Bento e situada onde atualmente fica a estação Barroquinha.
Durante todo século XVIII, e até o início do século XIX, foi ali que existiu o Matadouro Público, ainda abastecido do gado que vinha pela Feira do Capoame. Em vários espaços próximos às Hortas de São Bento, existiram currais menores onde o gado esperava o abate, desde o dia anterior, para a madrugada do dia seguinte.
A Vala da Cidade nascia na Rua da Barroquinha, atravessava a Praça das Veteranos e passava pela área que hoje é a Baixa dos Sapateiros até chegar aos Dois Leões, onde se encontrava com o Rio Camurugipe. O historiador explica que boa parte do que hoje se conhece por Baixa dos Sapateiros era, na   verdade, a Vala da Cidade.
“No início, a Baixa dos Sapateiros era apenas aquele trecho abaixo do Pelourinho, entre o Passo e o Taboão. Entre as décadas de 60 e 70 do século XIX, alguns vereadores contrataram José de Barros Reis para cobrir a vala e transformá-la numa rua”, conta Teixeira. Barros Reis fez uma obra de engenharia e transformou a Vala da Cidade na Rua da Vala, que por extensão também passou a ser chamada de Baixa dos Sapateiros. “Esta foi a primeira Rua de Vale que a Bahia teve”, diz o historiador, confirmando a importância do Rio.