segunda-feira, 13 de janeiro de 2020

Capela do Santíssimo Sacramento, 1910, São Paulo, Brasil - Aurélio Becherini



Capela do Santíssimo Sacramento, 1910, São Paulo, Brasil - Aurélio Becherini
São Paulo - SP
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Na lateral da igreja da Sé, a modesta capela do Santíssimo Sacramento. À esquerda, o início da rua Capitão Salomão — até a rua de Santa Tereza, o trecho era conhecido como beco do Santíssimo Sacramento. A se observar, o "discreto" mictório público.


Demolição da Antiga Catedral da Sé, 27/06/1912, São Paulo, Brasil


Demolição da Antiga Catedral da Sé, 27/06/1912, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia

Nota do blog: Na época em que a foto foi registrada, a antiga Catedral da Sé já se encontrava em processo de demolição.

Rua Dr. Falcão Filho, 1936, São Paulo, Brasil - Benedito Junqueira Duarte


Rua Dr. Falcão Filho, 1936, São Paulo, Brasil - Benedito Junqueira Duarte
São Paulo - SP
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Em 28/11/1865, foi nomeada como ladeira de Santo Antônio. Por nela residir o ilustre Dr. Falcão Filho, os vereadores da época, resolveram em 16/8/1877, renomear como rua Dr. Falcão Filho. Em plano médio, à esquerda o enorme espaço que também ocuparia parte da rua, onde seria construído o edifício Matarazzo. Projetado em 1935 por Marcello Piacentini, seria erguido entre os anos de 1936 a 1939. Ainda à esquerda, os Palacetes Prates na rua Líbero Badaró.

Ladeira do Carmo, Atual Avenida Rangel Pestana, 1927, São Paulo, Brasil - Aurélio Becherini


Ladeira do Carmo, Atual Avenida Rangel Pestana, 1927, São Paulo, Brasil - Aurélio Becherini
São Paulo - SP
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Aproximadamente em 1927 foi registrada esta fotografia das obras na problemática e acentuada elevação. O paredão do Carmo era, talvez, a maior preocupação e prioridade da municipalidade que se arrastou por décadas. Houve falta de materiais, verbas e carência de mão de obra especializada.
No alto à esquerda, a Igreja e o Convento do Carmo e à frente o arvoredo no chamado Largo do Carmo.
Reparem quão estreita era a futura Avenida Rangel Pestana. Por ocasião do alargamento da antiga ladeira, retirou-se enorme volume de terra do morro do Carmo.

Ford Fiesta ST200, Estados Unidos - Jeremy Clarkson




Ford Fiesta ST200, Estados Unidos - Jeremy Clarkson
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Segundo o jornal britânico Mail Online, eu tenho estado bem ocupado. Enquanto fazia filmagens para meu novo programa, The Grand Tour, usei um drone, e, quando não havia mais falcões-peregrinos em época de acasalamento para cortar em pedaços, fui a um hotel de Hampshire para entrar como penetra no casamento de algum ator de novela.
Ok, mas algumas coisas têm de ser esclarecidas. Eu não estava fazendo filmagens para o programa. Eu não estava usando um drone. Não estamos na época de acasalamento de falcões. Eu não estava em Hampshire. E não entrei de penetra em um casamento.
Mas eles acertaram numa coisa: eu realmente estava em um hotel. E como todos os refúgios/spa rurais chiques, o menu oferecia comida de vanguarda preparada por um chef que podia fazer maravilhas com matinhos e sementes. Só que tudo o que eu queria era um coquetel de camarão.
Isso acontece com frequência. Estou indo para um restaurante, eu sei que eles vão me oferecer uma seleção de cérebro de ovelha sauté e uma auréola de leitão, e subitamente me sinto invadido pela necessidade urgente de um ovo pochê na torrada.
E não é só na comida que gosto de coisas simples. Com carro também. Passei a maior parte da minha vida pilotando bólidos exóticos feitos de platina, equipados com motores que uivam, rugem e cospem fogo. E tudo o que eu quero quando estou indo para casa é um Ford Fiesta ST.
Ao longo dos últimos 40 anos, houve várias versões nervosas do Fiesta, que no geral eram coisas sensacionais – foguetinhos baratos, animação típica de filhote de cachorro e traseiras barulhentas. Então, quatro anos atrás, a Ford nos trouxe uma versão apimentada do Fiesta. Ele tinha motor 1.6 turbo, bancos tipo concha e suspensão recalibrada, e todo mundo achava que seria mais do mesmo.
Mas, na verdade, foi uma virada de mesa: o mais afetuoso e brilhante hot hatch que o mundo já viu. Nós todos ficamos embevecidos com o Golf GTI original e o Peugeot 205 1.9 GTI. Eles eram excelentes. Mas o pequeno Ford Fiesta ST? Ele estava em uma categoria diferente.
No uso cotidiano, nenhum carro era tão divertido. Ele parecia guiado por telepatia: você pensava na curva seguinte e ele a fazia, agarrando o piso quando você queria e escorregando quando você achava melhor que ele se comportasse assim. Se houvesse algo como um divertidômetro, esse carrinho ia levá-lo além do fim da escala.
E agora a Ford tentou torná-lo ainda melhor, lançando o que chamaram de ST200.
Bem, deixe-me fazer um resumo. Ele é um pouquinho mais potente que a versão normal, o que significa que ele é um pouquinho mais rápido. Bem pouquinho. Apenas 0,2 segundo mais rápido no 0-100 km/h.
Mas ele passa uma sensação de maior urgência, porque a última marcha é mais curta. O que não é bom para a economia de combustível. Nem para o meio ambiente. Mas é excelente para colocar um sorriso no seu rosto.
Digamos que você precise mudar rapidamente de faixa numa rodovia congestionada. Nenhum carro faz isso melhor. Em qualquer marcha. Em qualquer rotação. Num piscar de olhos, a manobra é feita. Eu já vi mosquitos menos ágeis.
E daí tem o barulho. Você espera que em um carro desse tipo faça um assobio do tipo daqueles disparos de fogos de artifício fazem. Mas, em vez disso, você ouve algo grave e profundo. Tem o som de uma batalha acontecendo ao longe. É maravilhoso.
Por baixo da carroceria, a suspensão traseira, autoestabilizante, está mais rígida, e na frente há uma barra estabilizadora maior. Significa que a plataforma é mais sólida, e que a Ford pôde amolecer molas e amortecedores. O que significa que você tem toda a compostura de que precisa, sem um rodar duro demais.
O único problema é que esses ajustes fizeram tanto sucesso, que a Ford também os aplicou ao ST normal. O que quer dizer que você paga 4.850 libras (R$ 19.700) a mais pelo ST200, para ser 0,2 segundo mais rápido que no ST mais barato. Humm.
Ah, sim, você tem uma pequena placa no console central em que diz ST200. Se ela fosse feita de ouro ou mirra, talvez a diferença de preço fosse justificável. Mas não é. É só um ímã de geladeira.
Exceto por isso, o interior é igual ao do ST comum, o que quer dizer que você tem bancos Recaro que são tão altos e tão grandes que reduzem o espaço para as pernas no banco traseiro ao ponto que só um anão caberia. E um painel de complexidade sem igual.
Quando o usei pela primeira vez, supus que minha incapacidade de trocar de estação de rádio ou ativar o GPS (nem vou falar em lê-lo, porque a tela é do tamanho de um selo) era porque sou velho. Mas não. Recentemente comprei um ST normal para minha filha mais velha, e como todo jovem ela mergulhou nos comandos, pressionando botões de um lado para outro, até que disse: “Vou ter de ler o manual”.
Então ligamos o carro, e. . . desastre. Uma das coisas inteligentes no ST é o recurso MyKey. Ele permite que você tenha uma chave para você e uma de reserva que você pode usar quando empresta o carro para, digamos, seus filhos adolescentes ou, no caso da minha filha, seu irmão.
A ideia é que você programe a chave de forma que, quando ela for usada para dar partida no carro, o motor produza menos potência. E o sistema de som permita um volume máximo de 2 decibéis. Na prática é uma ideia muito boa, mas o painel é tão complexo que até minha filha especialista em tecnologia conseguiu fazer um ajuste que fez com que as duas chaves a impedissem de ouvir mais que um sussurro das músicas tocadas.
Bem, de volta ao ST200. E… não sei. Exceto pela última marcha mais curta e aquele escapamento com barulho de gente grande, é basicamente igual à versão normal, só que mais caro. Por isso, eu compraria o modelo básico. E não estou dizendo em vez do ST200, ou em vez de qualquer outro hot hatch. Mas sim em vez de qualquer outra coisa nas ruas.

Volkswagen Golf Clubsport Edition 40, Alemanha - Jeremy Clarkson



Volkswagen Golf Clubsport Edition 40, Alemanha - Jeremy Clarkson
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Meus colegas de TV e eu recentemente tivemos de visitar Whitby, no norte da Inglaterra, e isso suscitou na redação um debate sobre como iríamos até lá. Se escolhêssemos algo confortável e silencioso para lidar no anda e para da rodovia superpoliciada M1, não teria graça nenhuma quando chegássemos pelas curvas da gloriosa estrada rural no meio do caminho. No final decidimos trapacear e usar um trem de Londres até York, o que custa mais do que ir num elefante dourado, mas atualmente leva uns 3 minutos. E daí usaríamos o carro para o trecho final.
Mas qual modelo? A tentação, é claro, era escolher algo idiota – um Lamborghini Aventador ou a nova e realmente linda Ferrari GTC4Lusso. Mas verdade é que carros para se exibir como esses são feitos para funcionar principalmente em cidades.
Então, bem rapidamente, nós três decidimos por unanimidade que um hot hatch seria perfeito para a tarefa. E isso causou outro debate. Não tenho a menor dúvida de que o melhor da turma é o pequeno Ford Fiesta ST. Mas eu já o tinha avaliado e de qualquer jeito ele foi logo escolhido pelo Richard Hammond.
E antes que eu pudesse respirar para dizer “Então eu vou de Ford Focus RS“, James May baixou seu cachimbo, ajustou seus chinelos e ficou com ele. Então eu refleti um pouco e me lembrei que a Volkswagen recentemente tinha batido o recorde de volta de carros de tração dianteira de Nürburgring com um modelo chamado Golf GTI Clubsport S.
Em essência é um GTI, mas graças a um monte de feitiçarias eletrônicas sob o capô, gera tremendos 310 cv.
E tem mais. A suspensão ficou priá­pica. A carroceria está mais rígida. Banco traseiro, tampão do porta-malas e vários pedaços de carpete foram removidos. Como resultado, ele é mais firme, rígido e leve e, como vimos quando ele quebrou aquele recorde de volta, muito, muito rápido.
É exatamente o tipo de carro que seria terrível de conviver no dia a dia, mas perfeito para um assalto vespertino a Whitby. Eu estava muito feliz com minha escolha, até que fui avisado de que o Clubsport S é uma edição limitada, e não havia uma unidade disponível.
Em vez disso, acabei com um exemplar do carro construído para celebrar o 40º aniversário do GTI. Chamado de Clubsport Edition 40, ele parece um Clubsport S, mas vem com carpetes, bancos traseiros e todos os luxos que você poderia esperar. Você até pode comprá-lo em versão quatro portas (o que é uma coisa bem pouco Clubsport).
Tudo isso significa que ele é um GTI com alguns defletores e um pouco de feitiçaria eletrônica sob o capô. O que quer dizer que ele nada mais é do que uma versão ligeiramente mais cara do GTI eu já tenho.
Ele trazia um volante mais bonito, tenho de admitir. E bancos adoráveis. Mas tinha câmbio manual, o que é um incômodo em York, onde os semáforos permanecem vermelhos uns seis anos e logo depois piscam em verde. Levou mais tempo para sair da cidade do que tinha levado para vir de Londres até ela.
Quando, enfim, encontrei a pacata estrada a caminho do trajeto final, estava bem atrás do Hammond no seu pequeno Fiesta, mas sempre é possível alcançar o May. Mesmo se você estiver em uma mula com uma perna machucada.
Lá fui eu e logo percebi que o Clubsport Edition 40 é mais que um presente da VW para si mesma. Os números sugerem que são só 35 cv a mais do que o GTI padrão, mas quando você afunda o pé direito, entra em ação um recurso de overboost que disponibiliza 290 cv. Isso obriga as rodas dianteiras patinarem, o que faz com que o controle de tração passe ao modo intrometido. O que quer dizer que, se você quiser essa potência por esse dinheiro, estará melhor com o Golf R, com tração integral.
Porém – e esse é um grande porém -, no meu GTI normal (que eu escolhi para não precisar explicar às pessoas nas festas o que é um R) definitivamente existe um “buraco” na entrega de potência. Quando você quer ir só um pouquinho mais rápido e pisa um pouquinho mais no acelerador… não acontece nada.
É quase certo que isso se deve a algum tipo de programa de controle de emissões ridículo na central eletrônica do motor, mas passa a sensação de lag (retardo) de turbo, e é irritante. Já no Clubsport Edition 40, isso não acontece. O movimento do seu pé é traduzido instantaneamente em uma mudança de ritmo. Isso torna o carro todo mais alerta e vivo.
Eu adoraria dizer que o chassi também é mais afinado, porque provavelmente é. Mas a verdade é que o carro passa a mesma sensação do GTI comum. O que significa que sua suspensão é extremamente inteligente ao passar por irregularidades e depois agarrar o asfalto nas curvas.
A VW inclusive diz que o defletor dianteiro e o aerofólio traseiro maior efetivamente criam pressão aerodinâmica quando você passa dos 120 km/h. Então, para não bater, você só precisa aumentar a velocidade.
O Hammond vai lhe dizer que o Fiesta ST é mais divertido – e ele está certo – e o May vai lhe falar que o Focus RS é melhor nos extremos. Mas como uma combinação de tudo o que você precisa, o VW está em uma categoria própria.
É a mesma história com o interior. Tudo passa uma sensação de alta qualidade que você não tem nos dois modelos da Ford, além de muitos equipamentos que vêm de série.
É claro que ele não é tão bom quanto o Golf R. Este é um carro admirável, um carro brilhante. Mas se você quiser um GTI porque… bem, porque você quer um GTI, esta versão Clubsport Edition 40 faz muito sentido. É o meu carro com alguns belos toques de estilo e a correção do “buraco” de desempenho causado pelos burocratas de Bruxelas.
O Richard discordou. E o James também – quando ele finalmente chegou ao hotel. Ficamos discutindo sobre isso até altas horas da noite. É bom estar de volta.

Renault Twingo GT, França - Jeremy Clarkson



Renault Twingo GT, França - Jeremy Clarkson
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Quando a Renault apresentou a última versão do seu Twingo, muitos jornalistas zombaram do carro. Disseram que ele era lento e que, se você o forçasse em uma curva, ele sairia de frente, em vez de fazer um belo e fumacento drifting.
Desculpem-me por ficar boquiaberto como um peixe ferido, mas o que eles esperavam? Este é um veículo para uso urbano com motor traseiro.
É claro que não deveria se esperar que ele fosse rápido, muito menos que sua traseira fosse desgarrar nas curvas, porque a maioria das pessoas para as quais ele foi feito iria borrar as calças se isso acontecesse.
Criticar o Twingo por não ser um esportivo puro-sangue é como comprar um gravador e reclamar porque ele não serve para desentupir pias.
O problema é que a Renault colocou o motor atrás. Por isso, todo mundo pensou: “Bom, se ele está lá, como em um Porsche 911, então ele deve se comportar como um Porsche 911″.
Bom… não. O motor de um Peugeot pequeno está na parte dianteira, da mesma forma que em uma Ferrari California, mas a única semelhança entre eles é que você precisa se sentar para dirigi-los.
E falando dos Peugeot, um amigo meu comprou um 108 para a filha. “Por que fez isso?”, lamentei. “Você deve detestá-la. É um carro terrível.” Ele ouviu meu discurso sobre como o carro era pequeno, como todo o interior parecia barato, e então disse: “Sim. Mas ela recebeu três anos de seguro grátis, o que me economizou 6.000 libras (R$ 24.000).”
Esse é o tipo de coisa que costumamos esquecer. Enquanto procuramos anomalias de dirigibilidade ao mesmo tempo em que derrapamos na curva a 190 km/h, não nos ocorre que a maioria das pessoas se importa com segurança e custos de uso, e não com o arrasto dos pneus ou a capacidade de negociar bem irregularidades do piso no meio da curva quando você está no limite.
O que me traz de volta ao Twingo. Na verdade eu não gostei dele, porque não consigo ver o sentido de um “carro urbano”.
Tudo bem que ele é baratinho, mas isso não significa um bom custo-benefício se você tem de deixá-lo na garagem sempre que quiser viajar mais do que 50 km.
Você pode tratar essa afirmação com desdém. Pode dizer que, se um carro tiver um motor, ele será perfeitamente capaz de enfrentar as estradas.
E quem se importa se ele for um tanto irrequieto, barulhento e pouco amistoso? Hummm. Esse debate nem faz sentido porque um carro muito pequeno com um motor muito pequeno não é realmente capaz de lidar com uma rodovia.
Você crava o pé no acelerador na pista de acesso e força o motor tanto que as válvulas começam a fazer calombos no capô, mas mal chega aos 90 km/h quando está pronto para entrar na pista principal.
O que é um problema, porque a faixa de alta velocidade está ocupada por um caminhão que vai a 91 km/h. O que você vai fazer? Não dá para voltar para a pista de acesso porque você será esmagado.
Não dá para acelerar mais porque o motor já está dando tudo o que pode. E não dá para reduzir porque levaria tempo demais para voltar a uma velocidade razoável.
E também há o problema das subidas. No velho Fiesta da minha filha, que tinha motor de 0,001 litro, você tinha de começar a pensar nos aclives quando estivesse ainda a alguns quilômetros de distância.
Uma coisa é certa: carros desenhados para rodar apenas na cidade são idiotas, porque na cidade você tem os Ubers da vida, táxis convencionais, metrôs, ônibus e ciclovias.
É exatamente onde você não precisa de um automóvel. E nos lugares onde você precisa – basicamente, todos os outros lugares -, carros urbanos são barulhentos e perigosos.
E isso me leva ao Twingo GT. Ele começou como um veículo urbano, mas foi anabolizado para ter uma pegada para o mundo real.
Ele conserva o pequenino três cilindros de 0,9 litro, mas recebeu um turbo, levando-o a produzir 110 cv. Este é um carro cujo som parece um daqueles cachorrinhos que rosnam como se fosse um grande dogue alemão. Eu gostei. É divertido!
Também gostei da velocidade. Sei que 110 cv não parece muito, mas essa era a potência da primeira versão do Golf GTI. E ninguém falava que ele era lento demais na estrada.
A entrega de potência é meio estranha – ela vem aos trancos – mas é um prazer acelerar mais do que a maioria dos sedãs familiares e então ultrapassá-los em um automóvel que na verdade devia pertencer a uma coleção de carrinhos de ferro.
Mas sua dirigibilidade não impressiona tanto. Você guia por adivinhação – a direção não passa sensação alguma – e não há qualquer indício de que o motor está na parte de trás. Esportivo ele não é.
O que é uma boa coisa, porque afinal este é um carro projetado para as cidades que, incidentemente, tem a pegada para enfrentar também as estradas.
E seu visual é sensacional. Ele já é bonito e, com o escape duplo e a encantadora tomada de ar traseira para alimentar o turbo, fica excelente.
O que testei vinha com as faixas opcionais, o que me fez sentir como se tivesse 9 anos de idade e estivesse diante de um carrinho de rolimã. Ele me fez sorrir. E isso foi antes de chegar às coisas realmente impressionantes.
Uma noite eu saí com outro adulto na frente e três adolescentes atrás. Houve muita reclamação, mas o fato é que coubemos todos. E se eu acelerasse forte, o ronco do pequeno motor abafava as queixas.
O único problema é que, se você fizer isso, o motor esquenta, o que quer dizer que qualquer coisa que você tiver colocado no porta-malas esquenta também. Este é o único carro em que você pode transformar as compras da semana em uma omelete antes de chegar em casa.
Então aí está: um carro estiloso e prático com bom visual, que anda bem e o deixa feliz. Tudo por 14.000 libras (R$ 57.000).
Ele não ganhou muitos fãs na imprensa porque os jornalistas ainda acham que ele deveria ser como um 911. Mas eu gostei bastante dele, porque esse tipo de comparação nunca passou pela minha cabeça.

Paisagem de Santos, Bonde de Tração Animal Atravessa Rua de Terra Batida Denominada Avenida São Francisco em Frente ao Theatro Rink com Várias Palmeiras e Árvores Nativas, Santos, São Paulo, Brasil (Paisagem de Santos, Bonde de Tração Animal Atravessa Rua de Terra Batida Denominada Avenida São Francisco em Frente ao Theatro Rink com Várias Palmeiras e Árvores Nativas) – Benedito Calixto



Paisagem de Santos, Bonde de Tração Animal Atravessa Rua de Terra Batida Denominada Avenida São Francisco em Frente ao Theatro Rink com Várias Palmeiras e Árvores Nativas, Santos, São Paulo, Brasil (Paisagem de Santos, Bonde de Tração Animal Atravessa Rua de Terra Batida Denominada Avenida São Francisco em Frente ao Theatro Rink com Várias Palmeiras e Árvores Nativas) – Benedito Calixto
Santos - SP
Coleção privada
Guache sobre cartão - 34x49


Paisagem com São João em Patmos, Grécia (Landscape with Saint John on Patmos) - Nicolas Poussin


Paisagem com São João em Patmos, Grécia (Landscape with Saint John on Patmos) - Nicolas Poussin
Patmos - Grécia
The Art Institute of Chicago, Estados Unidos
OST - 100x136 - 1640


A Ilha de Patmos está localizada na extremidade leste do no Mar Egeu. Ela é uma das ilhas que compõe o arquipélago grego do Dodecaneso, que significa “doze ilhas”. A Ilha de Patmos fica por volta de 55 Km da costa sudoeste da Turquia. Essa região era conhecida como Ásia Menor no tempo dos apóstolos.
A Ilha de Patmos tem cerca de 13 Km de comprimento e uma largura com cerca de 7 Km. Essa dimensão lhe confere uma área total de 35 Km². No senso de 2002, a população de Patmos era de 2.700 habitantes.
O formato da Ilha de Patmos lembra uma “meia lua”. Patmos é dividida em duas partes praticamente iguais, que são unidas por um istmo. O istmo é um estreito de terra cercado por águas de ambos os lados que une duas grandes porções de terra. Em decorrência de seu formato, a Ilha de Patmos possui uma baia protegida no lado leste do istmo.
A geografia da ilha é caracterizada por seu aspecto vulcânico, com vegetação típica dessas condições. As colinas vulcânicas da Ilha de Patmos possuem em média 250 metros de altura, sendo que o monte mais alto tem 269 metros.
Algumas pessoas imaginam a Ilha de Patmos como um lugar completamente deserto e isolado na época dos apóstolos, sob o regime do Império Romano. Mas a verdade é que Patmos era uma ilha-prisão utilizada pelos romanos, e que apresentava até certo movimento naqueles dias. Evidências arqueológicas mostram que a Ilha de Patmos já era habitada antes do Império Romano. Tudo indica que na ilha existiam vilarejos e até mesmo um possível templo pagão.
Alguns defendem que só eram mandados para a Ilha de Patmos os prisioneiros mais perigosos. Nesse caso a ilha serviria como um tipo de prisão de segurança máxima da época. No entanto, não existe base suficiente que comprove essa condição. Outra afirmação comum é que os prisioneiros da Ilha de Patmos eram submetidos a trabalhos forçados relacionados à característica rochosa da ilha, mas também não há como comprovar isso.
Seja como for, sabe-se com certeza que pessoas eram exiladas em Patmos. O capítulo 1 do livro do Apocalipse indica claramente que o apóstolo João foi uma dessas pessoas.
É amplamente aceito que o apóstolo João foi quem escreveu o livro do Apocalipse. Além da declaração presente no próprio livro de que o nome de seu autor é João, o testemunho dos pais da Igreja também indica isto. Policarpo (que possivelmente foi discípulo de João), Ireneu (que pode ter sido discipulado por Policarpo), Clemente de Alexandria, Tertuliano, Eusébio e Jerônimo, declaram que o apóstolo João foi exilado em Patmos por volta de 90 d.C. sob o governo do imperador romano Domiciano.
No período de governo de Domiciano houve intensa perseguição aos cristãos, tal como havia sido no governo de Nero. Essas perseguições eram ocasionadas principalmente pela ambição do imperador em restaurar e preservar a religião romana. Durante esse período houve um enorme número de mártires cristãos. Acredita-se que antes de ser levado à Ilha de Patmos, João vivia em Éfeso. Depois de sair de ser libertado de seu exílio em Patmos, o apóstolo provavelmente voltou a Éfeso.
Foi na Ilha de Patmos que João teve as revelações que compõe o livro do Apocalipse. Existe um debate se João de fato escreveu o livro na ilha ou apenas teve as revelações na Ilha de Patmos. Neste último caso, então ele teria escrito o livro após terminar seu exílio.
De qualquer forma, tudo o que se sabe nesse sentido é o que o próprio apóstolo João informou. Ele escreve: “Eu, João, irmão e companheiro de vocês no sofrimento, no Reino e na perseverança em Jesus, estava na Ilha de Patmos, por causa da palavra de Deus e do testemunho de Jesus. No dia do Senhor achei-me no Espírito e ouvi por trás de mim uma voz forte, como de trombeta, que dizia: Escreva num livro o que você vê e envie a estas sete igrejas: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodicéia” (Apocalipse 1:9-11).

Escravo Paulista, Morto em 1811, é Reconhecido Arquiteto 200 Anos Depois, São Paulo, Brasil


Escravo Paulista, Morto em 1811, é Reconhecido Arquiteto 200 Anos Depois, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
A foto refere-se a Igreja das Chagas do Seráfico Pai São Francisco
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No século XVIII, um escravo ficou conhecido por dominar a arte da cantaria, ofício de talhar pedras em formas geométricas para construções, e criar projetos para edificações, principalmente religiosas, no centro da cidade. Além de ter ornamentado a fachada de endereços como a antiga igreja do Mosteiro de São Bento, ele ergueu o primeiro chafariz público da capital, o da Misericórdia, instalado na atual rua Direita.
Lá, ponto de encontro de escravos que iam buscar água para seus senhores, falava-se de um tal de Tebas, nascido em Santos e de provável família africana (de quem, especula-se, teria aprendido as habilidades). Seu nome verdadeiro era Joaquim Pinto de Oliveira, e o chafariz ficou conhecido pelo apelido mesmo após sua morte, em 1811. A peça foi retirada após o processo de canalização de água, em 1886.
Obras como as partes frontais da igreja da Ordem Terceira do Carmo e da igreja das Chagas do Seráfico Pai São Francisco, ambas no centro, resistem até hoje, mas o nome do profissional se perdeu ao longo da história. O livro Tebas: Um Negro Arquiteto na São Paulo Escravocrata (Abordagens), organizado pelo jornalista Abilio Ferreira e lançado no ano passado, busca trazer à luz essa trajetória.
Apenas em 2018, o prodígio foi considerado oficialmente arquiteto pelo Sindicato dos Arquitetos no Estado de São Paulo (Sasp). “Ele fez a parte mais visível e valorizada de edificações católicas em uma época na qual o Brasil era muito religioso”, diz Ferreira. “E não o conhecíamos. Que outros personagens não foram ocultos nos escombros da história?”
Propriedade de um mestre de obras, Bento de Oliveira Lima, o talentoso Tebas — que valia mais que outros três escravos somados, segundo o inventário do dono — teve no currículo como reforma mais emblemática a da antiga Catedral da Sé, demolida em 1911. Lima morreu antes de o trabalho ser finalizado e sua família, endividada, precisou vender o serviçal para a Igreja. Após a restauração e incentivado pelos religiosos, o arquiteto processou a viúva de Lima e conseguiu sua alforria aos 58 anos. Viveu até os 90 anos, ainda trabalhando no ramo.