sábado, 29 de fevereiro de 2020

Grand Hotel La Plage, 1905, Guarujá, São Paulo, Brasil


Grand Hotel La Plage, 1905, Guarujá, São Paulo, Brasil
Guarujá - SP
Fotografia - Cartão Postal

Grand Hotel La Plage e Praia, Guarujá, São Paulo, Brasil


Grand Hotel La Plage e Praia, Guarujá, São Paulo, Brasil
Guarujá - SP
N. 444
Fotografia - Cartão Postal

Grand Hotel La Plage, Guarujá, São Paulo, Brasil


Grand Hotel La Plage, Guarujá, São Paulo, Brasil
Guarujá - SP
N. 3
Fotografia - Cartão Postal

Filosofia de Internet - Humor


Filosofia de Internet - Humor
Humor

Nota do blog: Pior que é assim mesmo...rs.

Nova Estação, Guarujá, São Paulo, Brasil


Nova Estação, Guarujá, São Paulo, Brasil
Guarujá - SP
Fotografia - Cartão Postal

Estação Tramway do Guarujá, Guarujá, São Paulo, Brasil


Estação Tramway do Guarujá, Guarujá, São Paulo, Brasil
Guarujá - SP
Fotografia - Cartão Postal

O Tramway do Guarujá foi uma ferrovia construída em 1892 pela Companhia Balneária da Ilha de Santo Amaro, empreendimento de diversos profissionais envolvidos no comércio do café na Baixada Santista com o objetivo de desenvolver o turismo na região. A estância turística que estava sendo erguida na praia das Pitangueiras era composta por dezenas de casas construídas ao estilo das casas de veraneio europeias e norte-americanas, além do Grande Hotel de La Plage, a maior atração do local. A linha de tramway de bitola métrica, que tinha como objetivo principal o transporte dos turistas para a estância, tornou-se um dos meios de transporte da região para a população da cidade que se desenvolveu com o passar do tempo, até a sua desativação, em 1956. Na época, para se acessar o Balneário, era necessário atravessar o canal de acesso dos navios ao Porto de Santos, seguir até a localidade de Itapema, na Ilha de Santo Amaro, e percorrer uma distância de cerca de 9Km até a praia das Pitangueiras, onde o Hotel estava sendo construído. O transporte dos turistas era efetuado com duas lanchas, nomeadas Cidade de São Paulo e Cidade de Santos, que realizavam o percurso entre Itapema e o cais em frente à Alfândega de Santos; e por trem o trajeto entre Itapema e o Hotel, em uma estação de madeira localizada em frente ao prédio.
Em meio ao desenvolvimento da Baixada Santista durante o Século XIX, as obras foram iniciadas em 1892, quando a Companhia Balneária de Santos iniciou a construção da linha férrea entre o Porto de Itapema e a Praia das Pitangueiras, com cerca de 9Km de extensão. A ferrovia foi inaugurada no dia 02/09/1893, em um evento com diversas autoridades locais, dentre elas o então presidente da província de São Paulo Bernardino de Campos. Ao longo do tempo, a ferrovia recebeu diversas denominações, dentre elas Companhia Balneária, Companhia do Guarujá, Serviços Públicos do Guarujá, Estância Balneária do Guarujá, e o nome pelo qual tornou-se mais conhecida, Tramway do Guarujá.
A ferrovia foi eletrificada em 1924, quando foram adquiridos os bondes nº3 e nº9, e a locomotiva Siemens E69 identificada como nº1; e em 1930 chegaram os bondes nº5 e nº7. O restante do material rodante consistia em duas locomotivas a vapor nº1 e nº2 e alguns carros de passageiros (mais de cinco, não se sabe o número exato). As locomotivas eram de segunda mão (anteriormente pertencentes ao Engenho Central Paulista), adquiridas em um leilão, e pelo menos um carro oriundo da E.F. Sorocabana (provavelmente adquiridos da mesma forma que as locomotivas). 
O Tramway possuía oficialmente dois ramais, sendo um para o Ferryboat e o outro para a Cachoeira. O primeiro foi aberto em 1903, ano em que teve início a travessia de balsas entre a ilha e o continente, e fechado em 1933, substituído por uma estrada de rodagem. O segundo (ramal) provavelmente é mais antigo, visto que havia no local uma represa que abastecia a cidade, e era comum na época construir-se ferrovias para atender represas, como a Cantareira, atendida pelo Tramway da Cantareira. Provavelmente havia outros ramais, como a Linha da Costeira, sobre o qual não existem muitas informações.
Todavia, a modernização da companhia não atenuou o seu endividamento, e a companhia foi estadualizada em 1926, quando a cidade do Guarujá tornou-se um município separado de Santos. No mesmo ano, a antiga estação de carga do TG foi demolida e uma nova linha de 3 quilômetros foi construída até o Sítio Cachoeira. Em 1918 foi inaugurado o serviço de balsas entre Santos e Guarujá, permitindo o tráfego de automóveis entre as duas cidades. Segundo Antonio Augusto Gorni, “estava plantada a semente que destruiria, quase quarenta anos depois, o Tramway do Guarujá.” As últimas reformas de melhoria no sistema de bondes foram realizadas em 1952. No dia 13/07/1956 o serviço de bondes foi suprimido e substituído pelos ônibus, e o material rodante remanescente foi enviado para a EFCJ, onde foi completamente modificado com o passar do tempo.
A frota do TG consistia em 4 bondes de fabricação MAN/Siemens, numerados #3, #5, #7 e #9, uma locomotiva Siemens modelo E69, numerada #1, duas locomotivas a vapor de fabricação Baldwin, numeradas #1 e #2, alguns carros de passageiros (mais de 5, não se sabe ao certo o número exato). Com o passar do tempo, o bonde nº9 foi baixado em decorrência de um acidente nos anos 1930, e os bondes nº3, nº5 e nº7 foram enviados para a EFCJ, onde foram renumerados A6, A5 e A7, respectivamente. Junto com os bondes também foram enviados alguns carros e equipamentos para oficinas.
A linha possuía duas estações: Guarujá e Itapema, e algumas paradas ao longo de sua extensão, dentre elas Bento Pedro, construída durante a eletrificação da ferrovia. Os ramais de Santa Rosa e do Sítio Cachoeira eram atendidos diretamente, sem o uso de estações ou paradas. A estação Guarujá, que localizava-se na praia das Pitangueiras, foi demolida em 1935, e o ponto final da linha passou a ser duas quadras para trás, junto à oficinas do Tramway. A ferrovia provavelmente contava com outras estações, sobre as quais não há registros. Em sua máxima extensão, a rede teve uma linha tronco de 9Km e dois ramais de 3Km cada, totalizando 15 quilômetros de extensão. O ramal do Sítio seria desativado nos anos 1930, muito provavelmente por corte de gastos, e o de Santa Rosa em 1930, para dar lugar à Avenida Adhemar de Barros. Décadas após o seu fim, sobrevivem na cidade apenas a estação Itapema e a locomotiva a vapor nº2 em preservação estática. Em 2015 o transporte de passageiros sobre trilhos na cidade retornou pelo VLT de Santos, cujas linhas inteiramente novas e veículos modernos percorrem a Avenida Santos Dumont, trecho que correspondia do Km1 ao Km5 da antiga linha do Tramway.

Grand Hotel La Plage, Guarujá, São Paulo, Brasil


Grand Hotel La Plage, Guarujá, São Paulo, Brasil
Guarujá - SP
Fotografia - Cartão Postal

Grand Hotel La Plage I, Guarujá, São Paulo, Brasil



Grand Hotel La Plage I, Guarujá, São Paulo, Brasil
Guarujá - SP
Fotografia - Cartão Postal



Tudo teve início quando três paulistas endinheirados tiveram a ideia de construir um balneário chique e europeizado adquirindo a Companhia Balneária de Santo Amaro do quatrocentão Antônio da Silva Prado.
Elias Pacheco e Chaves, Elias Fausto Pacheco Jordão e Valêncio Teixeira Leomil foram os pioneiros por trás do projeto e, em 1892, chegaram ao porto de Santos os bangalôs pré-fabricados de madeira que eles importaram de Rhode Island (EUA).
Anos depois, a companhia do balneário (então chamada Prado, Chaves & Cia.), que não ia tão bem assim, foi comprada pelo norte-americano Percival Farquhar, tido então pelo maior investidor privado no Brasil.
Foi ele o empreendedor que edificou o cassino e as estruturas no Grand Hôtel La Plage -projetado pelo escritório Ramos de Azevedo e aberto em 1912 para tomar do lugar do anterior, que havia se incendiado.
Nascido em York, na Inglaterra, Farquhar foi um titã internacional que morreu em Nova York, nos EUA. Na primeira metade do século 20, seu nome esteve ligado a ferrovias como a Madeira-Mamoré, a geradoras de eletricidade, companhias mineradoras, portos e frigoríficos.
À época, ele tinha interesses em locais diversos como EUA, Cuba, Brasil, Guatemala e Rússia, onde se diz, ele negociava direto com Lênin.
Aristrocrata que estudou direito em Nova York e engenharia em Yale, pioneiro da indústria turística e adepto da boa mesa, ele dizia que "nenhum país pode se desenvolver sem bons hotéis e cozinheiros refinados". Ele abriu, em São Paulo, a Rotisserrie Sporstman, trazendo de Paris o chef Henri Galon.
Renomeada Companhia Guarujá, a empresa do balneária de Farquhar edificou o Grand Hôtel La Plage no local onde funciona o shopping homônimo. A piscina do hotel, vista em fotos, foi a mesma do extinto clube da Orla.
Construído de madeira, o hotel tinha quatro prédios de três e quatro andares, elevadores, apartamentos com banheiras duplas e telefones.
O pavilhão para banhistas contava com uma centena de cabinas, canteiros ajardinados e um minizoo.
Mas a fortuna de Farquhar, ligada a investidores estrangeiros e dependente de concessões governamentais, fez água em 1913, com a Guerra dos Balcãs, e quase foi a pique na eclosão da Primeira Guerra Mundial (1914-1918).
Uma nota triste na história do Grand Hôtel, que foi demolido no início dos anos 1960, a morte do inventor Alberto Santos-Dumont, ocorrida em 1932, é misteriosa.
Seu atestado de óbito, assinado pelo legista Roberto Catunda e por Ângelo Esmolari, registrou a morte como colapso cardíaco. Já o relato de camareiras que acharam o corpo, reza que ele havia se enforcado com a gravata.
Inaugurada no início dos anos 1970, a rodovia Piaçaguera-Guarujá virou uma alternativa à balsa, até então a única ligação entre Guarujá e Santos. Com o fim do gargalo, mais e mais turistas vieram. E então, para o bem e para o mal, o balneário entrou na modernidade.

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020