sexta-feira, 7 de agosto de 2020

Praça Dom Pedro IV e Rua Augusta, 1906, Lisboa, Portugal


Praça Dom Pedro IV e Rua Augusta, 1906, Lisboa, Portugal
Lisboa - Portugal
Fotografia - Cartão Postal

Arco da Rua Augusta, Lisboa, Portugal


Arco da Rua Augusta, Lisboa, Portugal
Lisboa - Portugal
Fotografia

O Entorno da Rua Augusta, Lisboa, Portugal


O Entorno da Rua Augusta, Lisboa, Portugal
Lisboa - Portugal
Fotografia

A Baixa Pombalina, sonhada por Marquês de Pombal, concebeu a Rua Augusta como eixo central de ligação entre a Praça do Comércio e a Praça D. Pedro IV (Rossio). No entanto, são várias as ruas que a cruzam e rodeiam, todas com diferentes graus de importância que podem ser averiguados pela sua largura e pela tipologia dos edifícios.
As ruas paralelas mais importantes são:
Rua do Ouro, ou Rua Áurea, outrora reservada aos artesãos que trabalhavam este material precioso e aos relojoeiros;
Rua da Prata, antes chamada Rua Bela da Rainha (em homenagem à Rainha D. Mariana Vitória, casada com D. José I), que albergava os ourives da prata e livreiros;
Rua dos Fanqueiros, anterior Rua Nova da Princesa, dedicada aos comerciantes de fancaria (comércio de tecidos), lençaria e quinquilharia.
Existem ainda outras três ruas paralelas à Rua Augusta mas, por serem de menor importância e dimensão, receberam nomes de profissões menos nobres: Rua dos Sapateiros, Rua dos Correeiros e Rua dos Douradores.
Todas a artérias transversais têm nomes de índole religiosa: a primeira a contar do Rossio é a Rua de Santa Justa, depois Assunção, Vitória, São Nicolau, Conceição, São Julião e Rua do Comércio, noutros tempos Rua Nova D’El Rei cujo nome foi alterado em 1910 com a Implantação da República.

Casa Africana, Rua Augusta, Lisboa, Portugal















Casa Africana, Rua Augusta, Lisboa, Portugal
Lisboa - Portugal
Fotografia



Em Lisboa há a expressão “mais carregado que o Preto da Casa Africana”, quando alguém está carregando muitos pacotes ou caixas.
A Casa Africana foi um dos estabelecimentos comerciais mais emblemáticos da Rua Augusta — e a sua imagem de marca era, efetivamente, um africano carregadíssimo, que transportava as encomendas e embrulhos dos clientes. Fundada em 1872 na Rua da Vitória, entre os números 33 e 37, a loja foi ampliada no início de 1896, passando a ocupar também os números 152, 154 e 156 da Rua Augusta.
Em 1905, a loja mudou novamente de localização para um edifício que dava para a Rua Augusta, para a Rua da Vitória e para a Rua dos Sapateiros. Os anúncios da época diziam que a loja era a que mais barato vendia em Lisboa, dedicando-se ao comércio de confecções, chapéus de senhora, sedas e lãs. Na fachada, permanecia a famosa imagem de marca: o “Preto da Casa Africana”.
A loja fechou portas em definitivo no final da década de 90 do século passado. Atualmente, o mesmo edifício é ocupado pela…Zara.
Nota do blog: Abaixo, o local nos dias atuais...


quinta-feira, 6 de agosto de 2020

Arco da Rua Augusta, Lisboa, Portugal




Arco da Rua Augusta, Lisboa, Portugal
Lisboa - Portugal
Fotografia

Embora tenha sido inaugurado em 1875, o Arco da Rua Augusta foi planeado em 1759 para comemorar a reconstrução pombalina da cidade após o terramoto de 1755. Sim, demorou mais de um século a estar concluído e chegou a ser comparado às obras de Santa Engrácia pelos historiadores da época!
Idealizado pelo arquiteto Eugênio dos Santos, foi Veríssimo José da Costa que acabou por assinar o projeto numa construção que se revelou bastante atribulada. O Arco começou a ser construído em 1775 mas a primeira versão seria demolida em 1777, após a subida ao poder de D. Maria I e a demissão de Marquês de Pombal. Em 1873, retomou-se a edificação do Arco, num projeto de Veríssimo José da Costa aprovado em 1844, tendo ficado as obras concluídas em 1875.
Para todos aqueles que já se questionaram sobre a inscrição em latim no topo, esta serve de tributo ao Império Português e significa: “Às Virtudes dos Maiores, para que sirva a todos de ensinamento. Dedicado a expensas públicas”. Esta última sigla significa que o Arco foi realizado com dinheiro público, sem interferência de qualquer mecenas — PPD, em latim, simboliza “Pecunia Publica Dedicat“, ou seja, “(Construído) com o Dinheiro do Povo“.

Rua Augusta, Lisboa, Portugal


Rua Augusta, Lisboa, Portugal
Lisboa - Portugal
Fotografia

Tantas vezes já dissemos “Rua Augusta” que nos esquecemos de perguntar a nós mesmos: “Mas afinal, quem é a Augusta?”. Pois bem, o nome completo da Rua Augusta é Rua da Augusta Figura do Rei, uma homenagem ao monarca D. José I, figura retratada na estátua equestre da Praça do Comércio. Este rei foi também o responsável pela inauguração da prática de atribuição de nomes de ruas por decreto e foi da sua responsabilidade a Portaria de 5 de novembro de 1760. Nesse documento estabeleceu-se, por um lado, a denominação dos arruamentos da Baixa lisboeta e, por outro, a distribuição dos ofícios e ramos do comércio pelas diferentes ruas da Baixa. Segundo o decreto, a Rua Augusta deveria alojar os mercadores de lã e de seda.

Fonte Monumental, Praça Júlio Mesquita, 1960, São Paulo, Brasil


Fonte Monumental, Praça Júlio Mesquita, 1960, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia


A Fonte Monumental é constituída por duas bacias de mármore sobrepostas e adornadas com elementos inspirados na história de Ulisses (do poeta grego Homero), composta por um pescador, sereias e 12 lagostas. 
Popularmente conhecida como “Fonte das Lagostas”, havia sido idealizada para ser instalada na Praça da Sé e foi a primeira obra de arte pública paulistana feita por uma mulher, a escultora campineira Nicolina Vaz de Assis Pinto do Couto, falecida em 1941.
Anteriormente denominada Praça Vitória, foi renomeada em 1927 devido à morte do jornalista e político Júlio Mesquita. 
A partir da década de 1960, a região da praça entrou em estado de degradação e vários elementos decorativos da fonte foram furtados e destruídos. O fato inspirou uma música aos compositores Adoniran Barbosa e Tasso Rangel intitulada "Roubaram a Lagosta”, a letra dizia:
“Na Praça Júlio Mesquita / Tem a estátua da lagosta / Quem passa de longe enxerga / Quem passa de perto gosta / E a lagosta de bronze / Fica esperando bom dia / Mas tem gente distraída / Que nem pra ela espia / Por uma razão muito forte / Ela em bronze foi lembrada / Inauguração na praça / Uma fita foi cortada / Teve discurso, foguetes / Teve churrasco e bebidas / Teve mágicos e palhaços / Futebol, flerte e corrida / Mas isso ficou para trás / Não sei que forma que tinha / Essas coisas não se faz / Agulha não vai sem linha / Deixe a lagosta em paz / Muito bom ficar sozinha / Mas é melhor ficar seca ou molhada / Do que ser derretida ou roubada”.
Recentemente, a fonte foi restaurada, mais iluminada e o sistema de tubulação foi trocado. Para evitar a nefasta ação de vândalos, cercada por vidros. Os detalhes, como o chafariz e as lagostas, originalmente confeccionadas em bronze, foram substituídos por réplicas. 
Nota do blog 1: Na imagem que ilustra o post, ao fundo vemos o cruzamento da rua Vitória e alameda Barão de Limeira, vendo-se à direita, nos números 14, 30 e 44 deste último logradouro citado, o belíssimo bloco de apartamentos residenciais (no 44 esteve instalado, desde 1939, o Hotel Artemis de Pedro Facchini). Para efeito de localização, ao lado do prédio visto à esquerda, se localiza o Palacete Lugano.
Nota do blog 2: Data 1960 / Autoria não obtida.

Dodge Dart Gran Sedan V8 1974, Brasil

















Dodge Dart Gran Sedan V8 1974, Brasil
Fotografia

Panorama, São Paulo, Brasil


Panorama, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
F 196
Fotografia - Cartão Postal


Vista a partir do Belvedere Trianon, final da década de 30, em destaque a abertura da Avenida Nove de Julho. Ao fundo, vemos o Edifício Martinelli.

Tatra T87 1947, Tchecoslováquia / Atual República Tcheca





Tatra T87 1947, Tchecoslováquia / Atual República Tcheca
Fotografia


Pouco conhecida fora do Leste Europeu, a Tatra hoje é mais conhecida pelo êxito de seus enormes caminhões fora de estrada em ralis, especialmente as seis vitórias no Dakar. Muitos nem sequer imaginam que o fabricante checo produziu automóveis de passeio por mais de um século: o ápice de sua criatividade e inovação ocorreu nos anos 30, sob o comando do engenheiro Hans Ledwinka.
Patrício do austríaco Ferdinand Porsche, ele iniciou o projeto de um carro popular com o apoio dos engenheiros Erich Ledwinka (seu filho) e Erich Überlacker: a frente curta e a traseira em queda foram definidas pelos estudos aeronáuticos do húngaro Paul Jaray, responsável pelo perfil do dirigível Zeppelin.
Chamado V570, sua versão definitiva surgiu em 1933, mas a Tatra considerou que as inovações fariam mais sentido num automóvel maior e mais luxuoso.
Assim surgiu o T77, um sedã de 5 metros e quatro portas com linhas esguias e fluidas: seu espantoso coeficiente aerodinâmico (Cx) era de 0,212 – menos que um eficiente Toyota Prius, de 0,25. Tal recurso foi possibilitado pelo motor V8 3.0 de 60 cv refrigerado a ar, atrás do eixo traseiro: a eliminação do cardã permitiu colocar os ocupantes numa posição mais baixa, reduzindo a altura da carroceria.
Estrela do Salão de Berlim em 1934, ele cativou Adolf Hitler e vários oficiais alemães, seduzidos pela velocidade máxima de 150 km/h. Muita gente, porém, morreu por não saber que boa parte dos 1,700 kg estava concentrada sobre o eixo traseiro, tornando sua condução extremamente perigosa.
Insatisfeito com esse comportamento arisco, Ledwinka optou por aperfeiçoar o conceito com um novo modelo, o T87. Apresentado em 1936, ele era menor (4,74 metros) e mais leve (1 370 kg). A dirigibilidade melhorava com a nova distribuição de peso: 38% no eixo dianteiro e 62% atrás, graças a um novo V8 menor e mais leve, com 2,9 litros, comandos nos cabeçotes e 85 cv de potência.
O Cx subia para 0,36, mas permitia desempenho e consumo incomuns para a época: máxima de 160 km/h e média de 7 km/l. Foi o primeiro Tatra com carroceria monobloco: a coluna central suportava as quatro portas – as dianteiras eram do tipo suicida.
O para-brisa tripartido e os três faróis proporcionavam boa visibilidade, comprometida só pelas largas colunas traseiras e pelo pequeno vidro traseiro, obstruído pelas saídas de refrigeração e pela barbatana longitudinal que atuava como um leme de avião, melhorando a estabilidade direcional em alta velocidade.
O interior era o retrato da exigência de seu dono: espaço e conforto garantidos pelos 2,85 metros de entre-eixos e suspensão independente nas quatro rodas. Volante tipo banjo, instrumentos com aros cromados e alavanca de câmbio pivotada no assoalho marcavam o estilo art déco.
Ocupado pelo estepe, o porta-malas dianteiro carregava só miudezas: havia outro compartimento atrás do banco traseiro. O T87 deu origem ao T97, também em 1936: era menor, mais leve e tinha motor 1.8 boxer de quatro cilindros capaz de levá-lo a 130 km/h.
Sua produção foi encerrada em 1938, após a ocupação alemã da Checoslováquia: o T97 era rival do Fusca e atrapalhava os planos da estatal Volkswagen. Durante a Segunda Guerra, a Tatra passou a produzir todo tipo de material bélico para as tropas alemãs.
O T87 continuou sendo fabricado em baixa escala: era o carro preferido de Fritz Todt, inspetor das rodovias alemãs. Após o conflito, a Tatra foi acusada de colaborar com os nazistas e acabou nacionalizada: cerca de 3 000 T87 foram feitos até 1950, pouco tempo após a ascensão do partido comunista.
O raro exemplar que ilustra esta reportagem foi fabricado em 1947 e pertence ao colecionador Andre Beldi. Sob nova direção, a Tatra vivenciou um hiato de seis anos até retomar a produção de carros de alto luxo: o T87 foi sucedido pelo modelo 603, com produção limitada e restrita a oficiais das forças armadas, membros do partido comunista e líderes políticos do Leste Europeu e demais países socialistas.
Hitler admirava Ledwinka, que trocava ideias com Porsche: é inegável a semelhança dos Tatra com o Fusca, que surgiu só em 1938. A polêmica foi parar nos tribunais nos anos 30, mas o acordo veio apenas em 1961, quando a Volks aceitou indenizar a Tatra em 3 milhões de marcos alemães.