Mausoléu Castelo Branco, Fortaleza, Ceará, Brasil
Fortaleza - CE
Edicard
Fotografia - Cartão Postal
O Mausoléu Castelo Branco faz parte do conjunto arquitetônico do Palácio da Abolição, antiga sede do Governo do Estado. A proposta ousada em um grande balanço, uma obra de arquitetura moderna de reconhecido valor, estas características já fazem parte da paisagem urbana de Fortaleza de maneira qualitativa, fazendo do Mausoléu um importante ponto turístico da cidade.
O Monumento-mausoléu à memória do ex-Presidente Humberto de Alencar Castelo Branco foi iniciativa do governo Plácido Aderaldo Castelo (1966-1971), que resolveu incluí-lo no conjunto de edificações do Palácio da Abolição, como uma significativa homenagem da terra alencarina a seu ilustre filho. Em 2006, toda a estrutura do Mausoléu passou por uma restauração. Atualmente, a edificação se encontra em processo de tombamento provisório, visando a sua preservação como patrimônio histórico do Estado do Ceará.
A inauguração do Monumento ocorreu no dia 18 de julho de 1972 – ano do Sesquicentenário da Independência do Brasil e também quinto aniversário de morte do Marechal Castelo Branco – por iniciativa do governador César Cals que, em entendimento com a família do extinto, promoveu a transladação dos restos mortais do ex-Presidente Humberto de Alencar Castelo Branco e de sua esposa D. Argentina Viana Castelo Branco, os quais chegaram ao Porto do Mucuripe no dia anterior, 17 de julho, a bordo do contratorpedeiro “Santa Catarina”. À solenidade, presidida pelo Presidente da República Emílio Garrastazu Médici, compareceram diversas autoridades convidadas pelo Governo Estadual, entre as quais o Vice-Presidente Augusto Hamann Rademarker, ministros dos Governos Médici e Castelo Branco, governadores, parlamentares e comandantes militares.
O Monumento como Símbolo, essa era a concepção do arquiteto Sérgio Bernardes, que encarregou-se do projeto e concebeu o agrupado arquitetônico na forma em que agora se apresenta. Iniciada sua construção em maio de 1970, as obras tiveram andamento normal, simultaneamente aos serviços do Palácio da Abolição e seus anexos, ganhando ritmo acelerado já na administração do Governador César Cals (1971-1975), sendo finalmente concluída em 1972.
O Mausoléu Castelo Branco, além de seu valor histórico, possui também importância arquitetônica. A proposta irreverente compreende a edificação, propriamente dita, um bloco de concreto retangular e longilíneo dividido, no sentido do comprimento, por um septo, formando duas galerias, com seu arrojado balanço de trinta metros, rematado pela denominada “Capela de Meditação”, onde repousam os corpos do ex-Presidente Castelo Branco e de sua mulher D. Argentina Viana Castelo Branco. Intencionalmente, o projeto arquitetônico sugere um fluxograma em forma de “u”, que induz aos visitantes percorrerem as galerias temáticas que retratam a trajetória do ex-Presidente, no percurso de ida e volta. Estas galerias são paralelas e uma está voltada para o leste e a outra para o oeste.
O monumento, do ponto de vista filosófico, representa uma projeção do pensamento no espaço, sendo o pensamento uma soma de reflexões. A “Capela de Meditação” seria o local de arbítrio onde o indivíduo escolheria entre o espírito e a matéria. A Capela é sempre ponto de passagem. Na testada norte do edifício está inscrito o trecho de um discurso selecionado no intuito de demonstrar o que seria o fundamento básico das ideias do ex-Presidente:
“Nossa vocação nacional – de nos transformarmos em um país grande e forte, capaz de eliminar a miséria de seu povo, ser um elemento de paz num mundo conturbado, respeitar os seus vizinhos, exercer o poder sem violência, conquistar a riqueza sem injustiça”.
O marechal Humberto de Alencar Castelo Branco nasceu em Fortaleza, Ceará, em 20 de setembro de 1900. Era filho do General Cândido Borges Castelo Branco e de Dona Antonieta Alencar Castelo Branco. Sua base educacional foi inteiramente militar com períodos de estudo no Colégio Militar de Porto Alegre, Escola Militar de Realengo, Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais da Armada, Escola de Estado-Maior e Escola de Aviação Militar.
Político brasileiro, militar de destaque, foi o primeiro presidente do regime militar instaurado pelo Golpe de 1964, governando o País de 15/04/1964 a 15/03/1967.
Durante o seu mandato, Castelo Branco promoveu reformas econômicas e tributárias, época em que a unidade monetária do Cruzeiro Novo foi criada. Escreveu várias obras, entre as quais: “Alto Comando da Tríplice”, “Aliança na Guerra do Paraguai”, “Tendências do Emprego das Forças Terrestres na Guerra Futura”, “Doutrina Militar Brasileira” “A Guerra”, “A Estratégia Militar” e o “Poder Nacional”.
Castelo Branco faleceu logo após deixar o poder, em 18 de julho de 1967, em acidente aéreo.