quarta-feira, 4 de agosto de 2021

Propaganda "Recursos Fantásticos Com Um Simples Movimento", Videocassete Panasonic, Panasonic, Brasil


 

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Propaganda "Como Iniciar a Mais Econômica Campanha de Propaganda", Volkswagen Kombi, Volkswagen, Brasil Propaganda


 

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Propaganda "Bom Senso Para 1, 2, 3, 4, 5...6, 7, 8,9...", Volkswagen Fusca e Volkswagen Kombi, Volkswagen, Brasil


 

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Propaganda "Embeleze Mais Sua Pele, Como Faz Tônia Carrero", Sabonete Eucalol, Eucalol, Brasil


 

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Rivalidade Brasil x Argentina / Da Ameaça Bélica à Batalha no Futebol - Artigo

 


Rivalidade Brasil x Argentina / Da Ameaça Bélica à Batalha no Futebol - Artigo
Artigo


Se, por um lado, a rivalidade militar entre Brasil e Argentina diminuiu desde 1985, quando os presidentes José Sarney e Raúl Alfonsín trocaram a histórica desconfiança por uma integração de confiança, por outro lado, a rivalidade no futebol entre os dois países só aumentou nos últimos anos, incentivada pela imprensa e por marcas comerciais.
A etimologia da palavra rivalidade vem de rio: aqueles que dividem o direito comum sobre uma corrente d'água. E, no caso de Brasil e Argentina, esse foi justamente o começo de toda a disputa.
Em 22 de janeiro de 1680, o então governador da Capitania Real do Rio de Janeiro, Manuel Lobo, por ordem do Império de Portugal, fundou a Colônia do Santíssimo Sacramento, hoje Colônia do Sacramento, na margem uruguaia do rio da Prata. A presença portuguesa no Rio da Prata iniciou uma disputa territorial e comercial que levou Brasil e a Argentina, recém-independentes, a uma guerra entre 1825 e 1828 pelo que o Império do Brazil chamava de província Cisplatina, atual Uruguai.
Desde então, os dois países rivalizaram na disputa pela hegemonia na América do Sul. A desconfiança militar e diplomática foi uma constante ao longo de três séculos, promovendo, inclusive, uma secreta corrida nuclear. Custa acreditar, mas Brasil contra Argentina era um das principais hipóteses de guerra nos anos 70 e foi a única relação que trocou a possibilidade de ogivas para se tornar uma integração bilateral, núcleo inicial do Mercosul.
A ameaça militar de outrora saiu dos campos de batalha para os de futebol e até mesmo os governos de ambos os países quando pregam a integração plena fazem uma exceção: o futebol.
O sociólogo argentino Pablo Alabarces é provavelmente quem mais estudou o assunto. Escreveu 14 livros, a maioria sobre a influência do futebol na formação da identidade argentina e latino-americana. Foi Alabarces quem cunhou a célebre frase que resume a relação Brasil x Argentina sob a fina camada de rivalidade: "Os argentinos odeiam amar o Brasil e os brasileiros amam odiar a Argentina".
"Mas poderia ser 'os argentinos odeiam amar os brasileiros e os brasileiros amam odiar os argentinos' porque a frase significa que nós argentinos nos sentimos rivais, mas que, na verdade, ficamos muito zangados porque amamos os brasileiros. Já os brasileiros desfrutariam mais da rivalidade porque na realidade amariam nos odiar", explica à RFI Pablo Alabarces, um dos fundadores da sociologia do esporte na América Latina.
Brasil 1970:
É muito comum encontrar argentinos acima de 50 anos que saibam a escalação completa da seleção brasileira de 1970. Foram os jogadores brasileiros que ensinaram o "jogo bonito" aos argentinos, expressão em português até hoje usada no futebol argentino. O próprio Waldir Pereira, o Didi, chegou a ser técnico do River Plate, onde pregou o estilo do "jogo bonito".
"Argentinos e brasileiros se gabam de uma rivalidade no futebol que se baseia na profunda admiração que os amantes do futebol têm pela seleção de Pelé de 1970. Para o imaginário futebolístico argentino, a melhor seleção de todos os tempos foi a do Brasil de 70. Não foi uma seleção argentina, mas uma brasileira", indica Pablo Alabarces.
Colaborou para a rivalidade o fato de grandes jogadores de futebol, de ambos os lados, terem sido os maiores do mundo nos seus tempos. Os camisas 10 de um lado e de outro escreveram a história do futebol mundial: Pelé, Zico, Neymar, Maradona e Messi. Com oito gols em dez jogos contra a Argentina, Pelé é até hoje o maior goleador do clássico.
Campo de batalha:
A rivalidade no futebol começou quando o próprio esporte dava os seus primeiros passos. Em 1912, num amistoso que não entrou nas estatísticas, o ex-presidente argentino Julio Argentino Roca foi ao Brasil durante as comemorações do 7 de setembro. Com ele, um combinado de jogadores argentinos enfrentaram os brasileiros no estádio do Fluminense nas Laranjeiras. No intervalo do jogo, quando os argentinos já ganhavam por 3 a 0, Julio Roca pediu aos seus jogadores que tivessem a sensibilidade de entender que o Brasil comemorava a sua data pátria e que deveriam entregar o jogo. A rivalidade falou mais alto: Argentina 5 a 0.
Em 20 de setembro de 1914, os dois países se enfrentaram pela primeira vez oficialmente. Foi no antigo campo do clube Gimnasia y Esgrima em Buenos Aires. Era a Taça Julio Roca, oferecida pelo general Roca.
A disputa pela taça não aconteceu devido ao mau tempo que atrasou a chegada do navio com a seleção brasileira. Os brasileiros chegaram no dia 20 de setembro de manhã e, naquele dia, só jogaram um amistoso, perdendo para a Argentina por 3 a 0. Depois de uma semana em Buenos Aires, a seleção brasileira disputaria a Taça Roca contra a Argentina. Desta vez, vitória do Brasil por 1 a 0. Foi a primeira Taça da seleção brasileira.
Macacos em Buenos Aires:
Em 1920, num amistoso em Buenos Aires, o jornal argentino Crítica retratou os jogadores brasileiros como macacos. "Monos (macacos) em Buenos Aires", intitulou com uma charge. Revoltados, os quatro jogadores negros da seleção brasileira recusaram-se a entrar em campo. A Argentina aceitou entrar em campo com apenas sete jogadores de cada lado. O insólito jogo foi vencido pelos argentinos por 3 a 1.
Esse episódio inaugurou o papel da imprensa no acirramento da rivalidade e teria uma reedição, em 1996, através do jornal desportivo Olé. Durante os Jogos Olímpicos em Atlanta, a Argentina chegou à final e enfrentaria o vencedor de Brasil x Nigéria. O jornal que tinha sido lançado naquele mesmo ano intitulou na sua capa: "Que venham os macacos" numa referência tanto ao Brasil quanto à Nigéria. Naquela mesma semana, aliás, um brasileiro seria morto em Buenos Aires por discutir sobre futebol.
Nos últimos anos, a rivalidade no futebol aumentou em grande parte incentivada pela imprensa especializada e pelos comerciais de TV para os quais "nada melhor para um brasileiro do que comemorar uma derrota argentina". "Eu acredito que a rivalidade, nos últimos anos, aumentou devido ao jornalismo desportivo sensacionalista. Essa imprensa popular muito personificada no Lance e no Olé. São os principais responsáveis por esse aumento", acusa Alabarces.
Pelé gay:
Pablo Alabarces também relembra uma série de publicidades institucionais do Olé durante a Copa de 2014. Em uma delas, um jornalista argentino fazia perguntas insidiosas numa suposta coletiva de imprensa da seleção brasileira. O jornalista perguntava se era verdade que o Pelé tinha perdido a virgindade com um menino (fake news amplamente difundida entre os torcedores argentinos).
"Fui ao Rio em 2014, depois da Copa, para dar uma palestra sobre o famoso "Brasil, decime qué se siente". Mostrei as pichações feitas pelos torcedores argentinos em Copacabana que diziam "Pelé Puto (Viado)". Contei como, na Argentina, foi construído um folclore sexual a partir dessa velha anedota de que o Pelé teria perdido a virgindade com um garoto. A resposta dos meus colegas brasileiros foi muito risonha, dizendo que, para eles, o Pelé é o grande macho, aquele que teve as melhores mulheres do Brasil. Não havia nenhum tipo de folclore sexual possível", recorda Alabarces, para quem "essa fantasiosa versão homossexual aplicada sobre o Pelé é uma clássica estratégia de inferiorização que os torcedores e o jornalismo popular desportivo argentino reproduzem.
Em 1978, depois da polêmica partida da Argentina contra o Peru por 6 a 0 num suposto acerto entre as ditaduras argentina e peruana para levar a Argentina à final e fazer o Brasil a disputar o terceiro lugar (outro episódio que contribuiu para a rivalidade), a cantiga da torcida argentina também apelava para a homossexualidade.
"A torcida cantava: 'Todos já sabem que o Brasil está de luto. São todos negros, são todos putos (viados)", descreve Alabarces. Num dos versos da recente "Brasil, decime qué se siente", a homofobia volta à cena. A ideia de que o gol de Claudio Caniggia contra o Brasil na Copa de 1990 foi uma vacina.
"A vacina, na linguagem popular argentina, é a penetração anal", diz Alabarces, que, durante a Copa da Rússia, presenciou a mesma apelação. "Vi centenas de torcedores argentinos em torno da Praça Vermelha. De repente, aparece um núcleo pequeno de brasileiros. Não há conflitos, não há combate. Assim que os torcedores brasileiros começaram a cantar, os torcedores argentinos respondem: "Les metieron 7, les rompieron el ojete" (meteram-lhes sete. Romperam-lhe o ânus). Novamente, a penetração anal como forma de domínio", interpreta.
Em 2010, um comercial da Skol no Brasil colocava uma latinha de cerveja que, ao ser aberta, chamava um torcedor argentino de "maricón". O Ministério Público Federal chegou a recomendar à AmBev, detentora da marca Skol, a suspensão da campanha publicitária. O Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (CONAR) suspendeu o comercial.
Do ódio ao amor:
Para Pablo Alabarces, no entanto, o europeísmo argentino com a sua percepção narcisista da realidade leva o argentino a amar o Brasil pela sua dose de exotismo. "O europeísmo argentino obriga a ver o tropicalismo brasileiro com profunda inveja. Esse eurocentrismo argentino diante de algo que classifica como inferior, mas que se ama como sedutor. Esse é um dos nós mais fortes da sedução brasileira sobre o imaginário argentino", avalia.
"Aquilo que aparece como invejado é aquilo do qual se carece: sensualidade, erotismo, carnaval, negritude, dança, música, alegria. É uma lista de desejos do argentino. E o futebol brasileiro tem esse estereótipo da alegria, um futebol que dança, que não sofre, que se desfruta", compara.
A descrição de Alabarces tem um paralelo no texto "Foot-ball Mulato" do sociólogo e antropólogo Gilberto Freyre em 1938. O texto inventa a democracia racial brasileira em torno de um futebol hibridado entre negro, branco e o índio com um jeito próprio de jogar bola.
"Essa democracia racial brasileira, no fundo, é o desejo do futebol argentino. Encontra-se na cultura e no futebol brasileiro aquilo que falta na cultura e no futebol argentino. Esse é o ponto que explica que os argentinos odeiam amar o Brasil. No ódio está a rivalidade, mas no amor está o desejo", conclui Pablo Alabarces.

"Que Vengan los Macacos" / A Imbecilidade Racista Histórica do Jornal Argentino "Olé" nas Olimpíadas de 1996 - Artigo


 

"Que Vengan los Macacos" / A Imbecilidade Racista Histórica do Jornal Argentino "Olé" nas Olimpíadas de 1996 - Artigo
Artigo


Em uma semifinal olímpica, há exatos 25 anos, o jornal argentino "Olé", especializado em esportes, estampou em sua manchete uma provocação à seleção brasileira de futebol: "Que venham os macacos".
O texto da capa com a óbvia alusão preconceituosa comemorava a vitória da Argentina sobre Portugal e aludia a Brasil e Nigéria que disputariam a segunda vaga na decisão da Olimpíada de Atlanta, realizada em 1996.
Então em seu terceiro mês de circulação, o "Olé" gerou um tenso conflito diplomático. O embaixador do Brasil na Argentina, Marcos Azambuja, enviou uma carta formal de protesto ao assessor de comunicação do presidente Carlos Menem, Raúl Delgado. Na carta, Azambuja reclamava das "insinuações raciais e depreciativas do jornal". O vice-ministro de Relações Exteriores da Argentina, André Cisneiros, dizia que o governo "estava consternado".
A repercussão assustou os editores do "Olé", que publicaram uma retratação no dia seguinte (uma quinta, 1º de agosto). O secretário de redação do jornal, Mariano Hamilton, disse que a manchete se referia aos brasileiros, e que "os argentinos costumavam chamá-los de macacos, uma coisa institucionalizada".
No editorial cujo título era "Sem intenção de faltar o respeito", o jornalista negava a existência de qualquer conteúdo racista no termo "macacos": "Não houve intenção de ofender. Aqui não há nenhum racista".
"A gozação e os jargões do futebol podem mudar como são entendidas as palavras segundo o contexto. Por isso, o Olé pede desculpas ao povo brasileiro", encerrava o editorial.
Responsável por aquela capa, Hamilton seguiu no cargo e construiu uma respeitada carreira na imprensa argentina, sendo comentarista de grandes emissoras de TVs e autor de bem-sucedidos livros publicados pela editora Planeta, a maior do país.
O grave deslize, no entanto, o faz pedir desculpas até hoje. "Vi no dia seguinte e pensei: que cagada imensa. É a maior cagada da minha carreira. Se eu pensasse outra coisa, seria um estúpido", conta.
"Eu me arrependo, por isso fiz o editorial no dia seguinte pedindo desculpas. Deixei meu cargo à disposição da direção geral. Fiz o que tinha que ser feito. Sigo pagando por essa cagada, e está bem. Depois, claro, fiz umas capas extraordinárias. Mas hoje, tanto tempo depois, sigo pedindo desculpas."
Chefe de redação do "Olé", o jornalista Leonardo Farinella também reconheceu a infelicidade daquela capa: "Foi um erro, um excesso de juventude. Buscávamos refletir o sentimento do torcedor, e ainda estávamos acertando o tom", disse em entrevista à agência de notícias AFP em 2005.
O "Olé" completou 25 anos no último dia 23 de maio e segue integrando o grupo empresarial "Clarín", o maior da Argentina no setor de comunicações.
"A postura de ir contra o Brasil tem a ver estritamente com ser pró-Argentina. Há uma rivalidade esportiva que respaldamos. O Olé quer que o Brasil perca. Apesar de o Brasil ter jogadores muito bons, muitos deles admirados por nós, considerados simpáticos, queremos que joguem mal", seguiu o jornalista na mesma entrevista de 2005.
"Creio que no Brasil o tema do racismo é muito mais sensível do que na Argentina, onde há xenofobia contra paraguaios, bolivianos, peruanos, uma situação que não apoiamos. Mas nós não nos consideramos racistas com os brasileiros", finalizava.
Além de publicar a retratação no dia seguinte, o "Olé" aproveitou o deslize para reforçar sua linha editorial, que "brincava com os limites entre o coloquial, o ordinário, a gozação e a ofensa", mas reconhecia que "ultrapassara uma fronteira sensível".
"Entendíamos que 'macaco' era uma palavra muito utilizada pela imprensa argentina", justificava Farinella. "Pensamos que não ia nos trazer dificuldades. O que não levamos em conta é que a imprensa brasileira tinha um outro conceito do nosso jornal e não esperavam que usássemos essa palavra. Assumimos o erro e nunca mais usamos este termo. Isso é o que acontece quando alguém vai com tudo: corre riscos e às vezes manda uma bola fora."
Aquela capa guardava uma outra referência de complicada compreensão fora da Argentina. Em 1982, o general Leopoldo Galtieri declarou a Guerra das Malvinas à Inglaterra com a infame frase "Que venga el principito, le presentaremos batalla" ("Que venha o pequeno príncipe, pois daremos batalha"), algo também implícito no "Que venham os macacos" (Afinal, havia uma batalha a seguir na final olímpica).
Embora a palavra para designar "macaco" em espanhol seja "mono", o termo "macaco" ou "macaquito" é de uso comum na Argentina, inclusive o presidente argentino, Alberto Fernández, disse recentemente ao premiê da Espanha, em Buenos Aires, "que os mexicanos vieram dos indígenas, os brasileiros, da selva, e nós, argentinos, chegamos em barcos que vinham da Europa". Posteriormente se desculpou e afirmou que estava citando um trecho de uma obra do poeta mexicano Octavio Paz, vencedor de um Prêmio Nobel de Literatura, mas na verdade mencionou parte da música "Llegamos de Los Barcos", lançada em 1982 pelo músico argentino Litto Nebbia, de quem já se declarou fã.
A letra da música diz, em espanhol: "Los brasileros salen de la selva / Los mejicanos vienen de los indios / Pero nosotros, los argentinos / Llegamos de los barcos".
Possivelmente, o presidente se confundiu com a frase “os mexicanos descendem dos astecas, os peruanos dos incas e os argentinos, dos navios”, esta sim de autoria do autor mexicano.
A metáfora racista, xenofóbica (e obviamente violenta e atrasada) aplicada por parte da população argentina estabelecia que "eles eram homo sapiens e os brasileiros, macacos, inferiores na escala evolutiva".
O apelido de "macaquitos" dado pelos argentinos aos brasileiros surgiu na Guerra do Paraguai, na segunda metade do século XIX, porque alguns batalhões de soldados brasileiros eram quase todos compostos por negros (quando o país ainda mantinha a escravidão).
Mas foi no futebol que o apelido pejorativo ganhou força. Nos primeiros confrontos entre as seleções de Argentina e Brasil, torcedores argentinos imitavam macacos nas arquibancadas, o que chegou a causar a retirada do gramado de jogadores brasileiros.
Infelizmente tal situação continua até os dias de hoje em relação a seleção e times brasileiros, não dando sinais de que irá parar.
Notas do blog: 
Nota 1 = O presente artigo merece um complemento histórico no que tange ao que aconteceu após a referida publicação cometer essa imbecilidade. O Brasil não se classificou para a final, perdeu da Nigéria que acabou sendo o adversário argentino na disputa. O resultado da final foi vitória da Nigéria por 3x2 contra a Argentina. Os "europeus" argentinos acabaram derrotados pelos nigerianos...
Nota 2 = Brasil e Argentina são dois países que sempre conviveram com as piores mazelas do chamado "terceiro mundo": pobreza, corrupção, criminalidade, ditaduras, distribuição desigual de renda, impunidade, dívida externa, inflação, etc. Nisso estão de mãos dadas (inclusive, não é absurdo dizer, as últimas administrações argentinas conseguiram ser ainda piores que as brasileiras, levando o país ao caos econômico, fazendo sua população empobrecer ainda mais).
Nota 3 = Brasileiros e argentinos, embora submetidos diariamente a problemas e maldades semelhantes, são dois povos que jamais viverão em harmonia. O "oceano" do futebol os separa. Parece incrível, mas este é o principal fator que os separa. Nenhuma discussão ou assunto prospera, sempre esbarra nesse obstáculo "intransponível". Sempre Pelé x Maradona (Pelé, é claro...rs) ou quem tem o melhor futebol (o Brasil, é claro...rs).
Nota 4 = Embora preconceituosas (mas não racistas), existem frases que resumem  e tiram sarro do argentino (eu diria mais do portenho do que o argentino em geral) e sua "autoproclamada" superioridade: "O melhor negócio do mundo é comprar um argentino pelo seu preço real e vendê-lo pelo preço que ele pensa que vale", "Buenos Aires é a Paris da América do Sul", "Argentinos são os europeus que deram errado", entre outras. 
Nota 5 = Eu sempre gostei de visitar a Argentina. Sempre fui bem tratado, evitando discutir, apenas comentando o assunto futebol. Mas confesso que sempre tratei o assunto com pessoas mais velhas, que me pareciam mais esclarecidas, capazes de um diálogo civilizado. Penso que na geral do estádio do Boca Juniors o papo não deve fluir assim (embora na geral dos estádios brasileiros certamente seja a mesma coisa).
Nota 6 = Finalizando, essa é minha, não consigo entender como um brasileiro pode dizer que torce para a seleção da Argentina (times eu "relevo"). Dentro desse contexto de "rivalidade eterna", eu diria que chega a ser um "crime de alta traição"...rs.


terça-feira, 3 de agosto de 2021

Caixa Original do Sabonete Eucalol de Eucalipto, Eucalol, Brasil







Caixa Original do Sabonete Eucalol de Eucalipto, Eucalol, Brasil
Fotografia


A Eucalol foi uma empresa de produtos de higiene pessoal fundada no Rio de Janeiro pelos irmãos alemães Paulo e Ricardo Stern. Era conhecida por seu sabonete que, feito de eucalipto e apresentando uma coloração verde, causou no público da época um certo estranhamento. Isso fez com que os empresários resolvessem inovar e lançar no mercado estampas colecionáveis junto ao sabonete, prática que se tornou um grande sucesso entre os consumidores, transformando o produto em um grande sucesso.
As estampas acompanharam as embalagens do sabonete Eucalol por três décadas. Impressas em cartão formato 6x9, apresentavam na frente desenhos com temas variados e no verso um texto explicativo. Elas participaram do cotidiano de crianças e adolescentes, que ao longo de 54 temas, foram conduzidos por viagens imaginárias entre animais pré-históricos, peixes das profundezas oceânicas, índios, curiosidades e episódios da história brasileira.
História da empresa:
Em 1917, na Rua São Pedro, localizada no centro do Rio de Janeiro, o imigrante judeu alemão Paulo Stern fundou a empresa Correa da Silva & Cia Ltda, destinada a venda de essências, as quais eram produzidas no sobrado em cima da loja. 
Finda a Primeira Guerra Mundial, Ricardo Stern, irmão de Paulo, veio ao Brasil e ingressou na sociedade. Ele deu um novo impulso a empresa, iniciando em 1923 as obras de construção de uma fábrica na Rua Ribeiro Guimarães, nº 15, inaugurada por volta de 1924.
Nas novas instalações, a empresa alterou a sua razão social para Paulo Stern & Cia Ltda e partiu para a ampliação da linha de produtos fabricados, lançando o sabonete Eucalol e, mais tarde, a pasta de dente e o talco. 
Porém houve um problema: os sabonetes fabricados à época eram na cor rosa ou branca. Já o da Eucalol por ser derivado do eucalipto, era na cor verde, o que acabou causando rejeição dos consumidores e, consequentemente, poucas vendas.
Com o intuito de reverter essa situação, os proprietários tentaram inicialmente conquistar o público com um concurso de poemas tendo por tema o sabonete. Os vencedores recebiam prêmios em dinheiro e menções honrosas publicadas na revista Fon-Fon. Mesmo com essa iniciativa, as vendas do Eucalol não decolaram, e os irmãos Stern resolver mudar de tática. Eles lembraram-se das estampas "Liebig" que tanto sucesso faziam na Europa e resolveram lançar as estampas "Eucalol", convidando o público a colecioná-las com um anúncio publicado em suplemento do jornal "A Noite", de 11 de junho de 1930. Foi um sucesso estrondoso, crianças e adultos começaram a colecionar as estampas, impulsionando as vendas do sabonete, fazendo com que a empresa passasse a crescer vertiginosamente.
Em 1932, ingressou na sociedade o terceiro irmão, Erich Stern, e a empresa novamente alterou a razão social, agora para Perfumaria Myrta S/A. No decorrer da década de 30 foram sendo adquiridos terrenos vizinhos e a fábrica ampliada, tendo na década de 40 atingido a numeração de 3 a 99 na Rua Ribeiro Guimarães.
As estampas Eucalol:
As primeiras séries das Estampas Eucalol tiveram temas bem brasileiros: "A Vida de Santos Dumont", "Episódios Nacionais", "Produtos do Brasil", "Cachoeiras do Brasil", "Aves do Brasil", entre outros, intercalados com outros temas de âmbito universal como "Dom Quixote" e "Compositores Célebres" (nesta última incluíram o brasileiro Carlos Gomes). De 1930 a 1957, ano em que foram produzidas as últimas estampas, houveram 54 temas, distribuídos em 2400 estampas. 
Uma das séries, a das "bandeiras dos países" deixou uma questão até não esclarecida, tornando-se verdadeira lenda. A questão foi a seguinte: como várias séries eram republicadas no correr dos anos, o tema das bandeiras estava sendo reimpresso justamente quando o Brasil resolveu entrar na Segunda Guerra Mundial. Na impressão anterior o tema tinha quatro bandeiras (duas da Alemanha, uma do Japão e uma da Itália) de países que agora eram "inimigos" do Brasil. Diante dessa situação, não seria possível utilizar essas estampas citadas. Assim, segunda a lenda, dizem que quando o primeiro carregamento de estampas chegou à fábrica, mandaram separar todas as unidades dessas quatro estampas e se fez uma cerimônia solene de queima no pátio da empresa. Consta, novamente segundo a lenda, que alguns funcionários, que também eram colecionadores, separaram algumas destas estampas para si, queimando o restante. Fato é que, até hoje, não se tem notícia de alguém ter visto estas estampas. Verdade ou não, é uma boa história...rs. Ainda sobre essa questão, alguns colecionadores notando que estas quatro estampas não apareciam no mercado (a queima não foi divulgada), procuraram a empresa, alegando que precisavam das estampas em questão. Como resposta, foi lhes dado cartões (dizendo que essas estampas não haviam sido impressas) para serem colocados no álbum, a fim de não deixar suas coleções com esses espaços em aberto.
Outro fato interessante foi que estampas de algumas séries, como por exemplo "História do Brasil", "Lendas do Brasil" e "Viajando pelo Brasil", foram usadas em escolas como material didático. 
Declínio:
Após a Segunda Guerra Mundial, a primeira geração da família Stern foi se afastando do trabalho, passando o bastão para a segunda geração. Essa nova geração não teve o mesmo sucesso da anterior, além de ter que enfrentar novos desafios e concorrentes mais fortes. 
Assim, visando reduzir custos a fim de enfrentar a concorrência das multinacionais que então se estabeleciam no Brasil, a Perfumaria Myrta decidiu encerrar a impressão das estampas Eucalol em 1957, sendo o escotismo o último tema impresso. 
Mesmo com o fim das impressões das estampas, além de outras medidas de redução de custos que foram tomadas, a empresa não suportou a concorrência, e em 1978 acabou por ser vendida. Infelizmente, mesmo com a venda, não foi possível sanar os problemas financeiros da empresa, acabando por ter sua falência em 1980.



Conjunto de Estampas Eucalol Referentes a Participação da FEB na Segunda Guerra Mundial, Eucalol, Brasil





 

Conjunto de Estampas Eucalol Referentes a Participação da FEB na Segunda Guerra Mundial, Eucalol, Brasil
Fotografia

Ilha Fiscal, Rio de Janeiro, Brasil


 

Ilha Fiscal, Rio de Janeiro, Brasil
Rio de Janeiro - RJ
N. 92
Fotografia - Cartão Postal

Propaganda "Seja Cobiçada Por Milhares de Homens Bem Situados na Vida", Curso de Secretária Executiva em Inglês com Estenotipia, Curso Oxford, Rio de Janeiro, Brasil


 

Propaganda "Seja Cobiçada Por Milhares de Homens Bem Situados na Vida", Curso de Secretária Executiva em Inglês com Estenotipia, Curso Oxford, Rio de Janeiro, Brasil
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E antigamente diziam que a cobiça era um pecado...rs.
A maioria das pessoas, especialmente os mais novos, desconhecem o termo "estenotipia". Segue uma breve explicação: O termo estenotipia advém do grego stenos - que significa curto, abreviado e typos, impressão. É utilizado para designar a maneira pela qual se obtém o registro do que é falado, através de uma máquina, em tempo real, ou seja, na mesma velocidade com que as palavras são pronunciadas.
O trabalho do estenotipista consiste em ouvir as palavras que estão sendo ditas, traduzí-las para os códigos que aprendeu durante o curso e estenotipá-las na máquina, chamada estenótipo. O estenótipo é ligado a um computador através de um cabo especial que transmite os códigos estenotipados (digitado no estenótipo) para um programa próprio no computador que, por sua vez, traduz os códigos de volta para o português. Assim, à medida que a pessoa vai falando e o estenotipista vai transcrevendo sua fala, é gerado um arquivo de texto no computador, o que possibilita que, logo terminada a exposição do falante, seja impresso tudo o que foi dito.
Enfim, onde houver uma palavra falada e a necessidade de seu registro e transcrição, a estenotipia é o melhor e mais rápido sistema para isso.