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sábado, 10 de setembro de 2022
Cobrador, Anos 50-60, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil
Cobrador, Anos 50-60, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil
Porto Alegre - RS
Fotografia
Texto 1:
Porto Alegre teve muitos deles. Causaram uma revolução quando apareceram, viraram notícia de jornal, eram criticados, alguns apanhavam quando faziam seu trabalho, um ofício evidentemente para corajosos ou seduzidos pelos ganhos relativamente bons. Os Homens de Vermelho eram cobradores na Capital gaúcha de 1959.
Naquele tempo, uma empresa de cobranças teve a ideia de contratar funcionários vestidos de vermelho da cabeça aos pés. Nas costas, tinham o logotipo da empresa e em letras garrafais se lia “Cobrador”. Todos que tinham parentes, amigos ou clientes que lhes deviam dinheiro contrataram os cobradores.
Quando toda a cidade sabia dos Homens de Vermelho, os devedores tratavam de correr para o escritório de cobrança para evitar o vexame. Quando batiam numa porta, tanto quanto resgatar uma dívida atrasada, queriam expor o morador daquele endereço à execração pública. Denunciar o caloteiro. Desmoralizar o vivente. Eram coercitivos ao limite. Quando um deles aparecia num bairro, ou num lugar qualquer, seus passos eram acompanhados com curiosidade pelos bisbilhoteiros para saber qual seria seu destino fatal.
Texto 2:
Porto Alegre teve muitos deles, assim mesmo, em caixa alta. Causaram uma revolução quando apareceram, viraram notícia de jornal, eram criticados, alguns apanhavam quando faziam seu trabalho, um ofício evidentemente para corajosos ou seduzidos pelos ganhos relativamente bons. Os Homens de Vermelho eram cobradores na Capital gaúcha de 1959.
Naquele tempo, como dizia Jesus, uma empresa de cobranças teve a ideia de contratar funcionários vestidos de vermelho da cabeça aos pés, meias, sapato, tudo. Nas costas, tinham o logotipo da empresa e em letras garrafais se lia “Cobrador”. Nos primeiros tempos, foi um sucesso de vendas – de cobranças, melhor dizendo. Todos que tinham parentes, amigos ou clientes que lhes deviam dinheiro contrataram os caras.
Quando toda a cidade sabia dos Homens de Vermelho, os devedores tratavam de correr para o escritório de cobrança para evitar o vexame. Imaginem a cena, bastava o cara apertar a campainha da casa para que todo o bairro soubesse que ele era caloteiro. Ninguém tem pena de um pelado, quanto mais não seja porque adoramos falar mal dos outros. Com motivo, então, é uma festa.
Tempos depois, eles desapareceram. Eu era guri de colégio, não lembro bem se foi a Justiça, ou se os vermelhões começaram a suspeitar que o estresse e a possibilidade de uma coça de pau resultavam mais em custo que benefício, alguma coisa houve.
Certo dia, ocorreu-me o seguinte pensamento surrealista: e se um Homem de Vermelho fosse na casa de outro Homem de Vermelho que não pagasse suas contas? Texto de F. Albrecht.
sexta-feira, 9 de setembro de 2022
quinta-feira, 8 de setembro de 2022
Estádio Joaquim Américo Guimarães, Club Athletico Paranaense, Curitiba, Paraná, Brasil
Estádio Joaquim Américo Guimarães, Club Athletico Paranaense, Curitiba, Paraná, Brasil
Curitiba - PR
Fotografia
O amistoso entre América, que foi um dos clubes que deu origem ao Atlético, e Flamengo, no dia 6 de setembro de 1914, marcou o início de uma era gloriosa e de transformações do Estádio Joaquim Américo Guimarães. A derrota por 7×1 para o time carioca, na ocasião, acompanhada por aproximadamente três mil pessoas, pouco importou diante da grandiosidade e da importância da inauguração do primeiro estádio de futebol paranaense com arquibancadas de madeira cobertas, que comportava até seis mil expectadores.
Porém, para transformar esse sonho em realidade, Joaquim Américo Guimarães, então presidente e fundador do Internacional, alugou o terreno na baixada do bairro Água Verde, por dez anos para fazer do local a casa do clube e, principalmente, para alavancar novos torcedores para o time americano, já que o cenário do futebol, na oportunidade, era deficitário e pouco relevante.
Dez anos depois da inauguração oficial do Joaquim Américo, Internacional e América decidiram fazer uma fusão e, sob o comando do presidente Arcésio Guimarães, surgiu o Clube Atlético Paranaense no dia 26 de março de 1924. No mesmo ano, surgiu também a primeira polêmica quanto ao terreno onde Joaquim Américo Guimarães construiu a Baixada. No decorrer da temporada, estudou-se a possibilidade da construção de um novo estádio atleticano, ao lado do Passeio Público, onde hoje está localizado o Círculo Militar do Paraná. Dentro de campo, a vitória por 4×2 sobre o Universal, com gols anotados por Marreco, Malello e Ari duas vezes, marcou o primeiro jogo do Atlético na Baixada.
A área foi doada pela Prefeitura de Curitiba, que exigiu que a construção do novo estádio fosse feita em até cinco anos. Entretanto, o terreno era alagadiço e uma parte era um banhado. Assim, o clube não teria condições financeiras, na época, para sanear a área, o prazo espirou e a doação foi desfeita. Porém, os dirigentes rubro-negros agiram rápido e prorrogaram o aluguel do terreno da Baixada por mais cinco anos.
Carlos Hauer, em 1929, negou renovar mais uma vez o empréstimo do terreno, pois queria vender o imóvel. Assim, Luiz Guimarães, presidente atleticano, e Hermano Machado, superintendente bancário, adquiriram o título definitivo do terreno e locaram novamente para o Atlético. Entretanto, o Rubro-Negro só conseguiu ser dono definitivamente da área da Baixada em 1933. O Governo do Estado, depois de adquirir a área, fez uma permuta com o clube, que cedeu a área de terra da Colônia Argelina, na Vila dos Funcionários, no Bairro Juvevê, para se tornar a Escola Superior de Agronomia, em troca da posse definitiva do terreno onde foi construído o estádio atleticano.
No ano seguinte, em homenagem ao idealizador do projeto, o estádio do Rubro-Negro passou a se chamar Joaquim Américo Guimarães. Também em 1934, o clássico entre Atlético e Coritiba, que terminou empatado por 1×1, ficou marcado pela primeira transmissão de rádio em um estádio de futebol no Estado feita pela equipe da Rádio Clube Paranaense. O fato curioso, na oportunidade, ficou por conta do local onde foi realizada transmissão. A cabine foi improvisada e pregada no alto de um eucalipto, que por pouco não se desprendeu e não causou um acidente.
O ano de 1937 ficou marcado pela primeira transformação no estádio Joaquim Américo Guimarães. As arquibancadas de madeira foram substituídas por arquibancadas de concreto, projetadas pelo engenheiro Bento Munhoz da Rocha Neto, que só seriam demolidas em 1992. A inauguração das arquibancadas de concreto, que também foram as primeiras no Estado, aconteceu em 1939. O estádio atleticano passava a ser totalmente coberto e contava agora com cabines para transmissões de rádio. Também em 1937, a Baixada recebeu a primeira partida internacional na capital paranaense, no empate entre a seleção paranaense e o Club Atlanta, da Argentina, por 1×1.
Depois, antes da segunda transformação que o estádio atleticano passaria, em 1967, poucos detalhes mudaram no Joaquim Américo, apesar de a assiduidade do torcedor apresentar um crescimento considerável com o passar dos anos. Neste período, dos dez títulos do Campeonato Paranaense conquistados pelo clube (1925, 1929, 1930, 1934, 1936, 1940, 1943, 1945, 1949 e 1958), a equipe formada em 1949 deixou suas marcas. Chamada de Furacão de 49, o time atleticano daquele ano, comandado pelo técnico Motorzinho e por Jackson, Neno e companhia, venceu onze das doze partidas disputadas na Baixada.
Atletiba:
No título conquistado pelo Atlético, em 1958, um Atletiba realizado na Baixada ficou marcado na história. No dia 28 de junho daquele ano, o Furacão venceu o clássico contra o Coxa por 5×1, em um duelo recheado por fatos curiosos. No início da partida, o goleiro Nivaldo, do time coxa-branca, se machucou e, como substituições não eram permitidas, o ponteiro China foi atuar no gol e chegou a defender um pênalti durante a partida.
Se não bastasse isso, o Coxa, com dificuldades para parar o Atlético, teve dois jogadores expulsos e o Coritiba passou a atuar com oito jogadores. A situação ficou ainda mais complicada quando Miltinho e Mário deixaram o gramado, machucados, para receber atendimento, e o árbitro Kalil Karam Filho encerrou a partida. O Alviverde, apesar de já estar perdendo por 5×1, protestou a decisão do árbitro no TJD, alegando que os atletas estavam apenas sendo atendidos fora do gramado. O Tribunal, no entanto, decidiu manter o resultado do clássico que foi disputado até os 27 minutos do segundo tempo.
Joaquim Américo Guimarães:
Neto do Visconde de Nacar e fundador do Internacional, Joaquim Américo Guimarães idealizou a construção da Baixada, primeiro estádio de futebol do Estado com arquibancadas de madeiras. Em três anos – de 1912 a 1915 -, o presidente conseguiu transformar o time em um dos principais clubes do Estado. Nascido em Paranaguá e ligado ao mate, que era o ponto forte da economia do Estado na ocasião, Guimarães ficou marcado por seu um grande administrador.
Ligado também ao turfe, já que foi presidente do Jockey Club do Paraná, Joaquim Américo Guimarães morreu prematuramente em 1917 e não teve a oportunidade de ver o Internacional, clube qual fundou, unir forças com o América para se transformar no Clube Atlético Paranaense, sete anos depois do seu falecimento.
Praça General Osório, 1952, Curitiba, Paraná, Brasil
Praça General Osório, 1952, Curitiba, Paraná, Brasil
Curitiba - PR
Fotografia
Destaque para o chafariz francês da praça Osório, obra da Fonderies d'Art du Val d'Osne.
Nota do blog: Data 1952 / Autoria não obtida.
Saiba o Motivo do Dia 8 de Setembro Ser Feriado em Curitiba - Artigo
Saiba o Motivo do Dia 8 de Setembro Ser Feriado em Curitiba - Artigo
Artigo
Dia 8 de setembro é o Dia de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais, padroeira de Curitiba. Neste dia, por opção do próprio município, em 24 de agosto de 1967, em lei regulamentada pelo prefeito em exercício e presidente da Câmara dos Vereadores Acyr José, foi instituído feriado municipal. Na maioria dos municípios brasileiros, é feriado no dia de fundação da cidade (em Curitiba, dia 29 de março), o que não acontece na capital paranaense.
O “feriadão” da independência, emendando o 8 com o dia 7 (feriado nacional), é uma tradição típica local.
História da padroeira:
Segundo a Arquidiocese de Curitiba, a cidade se iniciou em torno de uma capela, onde a Mãe da Luz era venerada pelos seus inúmeros milagres. Conta a história que na segunda metade do século XVII foi encontrada uma pequena povoação no sítio dos Pinhais, onde em 1659 seria fundada a Vila de Nossa Senhora da Luz, local em que foi erguida uma capela.
Com o passar do tempo notaram que a imagem da Virgem tinha sempre os olhos voltados para os campos aos quais os índios chamavam de Curitiba, Pinhais, em tupi-guarani. Aquela região era habitada pelos índios de etnia caingangues. Tal foi a insistência da Virgem, que os sertanejos resolveram sondar a possibilidade da conquista do sítio. Armados como para uma guerra seguiram para a esplanada dominada pelos caingangues, prontos para o combate.
Em vez do previsível combate, o que ocorreu foi a acolhedora recepção oferecida pelo cacique Gralha Branca, ou Araxó. Os índios concordaram em ceder amigavelmente o terreno aos desbravadores, e o cacique tomou sua vara, símbolo do mando, enterrando-a no local que viria a ser a praça central da futura cidade. Muito simbolicamente, dita vara, ao chegar a primavera, voltou a desabrochar, dando galhos e flores. Nesse local – hoje Praça Tiradentes – foi erguida em 1668 a igreja em honra a Nossa Senhora da Luz.
Interior do Cinema São Luiz, Largo do Machado, Rio de Janeiro, Brasil
Interior do Cinema São Luiz, Largo do Machado, Rio de Janeiro, Brasil
Rio de Janeiro - RJ
Fotografia
Nota do blog: Lindo interior do Cinema São Luiz no Rio de Janeiro, quem hoje só conheços os cinemas de shopping não consegue imaginar o prazer, a sensação de assistir um filme em um lugar como esse. Infelizmente, como acontece com tudo que é bonito no Brasil (e especialmente na cidade do Rio de Janeiro), não existe mais...
Colocação de Muros de Arrimo e Canalização de Águas Pluviais na Alameda Princesa Isabel, Julho de 1959, Curitiba, Paraná, Brasil
Colocação de Muros de Arrimo e Canalização de Águas Pluviais na Alameda Princesa Isabel, Julho de 1959, Curitiba, Paraná, Brasil
Curitiba - PR
Fotografia
Selos "Centenário da 1ª Travessia Aérea do Atlântico Sul 1922-2022", 2022, Brasil
Selos "Centenário da 1ª Travessia Aérea do Atlântico Sul", 2022, Brasil
Selo
Sobre os Selos:
Esta emissão é composta por um se-tenant de 3 selos e ilustra a trajetória da 1ª Travessia Aérea do Atlântico Sul. O primeiro e o terceiro selo trazem elementos que representam a cidade de partida, Lisboa e a cidade de chegada, Rio de Janeiro: a Torre de Belém, e o Cristo Redentor, respectivamente. No primeiro selo, além da ilustração da Torre de Belém, está também a Caravela Vera Cruz. Também é possível notar o hidroavião esfumado ao fundo do horizonte. O selo do meio mostra o hidroavião Fairey III-D sobrevoando o Atlântico Sul. Na porção superior esquerda está o desenho da Cruz da Ordem de Cristo. O terceiro selo destaca os dois pilotos emoldurados por um astrolábio, símbolo das primeiras aventuras marítimas, sob o “Corretor de Rumos”, um dos novos instrumentos inventados por Gago Coutinho para auxiliar a travessia. À direita, o período do centenário e o título da emissão, e a ilustração é finalizada com um hidroavião amerrissando na Baía da Guanabara. A técnica usada foi pintura em guache sobre papel Montval.
Centenário da 1ª Travessia Aérea do Atlântico Sul:
Em 1922, no momento das comemorações do Centenário da Independência, os laços entre Brasil e Portugal foram estreitados a partir de um notável feito empreendido por dois ases da aviação portuguesa, Artur de Sacadura Freire Cabral e Carlos Viegas Gago Coutinho, que, aliando conhecimento técnico com uma dose elevada de destemor, realizaram a Primeira Travessia Aérea do Atlântico Sul.
Em reconhecimento e homenagem pelo feito em prol da aviação mundial, que neste ano de 2022 completa cem anos, os Correios, em parceria com o Instituto Histórico-Cultural da Aeronáutica (INCAER) e Museu Aeroespacial (MUSAL), apresenta ao público o selo comemorativo do “Centenário da 1ª Travessia Aérea do Atlântico Sul” (1922-2022) juntamente com um pequeno texto narrando a façanha dos aviadores que uniram os sentimentos das duas nações em uma única expectativa: o reide Lisboa-Rio de Janeiro.
Convidamos o público a tomar assento e seguir viagem pelos céus do Atlântico Sul, a bordo do hidroavião modelo Fairey F III-D, que decolou de Lisboa e amerrissou, após alguns percalços e trocas de aeronaves, na Baía de Guanabara, na cidade do Rio de Janeiro. Enfrentando as adversidades de uma rota desconhecida, os heroicos aviadores atravessaram uma grande extensão do Atlântico Sul, nunca antes sobrevoada, recriando a “epopeia” das caravelas de Pedro Álvares Cabral.
Boa Leitura!
A Primeira Travessia Aérea do Atlântico Sul realizou-se no período de 30 de março a 17 de junho de 1922. Constituiu um importante e inusitado acontecimento e um memorável marco histórico nos anais da navegação aérea, em nível mundial. Ademais, no ano de 1922, comemorava-se o Centenário da Independência do Brasil, excelente ocasião para realizar o inolvidável voo ligando Lisboa ao Rio de Janeiro, então Capital do Brasil.
Na época desse projeto, poucas viagens dessa magnitude, sobre o mar, haviam sido realizadas. Entretanto, foi possível colher experiências e sugestões sobre as máquinas empregadas e, sobretudo, sobre os processos de navegação aérea utilizados. Até então, somente haviam sido realizadas: a travessia do Mediterrâneo França-Argélia, pelos franceses; a travessia do Atlântico Norte, pelos americanos; e a travessia da Terra Nova à Islândia, pelos ingleses.
No dia 30 de março de 1922, às 7h, depois de uma corrida de 15 segundos sobre as águas do Rio Tejo, em frente à histórica Torre de Belém, o piloto Sacadura Cabral (1881– 1924) e o navegador Gago Coutinho (1869 – 1959), a bordo do hidroavião monomotor Fairey F III-D de 350cv, batizado com o nome de “Lusitânia”, decolaram para a grande aventura. Os destemidos aviadores percorreram parte da viagem realizando as seguintes escalas: Las Palmas, Gando, São Vicente e São Tiago. A partir de então, teve início o maior desafio da Travessia, com uma maior distância a vencer, até o território brasileiro.
Em 18 de abril, tudo estava a postos para que viesse a ser efetuada a primeira ligação aérea Portugal – Brasil, cuja primeira parada seria o Penedo de São Pedro, localizado dentro de águas territoriais brasileiras. Às 5h 55min, o “Lusitânia” decolou levando em seus depósitos 255 galões de gasolina. Às 8h, após duas horas da partida, o piloto constatou que os 195 galões de gasolina que lhe restavam nos tanques apenas lhe proporcionariam voar por 10 horas. Às 17 horas, avistaram o Penedo de São Pedro e, a seguir, o navio “República” que lhes davam cobertura na arriscada aventura. A partir daí, tomaram proa diretamente ao navio para amararem próximo dele e não contabilizavam, nesse momento, mais de dois ou três litros de gasolina no tanque.
Havia o projeto de desembarcar o aparelho em pleno mar, junto ao Penedo de São Pedro e, assim, a Travessia não sofreria interrupção no seu itinerário previamente estabelecido; todavia, quando o navio chegou próximo do Penedo, verificou-se a impossibilidade de um desembarque em boas condições. Ficou, pois, assente que o hidroavião seria desembarcado em Fernando de Noronha e os aviadores viriam a fazer o percurso: Fernando de Noronha – Penedo de São Pedro – Fernando de Noronha; e largar dali para a costa brasileira, completando, assim, o trecho que deixara de ser preenchido.
Entretanto, um novo infortúnio veio a acontecer. Após sobrevoarem os Penedos para reiniciarem a viagem, foram obrigados a amerissar em emergência e ficaram nove horas como náufragos, temendo pela própria vida, antes de serem salvos por um cargueiro inglês.
Apesar de todos os contratempos sofridos pelos bravos aeronautas portugueses, o entusiasmo, tanto em Portugal como no Brasil, não arrefeceu o ânimo, antes pelo contrário. O Governo português resolveu imediatamente mandar seguir para Fernando de Noronha o último “Fairey” que a Aviação Naval possuía. O hidroavião chegou à ilha brasileira no dia 2 de junho a bordo do cruzador português “Carvalho Araújo”.
Os aviadores decolaram de Fernando de Noronha para Recife (capital do estado de Pernambuco), em 5 de junho, e, às 11h 40min, avistaram o litoral nordeste do Brasil. Às 13h 30min, amerrissaram em águas brasileiras do Recife, tendo percorrido as 300 milhas em 4h 30min de voo a uma velocidade média de 67 mph. Estava completada, assim, a Primeira Travessia Aérea do Atlântico Sul. A glória foi conquistada por Portugal, pois foi o primeiro país a realizar essa Travessia utilizando métodos e instrumentos criados, pelos portugueses, para a navegação aérea.
Decolando de Recife fizeram escalas em Salvador e Porto Seguro (estado da Bahia), Vitória (estado do Espírito Santo), e, finalmente, amerrissaram nas águas da Baía de Guanabara (Rio de Janeiro), no dia 17 de junho, às 17h 32min.
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