Vale do Anhangabaú, Circa 1963, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
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quinta-feira, 7 de setembro de 2023
Largo do Paissandu II, São Paulo, Brasil
Largo do Paissandu II, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
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Panorâmica provavelmente obtida (pelo ângulo da foto), a partir da bela residência de José Paulino ou, como segunda alternativa, do alto do Palacete Trocadero, ambos imóveis existentes à época na Rua Conselheiro Crispiniano. O que chama a atenção nesta cena é o sobrado (no nº26, veja imagem N. 2 do post) onde o escritor Mário de Andrade passou sua mocidade até 1921 quando a família se transferiu para a Rua Lopes Chaves. Foi da sacada do seu escritório acima da porta de entrada que o escritor (em um momento de grande tensão emocional) fez o gesto decisivo de sua vida:
“Me lembro que cheguei à janela olhando sem ver o meu largo. Ruídos, luzes, falas abertas subindo dos chofêres de aluguel. Eu estava aparentemente calmo, como que indestinado. Não sei o que me deu. Fui até a escrivaninha, abri um caderno, escrevi o título que jamais pensara: Paulicéia Desvairada. O estouro chegara afinal, depois de quase um ano de angústias interrogativas”.
A imagem foi registrada no início da década de 1920. Para melhor compreensão, veja "Largo do Paissandu I".
Bolsa Oficial de Café, Santos, São Paulo, Brasil
Bolsa Oficial de Café, Santos, São Paulo, Brasil
Santos - SP
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Criada por um decreto federal, a Bolsa começou a funcionar em 1917, como uma pequena repartição, em um prédio situado na Rua XV de Novembro com a Rua do Comércio.
O prédio não ostentava o luxo e a grandiosidade da construção que conhecemos hoje, inaugurado em 1922. Suas salas eram bastante funcionais e pouco diferiam do ambiente interno de um escritório de uma comissária ou exportadora da época.
As funções da Bolsa já estavam sendo desempenhadas no espaço onde estava alocada, o que precisava era apenas uma sede própria para seu funcionamento. Mas, então, por que tanta opulência no projeto do edifício?
Duas suposições são viáveis para entender o contexto histórico da edificação do Palácio da Bolsa de Café, que, de alguma forma, se completam. Uma das hipóteses é de que havia algum tempo a elite cafeeira paulista tentava se firmar como construtora da nação com outros estados, como Rio de Janeiro, Minas Gerais e Bahia.
Entretanto, São Paulo era um estado de riqueza recente. Foi a partir da segunda metade do século XIX, quando o café começou a ser produzido nas regiões de Campinas e Itu, que se iniciou a formação de uma burguesia com anseios para com a sua história. Para isso, construiu-se a figura do Bandeirante como herói, legitimando a participação dos paulistas na constituição e consolidação do território nacional.
A segunda hipótese seriam as comemorações para o Centenário da Independência do Brasil, em 1922. Em todo o país surgiam programações e grandes obras que fariam parte do evento, planejadas com dois, três e até seis anos de antecedência. Em Santos não podia ser diferente. Porta de saída da maior riqueza de São Paulo à época, muito empenho foi colocado para que a data fosse devidamente assinalada como um marco na história.
O Palácio da Bolsa Oficial de Café, inaugurado em 1922, tinha a opulência e força da elite cafeeira paulista. A sala dos pregões públicos, majestosa e imponente – ainda mais se comparada à utilizada no prédio anteriormente ocupado –, contou com um conjunto de obras idealizadas e executadas pelo pintor Benedicto Calixto: o tríptico com a possível cena de leitura do foral da Vila de Santos por Brás Cubas; a idealização da Vila de Santos em 1822, segundo estudos do artista com base em fotos e documentos, e a situação da cidade em 1922. Além dessas três obras, o conjunto conta com o vitral que também estabelece relações com esses três momentos da História do Brasil, através de signos e símbolos da mitologia brasileira e greco-romana. Esse complexo e denso conjunto de informações junta-se a diversos outros símbolos maçons, como a estrela de seis pontas no centro do piso do pregão ou a organização do cadeiral e colunas.
Esse conjunto de símbolos soava como um recado para o restante do Brasil à época, que pode ser identificado também em trechos do discurso proferido pelo presidente da Bolsa na ocasião, Gabriel Orlando Junqueira:
"Esta inauguração tem uma significação ampla. Não representa apenas a prosperidade material de uma civilização embrionária, como a de então. A inauguração deste edifício atesta a importância e a prosperidade do primeiro Estado da União, a grandeza de sua lavoura inteligentemente organizada, de suas bem distribuídas vias de comunicação, de suas indústrias e de seu comércio. Atesta a belíssima administração do Estado de São Paulo, a alta concepção do poder legislativo do Estado e de seu Governo, regulamentando, organizando e providenciando os meios para tornar esta instituição útil ao Estado e a todos que se dedicam ao comércio do café. Atesta a sua grande prosperidade e grau de civilização a que atingiu." Junqueira, 1922.
Esse trecho demonstra que a riqueza do Estado de São Paulo, concretizada pelo grupo social que reclamava ser a alavanca do progresso brasileiro, se revelava na comemoração que firma e assinala seu poderio na história brasileira com um monumento: a Bolsa Oficial de Café.
Bolsa Oficial de Café, Santos, São Paulo, Brasil
Santos - SP
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A Bolsa Oficial de Café de Santos conheceu seu período áureo na década de 1920, antes que a Grande Depressão Econômica Mundial atingisse também os negócios de exportação de café.
Largo do Paissandu I, São Paulo, Brasil
Largo do Paissandu I, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
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À esquerda, a secular Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, transferida do Largo do Rosário e construída no período de 1904-1906. À direita, o prédio pertencente ao Cotonifício Paulista S.A., erguido entre 1915-1916. Após o alargamento da São João foi a primeira construção a ser erguida neste trecho (lado par) da via. Durante certo período nele esteve instalado o Hotel Municipal (época em que nesta região funcionavam algumas salas de cinema, diversos hotéis e as indefectíveis casas de entretenimento rigorosamente para adultos). Ao fundo (na esquina da ainda estreita Visconde do Rio Branco, futura avenida), vemos o casarão onde residiu o escritor Mário de Andrade e família. Atrás deste, a Igreja Evangélica Luterana na Rio Branco, a antiga Rua dos Bambus. À direita, o belo Hotel Victória no início da atual Antônio de Godoy. Veja "Largo do Paissandu II", onde complementei a publicação abordando alguns pontos citados no texto. A imagem foi registrada no início da década de 1920.
Monumento a José Bonifácio, o Moço, Largo de São Francisco, São Paulo, Brasil
Monumento a José Bonifácio, o Moço, Largo de São Francisco, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
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Cena no Largo de São Francisco (registrada em 1921) onde vemos à extrema direita, a Igreja de São Francisco de Assis entre a Faculdade de Direito e a Igreja das Chagas do Seráfico Pai São Francisco. Nota-se o descomunal tamanho da estátua em homenagem a José Bonifácio, o Moço. Era apelidado como "o moço" para distingui-lo de seu avô, o "Patriarca da Independência". Na verdade, José Bonifácio de Andrada e Silva era pai de sua mãe Gabriela e irmão de seu pai Martim Francisco o que o tornava ao mesmo tempo, neto e sobrinho do patriarca (aquele da estátua no Largo do Patriarca). Ao fundo, a Escola de Comércio Álvares Penteado. Originalmente fundada em 1902, funcionou em um imóvel do Conde de Prates na esquina da Rua Nova de São José (atual Líbero Badaró) com a Rua Direita. Em pouco tempo, tornou-se pequena para atender as necessidades dos alunos e professores. Reconhecendo a utilidade e importância da instituição, o Conde Álvares Penteado doou uma grande área de terreno e construiu-se o prédio que passou a abrigar a escola. Em 1907 (em reconhecimento a este gesto), a diretoria e a congregação da então Escola de Comércio de São Paulo, reunidas em uma sessão extraordinária, decidiu por unanimidade de votos alterar a denominação para Escola de Comércio Álvares Penteado. Uma histórica e louvável cooperação em busca de um ensino de qualidade. Bons tempos em que os detentores de grandes fortunas colaboravam com obras e melhoramentos em benefício da sociedade.
Inundação no Vale do Anhangabaú, 18/08/1959, São Paulo, Brasil
Inundação no Vale do Anhangabaú, 18/08/1959, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia
Esta cena é descrita como sendo uma recorrente inundação no Vale do Anhangabaú — exatamente no dia 18/08/1959. Achei estranho e fui pesquisar. Reparem que o fluxo das águas da chuva é da direita para a esquerda, caracterizando o declive em direção ao vale. Sabe-se que a Sönksen tinha uma de suas lojas no nº223 da Avenida São João (pouco antes do Conservatório Dramático e Musical) e podemos observar à extrema esquerda, parte do tradicional logotipo dos produtos da saudosa fábrica de chocolates.
Capela Santo Antônio Pão dos Pobres / "Santo Antoninho", Avenida da Saudade, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil
Capela Santo Antônio Pão dos Pobres / "Santo Antoninho", Avenida da Saudade, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil
Ribeirão Preto - SP
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Nota do blog 1: Baseado nessas imagens, o futuro da capela não é promissor, vai acabar caindo e sendo demolida como os prédios vizinhos. Precisa, urgentemente, de reforma, restauro e limpeza no entorno.
Nota do blog 2: Imagens de 2023.
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