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quarta-feira, 19 de março de 2025

O Antes e o Depois / Túnel Rubens Ferreira Martins, Santos, São Paulo, Brasil

 









O Antes e o Depois / Túnel Rubens Ferreira Martins, Santos, São Paulo, Brasil
Santos - SP
Fotografia


As imagens 1 e 2 mostram a demarcação das entradas/saídas dos túneis.
As imagens 3 e 4 mostram as entradas/saídas dos túneis já finalizadas.
A imagem 5 mostra o túnel atualmente.


Nota do blog: Imagens 1 e 2, data 22/12/1949, autoria não obtida / Imagens 3 e 4, data 18/04/1955, autoria não obtida / Imagem 5, data e autoria não obtidas.

Vista de Santos, São Paulo, Brasil


 

Vista de Santos, São Paulo, Brasil
Santos - SP
Fotografia - Cartão Postal

Nota do blog: Data e autoria não obtidas.

sábado, 15 de março de 2025

Trecho da Via Anchieta Entre São Paulo a Santos, Estado de São Paulo, Brasil


 



Trecho da Via Anchieta Entre São Paulo a Santos, Estado de São Paulo, Brasil
Estado de São Paulo - SP
Foto Postal Colombo N. 90
Fotografia - Cartão Postal

Nota do blog: Data não obtida.

domingo, 16 de fevereiro de 2025

Cenas Diversas, 1960, Santos, São Paulo, Brasil


Praia do José Menino e Ilha de Urubuqueçaba.


Edifício Saint Peter (avenida Presidente Wilson, número 176), no centro da foto.


Santos.


Santos.


Santos.


Santos.


Santos (notar o caranguejo).


Santos (São Vicente ao fundo / notar a peteca com o casal).


Santos.




Cenas Diversas, 1960, Santos, São Paulo, Brasil
Santos - SP
Fotografia

Nota do blog: Data 07/08/1960 / Crédito para Takashi Hiratsuka. 

Largo do Rosário, Santos, São Paulo, Brasil



 

Largo do Rosário, Santos, São Paulo, Brasil
Santos - SP
Editor H. Eckmann
Fotografia - Cartão Postal

Nota do blog: Data efetiva não obtida (cartão postal circulado em 20/01/1904).

sábado, 15 de fevereiro de 2025

Uma Plantação de Bananas, Santos, São Paulo, Brasil


 

Uma Plantação de Bananas, Santos, São Paulo, Brasil
Santos - SP
Série em cores N. 183
Fotografia - Cartão Postal

Nota do blog: Data não obtida.

sábado, 8 de fevereiro de 2025

Entrada do Túnel / Túnel Rubens Ferreira Martins, Santos, São Paulo, Brasil


 

Entrada do Túnel / Túnel Rubens Ferreira Martins, Santos, São Paulo, Brasil
Santos - SP
Foto Postal Colombo N. 11
Fotografia - Cartão Postal

Nota do blog: Data não obtida.

Entrada da Barra, Santos, São Paulo, Brasil




Entrada da Barra, Santos, São Paulo, Brasil
Santos - SP
FB
Fotografia - Cartão Postal


Cartão postal dos anos 40/50, mostra a entrada do canal de navegação do Porto de Santos.
Uma cena que hoje ainda se repete: pessoas observando a entrada de um navio cargueiro no Porto.
Notem as muretas da Ponta da Praia, imediações de onde está hoje o Deck do Pescador, com vasos floridos. À esquerda, parte de um trampolim que existiu no local. Destaque para o automóvel, as roupas das pessoas, as bicicletas, os bancos e o frondoso Chapéu de Sol.
O navio mostrado é o Capitaine Biebuyck, da Compagnie Maritime Belge (vide imagem 2).
Ele foi construído entre 1941-1942 e incorporado à frota do Ministério da Guerra da Inglaterra como navio armado, com o nome Empire Drayton. Entre 1942-1946 serviu na frota do governo belga, com o nome de Belgian Sailor. Entre 1946-1957 foi o Capitaine Biebuyck. De 1957-1965 serviu à frota do governo da Iugoslávia como Kastav. Entre 1965-1970 passou à frota da Ivory Shipping, como Ivory Tellus, quando foi demolido. Trecho de texto de José Carlos Silvares adaptado para o Blog.
Nota do blog: Imagem 1, data efetiva não obtida (circa década de 40/50), crédito para Foto Benassi (FB) / Imagem 2, data e autoria não obtidas.

sábado, 1 de fevereiro de 2025

Jardim da Praça da República, Santos, São Paulo, Brasil


Jardim da Praça da República, Santos, São Paulo, Brasil
Santos - SP
N. 18
Fotografia - Cartão Postal

Nota do blog: Data e autoria não obtida.
 

quinta-feira, 30 de janeiro de 2025

Vista Parcial, Rua Amador Bueno, Santos, São Paulo, Brasil


 

Vista Parcial, Rua Amador Bueno, Santos, São Paulo, Brasil
Santos - SP
N. 6
Fotografia - Cartão Postal

Nota do blog: Data e autoria não obtidas.

domingo, 6 de outubro de 2024

O Novo Paço Municipal da Cidade de Santos, São Paulo, Brasil


 

O Novo Paço Municipal da Cidade de Santos, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia - Cartão Postal

Nota do blog: Data e autoria não obtidas.

quinta-feira, 29 de agosto de 2024

Bonde 22 na Orla Santista, Santos, São Paulo, Brasil (Bonde 22 na Orla Santista) - Benedito Calixto




Bonde 22 na Orla Santista, Santos, São Paulo, Brasil (Bonde 22 na Orla Santista) - Benedito Calixto
Santos - SP
Coleção privada
Óleo sobre tela colada em madeira - 25x39

sexta-feira, 3 de maio de 2024

segunda-feira, 25 de março de 2024

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2024

Vista da Bacia do Mercado, Paquetá, Santos, São Paulo, Brasil


 

Vista da Bacia do Mercado, Paquetá, Santos, São Paulo, Brasil
Santos - SP
Fotografia

Nota do blog 1: Vista da Bacia do Mercado, Paquetá, local utilizado para atracamento de barcos e catraias, atual praça Iguatemi Martins.
Nota do blog 2: Imagem da primeira década do século XX / Fotografia de José Marques Pereira.

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2024

Santa Casa de Misericórdia, Santos, São Paulo, Brasil



 

Santa Casa de Misericórdia, Santos, São Paulo, Brasil
Santos - SP
N. 72
Fotografia - Cartão Postal


Texto 1:
O prédio não existe mais, atualmente a Santa Casa está em outras instalações.
Texto 2:
Resumo:
Brás Cubas, fidalgo português e líder do povoado do porto de São Vicente, posteriormente vila de Santos, auxiliado por outros moradores, iniciou em 1542 a construção da Santa Casa da Misericórdia de Santos, o mais antigo hospital brasileiro, inaugurando-a em novembro de 1543. D. João III concedeu-lhe o alvará real de privilégios em 2 de abril de 1551. A construção do segundo prédio foi concluído em 1665, no Campo da Misericórdia, atual Praça Visconde de Mauá. O terceiro, inaugurado pelo Dr. Cláudio Luiz da Costa em 1836 junto ao morro de São Jerônimo, atual Monte Serrat, foi parcialmente destruído por um deslizamento de terra em 1928. O conjunto atual, único remanescente, foi inaugurado pelo Presidente Getúlio D. Vargas em 1945, com 1400 leitos.
As Misericórdias:
Há quinhentos anos, em 15 de agosto de 1498, a primeira Irmandade da Misericórdia era fundada em Lisboa por Dona Leonor de Lencastre, que regia o trono de seu irmão, D. Manuel, o Venturoso. O trinitário espanhol Frei Miguel de Contreras foi nomeado provedor. A Irmandade assumiu inicialmente a manutenção do Hospital de Nossa Senhora do Amparo e em 1564 passou a administrar também o Hospital Real de Todos os Santos de Lisboa, cuja construção fora iniciada por D. João II em 1492 e terminada por D. Manuel em 1501. Este monarca e seus sucessores incentivaram a criação de outras Misericórdias em Portugal e em todas suas colônias, incluindo o Brasil. Sua organização assemelhava-se à de uma antiga irmandade de Florença, havendo suspeitas de que a formação desta tenha sido inspirada em relatos de observações feitas por viajantes na China. Por ocasião da morte de D. Leonor, em 1525, havia cerca de sessenta Misericórdias em atividade.
A descoberta e o início da colonização:
Há milênios, migrantes procedentes da Ásia chegaram à região. Eram os "homens dos sambaquis". Posteriormente vieram os membros de uma corrente migratória procedente da Mongólia, que já utilizavam o arco e a flecha, canoas, redes, e que implantaram o cultivo de milho e mandioca. Os nativos, conhecedores da flora local, contribuíram com a farmacopéia dos futuros colonizadores.
Em 1486, o navegante português Afonso Sanches, desviado de sua rota por um temporal, atingiu o continente americano. João Fernandes Lavrador e Pero de Barcelos, também portugueses, chegaram ao continente em 1492. Em 12 de outubro de 1492, Cristóvão Colombo, a serviço da coroa espanhola, desembarcou nas Antilhas. Atendendo pedido da Espanha, o papa Clemente VI estabeleceu concessões com a Bula Intercoetera, de maio de 1493, rejeitada por Portugal. Em sete de junho de 1494 as partes litigantes firmaram um tratado na cidade espanhola de Tordesilhas, tendo como linha demarcatória um meridiano situado a 370 léguas do ponto mais ocidental das ilhas do Cabo Verde, dividindo entre si as terras descobertas e a serem descobertas, ficando Portugal com as situadas a leste e a Espanha com as localizadas a oeste. Duarte Pacheco Pereira, em 1498, e André Gonçalves, em 1499, realizaram viagens de reconhecimento às terras portuguesas no continente americano.
Pedro Álvares Cabral deixou Portugal em 9 de março de 1500 com destino a Calicut, na Índia, seguindo uma rota previamente descoberta por Vasco da Gama. No percurso, apesar de contar com numerosas caravelas, experientes navegantes, bússolas e outros instrumentos de navegação, a poderosa armada teria desviado acidentalmente em direção sudoeste, vindo a descobrir o Brasil a 21 de abril. Na realidade, Cabral cumpria sua missão de oficializar a descoberta das terras portuguesas no Novo Mundo, assumindo seu domínio, antes de seguir viagem.
Gaspar de Lemos, que viera na armada de Cabral, retornou em 1501 trazendo o florentino Américo Vespúcio para cartografar a costa e demarcar as terras. No que acreditavam ser o limite meridional dos domínios portugueses, deixaram alguns degredados, entre os quais o bacharel e mestre Cosme Fernandes, cristão-novo condenado por suposto delito religioso, que iriam iniciar os povoados de Cananéia e São Vicente. Outras expedições trouxeram degredados e alguns colonos, mas o interesse maior da coroa portuguesa no início do século XVI estava no comércio com Índia, considerado mais lucrativo. Franceses, ignorando o tratado luso-espanhol, iniciaram suas extrações de pau-brasil. Francisco I, monarca francês, afirmava desconhecer a cláusula do testamento de Adão que dividia o mundo entre portugueses e espanhóis.
Somente com a expedição afonsina teve início o empenho oficial na colonização e posse da terra. Em 22 de janeiro de 1532, Martim Afonso de Souza fundeou no Porto das Naus, na hoje denominada ilha de Santo Amaro, e desceu em terra. Passados alguns dias, elevou o povoado de São Vicente à condição de vila e capital da Capitania de São Vicente. Aproveitou as construções deixadas por Cosme Fernandes que, denunciado por Montes, fora forçado a retornar a Cananéia. Estabeleceu um conselho, alfândega, nomeou juizes, levantou um pelourinho e uma igreja. Os novos colonos plantaram cana de açúcar trazida da ilha da Madeira e construíram o primeiro engenho brasileiro.
Nessa expedição colonizadora veio o fidalgo Brás Cubas, neto de Nuno Rodrigues, fundador e mantenedor da Santa Casa da Misericórdia do Porto. Cubas foi nomeado feitor e fiscal. Em 1534 ou 1535, tendo Martim Afonso deixado a colônia, Cosme Fernandes, ajudado pelo espanhol Rui Mosquera, vingou-se, atacando São Vicente, saqueando e matando Montes e outros colonos.
Luiz de Goes construiu uma capela num outeiro que chamara de Santa Catarina, lembrando o nome de sua esposa. Brás Cubas transferiu o porto de São Vicente da região da atual Ponta da Praia para uma parte mais interna do estuário, próximo a esse outeiro, onde crescia o povoado de Enguaguaçu, e que passou a ser conhecido como povoado do porto de São Vicente ou Nova Povoação .
Em 1541 um maremoto destruiu a casa do conselho, igreja, pelourinho, e outras edificações da vila de São Vicente. Muitos deixaram a vila e mudaram-se para o povoado junto ao porto.
A fundação da Misericórdia e do Hospital:
Brás Cubas, auxiliado pelos prósperos moradores da região, iniciou em 1542 a construção de um hospital, que inaugurou em 1543, provavelmente no primeiro dia de novembro, data comumente reservada para as grandes comemorações. Chamou-o de Hospital de Todos os Santos, inspirando-se no nome do grande hospital de Lisboa e na data da sua fundação. Segundo Frei Gaspar da Madre de Deus, o povoado de Enguaguassu passou a ser chamado Povoado do Porto de Todos os Santos e do Porto de Santos, por aquisição do nome do hospital. Entre 1545 e 1547, o capitão-mor Braz Cubas elevou o povoado à categoria de vila, com o nome de Vila do Porto de Santos.
O primeiro prédio do hospital foi construído no sopé do outeiro de Santa Catarina, em local onde hoje se situa a Rua Visconde do Rio Branco, defronte ao edifício da Alfândega, no centro de Santos. Em 2 de abril de 1551 Brás Cubas conseguiu de D. João III, em Almeirim, o alvará real de privilégios, o primeiro obtido por uma Misericórdia brasileira. Os jesuítas chegaram à região em 1553. A vila, o porto, a Irmandade e o Hospital cresceram sob a proteção do seu poderoso e dedicado fundador.
Felipe II da Espanha, neto de D. Manuel, fez-se rei de Portugal em 1580. Corsários da Inglaterra e da Holanda, inimigas da Espanha, passaram a atacar as embarcações desta e as suas colônias, incluindo o Brasil. Após a destruição da Armada Invencível espanhola no canal da Mancha, em 1588, os ataques marítimos aumentaram, comprometendo o comércio com a Europa e reduzindo as atividades no porto de Santos.
Pela época da morte de Brás Cubas, em 1597, a vila entrava em decadência. O porto estava ocioso e as plantações e engenhos do litoral perdiam seus operários, pois muitos mudavam-se para o planalto, em busca de melhores oportunidades nas prósperas fazendas, entradas e bandeiras. Outro motivo era a fuga das doenças infecciosas, que assolavam as terras quentes, úmidas e alagadiças do litoral.
O segundo prédio:
Houve um progressivo empobrecimento da comunidade e da Irmandade, sendo que o hospital deixou de possuir edifício próprio em 1620, e em 1654 chegou a paralisar suas atividades. Em 3 de outubro de 1654, D. Jeronymo de Athayde, conde de Athouguia, capitão general do Estado do Brasil, fez provisão de recursos financeiros aos Irmãos da Misericórdia de Santos, atendendo petição destes. Com a provisão governamental foi possível concluir, em 1665, a construção do segundo prédio da Santa Casa e da sua igreja, em local que ficou conhecido como Campo da Misericórdia, posteriormente denominado Largo da Misericórdia, Largo da Coroação e, por último, Praça Visconde de Mauá, junto ao prédio da prefeitura.
O terceiro prédio:
Em 1760 a Irmandade da Misericórdia terminou a construção de sua nova igreja junto ao Morro de São Jerônimo, atualmente Monte Serrat. Chamada inicialmente de igreja de São Jerônimo, era mais tarde consagrada a São Francisco de Paula, que deu nome à Avenida São Francisco.
No período de 1804 a 1830, a Irmandade utilizou o Hospital Militar no edifício do antigo Colégio dos Jesuítas, onde hoje se situa a Alfândega. Em 1835 o provedor Capitão Antonio Martins dos Santos iniciou a construção do terceiro prédio próprio da Santa Casa da Misericórdia de Santos, no sopé do morro de São Jerônimo, junto à sua igreja de São Francisco de Paula. O médico Claudio Luiz da Costa, eleito provedor, inaugurou o hospital em 4 de setembro de 1836. O hospital cresceu, tendo sido criado um pavilhão para os tuberculosos. Um grande deslizamento de terras na face leste do Monte Serrat, ocorrido em 10 de março de 1928, soterrou a parte posterior do hospital e algumas edificações próximas.
Quarto prédio, o atual:
Em 10 de abril de 1928, a Mesa Administrativa da Irmandade, representada pelo Dr. João Carvalhal Filho, na presença de representantes da comunidade, do Bispo Diocesano D. José Maria Parreira Lara, e do governador Dr. Júlio Prestes, lançou a pedra fundamental do prédio atual, na esplanada do bairro do Jabaquara, distante dos morros para evitar novo soterramento. Em 2 de julho de 1945, o novo prédio foi inaugurado pelo presidente Getúlio Dornelles Vargas. Com capacidade para 1400 leitos, o hospital era um dos maiores e mais bem equipados da época.
Humanismo e ensino médico:
Tendo prestado quase cinco séculos de assistência, a Santa Casa da Misericórdia de Santos participou de todos os ciclos da história pátria. Cuidou dos fundadores desta Nação - os navegantes lusos, colonos, nativos e escravos. Atendeu aos bravos bandeirantes e aos pobres condenados. Tratou igualmente de nobres e de vassalos do Império Português e do Brasil Imperial. Serviu ao encontro de heróis da Independência e da Abolição da Escravatura, de tradicionais monarquista e de inflamados republicanos. Cuida de patrões e de operários, de empregados e de desempregados. Ponto de união entre todos os segmentos da sociedade, é local de encontro de seus membros quando tomados pela dor e pela doença.
A Santa Casa da Misericórdia de Santos serviu para a prática e o ensino da Medicina quase três séculos antes da fundação da primeira faculdade de medicina no país. Ciência e muito de humanitarismo se praticou em suas enfermarias, nesta que é a primeira escola prática de medicina europeia do país. Entre os mestres desta Escola, inspirados pelas obras das damas portuguesas Isabel de Aragão e Leonor de Lencastre, destacaram-se Braz Cubas, José de Anchieta, Claudio Luiz da Costa e Martins Fontes, entre outros abnegados, alguns de nomes muito ilustres e muitos outros desconhecidos que têm trabalhado nesta Casa de Deus para os Homens.

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2024

A Descoberta do Rosto de Brás Cubas, o Fundador de Santos - Artigo


 

A Descoberta do Rosto de Brás Cubas, o Fundador de Santos - Artigo
Artigo


Lisboa, Portugal, junho de 1904. O comendador João Manoel Alfaya Rodrigues era um homem persistente. Aos 54 anos de idade, se mostrava vívido, experiente e amplamente respeitado por todos na cidade santista, uma rara unanimidade. Juiz municipal por muitos anos, se tornou rapidamente pessoa de total confiança do Império, sendo nomeado pela princesa Isabel como diretor oficial responsável pela imigração em Santos. Depois, não perdeu absolutamente nenhum prestígio quando da implantação do regime republicano, mantendo-se na mesma função. Sempre ocupando cargos públicos de altíssima relevância, nunca se rendeu à comodidade e buscava energia onde todos duvidavam.
No início do século 20, Alfaya levou à Câmara a ideia de realizar uma justa homenagem ao fundador de Santos, Brás Cubas, erguendo um monumento em sua memória, que seria então o primeiro da história da Cidade. O comendador havia obtido os recursos e garantira um bom artista para executar a obra, na Itália: o escultor Lorenzo Massa. Mas havia um grande desafio a ser suplantado: ninguém nunca vira o rosto do fundador de Santos. Não havia uma única alma que pudesse dizer como Brás Cubas aparentava ser.
Como resolver esse dilema? Alfaya pensou numa possível solução e, decidido, foi testar sua tese viajando para Lisboa, indo visitar a Santa Casa de Misericórdia da capital portuguesa, fonte de inspiração da Santa Casa de Santos, onde era um dos mais ativos irmãos.
O comendador procurou nas galerias de arte da instituição lusitana, em livros e documentos e sua persistência acabou recompensada. Em uma das salas do hospital, Alfaya deparou-se com um retrato onde lia-se o nome de Brás Cubas. Enfim, o fundador de Santos tinha um rosto, uma identificação para ser eternizada.
Obviamente, levar o retrato para o Brasil estava fora de cogitação. Então, Alfaya teve mais uma brilhante ideia. Contratou, em Lisboa, um dos mais afamados aquarelistas e ilustradores da cidade: Roque Gameiro. O artista, depois de orientado sobre sua tarefa, reproduziu o retrato de Brás Cubas numa pequena tela, onde aquarelou com tons de marrom e preto.
Em apenas dois dias, a encomenda de Alfaya ficou pronta e foi entregue ao santista, que não se contendo de alegria pela descoberta logo tomou um navio para Gênova, onde se encontrou com o escultor Lorenzo Massa, contratado para esculpir Brás Cubas, primeiramente em um busto, trabalho este que levou quase um ano para ser concluído.
O busto foi levado a Santos e a partir dele, Alfaya convenceu a Câmara a contratar Massa para desenvolver o monumento, com Brás Cubas de corpo inteiro. O contrato com o italiano foi assinado em 10 de março de 1906, ao custo de 50 mil liras.
O monumento seria inaugurado festivamente no aniversário da cidade santista, em 26 de janeiro de 1908. Enfim, Santos tinha a imagem real de seu fundador eternizada em mármore, bem como na aquarela de Roque Gameiro, que acabou sendo doada por Alfaya à Santa Casa de Misericórdia.
Este tesouro da história de Santos até hoje repousa em uma das paredes da Santa Casa de Misericórdia, mas sem chamar muito a atenção. Praticamente todos desconhecem sua história e o que representou, como resgate para a cidade santista, em 1904.
Pelo tamanho diminuto, a tela não está na galeria principal, no corredor da provedoria, mas numa modesta parede da sala do vice-provedor, que tem o enorme privilégio de conviver com esta que é uma das obras plásticas mais importantes da memória de Santos: o quadro que revelou aos santistas a face do seu fundador, o grande e inigualável Brás Cubas. Texto de Sérgio Willians.
Nota do blog: A imagem do post é da famosa aquarela de Roque Gameiro, em sua tela original, situada na sala da vice-provedoria da Santa Casa de Santos/SP.

Praça da República e Estátua de Brás Cubas, Santos, São Paulo, Brasil


 

Praça da República e Estátua de Brás Cubas, Santos, São Paulo, Brasil
Santos - SP
N. 200
Fotografia - Cartão Postal

Estátua de Brás Cubas e Alfândega, Santos, São Paulo, Brasil


 

Estátua de Brás Cubas e Alfândega, Santos, São Paulo, Brasil
Santos - SP
M. Pontes & Co. N. 17
Fotografia - Cartão Postal

Nota do blog: Circa 1909.

Inauguração do Monumento a Brás Cubas, Santos, São Paulo, Brasil


 

Inauguração do Monumento a Brás Cubas, Santos, São Paulo, Brasil
Santos - SP
Fotografia - Cartão Postal



Domingo, 26 de janeiro de 1908, 14 horas. Centenas de pessoas se concentravam no tradicional Largo da Matriz, àquela altura já rebatizado como Praça da República, visto que a velha igreja barroca do século XVIII sumia a olhos vistos, demolida para dar lugar ao mais amplo projeto urbanístico realizado naquele começo de século. Santos, de fato, transformava-se, patrocinado pela riqueza originária das atividades do porto, em especial das que movimentavam o pujante comércio cafeeiro. O aspecto da vila colonial, assim, desaparecia aos poucos e ganhava ares de urbe moderna, elegante, digna de rivalizar com algumas das mais importantes cidades americanas e europeias.
No projeto paisagístico elaborado para mudar a cara da cidade, a “cereja do bolo”, sem dúvida alguma, era o monumento dedicado ao fundador de Santos, o fidalgo lusitano Brás Cubas, exatamente o centro de interesse da enorme massa de santistas que se dirigiu às imediações da velha alfândega naquela tarde de domingo.
E ali, em meio ao povo e às autoridades locais e da capital paulista, uma figura em especial tinha todos os motivos do mundo para se emocionar, orgulhoso por ver materializado o fruto de tanta luta e desprendimento.
O comendador Alfaya Rodrigues:
Homenagear o fundador de Santos era um desejo antigo de João Manoel Alfaya Rodrigues, figura de enorme prestígio na cidade, ocupante de importantes cargos, como delegado de polícia (1873/1874/1877), juiz municipal (1875/1876/1880), inspetor da Instrução (1878/1879) e encarregado da imigração em Santos (1887 – nomeado pela Princesa Isabel, de quem era amigo pessoal).
Alfaya era chamado respeitosamente de “comendador”, por ter sido condecorado pelo governo imperial com a venera de Cavaleiro da Imperial Ordem da Rosa, louvado em ofício de seu trabalho durante a terrível epidemia de varíola que assolou a cidade em 1874. Naquela ocasião, o governo provincial o encarregou de oferecer assistência e socorro à população. Alfaya também era um ativo vereador, sendo o vice-presidente da Câmara na legislatura de 1887, ano em que apresentou a proposta de erigir na cidade o seu primeiro monumento, dedicado a Brás Cubas.
Imposto desviado:
Para viabilizar a obra, o comendador apresentou um projeto de Lei com o objetivo de angariar os recursos necessários para o empreendimento. Foi chamada de “Lei do Quilo”, e incindia sobre todos os produtos que entrassem no Brasil via Porto de Santos. Aprovada pela Assembleia Legislativa do Estado, foi cobrado até 1894, já no período Republicano, atingindo a marca de 600 contos de réis arrecadados. Porém, como registrou o historiador Waldir Rueda, em seu livro “Brás Cubas, Homenagem a Uma Vida”, as administrações municipais que se sucederam “não deram correto destino para a verba arrecadada e desviaram, criminosamente, o dinheiro para outros fins.
A descoberta do rosto de Brás Cubas:
Mesmo diante do revés, Alfaya Rodrigues não desistiu e, em 1901, reapresentou a ideia à Irmandade da Santa Casa de Misericórdia, instituição fundada justamente por Brás Cubas (em 1543). Depois de tê-la aprovada, viajou a Portugal, partindo de Santos em 10 de junho de 1904 com a missão de levantar informações sobre o fundador da vila santista. Após recorrer a pesquisadores e historiadores lusitanos, Alfaya soube da existência de um retrato de Brás Cubas nas dependências da Santa Casa de Lisboa onde, de fato, o encontrou. O santista, então, contratou o renomado retratista e pintor português Roque Gameiro, encomendando-lhe uma aquarela, de corpo inteiro, do famoso fidalgo dos tempos coloniais, que fora produzida tendo como referência o rosto encontrado na antiga instituição lisboeta. Entusiasmado, o comendador sentia-se como se tivesse ganhado na loteria.
O escultor italiano:
Uma vez que já se encontrava na Europa, o velho continente berço de grandes artistas, à Alfaya foi recomendado que procurasse o respeitado escultor Lorenzo Mazza, professor da Academia Lingüística de Belas Artes de Gênova, um notório especialista em mármore. De posse da aquarela de Gameiro, o santista encomendou junto ao italiano, primeiramente um busto, que começaria a ser produzido por Mazza ao mesmo tempo em que seu contratante iniciava sua jornada de regresso a Santos, onde desembarcou em abril de 1905. Tanto o busto contratado como a aquarela só chegaram ao Brasil em junho daquele mesmo ano, sendo entregue à Santa Casa, onde acabou instalado no salão nobre da instituição.
O monumento:
Empolgado com o cumprimento das missões a que se submeteu, Alfaya voltou à carga em relação à ideia inicial, de inaugurar em Santos um monumento vistoso em homenagem ao fundador. Todos haviam aprovado o belo trabalho realizado por Mazza no busto e, agora, viam com bons olhos a possibilidade de terem um “Brás Cubas” imponente no centro de uma grande praça urbana.
Orçado pelo italiano em cerca de 50 mil liras, o comendador convenceu seus conterrâneos a custearem a obra e, desta forma, um contrato entre a Câmara Municipal de Santos e o escultor acabou assinado em 10 de março de 1906. Ao contrário do modesto busto, a figura de Braz Cubas deveria medir dois metros e meio de altura, esculpida totalmente em mármore de Carrara, obedecendo à imagem desenhada na aquarela do português Roque Gameiro.
Inauguração no 4º Centenário de Brás Cubas:
A obra de Mazza até poderia ter ficado pronta bem antes do pretendido. Mas a ideia era promover a inauguração durante os festejos do 69º aniversário da elevação de Santos à categoria de cidade, aproveitando ainda o fato de que, no mês anterior (dezembro de 1907) havia sido celebrado o IV Centenário de nascimento do fundador de Santos. Assim, o material chegou ao porto santista, no porão do vapor “Attivitá” no final de novembro de 1907, à espera de Mazza e seu ajudante, Giácomo Garbarino, que chegaram apenas no dia 1º de janeiro de 1908. Ambos foram eficientes e rápidos na tarefa de montagem, deixando o primeiro monumento da cidade de Santos totalmente preparado para sua inauguração, realizada com festa naquela tarde de domingo, onde, no meio da multidão, havia um homem, sorridente, tão feliz que mal podia expressar uma só palavra de agradecimento. (O comendador Alfaya Rodrigues não discursou durante os festejos daquele dia, mas foi o mais aplaudido no jubileu do grande fundador santista).
Curiosidade:
Vários elementos decorativos do monumento e do seu entorno desapareceram (como o gradil de ferro que circundava o conjunto, uma a guirlanda de bronze e dois dos quatro candelabros que iluminavam a estátua de Brás Cubas). Os candelabros sobreviventes foram transferidos, nos anos 1930 ou 1940, para a atual Praça das Bandeiras, no Gonzaga, onde se encontram até hoje. Texto do blog Memória Santista.