quarta-feira, 14 de fevereiro de 2024

Vista Traseira da Catedral Metropolitana de São Paulo / Catedral da Sé, São Paulo, Brasil


 

Vista Traseira da Catedral Metropolitana de São Paulo / Catedral da Sé, São Paulo, Brasil 
São Paulo - SP
Fotografia 

Nota do blog: Imagem de 2024.

A Descoberta do Rosto de Brás Cubas, o Fundador de Santos - Artigo


 

A Descoberta do Rosto de Brás Cubas, o Fundador de Santos - Artigo
Artigo


Lisboa, Portugal, junho de 1904. O comendador João Manoel Alfaya Rodrigues era um homem persistente. Aos 54 anos de idade, se mostrava vívido, experiente e amplamente respeitado por todos na cidade santista, uma rara unanimidade. Juiz municipal por muitos anos, se tornou rapidamente pessoa de total confiança do Império, sendo nomeado pela princesa Isabel como diretor oficial responsável pela imigração em Santos. Depois, não perdeu absolutamente nenhum prestígio quando da implantação do regime republicano, mantendo-se na mesma função. Sempre ocupando cargos públicos de altíssima relevância, nunca se rendeu à comodidade e buscava energia onde todos duvidavam.
No início do século 20, Alfaya levou à Câmara a ideia de realizar uma justa homenagem ao fundador de Santos, Brás Cubas, erguendo um monumento em sua memória, que seria então o primeiro da história da Cidade. O comendador havia obtido os recursos e garantira um bom artista para executar a obra, na Itália: o escultor Lorenzo Massa. Mas havia um grande desafio a ser suplantado: ninguém nunca vira o rosto do fundador de Santos. Não havia uma única alma que pudesse dizer como Brás Cubas aparentava ser.
Como resolver esse dilema? Alfaya pensou numa possível solução e, decidido, foi testar sua tese viajando para Lisboa, indo visitar a Santa Casa de Misericórdia da capital portuguesa, fonte de inspiração da Santa Casa de Santos, onde era um dos mais ativos irmãos.
O comendador procurou nas galerias de arte da instituição lusitana, em livros e documentos e sua persistência acabou recompensada. Em uma das salas do hospital, Alfaya deparou-se com um retrato onde lia-se o nome de Brás Cubas. Enfim, o fundador de Santos tinha um rosto, uma identificação para ser eternizada.
Obviamente, levar o retrato para o Brasil estava fora de cogitação. Então, Alfaya teve mais uma brilhante ideia. Contratou, em Lisboa, um dos mais afamados aquarelistas e ilustradores da cidade: Roque Gameiro. O artista, depois de orientado sobre sua tarefa, reproduziu o retrato de Brás Cubas numa pequena tela, onde aquarelou com tons de marrom e preto.
Em apenas dois dias, a encomenda de Alfaya ficou pronta e foi entregue ao santista, que não se contendo de alegria pela descoberta logo tomou um navio para Gênova, onde se encontrou com o escultor Lorenzo Massa, contratado para esculpir Brás Cubas, primeiramente em um busto, trabalho este que levou quase um ano para ser concluído.
O busto foi levado a Santos e a partir dele, Alfaya convenceu a Câmara a contratar Massa para desenvolver o monumento, com Brás Cubas de corpo inteiro. O contrato com o italiano foi assinado em 10 de março de 1906, ao custo de 50 mil liras.
O monumento seria inaugurado festivamente no aniversário da cidade santista, em 26 de janeiro de 1908. Enfim, Santos tinha a imagem real de seu fundador eternizada em mármore, bem como na aquarela de Roque Gameiro, que acabou sendo doada por Alfaya à Santa Casa de Misericórdia.
Este tesouro da história de Santos até hoje repousa em uma das paredes da Santa Casa de Misericórdia, mas sem chamar muito a atenção. Praticamente todos desconhecem sua história e o que representou, como resgate para a cidade santista, em 1904.
Pelo tamanho diminuto, a tela não está na galeria principal, no corredor da provedoria, mas numa modesta parede da sala do vice-provedor, que tem o enorme privilégio de conviver com esta que é uma das obras plásticas mais importantes da memória de Santos: o quadro que revelou aos santistas a face do seu fundador, o grande e inigualável Brás Cubas. Texto de Sérgio Willians.
Nota do blog: A imagem do post é da famosa aquarela de Roque Gameiro, em sua tela original, situada na sala da vice-provedoria da Santa Casa de Santos/SP.

Praça da República e Estátua de Brás Cubas, Santos, São Paulo, Brasil


 

Praça da República e Estátua de Brás Cubas, Santos, São Paulo, Brasil
Santos - SP
N. 200
Fotografia - Cartão Postal

Estátua de Brás Cubas e Alfândega, Santos, São Paulo, Brasil


 

Estátua de Brás Cubas e Alfândega, Santos, São Paulo, Brasil
Santos - SP
M. Pontes & Co. N. 17
Fotografia - Cartão Postal

Nota do blog: Circa 1909.

Inauguração do Monumento a Brás Cubas, Santos, São Paulo, Brasil


 

Inauguração do Monumento a Brás Cubas, Santos, São Paulo, Brasil
Santos - SP
Fotografia - Cartão Postal



Domingo, 26 de janeiro de 1908, 14 horas. Centenas de pessoas se concentravam no tradicional Largo da Matriz, àquela altura já rebatizado como Praça da República, visto que a velha igreja barroca do século XVIII sumia a olhos vistos, demolida para dar lugar ao mais amplo projeto urbanístico realizado naquele começo de século. Santos, de fato, transformava-se, patrocinado pela riqueza originária das atividades do porto, em especial das que movimentavam o pujante comércio cafeeiro. O aspecto da vila colonial, assim, desaparecia aos poucos e ganhava ares de urbe moderna, elegante, digna de rivalizar com algumas das mais importantes cidades americanas e europeias.
No projeto paisagístico elaborado para mudar a cara da cidade, a “cereja do bolo”, sem dúvida alguma, era o monumento dedicado ao fundador de Santos, o fidalgo lusitano Brás Cubas, exatamente o centro de interesse da enorme massa de santistas que se dirigiu às imediações da velha alfândega naquela tarde de domingo.
E ali, em meio ao povo e às autoridades locais e da capital paulista, uma figura em especial tinha todos os motivos do mundo para se emocionar, orgulhoso por ver materializado o fruto de tanta luta e desprendimento.
O comendador Alfaya Rodrigues:
Homenagear o fundador de Santos era um desejo antigo de João Manoel Alfaya Rodrigues, figura de enorme prestígio na cidade, ocupante de importantes cargos, como delegado de polícia (1873/1874/1877), juiz municipal (1875/1876/1880), inspetor da Instrução (1878/1879) e encarregado da imigração em Santos (1887 – nomeado pela Princesa Isabel, de quem era amigo pessoal).
Alfaya era chamado respeitosamente de “comendador”, por ter sido condecorado pelo governo imperial com a venera de Cavaleiro da Imperial Ordem da Rosa, louvado em ofício de seu trabalho durante a terrível epidemia de varíola que assolou a cidade em 1874. Naquela ocasião, o governo provincial o encarregou de oferecer assistência e socorro à população. Alfaya também era um ativo vereador, sendo o vice-presidente da Câmara na legislatura de 1887, ano em que apresentou a proposta de erigir na cidade o seu primeiro monumento, dedicado a Brás Cubas.
Imposto desviado:
Para viabilizar a obra, o comendador apresentou um projeto de Lei com o objetivo de angariar os recursos necessários para o empreendimento. Foi chamada de “Lei do Quilo”, e incindia sobre todos os produtos que entrassem no Brasil via Porto de Santos. Aprovada pela Assembleia Legislativa do Estado, foi cobrado até 1894, já no período Republicano, atingindo a marca de 600 contos de réis arrecadados. Porém, como registrou o historiador Waldir Rueda, em seu livro “Brás Cubas, Homenagem a Uma Vida”, as administrações municipais que se sucederam “não deram correto destino para a verba arrecadada e desviaram, criminosamente, o dinheiro para outros fins.
A descoberta do rosto de Brás Cubas:
Mesmo diante do revés, Alfaya Rodrigues não desistiu e, em 1901, reapresentou a ideia à Irmandade da Santa Casa de Misericórdia, instituição fundada justamente por Brás Cubas (em 1543). Depois de tê-la aprovada, viajou a Portugal, partindo de Santos em 10 de junho de 1904 com a missão de levantar informações sobre o fundador da vila santista. Após recorrer a pesquisadores e historiadores lusitanos, Alfaya soube da existência de um retrato de Brás Cubas nas dependências da Santa Casa de Lisboa onde, de fato, o encontrou. O santista, então, contratou o renomado retratista e pintor português Roque Gameiro, encomendando-lhe uma aquarela, de corpo inteiro, do famoso fidalgo dos tempos coloniais, que fora produzida tendo como referência o rosto encontrado na antiga instituição lisboeta. Entusiasmado, o comendador sentia-se como se tivesse ganhado na loteria.
O escultor italiano:
Uma vez que já se encontrava na Europa, o velho continente berço de grandes artistas, à Alfaya foi recomendado que procurasse o respeitado escultor Lorenzo Mazza, professor da Academia Lingüística de Belas Artes de Gênova, um notório especialista em mármore. De posse da aquarela de Gameiro, o santista encomendou junto ao italiano, primeiramente um busto, que começaria a ser produzido por Mazza ao mesmo tempo em que seu contratante iniciava sua jornada de regresso a Santos, onde desembarcou em abril de 1905. Tanto o busto contratado como a aquarela só chegaram ao Brasil em junho daquele mesmo ano, sendo entregue à Santa Casa, onde acabou instalado no salão nobre da instituição.
O monumento:
Empolgado com o cumprimento das missões a que se submeteu, Alfaya voltou à carga em relação à ideia inicial, de inaugurar em Santos um monumento vistoso em homenagem ao fundador. Todos haviam aprovado o belo trabalho realizado por Mazza no busto e, agora, viam com bons olhos a possibilidade de terem um “Brás Cubas” imponente no centro de uma grande praça urbana.
Orçado pelo italiano em cerca de 50 mil liras, o comendador convenceu seus conterrâneos a custearem a obra e, desta forma, um contrato entre a Câmara Municipal de Santos e o escultor acabou assinado em 10 de março de 1906. Ao contrário do modesto busto, a figura de Braz Cubas deveria medir dois metros e meio de altura, esculpida totalmente em mármore de Carrara, obedecendo à imagem desenhada na aquarela do português Roque Gameiro.
Inauguração no 4º Centenário de Brás Cubas:
A obra de Mazza até poderia ter ficado pronta bem antes do pretendido. Mas a ideia era promover a inauguração durante os festejos do 69º aniversário da elevação de Santos à categoria de cidade, aproveitando ainda o fato de que, no mês anterior (dezembro de 1907) havia sido celebrado o IV Centenário de nascimento do fundador de Santos. Assim, o material chegou ao porto santista, no porão do vapor “Attivitá” no final de novembro de 1907, à espera de Mazza e seu ajudante, Giácomo Garbarino, que chegaram apenas no dia 1º de janeiro de 1908. Ambos foram eficientes e rápidos na tarefa de montagem, deixando o primeiro monumento da cidade de Santos totalmente preparado para sua inauguração, realizada com festa naquela tarde de domingo, onde, no meio da multidão, havia um homem, sorridente, tão feliz que mal podia expressar uma só palavra de agradecimento. (O comendador Alfaya Rodrigues não discursou durante os festejos daquele dia, mas foi o mais aplaudido no jubileu do grande fundador santista).
Curiosidade:
Vários elementos decorativos do monumento e do seu entorno desapareceram (como o gradil de ferro que circundava o conjunto, uma a guirlanda de bronze e dois dos quatro candelabros que iluminavam a estátua de Brás Cubas). Os candelabros sobreviventes foram transferidos, nos anos 1930 ou 1940, para a atual Praça das Bandeiras, no Gonzaga, onde se encontram até hoje. Texto do blog Memória Santista.

Monumento a Brás Cubas, Santos, São Paulo, Brasil



 

Monumento a Brás Cubas, Santos, São Paulo, Brasil
Santos - SP
Fotografia - Cartão Postal




Este monumento foi encomendado pela Câmara de Santos ao escultor italiano Lorenzo Mazza para ser tanto estátua pública de memória do fundador da cidade, quanto o local que abrigaria seus restos mortais; além disso, foi a primeira estátua erguida na cidade de Santos.
Inserindo-a em um contexto histórico mais amplo, pode-se dizer que esta estátua é resultado do processo de “embelezamento” urbano empreendido nas cidades brasileiras – sobretudo cidades centrais – durante o chamado ‘surto modernizador’ da Primeira República, onde os espaços eram reformados, ‘limpos’ e alargados para receber monumentos e para servir de espaço de passeio da burguesia que enriquecia com a movimentação econômica.
Foi inaugurado em 26 de janeiro de 1908 na Praça da República, local onde se situa até os dias de hoje. Esculpido em Gênova, o monumento constitui de uma estátua de Brás Cubas em seu topo cercado por figuras que representam o comércio, a indústria e a navegação. Nos anos 1990 passou por processo de tombamento pelo órgão municipal CONDEPASA, sendo definitivamente tombado em 1997.
Situado na Praça da República, o monumento conta com 4,80 metros de altura em mármore branco de Carrara e detalhes em bronze que simbolizam a Agricultura, Comércio, Indústria e a Navegação.

Estátua de Brás Cubas / Monumento a Brás Cubas, Santos, São Paulo, Brasil


 

Estátua de Brás Cubas / Monumento a Brás Cubas, Santos, São Paulo, Brasil
Santos - SP
Fotografia - Cartão Postal

Igreja Santo Antônio / Basílica Menor de Santo Antônio de Pádua, Campos Elíseos, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil


Igreja Santo Antônio / Basílica Menor de Santo Antônio de Pádua, Campos Elíseos, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil
Ribeirão Preto - SP
Fotografia
 

Propaganda "O Carnaval de 42", 1942, Linha de Produtos da RCA Victor, Brasil


 

Propaganda "O Carnaval de 42", 1942, Linha de Produtos da RCA Victor, Brasil
Propaganda

Nota do blog: A propaganda da RCA Victor mostra as estrelas da música da época.

Propaganda "Brake-Light Original, um Privilégio Del Rey", 1990, Brake-Light, Arteb, Brasil


 

Propaganda "Brake-Light Original, um Privilégio Del Rey", 1990, Brake-Light, Arteb, Brasil
Propaganda

Nota do blog: Item de segurança e realidade nos outros países, o brake-light só começou a chegar por aqui nesse período.