Combate Naval do Riachuelo, Arroio Riachuelo, Argentina (Combate Naval do Riachuelo) - Victor Meirelles
Arroio Riachuelo - Argentina
Museu Histórico Nacional, Rio de Janeiro, Brasil
OST - 420x820 - 1883
O quadro Combate Naval do Riachuelo de Victor Meirelles (1832-1903) é uma pintura em óleo sobre tela, cujas dimensões são de 8,2 metros de largura por 4,2 metros de altura.
A obra foi encomendada pelo Ministro da Marinha, Afonso Celso de Assis Figueiredo em 1868 e retrata um confronto naval que aconteceu na Guerra do Paraguai entre a esquadra brasileira e a paraguaia em um trecho do Rio Prata.
A obra original teve início em 1868 e foi finalizada em 1872, mas fora totalmente debilitada por falta de cuidados específicos após sua exibição Exposição Universal da Filadélfia em 1876. Um segundo quadro fora realizado em 1883, que hoje reside no Museu Histórico Nacional no Rio de Janeiro.
A composição do quadro se inicia pelo canto esquerdo, com as embarcações, ao centro o Almirante Barroso é destacado pelo primeiro ponto, mesmo com a distância, outros diversos personagens da tela apontam para sua embarcação. A embarcação principal é uma fragata Amazonas, com uma escultura de uma índia característica na proa, com duas bandeiras nas cores vermelha e branca, remetentes ao Almirante, conhecidas como “Sinais de Barroso”.
Os planos priorizam determinados personagens e momentos retratados. No primeiro plano, estão diversos militares caídos nos destroços paraguaios, existe ainda, uma bandeira de cores vermelha, branca e azul, que é reproduzida outras seis vezes em embarcações paraguaias, porém só neste plano, entre as dobras do tecido, aparecem pequenos detalhes do brasão. Centralizada, uma bandeira brasileira com o brasão imperial aparece em destaque. Os personagens representados no primeiro plano, assim como os elementos retratados estão direcionados para a cena principal da tela, com celebração dos tripulantes vitoriosos. Contudo, no canto inferior é possível ver um combatente brasileiro negro, figura em maior proporção no plano, prestes a ser alvejado por um inimigo, enquanto um idoso e uma criança tentam fugir. É possível, ainda, ver uma parte do vapor proveniente da embarcação se esvair. No plano intermediário à direita, mais combatentes homens estão caídos na água, junto com duas chatas paraguaias, que ainda a bordo tentam atingir os brasileiros. À esquerda da embarcação principal, há outras três.
Na cena principal, o personagem em pé na proa da fragata Amazonas é o Almirante Barroso, que tem seu braço erguido em sinal de vitória, seus tripulantes repetem o gesto, enquanto três, à sua esquerda permanecem com postura rígida, outros continuam a mirar inimigos fora do navio e por sua vez, a manobrar a embarcação está a representação de Delfim Carlos de Carvalho.
A disposição das embarcações lembra a tela The Redoutable At Trafalgar de 1805 do pintor francês Auguste Étienne François Mayer, que retrata também uma batalha naval, esta ocorrida na costa espanhola, no cabo de Trafalgar.
A tela tem um certo tratamento denso de cores, devido ao uso de uma paleta quente, com tons avermelhadas e alaranjados que se repercutem em toda a pintura, principalmente na composição dos elementos que compõem a atmosfera, como os vapores das embarcações e o céu.
Academia Imperial de Belas Artes (AIBA) teve um papel primordial na arte nacional da época. A escola superior de artes fora fundada em 1826 por D. João VI no Rio de Janeiro. Sua consolidação veio na segunda metade do século XIX, com uma aproximação ao governo monarca vigente do imperador D. Pedro II. A instituição, então, teve maior relevância social e política, com certa monopolização na produção artística, com grande influência no neoclassicismo.
Nesse período a pintura histórica tornou-se a mais prestigiada, e começou a predominar influência romântica, também importada da Europa, de forma mais otimista. Muitas vezes, encomendadas diretamente pelo próprio governo, os artistas produziram pinturas grandiosas que reconstituíam visualmente para a nação que se pretendia civilizada e também para o mundo, um passado repleto de heroísmo e que fosse digna de comparação às nações europeias.
Dessa forma, saíram desta escola as principais obras da época, dos autores Victor Meirelles e Pedro Américo. Apesar da pintura histórica estar à serviço de projetos sociopolíticos do Império, as obras desses autores como “A primeira missa no Brasil”, “Paisagem de Humaitá”, “Combate Naval do Riachuelo” e “A batalha de Campo Grande”, possuíam um certo subsídio teórico, uma vez que os respectivos pintores deslocaram-se para os lugares em que ocorreram os confrontos para estudar e absorver com maiores detalhes a história.
A obra de Victor Meirelles “Combate Naval do Riachuelo” por sua vez retrata uma batalha de um dos principais confrontos bélicos da história da América Latina no século XIX, a Guerra do Paraguai, que decorreu entre os anos de 1864 e 1870. A Tríplice Aliança, formada por Brasil, Argentina e Uruguai enfrentaram o Paraguai governado por Solano Lopez. Conhecida como uma das poucas batalhas navais decisivas, ou seja, que termina com a destruição quase completa da esquadra inimiga. Em 11 de junho de 1865, ocorreu o episódio do Riachuelo. No início a Marinha brasileira possuía 42 navios de guerra e uma tripulação com curso de formação, já o Paraguai contava apenas com 14 embarcações com canhões mal equipados.
A batalha, durou cerca de oito horas e ocorreu em uma área adversa para a esquadra brasileira, em um trecho do Rio Prata, um canal tortuoso, que possuía bancos de areia que dificultaram a navegação de navios brasileiros de grande porte. Além de enfrentar a esquadra paraguaia em meio a essas adversidades, os brasileiros confrontaram ao Norte e ao Sul do Riachuelo barrancas instaladas de forte artilharia, que alvejavam as guarnições de navios que passavam. A divisão brasileira era comandada pelo Chefe-de-Divisão Francisco Manoel Barroso da Silva, que com uma arrojada manobra em seu navio que não dispunha de esporão, R4 arremessou sua embarcação contra seus navios inimigos, que, de menor porte, não resistiram ao ataque. Após a manobra, apenas quatro navios paraguaios não foram destruídos e escaparam. Depois da vitória, consequências estratégicas foram causadas à Guerra do Paraguai, como o fim do Poder Naval paraguaio, coibição da invasão da Província de Entre Rios e isolamento das tropas de Estigarribia que estava atacando o Rio Grande do Sul.
A Guerra só terminaria de fato cinco anos depois, com grandes consequências para os envolvidos. O Paraguai, que anteriormente à guerra estava em grande desenvolvimento, fora aniquilado pelas tropas da Tríplice Aliança e deixado a população em péssimas condições. Enquanto no Império do Brasil, além de acumular altas dívidas com os ingleses, o conflito repercutiu em questões republicanas e abolicionistas e influenciou uma identidade nacional, a qual era incipiente na população.
Victor Meirelles de Lima nasceu em 18 de agosto de 1832, na vila de Nossa Senhora do Desterro, atual Florianópolis. Desde a infância, seus desenhos chamavam a atenção, logo seus pais contrataram um professor particular, Marciano Moreno, engenheiro argentino para dar instruções iniciais. Com o mestre, Victor incorporou aos seus primeiros trabalhos a perspectiva geométrica. Em missão do governo, o Conselheiro do Império, Joaquim Francisco Coelho foi para a cidade de Desterro e conheceu o jovem de que se ouvia falar na região.
Com apenas 14 anos, Meirelles pintou uma paisagem aquarela que o franqueou acesso à Corte, após ser aprovado por Félix Émile Taunay, diretor da AIBA, pode iniciar seus estudos na instituição na Classe de Desenho. Anos depois, entrou para a classe de Pintura Histórica, até 1852, quando após se destacar em diversos concursos internos e conquistar medalhas, Meirelles fora premiado com uma viagem para Roma. Iniciou seu estágio com apenas 21 anos e o teve renovado por três vezes devido ao excelente desempenho, permanecendo fora do Brasil por oito anos. Mesmo fora, matinha contato com o Brasil, abastecendo o acervo da AIBA com estudos e material artístico para que os alunos da recente instituição pudessem se aprimorar. Por meio dessas correspondências recebe a sugestão de fazer uma Pintura Histórica que tratasse a nacionalidade. Na última temporada em Paris, 1861, o pintor então produz a obra “A Primeira Missa no Brasil” após muitos estudos sobre a carta de Pero Vaz de Caminha, o que o tornou o primeiro brasileiro a ter uma tela aceita em um salão internacional.
Ao voltar para o país natal, foi nomeado professor honorário da cadeira de Pintura Histórica na AIBA, tornou-se um artista reconhecido e estimado de Imperador D. Pedro II. Em 1868, o Ministro da Marinha, Afonso Celso de Assis Figueiredo, encomendou ao pintor duas obras que glorificassem a marinha nacional durante a Guerra do Paraguai. Sendo assim, Victor pintou as obras “Combate Naval do Riachuelo” e “Passagem de Humaitá”.
Victor Meirelles e Pedro Américo eram então os pintores mais reconhecidos do Brasil imperial. Com o início da República, em 1889, por estar muito vinculado ao Império, Victor Meirelles entrou no ostracismo, e amargurou um final de vida de condições financeiras precárias.
No dia 6 de março de 1872, a obra Combate Naval do Riachuelo juntamente com a obra Passagem de Humaitá, também do autor Victor Meirelles, foi apresentada na XXV Exposição Geral da Academia Imperial das Belas Artes.
Revista Musical e de Bellas-Artes a fim de discutir o caráter da exposição e a evolução da arte brasileira, escreveu uma análise e concluiu que as artes plásticas no Brasil permaneciam presas aos modelos de 1850. Explicitamente ressaltou que quadros do pintor e professor da Academia de Bellas-Artes, Victor Meirelles, como A Batalha dos Guararapes (1879) e O Combate Naval do Riachuelo (1872), não apresentavam qualquer progresso quando comparados com a tela A Primeira Missa no Brasil, produzida pelo mesmo autor, em 1860. Sendo assim, a Revista Musical e de Bellas-Artes culpava o governo pelo retrocesso artístico e se posicionou contra esta deficiência no campo:
“athmosphera artística deplorável que respiram todos aqui, n’um paiz em que uma oligraphia, ou mesmo uma lithographia colorida é a ultima expressão da arte do desenho e da pintura”.
Para Osório Duque-Estrada em 1888:
“Como se vê o assunto não é ingrato; pelo contrário, oferece magníficos pontos de efeito. Mas a natureza de Vitor é tímida, não lhe consente ver o lado trágico da luta. E, por este motivo, o quadro é sereno; a luz da tarde banha carinhosamente, num beijo morno e demorado, esse vasto cenário enevoado pelo fumo; nas mansas águas do rio nadam paraguaios, bóiam dois corpos mortos e um camalote, destroços do combate. De um lado, à direita, enchendo o primeiro plano, vê-se um convés de navio já a meio submergido. Sobre ele estão ainda alguns tripulantes, uns atarefados em carregar um canhão, outros assentados impassivelmente; na caixa da roda desse navio, figura um marinheiro da nossa armada, ajoelhado fitando o céu e fazendo um belo gesto com o braço direito; defronte dessa figura, tornada estátua, um oficial da marinha inimiga, aponta-lhe ao peito, com a calma de um atirador de salão, o cano de uma pistola; mais adiante, há um velho que atravessa horizontalmente o navio que se submerge em linha vertical. É isto o combate naval de Riachuelo, pintado por Victor Meirelles.”
A questão da réplica:
Na Exposição Universal da Filadélfia, nos Estados Unidos, com participação do imperador na inauguração em 1876, Victor Meirelles envios três obras de sua autoria para a seção de Belas Artes: Primeira Missa no Brasil, Passagem de Humaitá e Combate Naval do Riachuelo. O autor, contudo, não viajou para o evento e as obras ficaram sob a responsabilidade de Saldanha da Gama, mas que não verificou o retorno das obras ao Brasil. Ambas se deterioraram significativamente, porém a tela Combate Naval do Riachuelo ficou totalmente danificada e sem possibilidade de restauração. A pintura da tela virou pó, a tinta fendida, evidenciam o estado precário de conservação. Apenas em 1883 uma réplica fora pintada, em Paris, o autor utilizou de recursos e estudos de fotografia para o ato.
Hoje, a réplica da original está localizada no Museu Histórico Nacional no Rio de Janeiro.
A famosa Batalha Naval do Riachuelo, ou simplesmente Batalha do Riachuelo, foi travada no dia 11 de junho de 1865 e é considerada uma das mais decisivas da Guerra do Paraguai. Uma das muitas batalhas dessa guerra que persistiu de 1864 a 1870.
Para o historiador Maurim Rodrigues Costa – professor há mais de 35 anos – existem algumas versões para as motivações da mais sangrenta guerra da América do Sul. Além da versão revelada pelos militares, que ganhou força com a proclamação da república, existem outras duas vertentes famosas sobre a Guerra do Paraguai, de acordo com o professor Maurim.
“O ponto de vista do historiador Júlio José Chiavenato, revelado em seu livro – A Guerra do Paraguai, de 1960 – apresenta uma visão economicista. A teoria elege a Inglaterra como a grande vilã da guerra, responsável por financiar a Tríplice Aliança por interesses econômicos”, resume.
Outra teoria é a do professor da Universidade de Brasília, Francisco Doratioto, impressa no livro “Maldita Guerra”, lançado em 2002. “Uma crítica às versões anteriores. Mais do que batalhas e personagens, as pesquisas de Doratioto trazem o lado humano, social e político do conflito. O livro dele virou referência no assunto, especialmente no que se convencionou chamar de ‘Nova História da Guerra do Paraguai’”, revela.
Diante de tantas linhas de pensamento, vamos nos ater a simplificar a Guerra do Paraguai baseada na versão dita oficial ou mais publicada pela historiografia brasileira.
A Guerra do Paraguai foi o maior conflito armado ocorrido na América do Sul. E a Batalha do Riachuelo foi decisiva para as resoluções da guerra. Mas antes de chegarmos ao mais influente combate desse conflito, precisamos compreender os motivos que levaram Paraguai, Brasil, Uruguai e Argentina a derramarem sangue por mais de meia década.
Em 1862, após a morte do ditador paraguaio Carlos Antônio Lopez, assumiu o poder seu filho, Francisco Solano Lopez. Ele iniciou amplas reformas no país, modernizando suas indústrias e, principalmente, as forças armadas. Entretanto, o Paraguai não possuía uma saída para o mar. Então, Solano Lopez iniciou uma parceria com Atanasio Cruz Aguirre, que liderava um governo provisório no Uruguai. Lopez pretendia, com essa parceria, obter livre trânsito fluvial até o Atlântico, podendo estabelecer assim, contato comercial com a Europa.
No entanto, em 1864, graças a uma intervenção brasileira, Atanasio Aguirre foi deposto no Uruguai, prejudicando assim os planos paraguaios. Como represália, Solano Lopez aprisionou o vapor brasileiro Marquês de Olinda. O navio brasileiro navegava rumo a província de Mato Grosso, transportando Frederico Carneiro de Campos, o novo presidente da região, que morreria vítima de maus tratos.
Nomeado presidente de Mato Grosso em 1864, Frederico Carneiro de Campos viajava para tomar posse, capturado por Solano Lopez, um dos fatos que dariam início à guerra contra o Paraguai
Algumas semanas depois, no início de dezembro de 1864, antes mesmo de declarar guerra, Solano Lopez invadiu a província de Mato Grosso, dando início a Guerra do Paraguai. “Nessa época, o Paraguai tinha forças militares muito bem armadas e organizadas, superiores as forças argentinas e brasileiras. Alcançando assim grandes e importantes vitórias nos primeiros meses da guerra. Naquele tempo, praticamente não haviam estradas e as notícias, que iam a cavalo, demoravam a chegar para o imperador Dom Pedro II”, explica o professor Maurim.
Nesse meio tempo, as forças paraguaias contaram com passagens, praticamente livres, pela região, invadindo Corrientes, na Argentina, a partir de onde pretendiam invadir o Rio Grande do Sul e o Uruguai.
Na primeira fase da guerra, entre 1864 e 1865, o Paraguai avançou imparável pela Argentina e pelo Brasil, conquistando amplas regiões. “Um primeiro passo importante para Solano Lopez, que sonhava com o “Grande Paraguai”, um país que se estenderia até o oceano Atlântico, passando pelo norte da Argentina e por todo o sul do Brasil, abrangendo também o Uruguai”.
Para fazer frente aos planos de Solano Lopez, no primeiro dia de maio de 1865, o Brasil, a Argentina e o Uruguai assinaram, em Buenos Aires, o Tratado da Tríplice Aliança contra o Governo do Paraguai.
Algumas pesquisas indicam que, mesmo as forças combinadas desses três países (totalizando 40 mil soldados), no início da guerra, eram inferiores aos 80 mil soldados do Paraguai. “Mas o Brasil tinha uma vantagem enorme, sua marinha de guerra era composta por 42 navios, mais de 200 bocas de fogo e 4 mil homens bem treinados. Os aliados sabiam que a única forma de vencerem as forças paraguaias era por meio de ações navais na bacia do Prata, com o objetivo de isolar as várias unidas terrestres paraguaias espalhadas pela Argentina e Brasil”, analisa o professor.
Sem estradas, era pela bacia do Prata que os exércitos se comunicavam, transportando ordens, munições e suprimentos. Assim, quem dominasse os rios, estaria um passo à frente do adversário. “Solano Lopez sabia disso e assim planejou um ataque surpresa contra a esquadra brasileira, ancorada ao longo do arroio Riachuelo, um dos afluentes do rio Paraguai, na província argentina de Corrientes”.
O plano era atacar os navios brasileiros nas primeiras horas da madrugada do dia 11 de junho de 1865, mas algumas embarcações paraguaias tiveram problemas. Com o atraso, o fator surpresa foi por água a baixo. A esquadra brasileira liderada pelo então almirante Francisco Manuel Barroso da Silva foi alertada às 9h da manhã, sobre a aproximação dos navios paraguaios. Rapidamente entrou em formação de batalha.
A força paraguaia era formada por oito navios com 38 bocas de fogo, 1200 atiradores do exército e alguns canhões estrategicamente posicionados nas barrancas da foz do Riachuelo. O ataque começou com a frota paraguaia descendo o rio e atacando a frota brasileira. Com a troca de tiros, algumas embarcações de ambos os lados foram danificadas.
Próximo das 11h, tem início a segunda carga, dessa vez é a frota brasileira que toma iniciativa e segue em direção ao inimigo. Os canhões paraguaios posicionados nas encostas abrem fogo e danificam seriamente a Corveta Belmonte (navio de guerra que serviu a Armada Imperial Brasileira). Por volta do meio dia, a situação da frota brasileira é crítica, com dois navios encalhados e a Corveta Parnaíba correndo risco de ser capturada.
“Mas quando tudo parecia perdido, por volta das 13h, duas embarcações brasileiras chegaram para socorrer a Corveta Parnaíba, obrigando os paraguaios a abandonarem a abordagem. A bandeira brasileira foi novamente hasteada. Às 14h, a batalha estava indefinida, com muitas baixas de ambos os lados”, detalha.
A Fragata a vapor Amazonas, da frota brasileira, avançou águas a cima lançando-se contra o Vapor Jejuy (navio de guerra da Armada Paraguaia), que naufragou. Em seguida, a Fragata Amazonas de Barroso atacou várias outras embarcações, desmontando a frota paraguaia que se viu tragicamente reduzida a cinco navios, batendo em retirada às 17h30.
Com a vitória brasileira, o Paraguai perdeu grande parte da sua força naval, dando à Tríplice Aliança, o controle sobre bacia do Prata, resultando no isolamento das várias unidades terrestres paraguaias que combatiam na Argentina e no Brasil. Apesar do Paraguai ainda possuir uma força terrestre superior, sem o controle da bacia Platina, as tropas de Solano Lopez foram obrigadas a recuar, iniciando uma longa e desgastante guerra defensiva.
A Batalha Naval do Riachuelo impôs uma séria derrota ao Paraguai. Embora a guerra tenha se prolongado até 1870, a vitória nessa batalha foi determinante para o avanço dos aliados, contribuindo para a derrota paraguaia.
Quando o assunto é Guerra do Paraguai, existem muitas pesquisas que divergem em alguns pontos, números e motivações. Entretanto, é certo que todos os pontos de vista consolidam o entendimento de que, à época, quem dominava os rios dominava a guerra. “Uma legitima e intrigante batalha naval nos rios do Prata. Foi travada nos espaços reduzidos dos rios, com bancos de areia que tornavam as manobras difíceis, exigindo daqueles que desconheciam a região, maior agilidade e capacidade de decisão”, atribui o professor Maurim.
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