sábado, 24 de novembro de 2018

Tempo Matador, Alemanha










Tempo Matador, Alemanha
Fotografia - Propaganda


Sério candidato a veículo com o nome mais legal de todos os tempos, o Tempo Matador era um rival da Kombi que tinha muito em comum com ela, mas ao mesmo tempo era bem diferente. Sua fabricante, a Tempo (cujo nome completo era Vidal & Sohn Tempo-Werke GmbH), era uma pequena companhia da cidade de Hamburgo, fundada por Oscar Vidal em 1924. Depois de passar a década de 1940 produzindo veículos militares para a Segunda Guerra Mundial (algo que manteve diversas empresas alemãs vivas durante os anos de conflito) usando chassis de Land Rover, a Tempo começou a fabricar carros de três rodas, os Hanseat, em 1949.
Naquele mesmo ano, porém, a Tempo apresentou seu veículo mais conhecido: o Matador. O carro usava um chassi proprietário, com um motor boxer arrefecido a ar de 1,1 litro e 25 cv fornecido pela Volkswagen. Este, porém, ficava atrás dos bancos dianteiros, e movia as rodas da frente por meio de uma transmissão ZF de quatro marchas. Com isto, a distribuição de peso era bastante equilibrada – sem carga, o Matador se mantinha nivelado mesmo que uma das rodas traseiras fosse removida, e podia até mesmo rodar sobre piso plano.
Em configuração furgão, o Tempo Matador podia levar até 1.000 kg, mas também havia versões de passageiros, comercial e picape de cabine simples ou dupla.
Só havia uma falha grave de design que, na época, pode ter passado despercebida: o tanque de combustível do Tempo Matador ficava na dianteira – não, aquela saliência que abriga dos faróis e parece um rosto não é o capô. Se você achava que a Kombi era perigosa em uma colisão frontal, imagine o Matador…
Apesar disto, o Tempo Matador fez relativo sucesso na Alemanha como veículo de trabalho (talvez até por não existir uma rival da Volkswagen), com 1.362 unidades vendidas entre 1949 e 1952. Mas isto não durou muito tempo: com o lançamento da Kombi em 1950, não demorou para que a Volks percebesse que fornecer motores para um rival direto não era bom negócio.
Por isto, a partir de 1952, o Tempo Matador passou a vir equipado com um motor de 1,4 litro oferecido pela alemã Heinkel, de quatro cilindros em linha e 34 cv. Também foi reestilizado: os faróis e os frisos horizontais da dianteira tiveram sua posição invertida.
Em 1955, Vidal vendeu metade da sua companhia para a também alemã Hanomag. Com dinheiro extra em caixa, a Tempo então promoveu uma nova reestilização no Matador, escondendo de vez o tanque de combustível e adotando uma grade na parte inferior da dianteira. Ironicamente, seu visual ficou bem parecido com o da Kombi.
O Tempo Matador ainda sobreviveu por mais de duas décadas, mas não sem mudar de visual e de motor. Primeiro, em 1957, a van começou a sair da fábrica com um motor 1.5 de 48 cv fornecido pela britânica Austin. Em 1963, uma nova reestilização adotava faróis quadrados abrigados em uma grade horizontal. Também foi adotado um motor a gasolina mais forte, de 1,6 litro e 54 cv, que era complementado por um 1.8 a diesel de 50 cv fabricado pela própria Hanomag.
Em 1969, a Hanomag foi comprada pela Mercedes-Benz, e uma das primeiras providências da nova dona foi mudar o nome do Tempo Matador para Mercedes L. Assim, foi produzido até 1978.

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