quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

A Sailor Doesn't Have To Prove He's a Man, Remember: There's No Medicine For Regret, United States Navy, 1942, Estados Unidos


A Sailor Doesn't Have To Prove He's a Man, Remember: There's No Medicine For Regret, United States Navy, 1942, Estados Unidos
O cartaz visava evitar a propagação de doenças  sexualmente transmissíveis
Propaganda - 1942

Responsible masculinity was also a common theme during the Second World War. This illustration of a sailor preventing his friend from pursuing a buxom blonde woman in the background deals with a serious issue in a humorous though chauvinistic manner. Contrasting the image of the woman as sexual temptress with the image of the masculine but moral soldier, the message avoids overtly addressing his sexual behavior by suggesting that, "A sailor doesn't have to prove he's a man!" The urban setting suggests this poster addresses concerns about wayward sailors during shore leave. The poster carries an additional message that, "There's no medicine for regret," which suggests that, while the venereal disease could be effectively treated, the feeling of regret for reckless behavior could not be easily alleviated.

Jardim da Luz, São Paulo, Brasil

Jardim da Luz, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia - Cartão Postal

Vista Parcial Basílica São Bento / Mosteiro de São Bento, São Paulo, Brasil



Vista Parcial Basílica São Bento / Mosteiro de São Bento, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
CTP N. 112
Fotografia - Cartão Postal


O Mosteiro de São Bento é um símbolo de grande importância para a cidade de São Paulo. Com mais de 400 anos de História, o Mosteiro sempre teve grande influência na cidade. Vale lembrar a própria localização em que foi construído o cenóbio beneditino. O local era a taba do cacique Tibiriçá. Foi doado pela Câmara de São Paulo em 1600 aos monges. Segundo o documento de doação das terras, pertencente ao arquivo do Mosteiro, o local era “o mais importante e melhor, depois do colégio”. Com o crescimento da Vila ainda no Século XVII, Fernão Dias Paes Leme, o Governador das Esmeraldas, ampliou a igreja e melhorou as dependências do Mosteiro. Anos depois, com a nomeação popular de Amador Bueno – um importante personagem da vila paulistana – como rei de São Paulo, sem este aceitar, recorre aos monges beneditinos, a fim de acalmar a população e fazer com que esta mudasse de ideia. Para que Amador Bueno não perdesse sua vida por não aceitar a ser rei de São Paulo, o Abade do Mosteiro, assim como também a comunidade monástica, acalmaram os ânimos e o povo mudou de ideia. Amador Bueno estava a salvo.
São dependentes do Mosteiro de São Bento de São Paulo, o Mosteiro de São Bento de Sorocaba, fundado em 1667 e o Mosteiro de São Bento de Jundiaí de 1668. Além destes, foram fundados mais dois: Santana do Parnaíba (1643) e Santos (1650).
Óbvio que a construção atual do Mosteiro não é a mesma de séculos anteriores. Já é a quarta construção. A demolição do antigo edifício, muito decadente em fins do Século XIX, começou com a construção do Gimnásio São Bento – hoje Colégio de São Bento – em 1903. Mas foi em entre 1910 e 1912 que o cenário realmente mudou. São Paulo passava por grande processo de urbanização. Sua população aumentava exacerbadamente, ganhando relevância no cenário nacional. O Mosteiro seguiu este ritmo e em 1910 teve início à construção da nova igreja e Mosteiro. A construção em estilo da escola artística de Beuron, projeto de Richard Berndl – Professor da Universidade de Munique e um dos melhores arquitetos da Alemanha. É desta época a decoração interna em estilo Beuronense foi feita pelo beneditino belga Dom Edelberto Gressnigt. A Basílica só foi consagrada em 1922. Nesta época foram instalados os sinos e o relógio, tido como o mais preciso de São Paulo.
Breve histórico do Mosteiro de São Bento:
Pode-se dizer que o sítio histórico que abriga o Mosteiro de São Bento é o mais antigo de São Paulo. A instituição completou em 1998 seu 4º. centenário de ocupação ininterrupta no mesmo local. Cabe lembrar que o Pátio do Colégio, marco de fundação da cidade, passou por várias transformações, e de 1765 a 1932, abrigou o Palácio do Governo.
A fundação do Mosteiro de São Bento data do fim do século XVI, ou mais exatamente, de 14 de julho de 1598. Segundo documentação da época, foram concedidas duas sesmarias pelo Capitão-Mor Jorge Correia, as quais seriam a base da fundação beneditina na pequena vila.
O terreno cedido a São Bento era o mais bem localizado, depois daquele do Colégio dos Jesuítas, ficando exatamente no alto da elevação, entre as águas do Anhangabaú e do Tamanduateí, abrangendo de um lado até o Vale do Anhangabaú e, do outro, até a atual 25 de Março, inclusive.
O mosteiro teve como fundador um paulista de nome Simão Luís, nascido em São Vicente, o qual mais tarde passou para a história, com o nome de Frei Mauro Teixeira. Discípulo do Padre José de Anchieta. Ele conheceu o cacique Tibiriçá e, anos depois, construiu, no mesmo local onde existira a taba do glorioso índio, uma igreja em homenagem a São Bento. Aí levantou um pequeno santuário, que conservou, durante algum tempo, sob seus cuidados.
A 15 de abril de 1600, os oficiais da Câmara ratificaram, o que já havia sido feito por seus colegas, a Frei Mauro Teixeira:
“Carta de chãos de sesmaria, para o sítio do convento”, por “constar ser como o dito padre diz e alega, por serviço de Deus Nosso Senhor e de seu servo, o bem aventurado São Bento”, “os quais chãos serão para o convento, mosteiro, ou casa do dito santo, fôrros livres e isentos de todo tributo e pensão, de hoje até o fim do mundo”.
É interessante destacar o papel do Mosteiro de São Bento na aclamação de Amador Bueno como rei de São Paulo, episódio histórico que assinala o primeiro grito de independência em terras do Brasil. Evitando aqueles que queriam fazê-lo rei apressadamente, rumou em direção ao templo onde pretendia refugiar-se. Os paulistas seguem em seu encalço gritando: “Viva Amador Bueno, nosso rei”, ao que ele replicou muitas vezes “viva o senhor D. João IV nosso rei e senhor, pelo qual darei a vida”.
Graças a Fernão Dias Pais, foi construído um novo templo. Em janeiro de 1650, foi lançada a pedra fundamental para sua construção. As imagens de São Bento e Santa Escolástica que vemos hoje na atual basílica, da autoria de Frei Agostinho de Jesus, datam desta época. Os restos mortais de Fernão Dias Paes e de sua esposa se encontram na cripta do mosteiro.
Em Julho de 1900 D. Miguel Kruse assume a direção do mosteiro e, com atividade ímpar, inicia um novo período na história de São Paulo. Seus primeiros esforços são no sentido de dotar o mosteiro de um bom colégio secundário. Surge assim, em 1903, o Colégio de São Bento. Logo após, em 1908, funda a faculdade de Filosofia, que seria a primeira do Brasil. Em 1911, instala a primeira abadia de monjas beneditinas da América do Sul, o Mosteiro de Santa Maria.
É também de iniciativa de D.Miguel Kruse a construção de uma nova abadia e um novo mosteiro. Em 1910 tem início a nova construção segundo projeto do arquiteto Richard Berndl da cidade de Munique, Alemanha. Quatro anos mais tarde, em 1914, estava completado o conjunto beneditino que conhecemos hoje abrigando a Basílica de Nossa Senhora da Assunção, o Mosteiro e o Colégio de São Bento, marco histórico, cultural e turístico da maior importância para o cidade de São Paulo e para o Brasil. Texto da Arquidiocese de São Paulo.

Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo, Piracicaba, São Paulo, Brasil

Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo, Piracicaba, São Paulo, Brasil
Piracicaba - SP
Fotografia - Cartão Postal

Escola Agrícola / Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo, Piracicaba, São Paulo, Brasil



Escola Agrícola / Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo, Piracicaba, São Paulo, Brasil
Piracicaba - SP
N. 1411
Fotografia - Cartão Postal



Escola Agrícola Prática de Piracicaba (1900); Escola Agrícola Prática "Luiz de Queiroz" (1901); Escola Agrícola "Luiz de Queiroz"(1917); Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" (1931); Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (1934).
O surgimento da Escola Agrícola Prática de Piracicaba foi a realização de um sonho do agrônomo e fazendeiro Luiz Vicente de Souza Queiroz. A história da instituição teve sua gênese vinculada à história de vida de Luiz de Queiroz. Nascido em 12/06/1849, formado em agronomia na França (Grignon) e Suiça (Zurich), era herdeiro de uma rica família da nobreza rural de São Paulo. De volta ao Brasil após o término de seus estudos, Souza Queiroz se deparou com o atraso das práticas agrícolas nacionais e entendeu ser de fundamental importância a divulgação das mais avançadas técnicas e práticas agrícolas à população, e assim esboçava a ideia de uma escola.
Dentre os bens que recebera de seu pai havia a Fazenda Engenho d’Água, situada entre os municípios de Constituição e Limeira, onde decidiu construir uma fábrica de tecidos movida por força hidráulica, uma ideia inovadora para a época. Importou máquinas da Inglaterra, técnicos especializados da Bélgica, introduziu a cultura do algodão na região e os teares começaram a funcionar. Em poucos anos a Fábrica de Tecidos Santa Francisca contava com 70 operários, que eram todos livres pois Luiz Vicente de Souza Queiroz era abolicionista, e 50 teares, produzindo 2.400 metros de panos por dia.
O sonho da instalação de uma escola agrícola para desenvolver a região era reforçado quando via perecerem os algodoais de seus fornecedores, atacados por pragas e moléstias desconhecidas. Em 1888, após a libertação dos escravos com a Lei Áurea, causa pela qual militava, decidiu viajar à Europa para melhor conhecer jardins botânicos, hortos florestais, escolas de agricultura e instituições de pesquisa. Presenciou na Inglaterra discussões acerca da restauração da fertilidade dos solos, por meio de ossos moídos (fertilizantes), ou através do emprego da rotação de cultivos, conhecimentos estes que foram acalentando o desejo de fazer em Piracicaba uma escola de Agronomia de ensino científico. Na volta, começou a materializar seu sonho, encarregando seu advogado de arrematar uma propriedade agrícola chamada Fazenda São João da Montanha (município de Piracicaba) que contava com 319 hectares de terras de excelente qualidade, era banhada e contornada pelo ribeirão Piracimirim e pelo rio Piracicaba e distava três quilômetros da cidade de Piracicaba. O processo de compra da fazenda se iniciou ainda em 1888, mas esta só foi a leilão em 28 de janeiro de 1891.
Luiz Vicente de Souza Queiroz solicitou auxílio a amigos ricos, familiares e fazendeiros para a construção da escola agrícola. Face à recusa geral, resolveu tocar o projeto por conta própria, até onde tivesse fôlego financeiro, e encomendou a dois ingleses o projeto para uma Escola Agrícola e Fazenda Modelo.
No ano de 1889 o movimento republicano tomou força nacional e os ideais de descentralização do poder e autonomia da nova burguesia em relação à Monarquia chegaram à Piracicaba, onde em 19 de outubro foi fundado o Clube Republicano Piracicabano. Luiz Vicente de Souza Queiroz foi um de seus sócios fundadores.
Com a proclamação da República a gestão do governo municipal passou às mãos de Antonio Moraes Barros, Paulo Pinto e Luiz Vicente de Souza Queiroz. Em 1890 este passou a exercer o cargo de 2º suplente de Juiz Municipal, acumulando com o de Juiz de Paz da cidade.
A lei nº 678, de 13/09/1889, do Governo do Estado de São Paulo, que organizaaaava o serviço agronômico do Estado, determinou que o ensino profissional agrícola realizar-se-ia sem prejuízo do curso de engenharia agrícola da Escola Politécnica de São Paulo, e por meio de escolas práticas de agricultura de instrução elementar (art.3º). Estabelecera, ainda, que a primeira escola prática de agricultura seria instalada na referida Fazenda São João da Montanha, aproveitando-se as obras já realizadas naquele estabelecimento (art.13º).
Em viagem aos Estados Unidos, Luiz Vicente de Souza Queiroz contratou dois arquitetos espanhóis e um professor de agricultura americano e os trouxe a Piracicaba. Ao retornar começou a erguer a escola, contratando 200 trabalhadores para a empreitada. Nos Estados Unidos deparou-se com o uso da eletricidade pela primeira vez na vida, ficando fascinado principalmente em função do grande potencial que teria para o Brasil o emprego de tal fonte de energia, tendo em vista suas inúmeras quedas de água. Estabeleceu um contrato com o poder municipal de Piracicaba para que ele próprio comandasse a construção de uma usina, e importou dos Estados Unidos toda maquinaria necessária, contratando o engenheiro eletricista americano T. Alvim Call.
O prédio de pedras em estilo americano para a futura usina foi rapidamente construído à margem esquerda do rio Piracicaba. Luiz Vicente de Souza Queiroz tinha prazo certo para a inauguração da usina, o que lhe demandava esforços e investimentos tão grandes ou maiores que os destinados à construção da escola agrícola. Resolveu então pedir apoio do governo para a escola, solicitando isenção alfandegária e frete gratuito para os materiais a serem utilizados na construção do estabelecimento, mas sem sucesso.
Em 1892, mesmo ano desta recusa, foi estabelecida a Secretaria da Agricultura de São Paulo, que oficialmente já existia desde a promulgação da Constituição Política do Estado em 14/07/1891. Apesar do desinteresse do governo estadual em relação à escola, a Câmara dos Deputados do Estado promulgou a lei nº126, de 11/05/1892, autorizando o executivo a fundar uma Escola Superior de Agricultura e a estabelecer nos lugares apropriados dez estações agronômicas com seus respectivos campos experimentais. Luiz Vicente de Souza Queiroz resolveu então doar ao governo a Fazenda São João da Montanha com todas as benfeitorias existentes com a condição de, no prazo de dez anos, ser concluída e inaugurada sua sonhada Escola Prática de Agricultura.
O Presidente do Estado de São Paulo, Bernardino de Campos, por meio do decreto nº 130 de 17/11/1892, aceitou a doação da fazenda para nela ser levada a efeito a ideia do estabelecimento de uma escola agrícola ou instituto para educação profissional dos que se dedicavam à lavoura. Foi designado no ano seguinte como o responsável pela construção da Escola, o engenheiro-agrônomo, formado em Gembloux (Bélgica), Leão Affonso de Morimont que, em 1894, encaminhou ao Secretário de Agricultura do Estado de São Paulo, Jorge Tibiriçá, um projeto de reorganização da escola. Projeto este que consistia na remodelação do edifício principal e de suas dependências, levando a cabo a ideia de se implementar ali o ensino prático de agronomia. Os serviços de adequação da Fazenda para a instalação da escola eram fiscalizados por Luiz Vicente de Souza Queiroz.
Já haviam sido criadas a Imperial Estação Agronômica de Campinas em 1887, destinada às análises químicas e às investigações científicas que interessavam à lavoura, e a Escola Politécnica de São Paulo, em 1893, que apresentava entre seus cursos o de engenharia agrícola. Parecia, portanto, que a Escola tenderia a um perfil de nível médio, o que reforçava a concepção original de Luiz Vicente de Souza Queiroz.
Leão Affonso de Morimont concebia a instituição com um curso de 3 anos de duração em regime de internato, com alunos de no mínimo quinze anos de idade, aos quais seria concedido, ao final dos estudos, o diploma de agrônomo que "além de garantir a sua competência para administrar fazendas e indústrias agrícolas, conceder-lhes-á uma preferência para certas Repartições administrativas e Serviços agrícolas do Estado" (MORIMONT. Grifos do autor. Apud MENDONÇA, 1998, p.65).
Leão Affonso de Morimont definia, ainda, em seu projeto o tipo de cultivos a que deveriam dedicar-se os alunos da Escola: cana-de-açúcar, milho, feijão, batata, arroz, etc., bem como às experiências com fumo, algodão e videiras.
Deixando a construção da Escola a cargo do governo, Luiz Vicente de Souza Queiroz pôde se dedicar à usina, a qual foi inaugurada em 6 de setembro de 1893. A cidade de Piracicaba teve luz elétrica antes de qualquer nação sul-americana e antes mesmo de muitos países europeus.
Os trabalhos de construção da Escola caminhavam tão lentamente que preocuparam Luiz de Queiroz, a ponto de pensar que os dez anos dados como prazo não seriam cumpridos. Ele tentou mobilizar as autoridades estaduais, por meio de artigos na imprensa, sobre o ensino e outros assuntos agrícolas, em vão. O governador do Estado de São Paulo, Francisco de Assis Peixoto Gomide, resolveu reduzir as despesas e dispensou Leão Affonso de Morimont, e o Secretário de Agricultura do Estado de São Paulo, Jorge Tibiriçá, paralisou as obras por completo, contrariando os desejos de Luiz Vicente de Souza Queiroz, que morreu pouco depois, em 11 de junho de 1898, sem ver seu sonho realizado.
Em 29/12/1900, por meio do decreto-lei nº 683A, do então Presidente do Estado de São Paulo Francisco de Paula Rodrigues Alves, foi criada oficialmente a Escola Agrícola Prática de Piracicaba, a qual teria os seguintes objetivos:
"A Escola Agrícola Prática de Piracicaba tem por missão difundir no Estado de São Paulo as noções, preceitos e práticas mais úteis à agricultura por meio de lições teóricas elementares sobre as diversas disciplinas que constituem o seu programa de ensino e as demonstrações essencialmente práticas a elas correspondentes".
Em março de 1901 Cândido Rodrigues, então Secretário da Agricultura, Comércio e Obras Públicas do Estado de São Paulo, foi à Piracicaba conhecer o estabelecimento, e ficou tão bem impressionado com a obra deixada por seu idealizador que propôs ao governo a inclusão do nome de Luiz de Queiroz no da instituição. Finalmente em 03 de junho de 1901 era inaugurada a Escola Agrícola Prática "Luiz de Queiroz".
Segundo Sônia Regina de Mendonça (1998) a inauguração da Escola ocorreu em meio a uma crise política na fração paulista da classe dominante agrária, da qual resultou o surgimento de dois grupos, liderados, respectivamente por Campos Sales, Rodrigues Alves, Bernardino de Campos (situação) e por Cincinato Braga, Cerqueira César, Júlio de Mesquita e Prudente de Moraes (oposição), tendo este último suas bases políticas justamente em Piracicaba. A instalação da Escola se viu beneficiada por tal conjuntura política, pois serviu como elemento de negociação entre as facções, nascendo a instituição sob o signo de um provisório e aparente congraçamento, como o revelou a presença, na cerimônia, de representantes políticos de ambos os grupos (O Solo, 1930, p.249-251). As crises do Partido Republicano Paulista (PRP), voltaram a atingi-la, servindo qualquer acontecimento interno à escola como pretexto para uma intervenção do governo do Estado em seus quadros. A instabilidade seria a grande marca na trajetória da instituição, sobretudo em sua fase inicial.
Houve importantes diferenças entre a concretização da escola e os projetos que antecederam sua inauguração. Foi implantado apenas o regime de externato e mesmo assim para alunos maiores de dezesseis anos, quando o decreto previra idade inicial de quinze anos. A abolição do regime de internato denotou uma precoce elitização da instituição, visto que tal regime seria mais condizente com um público-alvo dotado de menores recursos. Outra diferença marcante foi o fato de a escola ter sido inaugurada sem que as instalações experimentais previstas na lei - a fazenda modelo e o posto zootécnico- estivessem concluídas, o que somente ocorreu três anos mais tarde após a contratação de um profissional norte-americano. Fato este que distanciou a escola de sua definição inicial, a de ser uma escola essencialmente prática.
Ainda assim, em 1º de maio de 1901 foram abertas as matrículas, e iniciadas as aulas no dia 03 de junho contando com onze alunos regularmente matriculados e três ouvintes. O número de candidatos à matrícula na Escola Agrícola Prática "Luiz de Queiroz" foi crescendo consideravelmente com o passar dos anos, recebendo, em 1903, 29 alunos.
Entre 1901 e 1930 a escola teve um total de 2.763 alunos inscritos, dos quais apenas 558 diplomaram-se. Com relação à procedência dos estudantes verificou-se que mais de 82% dos alunos eram originários do centro-sul brasileiro, em sua maioria (56,8%) paulistas. Apenas 21% destes estudantes não tinham vínculos com a propriedade fundiária, mais de 49% deles eram filhos de fazendeiros.
Dados que denotam uma perspectiva de formação da classe dirigente agrária paulista por parte da escola. Nas palavras de Arthur Torres Filho, orador da turma de formandos de 1910, tal perspectiva ficava evidenciada:
"(…)E tenho esperança de que seremos nós, meus colegas, os filhos espirituais desta Escola, nós os orientados por tão extraordinários mestres, que armados com a ciência, com o trabalho, que é a vida do espírito, com uma vontade inquebrantável, com um real patriotismo, aliado ao amor pela profissão abraçada, abriremos a fulgida estrada por onde passará o carro triunfante do progresso agrícola da Pátria bem amada" (O Solo, 8/10/1910, p. 12).
Em 1911 foram matriculados 166 alunos vindos de vários estados brasileiros, sendo 101 de São Paulo, 22 de Minas Gerais, 14 da Capital Federal, 9 do Rio Grande do Sul, 7 do Rio de Janeiro, 4 de Mato Grosso, 2 do Paraná, 1 (de cada um dos estados) do Rio Grande do Norte, do Maranhão, de Santa Catarina, do Piauí, do Ceará, de Pernambuco e do Espírito Santo.
Em relação à procedência do corpo docente, ainda no período de 1901 a 1934, a Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" da Universidade de São Paulo teve 69 professores, dos quais 10 eram estrangeiros e 33 ex-alunos da própria instituição. Entre os estrangeiros, os americanos estiveram em maior número e atuaram com maior ênfase nas aulas práticas do que nas aulas teóricas, assumindo funções importantes na estrutura da instituição, como J.W. Hart ( da Universidade de Illinois), que dirigiu a fazenda-modelo da escola, e Clinton D.Smith (diplomado pela Univ. de Cornell) que foi um dos diretores da escola. Destaca-se, ainda, no quadro de diretores a presença de ex-alunos e proprietários, a inexistência da figura do mandato para a função, cujo período de gestão aparenta ter ficado ao sabor do Executivo estadual.
Em relação à estrutura material, a Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" da Universidade de São Paulo contava com três estruturas principais: a fazenda-modelo, o posto zootécnico e a escola propriamente dita. A fazenda contava com uma área de 175 hectares onde cultivava-se aveia, batata, cana, café, forrageiras, milho e alfafa dentre outras, junto às quais se utilizavam das mais modernas máquinas em grande escala. A fazenda-modelo contava ainda com uma área de 100 metros quadrados reservada para experimentações e pesquisa em torno de novas espécies. Havia uma integração entre a fazenda e o posto zootécnico – dotado de 60 hectares de pastos artificiais - que se dava de forma sincronizada. Enquanto o posto destinava-se a estudos para depuramento de raças, a fazenda funcionava como sua fornecedora, suprindo a alimentação dos animais de raça e de trabalho.
A Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" da Universidade de São Paulo contava ainda, em 1934, com posto meteorológico, pavilhão de química, oficina mecânica, pavilhão de horticultura, estufa, apiário, pavilhão de zootecnia, pavilhão de leiteria, estábulos, pavilhão de bromatologia, pocilga, aprisco, almoxarifado, paiol de cereais, casa de máquinas fixas, galeria de máquinas móveis, tulha, estrumeira, museu agrícola, dentre outras estruturas.
Corpo docente (1908):
Cliton D. Smith (geografia e economia política); Augusto Salgado (secretário da instituição, professor de português, história e contabilidade); Antônio de Pádua Dias (física, álgebra, geometria e trigonometria); Jacques Arié (química); J.J.Arthaut-Berthet (botânica); Joan Michel (agricultura); Nicolau Athanassof (zootecnia e veterinária); Francisco Dias Martins (zoologia agrícola e higiene rural); J. William Hart (agricultura prática); Arsenio Puttemans (arquiteto, encarregado da seção de horticultura); Henrique Brasiliense (agrimensura e aritmética); Octavio Mendes (responsável pelas construções rurais e oficinas); Emile Charroppin (francês e adjunto de química e botânica); e Luiz Teixeira Mendes (horticultura).
Diretores (1901-1930):
Ricardo Ernesto Ferreira de Carvalho (22/02-27/10/1901); José Amandio Sobral (1901/1902); Luciano José de Almeida (1902/1904); Francisco Dias Martins (1904/1908); Clinton D. Smith (1908/1912); Emílio Castello (1912/1913); Leônidas Botelho Damásio (1913/1914); Emílio Castello (1914/1916); Tarcísio de Magalhães (1916/1918); Francisco T. Souza Reis (1918/1923); Antônio de Pádua Dias (1923/1927); Mário Brandão Maldonado (1927); José de Mello Moraes (1927/1938).
A Escola Agrícola Prática de Piracicaba, ao ser criada em 29/12/1900, pelo decreto nº 683A, tinha como objetivo a difusão, no Estado de São Paulo, de noções e práticas úteis à agricultura por meio de um programa de ensino teórico e prático. Para tal a Escola teria como anexos: uma fazenda modelo, com campo de experiências de cultura e estrumação; jardim botânico; horta; pomar; forrageal e áreas para cultivo do café, algodão, cana de açúcar, fumo e cereais; e um posto zootécnico, com instalações para animais de serviço e de criação.
O curso de agricultura, segundo o decreto de criação da instituição, seria ministrado em três anos, com as seguintes disciplinas:
1º ano - matemática elementar, botânica, química inorgânica, mineralogia, física, zoologia e geologia.
2º ano - geologia, agrologia, agrimensura, química orgânica, agricultura, zootecnia e agrimensura.
3º ano – química agrícola, economia rural, anatomia, fisiologia e exterior dos animais domésticos, fitopatologia, cirurgia, higiene veterinária, construções rurais e contabilidade agrícola.
Pelo referido decreto, a escola funcionaria em regime de externato, ao contrário do que haviam proposto tanto Luiz Vicente de Souza Queiroz, quanto Leão Affonso de Morimont, responsável pela construção da escola. Os alunos teriam exames semestrais, teóricos (prova escrita e oral) e práticos, nos quais deveriam ser aprovados (grau de 2,0 a 10,0) e assim receberiam, ao final do curso, o diploma de agrônomo. O diretor da escola, que deveria ser um profissional diplomado por qualquer estabelecimento de ensino superior (nacional ou estrangeiro) dedicado às ciências agronômicas, seria escolhido entre os lentes e nomeado pelo Presidente do Estado, sob proposta do Secretário de Agricultura do Estado. Os lentes ou professores, que seriam também nomeados pelo Governo do Estado, deveriam ser preferencialmente profissionais nacionais que tivessem se destacado em instituições congêneres. A Congregação seria composta pelos professores e pelo diretor, e se reuniria uma vez por mês para discutir, organizar e tomar providências sobre tudo o que dizia respeito à instituição.
Em termos de instalações, a então Escola Agrícola Prática de Piracicaba teria uma biblioteca com acervo (livros e periódicos especializados) de interesse agrícola. A escola seria dotada, também, de gabinetes: de física e meteorologia; de geologia, mineralogia e agrologia; de botânica, zoologia e zootecnia; e de desenho, agrimensura e contabilidade. Haveria um laboratório para os trabalhos de análise de terras, cinzas e adubos, e um museu especial com coleções de animais, plantas, rochas, sementes, aparelhos de bonificação dos produtos, esqueletos de animais, estampas de tipos nacionais e estrangeiros de animais domésticos e amostras de madeiras.
Desde a inauguração, em 1901, até sua incorporação à estrutura universitária nos anos 30, a Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" (ESALQ) passou por oito alterações curriculares e/ou regimentais, respectivamente nos anos de 1905, 1908, 1912, 1917, 1919, 1925, 1930 e 1934. Estas várias alterações foram resultado da disputa entre os que lutavam para que a instituição tivesse nível superior e os que a queriam mais elementar, de ensino médio. A história da ESALQ, no que diz respeito à sua estrutura curricular e programática, pode ser dividida em duas fases: de 1901 até 1916 e daí até 1934, quando de sua incorporação à Universidade de São Paulo. Enquanto a primeira esteve marcada pela tentativa de transformá-la numa escola modelo, de caráter prático, a segunda fase pautou-se pela luta de seu reconhecimento enquanto instituição de nível superior.
O primeiro grande passo na direção de transformá-la em escola modelo foi dado pelo decreto nº 1.266, de 18/02/1905, que reorganizou a Escola, dando-lhe novos regulamento e currículo. O curso geral da ESALQ ficou dividido em: curso elementar (de 1º grau) para preparar charrueiros e abegões; curso médio (de 2º grau) para preparar regentes ou administradores agrícolas; curso superior (de 3º grau) para formar administradores rurais, gerentes de indústria, professores de agricultura, funcionários para serviços agronômicos e simples agrônomos; curso de recapitulação (de 4º grau – grau de confirmação) para habilitar agrônomos para os serviços mais elevados da agricultura.
O novo regulamento e currículo procuravam conferir uma maior "cientifização" ao ensino professado na escola, que seria intuitivo e largamente demonstrativo, devendo os professores desenvolverem o espírito de observação do alunato por meio de considerações compreensíveis, de experiências e de demonstrações, quer no gabinete, quer no campo, para que os alunos convencidos da exatidão das regras, leis e preceitos científicos, pudessem achar na prática a evidência dos fatos observados (art. 19).
O curso geral permaneceu com três anos de duração, compreendendo as seguintes disciplinas: matemática elementar; física (compreendendo meteorologia) e noções de mecânica; construções rurais; química mineral e noções essenciais de mineralogia; química orgânica e agrícola e tecnologia das indústrias agrícolas; botânica, micologia e fitopatologia; agronomia (agrologia, essenciais noções de geologia agrícola); cultura da horta, do pomar, dos campos, das matas e economia e legislação rurais; zoologia geral; zootecnia especial; criação de aves, do sirgo(bicho-da-seda) e de abelhas e entomologia agrícola; arte veterinária; higiene rural e medicina de urgência. Entretanto a cadeira higiene rural nunca foi efetivamente implantada e a de economia rural foi retirada.
Aos alunos seriam exigidos trabalhos, exercícios e demonstrações práticas para cada curso, e a organização de uma "memória" ou "monografia" sobre um ponto de sua predileção, que seria apresentada à Congregação, a qual lhe conferiria o diploma de Agrônomo Confirmado, se a achasse meritória. No regulamento de 1905 foram mantidos a fazenda modelo, o posto zootécnico, os gabinetes, o museu e a biblioteca, já previstos anteriormente. O antigo laboratório para trabalhos de análises de terras foi configurado como um laboratório químico, com mais espaço e os aparelhos necessários para análises de terras, cinzas, adubos e substâncias orgânicas úteis à indústria agrícola ou à alimentação de animais domésticos. Foram previstos, ainda, a instalação de uma leiteria ou casa especial para manipulação do leite e fabrico de manteiga, queijos e requeijão, e de um hospital veterinário.
Em 1905 a escola contava com 40 alunos, em 1906 com 49 alunos matriculados, e em 1907 haviam 60 alunos matriculados no primeiro grau, 24 no segundo e 6 no curso superior. Foram diplomados em 1907 dois administradores agrícolas, que haviam concluído o curso médio, e três agrônomos que haviam finalizado o curso superior.
Eram concedidas, ao final do curso e aos alunos que mais se destacassem, bolsas de estudos nos Estados Unidos da América. Tais bolsas eram pagas e definidas pelo governo do Estado em qualquer estabelecimento de ensino prático e indústria agrícola, onde o aluno pudesse aperfeiçoar e ampliar seus conhecimentos em proveito próprio e da lavoura paulista.
O decreto nº 1.684, de 21/12/1908, determinou nova reforma à Escola Agrícola Prática "Luiz de Queiroz". O regime da escola foi alterado para internato ou externato, o que possibilitaria o ingresso de alunos de menor poder aquisitivo, já que além das despesas com a anuidade escolar, os alunos tinham ainda que arcar com despesas de transporte e alojamento. O alojamento da escola contava com boa estrutura de moradia e alimentação para 100 alunos. O curso passou a ter quatro anos de duração, sendo um ano básico, e manteve o currículo existente. A média para aprovação passou a ser 6,0 (seis) e as aulas teóricas passaram de 90 para 60 minutos, enquanto as práticas de 60 para 120 minutos. As bolsas de estudos no exterior, para os melhores alunos, não mais seriam concedidas.
Em 1911, quando era Secretário de Agricultura, Comércio e Obras Públicas do Estado de São Paulo, Antônio de Pádua Salles, realizou-se em São Paulo o Iº Congresso de Ensino Agrícola. Foi um encontro em que se discutiu e deliberou-se sobre os rumos da escola de Piracicaba, do qual participaram dentre outros: Luiz Pereira Barreto, Domingos Jaguaribe, Emílio Castello e Adalberto Queiroz Telles. Segundo Luís Amaral (1939), o Congresso teve seus trabalhos presididos por Assis Brasil e debateu nove temas principais. O 1º tema tratava da organização do ensino agrícola, elementar, médio e superior, e o parecer, assinado por Adalberto Queiroz Telles e Lourenço Granato, decidiu que as escolas médias e elementares de agricultura eram as mais necessárias. No 2º tema , sobre o tipo dos aprendizados agrícolas do Estado de São Paulo, o parecer de Lourenço Granato e Edmundo Navarro de Andrade deliberou que deveria ser criado no aprendizado agrícola as cadeiras que faltavam para completar o quadro nesses estabelecimentos, que deveria ser estabelecido aprendizados agrícolas nas várias regiões agrícolas do Estado, especializando-os no estudo das culturas predominantes nessas zonas; e que deveriam ter preferência à matrícula gratuita na Escola Agrícola Prática "Luiz de Queiroz" os alunos dos aprendizados agrícolas, segundo seu preparo e aproveitamento. O 3º tema abordava o ensino nas escolas preliminares das povoações rurais, as quais não deveriam ter qualquer especialização, mas ter no seu programa o ensino elementar agrícola para aparelhar a criança para a atividade social do seu meio. Aconselhavam-se as excursões escolares, de preferência aos aprendizados agrícolas, campos de experiência e postos zootécnicos uma vez por mês. O 4º tema era sobre a Escola Agrícola Prática "Luiz de Queiroz", e concluiu-se que esta necessitava de algumas modificações, as quais, segundo Clinton D. Smith, diretor da escola, seriam: "a) o desenvolvimento do espírito de trabalho, de amor e de educação por si; b)o melhor preparo dos candidatos para a matrícula; c) um ano de especialização; d) curso curto de cinco meses para as pessoas que não podem se preparar para o curso regular; e) aumento das instalações; f) tornar-se uma escola superior e assim ser reconhecida".
O 5º tema refletia sobre a necessidade da criação de escolas especiais de agricultura no Estado, tendo sido definido, no parecer de Edmundo Navarro de Andrade, que estas deveriam ser criadas, e que deveria ser mantida na capital a escola de Pomologia e Horticultura. O 6º tema tratava da necessidade do ensino nômade agrícola, resolvendo-se pela conveniência de tal ensino, o qual não deveria ser restrito à parte cultural, mas incluir a parte mecânica ou industrial. O 7º tema, sobre o estabelecimento de uma escola superior de agricultura do Estado de São Paulo, definiu que, tendo em vista o fato do Governo Federal já ter cogitado na criação de uma instituição com este perfil, não era necessária a iniciativa estadual. O 8º tema de discussão referia-se à habilitação do professorado público para ministrar o ensino de história natural agrícola, tendo concluído que os programas de história natural, química e geografia da escola normal secundária deveriam incluir todas as aplicações relativas à agricultura, que os manuais de ensino agrícola elementar deveriam ser adaptados para uso dos professores, e que caberia aos inspetores de agricultura a visita a essas escolas e a orientação dos exercícios práticos dos professores de agricultura elementar. No último ponto de debate, decidiu-se pela não criação de um Conselho Superior de ensino agrícola no Estado.
A lei nº 1.356 de 19/12/1912, que reorganizou a Escola Agrícola Prática "Luiz de Queiroz", extinguiu o primeiro ano básico, determinou que o curso seria de três anos, com a possibilidade de mais um ano de revisão de estudos, e que o curso deveria ser fundamentalmente demonstrativo. As matérias afins foram reunidas em sete cadeiras:
1ª - física agrícola: física; meteorologia; mineralogia e geologia.
2ª - química agrícola: química mineral e orgânica; química analítica; química agrícola.
3ª - botânica agrícola: botânica geral e descritiva; bacteriologia e microbiologia; fitopatologia.
4ª - agricultura: agricultura geral; culturas especiais (horticultura, fruticultura e silvicultura).
5ª - zootecnia: zoologia geral e descritiva; entomologia; zootecnia geral e descritiva; noções de veterinária e higiene.
6ª - engenharia rural: revisão de matemáticas; topografia e estradas de rodagem; hidráulica, irrigações e drenagem; mecânica agrícola; construções rurais.
7ª- economia rural: contabilidade agrícola; economia rural e legislação rural.
A partir da referida lei, a instituição ficaria somente com o curso de nível superior, sendo suprimido o curso elementar e de nível médio. O corpo docente seria constituído por professores então denominados catedráticos, que chefiariam cada grupo de matérias, e por professores auxiliares e ajudantes de gabinetes ou auxiliares de laboratório, contratados ou nomeados pelo Governo do Estado de São Paulo, sob proposta do Secretário de Agricultura e por indicação do diretor da escola.
O aluno diplomado que tivesse feito o curso de revisão de estudos (4ºano) receberia um atestado emitido pelo diretor da instituição e assinado pelo professor da cadeira revista, juntamente com uma declaração do objeto de especialização.
Esta lei também extinguiu o regime de internato e estabeleceu exames para admissão dos alunos, anteriormente exigia-se apenas a comprovação dos estudos preliminares, e baixou a média exigida para aprovação para 5,0 (cinco). Os estágios seriam praticados em fazendas no próprio Estado de São Paulo. A escola teria para seu ensino experimental e demonstrativo de várias dependências: gabinete de física, mineralogia, geologia; posto meteorológico; laboratório de química; gabinete e laboratório de botânica e fitopatologia; horto botânico; laboratório e gabinete de agronomia; fazenda modelo; gabinete de zoologia, entomologia e zootecnia; laboratório de veterinária; posto zootécnico; leiteria; gabinete de engenharia rural; oficina mecânica; oficinas de carpintaria; galerias de máquinas e motores agrícolas.
Foi nessa época, entre 1913 e 1914, que a Escola Agrícola Prática "Luiz de Queiroz" defendeu e levou a efeito, com êxito, o cultivo de alfafa para servir de alimento aos animais.
Pela lei nº 1.534, de 29/12/1916, a Escola Agrícola Prática "Luiz de Queiroz" passou a ser referida como Escola Agrícola "Luiz de Queiroz", apesar de ainda tratar-se de uma instituição de caráter prático, com ênfase à investigação e à experimentação. Foi criada uma estação de Agrostologia e de Bromatologia.
Na reforma de 1917, pelo decreto nº 2.772 de 27 de fevereiro, foi retomado o primeiro ano Fundamental (mais três) e criada a oitava cadeira do curso, a de Tecnologia Rural.
Em 1919 a instituição voltou a ter seu regulamento alterado através do decreto nº 3.070, aprovado em 10 de junho. Em seu artigo primeiro, o novo regulamento trazia a menção especial à produção econômica das plantas e animais mais úteis e adaptáveis ao Estado de São Paulo, assim como incentivava a aproximação com as indústrias mais ligadas à agricultura. O regulamento dizia que a escola passaria a ter três cursos: o fundamental (um ano), o geral(três anos) e o de revisão(mais um ano). Aos alunos aprovados em todas as matérias dos cursos fundamental e geral seria concedido diploma de "agrônomos". Os diplomados que tivessem feito o curso de revisão receberiam um atestado de especialização concedido pelo Diretor da escola e assinado pelo professor catedrático da cadeira em que houvessem se especializado. Foi introduzido também o concurso para admissão de seu corpo docente. O regulamento de 1919 criava ainda uma oitava cadeira, que pretendia ensinar a disciplina de Tecnologia Rural.
Ainda em 1919 foi definida a introdução de exercícios militares obrigatórios nas duas primeiras horas de aula do dia, para os alunos da escola: "a) evoluções militares; b) instruções práticas de atirador; c) preleções em aula, no recinto da Escola; d) nomenclatura do fuzil "Mauser" e seus acessórios; e) esgrima de baioneta; f) exercícios de tiro". Dessa forma, afirma ainda Sônia Regina de Mendonça, os princípios de disciplina, ordem e hierarquia próprios ao ethos militar, integravam a formação dos alunos da escola. O estágio seria praticado na própria escola, em excursões parciais e numa grande excursão ao final do curso. As aulas práticas teriam a partir de então a mesma duração das teóricas, a saber, 60 minutos cada.
A Lei nº 2.111, de 30/12/1925, que reorganizou a escola, definiu a criação da 9ª cadeira, zoologia, como cadeira específica, a qual versaria sobre entomologia, parasitologia, apicultura’ e sericultura, anatomia e fisiologia dos animais domésticos. Ficou instituído estágio no Instituto Agronômico de Campinas, nos estabelecimentos zootécnicos ou em outros estabelecimentos que proporcionassem a especialização agronômica dos engenheiros agrônomos diplomados pela escola. Aos alunos que apresentassem maior aproveitamento no estágio ficava facultado o aperfeiçoamento dos estudos em instituições estrangeiras à custa do Estado. Foram criados os cursos de administrador rural e de capataz rural, anexos à escola.
Os alunos aprovados em todas as disciplinas do curso fundamental e geral receberiam o diploma de engenheiro agrônomo e não mais de agrônomo, atendendo à intensa reivindicação de alunos e professores e fortalecendo a ideia de se fazer da escola uma instituição de ensino superior.
Compunha, nesta época, o pessoal da Escola Agrícola "Luiz de Queiroz": diretor, professores catedráticos, professores auxiliares, ajudantes de laboratório e gabinete, mestre de leiteria, auxiliar de agrostologia, auxiliar de bromatologia, mestres de oficina, administrador da Fazenda Modelo, escriturários, porteiro, bedeis, zeladores de laboratórios e gabinetes, fiscal, mensageiro e serventes.
Em 1930 foi feita uma reforma através da qual deu-se provimento para que as cadeiras com mais de um auxiliar fossem desdobradas em cadeiras distintas, preservando-se no mais toda a estrutura anterior. No ano seguinte a escola ganhou status de estabelecimento de ensino superior, tornando-se a Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz".
Pelo decreto nº 6.606, de 16/08/1934, a escola foi transferida da Secretaria da Agricultura, Indústria e Comércio para a da Educação e Saúde Pública, sendo incorporada à Universidade de São Paulo, adotando a denominação de Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" da Universidade de São Paulo, que permanece até os dias atuais.

Devaneios com Sigmund e Freud - Yorhán Araújo

Devaneios com Sigmund e Freud - Yorhán Araújo
Quadrinhos

Inauguração do Parlamento no Palácio Madama em 2 de Abril de 1860, Turim, Itália (Inaugurazione del Parlamento a Palazzo Madama il 2 Aprile 1860) - Pietro Tetar van Elven

Inauguração do Parlamento no Palácio Madama em 2 de Abril de 1860, Turim, Itália (Inaugurazione del Parlamento a Palazzo Madama il 2 Aprile 1860) - Pietro Tetar van Elven
Turim - Itália
Palácio Lascaris Turim
OST - 1860

Inauguração do Parlamento no Palácio Madama em 2 de Abril de 1860, Turim, Itália (Inaugurazione del Parlamento a Palazzo Madama il 2 Aprile 1860) - Pietro Tetar van Elven


Inauguração do Parlamento no Palácio Madama em 2 de Abril de 1860, Turim, Itália (Inaugurazione del Parlamento a Palazzo Madama il 2 Aprile 1860) - Pietro Tetar van Elven
Turim - Itália
Museu Nacional do Risorgimento Italiano Turim
OST - 1860

Uma Sala do Museu Egípcio na Sistematização do Final dos Oitocentos, Turim, Itália (Una Sala del Museo Egizio nella Sistemazione di Fi ne Ottocento) - Lorenzo Delleani



Uma Sala do Museu Egípcio na Sistematização do Final dos Oitocentos, Turim, Itália (Una Sala del Museo Egizio nella Sistemazione di Fi ne Ottocento) - Lorenzo Delleani
Turim - Itália
Museu Egípcio Turim
Óleo sobre cartão - 1881

Viaduto do Chá, São Paulo, Brasil


Viaduto do Chá, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia - Cartão Postal

Mappin Stores, Praça do Patriarca, São Paulo, Brasil

Mappin Stores, Praça do Patriarca, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

A Tomada do Cemitério de Solferino, Itália (La Presa del Cimitero di Solferino) - Eleuterio Pagliano





A Tomada do Cemitério de Solferino, Itália (La Presa del Cimitero di Solferino) - Eleuterio Pagliano
Solferino - Itália
Museu do Risorgimento Milão
OST - 361x210 - 1866


Eleuterio Pagliano, pittore-soldato di successo, partecipò a diverse campagne per l’indipendenza italiana, tra cui quella del 1859 come garibaldino, illustrando diversi episodi di tali guerre e numerosi accadimenti storici come era di moda all’epoca. Nella tela Pagliano raffigura la battaglia di Solferino, scontro decisivo della giornata. L’artista crea una raffigurazione insolita riproducendo una scena di combattimento ambientata nel camposanto di Solferino, con gli austriaci che si ritirano abbandonando i cadaveri dei caduti tra le tombe, mentre dal muro di cinta sberciato dai colpi di cannone irrompono gli zuavi, le truppe d’assalto dell’esercito francese. Sullo sfondo appaiono, a sinistra, la Rocca, a destra, il Colle dei Cipressi, mentre in primo piano, illuminate da una luce nitida, solare, estremamente reale, si stagliano le croci del cimitero. L’opera colpisce per il particolare taglio fotografico e la ricerca luministica sicuramente effettuata en plein air. Sappiamo infatti che Pagliano, incaricato dal re di rappresentare la battaglia, si recò appositamente sul luogo per documentare fedelmente il teatro dello scontro, scegliendo di rappresentare un episodio di grande impatto, appunto la presa del camposanto di Solferino da parte dei francesi, ultimo presidio austriaco dopo la presa della rocca di Solferino sulla quale si scorge infatti sventolare il tricolore francese. Il dipinto, oggi conservato al Museo del Risorgimento di Milano, era un tempo collocato in Palazzo Reale insieme ad altri quadri sul tema di Solferino e San Martino.

Senhorita Reclinada com Leque (A Reclining Lady with a Fan) - Eleuterio Pagliano


Senhorita Reclinada com Leque (A Reclining Lady with a Fan) - Eleuterio Pagliano
Coleção privada
Aquarela - 29x44 - 1876

A Aula de Geografia (La Lezione di Geografia) - Eleuterio Pagliano


A Aula de Geografia (La Lezione di Geografia) - Eleuterio Pagliano
Gallerie d'Italia Piazza Scala Milão
OST - 125x180 - 1880


“Ecco l’America dice segnando col dito un punto del mappamondo, il vecchio professore di geografia; le due scolare stanno attente per sentire di quell’America, che allora non aveva ancora tanti zii milionari, ma che faceva sognare forse più tesori in causa delle fandonie spacciate allora sull’Eldorado e colle quali Voltaire pare che profetasse la scoperta delle miniere della California” (Chirtani 1880b, p. 387). Con queste parole Luigi Chirtani accompagnava la riproduzione in incisione della Lezione di geografia sulle pagine dell’“Illustrazione Italiana”, pubblicata in occasione della sua presentazione all’Esposizione nazionale di Torino del 1880, che nell’edizione di quell’anno prevedeva specifici premi per i quadri di genere. Il soggetto, replicato “parecchie volte e in diverse proporzioni” (Esposizione postuma 1903, p. 8), era apparso alla rassegna braidense del 1874 e, di nuovo, al Salon del 1879, a conferma del successo riscosso dalla pittura di genere di ispirazione neo-settecentesca presso il grande pubblico, nonché della raggiunta notorietà internazionale dell’artista, legato da vincoli commerciali al mercante d’arte Alphonse Goupil (Lamberti 1998, pp. 60-65). Negli stessi anni in cui la moda per le scene in costume si diffondeva in Francia e veniva esportata anche in America, pure a Milano – grazie al talento di pittori come Gerolamo Induno, Mosè Bianchi, Eleuterio Pagliano – si assistette al successo di questo repertorio piacevole e disimpegnato, dove la straordinaria qualità tecnica era messa al servizio di un’arte priva di qualsiasi contenuto o messaggio. Da questa serie interminabile di opere piccole e preziose, tuttavia, La lezione di geografia si distingue per l’inquadratura ravvicinata e, soprattutto, per l’ambientazione all’aria aperta che permetteva all’autore di sperimentare una luce chiara e diffusa, grazie alla quale valorizzare la tavolozza dai toni pastello ispirata ai grandi maestri del Settecento. “S’immagina qualche cosa come Tiepolo che stenda la mano al Greuze”, aveva commentato Giuseppe Mongeri ammirando la “dolcezza di colori, un’armonia di toni, un’aria diafana, diffusa, carezzevole, come una sonata tutta sui sordini”, mentre una parte della critica registrava negativamente quella “raffinatezza soverchia” e, soprattutto, l’allontanamento dell’artista dalle sperimentazioni sul vero (Chirtani 1880a, p. 1), condotte insieme al collega e amico Domenico Morelli, precoce interprete delle prime istanze naturaliste, suo ospite a Milano nel 1861. Tuttavia, proprio quell’atmosfera sognante che sapeva proiettare il pubblico in un mondo sensuale e spensierato, garantì lo strepitoso successo dell’artista, le cui opere erano richieste dalla ricca borghesia alla moda che vi rispecchiava la propria aspirazione a raggiungere la felicità attraverso la gioia di vivere e la libertà dei costumi, ed esprimeva nel lusso il proprio potere.

Primitiva Estação da Luz, 1865, São Paulo, Brasil



Primitiva Estação da Luz, 1865, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia

Aquela que seria a principal estação da capital se situava no Jardim da Luz, praticamente encostada na atual Estação da Luz. Assim como esta, ela também se localizava onde temos hoje a Rua Mauá.
"Seguro morreu de velho
Quem avisa amigo é
Quem quiser dar bons passeios
Tem carrinhos – sem receios
Bem baratos lá na Sé."
O que tem os versinhos acima a ver com a SPR – São Paulo Railway, a “Inglesa”? Para entender temos que conhecer a história da festa da chegada da primeira locomotiva à Estação da Luz,
Apenas alguns anos depois que foram inauguradas as primeiras ferrovias na Inglaterra, em 1825 e 1829, houve uma primeira tentativa de construção de uma ferrovia em São Paulo que permitisse escoar a produção de bens que eram produzidos no interior para o porto de Santos.
Assim, já em 30 de março de 1835 foi votada uma lei provincial autorizando o Presidente da Província a “conceder carta de privilégio exclusivo para a companhia de Aguiar, Viúva, Filhos & Comp., Platt e Reid para a factura de uma estrada de ferro para o transporte de gêneros e passageiros desde a Villa de Santos até São Carlos [atual Campinas], Constituição, Ytu, ou Porto Feliz”, mas esta iniciativa não foi para frente.
Somente vinte anos depois, uma lei geral e outra provincial deram condições para que em 26 de abril de 1856 um decreto desse concessão por 90 anos a Irineu Evangelista de Souza, então Barão de Mauá, José Antônio Pimenta Bueno, futuro Marquês de São Vicente, e José da Costa Carvalho, Marquês de Monte Alegre para a construção e exploração de uma ferrovia que ligasse Santos a Jundiaí. Assim, em 1860, foi reunido o capital que formou a São Paulo Railway Company com aporte de capitais ingleses.
As obras começaram em 24 de novembro de 1860 e em 1864 já estava funcionando o primeiro plano inclinado da Serra.
Em 1865, todos os 800 metros da Serra do Mar já haviam sido vencidos e os trilhos chegavam à então modesta Estação da Luz.
A Câmara Municipal resolveu então fazer uma grande comemoração. Ao meio-dia de seis de setembro daquele ano foi marcada a chegada do primeiro trem à Estação. Haveria uma cerimônia de batismo do trem, após a banda de música, e os discursos de praxe, seria oferecido um “copo d’água” aos empreiteiros da estrada, no Jardim Público. Bem, o tal “copo d’água” era um eufemismo para um opíparo banquete no Jardim da Luz.
Ao saber dos planos da Câmara, um dos funcionários da empresa, Sr. Henderson disse que não era conveniente, pois apesar dos trilhos já estarem assentados até a Estação da Luz, ainda havia trabalho a fazer no assentamento e o trem deveria trazer grande quantidade de material.
Mas o roteiro da solenidade foi seguido e o trem foi recebido na Mooca com uma banda de música. Vários figurões graúdos, inclusive o Presidente da Província, o Conselheiro Carrão embarcaram para serem recebidos em triunfo na Estação da Luz. Eram duas locomotivas puxando três vagões. O Conselheiro Carrão acomodou-se na primeira locomotiva junto com mais algumas pessoas e todos os outros nos vagões.
A viagem transcorreu tranquila até o Brás e passando a estação do Brás havia uma ligeira curva à direita e entrava-se no aterrado que seguia em reta pelo aterrado da várzea do Tamanduateí até a estação.
Após passar o Brás, o maquinista acelerou a composição e, quando chegava à ponte do Tamanduateí, já próximo ao Jardim da Luz, ouviu-se um forte estalo e a corrente que unia as duas locomotivas partiu-se. A primeira seguiu em frente, mas a segunda despencou pela borda do aterro levando o resto do comboio e uma parte dos trilhos. Calculou-se a velocidade do comboio em 45 km/h.
O maquinista Peregrino Lodi, teve morte instantânea e os passageiros todos ficaram feridos, alguns em estado grave, mas todos acabaram se recuperando.
Quem pagou o pato foi o engenheiro fiscal do governo, Ernesto Street, que perdeu o emprego.
Os versos que abrem esta história são de autoria de Pedro Taques de Almeida Alvim (1824-1878), que além de poeta, foi redator e um dos proprietários do jornal Diário de São Paulo além de deputado provincial em várias legislaturas e seguramente foi um dos passageiros da viagem fatídica. O melhor a fazer então é encerrar a história passando a palavra ao Segismundo José das Flores, pseudônimo que usava Pedro Taques em suas crônicas divertidas em forma de cartas de um caipira para o compadre. Ele que ele conte como foi o acidente.
“Vinham duas charolas adiante com a cozinha do bicho, cuja chaminé botava fumaça que era uma temeridade. Treparam todos e por minha desgraça eu também, que fiquei em um dos caixões da tal chocolateira. Não sei porque, compadre, quando empanelei-me no tal patíbulo, tive ímpetos de pedir demissão.
Já ia formando um pulo para safar-me quando roncou a monstruosidade, que só me deu tempo para agarrar-me a um pobre companheiro, ainda mais desgraçado que eu. O bicho deu um arranco e assobiou que se podia ouvir aí bem perto do sítio do compadre Antonio Joaquim. Varou por aí como um rojão soltado atravessado e, enquanto o diabo esfrega um olho, já tínhamos enxergado a cabecinha da torre do Brás.
Até o dito Brás o bicho desunhou que só enxergamos o verde do terreno que ia passando de carreira por nós. Daí em diante é que a porca torceu o rabo. O maquinista, foguista, cozinheiro ou o diabo que o valha que dá corda de fogo ao tal vagão parece que engrilou e meteu as chinelas no bicho. Aqui é que foram elas. Não enxergamos mais nada, era tudo cor de ar; os passageiros davam cabeçadas, as cadeiras iam ao chão. Eu gritava ao homem do fogareiro que parasse com um milhão de diabos, pois receava que aquilo estourasse com governo, câmara e Segismundo. Qual! O ladrão do rei do fogo redobrava a doze e o bicho ia corcoveando.
Ninguém dizia palavra porque contra o progresso de fogo ninguém pia, muito menos eu, apesar de estar desesperado por pilhar em terra o tal inglês da cozinha. Continuou o desalmado a esporear o potro de ferro que botava fogo pelo nariz e fumaça pelos olhos.
E agora compadre, veja o que me aconteceu nessa idade! Tanto fez o bruto da chaminé com o seu canudo que o potro corcoveou de verdade, tropicou no estribilho e prancheou conosco!
Não sei o que aconteceu, pois desfaleci. Quando dei por mim estava eu dentro de um valo com meus colegas de caixão e com os respectivos caixões em terra, os varões arrebentados, uns a saírem do valo e outros a saltarem da ratoeira. Entre mortos e feridos alguns escaparam. Eu agarrei-me a uma cerca e fiquei nela escarranchado e habilitado a meter-me em curativos de cirurgiões.
Cada um tratou de si, cuidando de safar-se e dar o basta, apesar de já estarmos perto do Jardim, como indicava o cheiro do almoço municipal.”
Texto de Edison Loureiro.

Santa Casa de Misericórdia, São Paulo, Brasil

Santa Casa de Misericórdia, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia - Cartão Postal

Belvedere Trianon, Avenida Paulista, 1916, São Paulo, Brasil

Belvedere Trianon, Avenida Paulista, 1916, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia

Assentamento de Trilhos, Luz, 1902, São Paulo, Brasil


Assentamento de Trilhos, Luz, 1902, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia

Assentamento de Trilhos, Avenida Paulista, Aproximadamente 1900, São Paulo, Brasil

Assentamento de Trilhos, Avenida Paulista, Aproximadamente 1900, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia

Ilha das Cobras e Ilha Fiscal, Rio de Janeiro, Brasil

Ilha das Cobras e Ilha Fiscal, Rio de Janeiro, Brasil
Rio de Janeiro - RJ
Fotografia - Cartão Postal

terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

A Primeira Bandeira Italiana Trazida para Florença em 27 de Abril de 1859, Itália (La Prima Bandiera Italiana Portata in Firenze il 27 Aprile 1859) - Francesco Saverio Altamura




A Primeira Bandeira Italiana Trazida para Florença em 27 de Abril de 1859, Itália (La Prima Bandiera Italiana Portata in Firenze il 27 Aprile 1859) - Francesco Saverio Altamura
Florença - Itália
Museu Nacional do Risorgimento Italiano Turim
OST - 51x75 - 1859


Un'atmosfera trasognata ed evocativa avvolge il giovinetto che in una mattina di primavera passeggia sulla collina fiorentina di San Miniato, recando sulla spalla con fare disinvolto il tricolore. La luce limpida e ferma, unita alla pacata intonazione cromatica, accentua il carattere intimo e per nulla enfatico di questa interpretazione del tema patriottico. suggerito quasi certamente dalla partenza da Firenze del granduca Leopoldo II di Lorena, nell'aprile del 1859. La visione solenne della basilica e del convento di San Miniato al Monte, che si staglia netta secondo un meditato rapporto di luci e di ombre sul cielo, è indicativa dell'importanza delle ricerche del pittore per l'evoluzione della "macchia".

Avenida Brigadeiro Luís Antônio, São Paulo, Brasil

Avenida Brigadeiro Luís Antônio, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia - Cartão Postal

Avenida Ipiranga com Avenida Cásper Libero, São Paulo, Brasil

Avenida Ipiranga com Avenida Cásper Libero, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia - Cartão Postal

Devaneios com Sigmund e Freud - Yorhán Araújo

Devaneios com Sigmund e Freud - Yorhán Araújo
Quadrinhos

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

Ferrari F40 1992, Itália
































Ferrari F40 1992, Itália
Motor : 2936 CC V-8
Exterior : Vermelho (Rosso Corsa)
Interior : Preto e Vermelho
Fotografia


The very first production car to break the 200-mph barrier, the F40 was a landmark car in Ferrari’s storied history for a variety of reasons. Firstly, it was created in celebration of the company’s 40th birthday and secondly, it would be the very last model that Enzo Ferrari personally oversaw before his passing. Looking to its Formula 1 team for inspiration, Ferrari sought to make the F40 as lightweight as possible, pioneering the use of carbon fiber for its chassis and bodywork, resulting in a svelte 2,400 lbs. In addition to its top speed of 201.4 mph, the F40 could sprint from 0–60 mph in just 3.8 seconds and rocket through the quarter-mile in 11.8 seconds. In the age of incredible advanced technologies, Ferrari stuck to the tried-and-true philosophy of reducing weight and adding power.
Originally outfitted with catalytic converters and a non-adjustable suspension, chassis 91464 was delivered new to Dr. Daniel Schick through Graber Automobile AG in Wichtrach, Switzerland, on 18 December 1991. Dr Schick resided in Rio de Janeiro, Brazil, but kept his F40 in Switzerland and Germany for his personal use and as well as the use of his son living in Germany at the time. It was later sold to a Mr. Goldschagg of Switzerland before passing to an owner in Munich, Germany, who registered the car on German plates M-WW 8833.
Like many F40 drivers, this new owner did not consider the factory braking system adequate for the power and speed of the F40. As such, he commissioned the installation of larger Brembo brakes, race-type front suspension, and a slightly revised pedal box. To accommodate the bigger brakes, the front wheels were further offset, and as such the outer corners of the front fenders were slightly modified – making for a more angular appearance. These alterations are not uncommon with European owners of F40s, as these upgrades made the car more stable at high speed and brought it to a halt in a shorter distance. The larger brakes also serve to eliminate fading under heavy use and extended driving periods.
The F40 returned to its native Italy around 2007 and received its 30,000-km service, with 26,761 km showing, by Michelotto Giuliano & Co s.n.c in Padova that year. A part of the now world-famous Duemila Ruote collection sale, the F40 received a pre-sale workup in excess of $10,000. Since its sale, the F40 has been carefully maintained in a private collection and is ready for spirited use by its next owner.
Four glorious decades of Ferrari experience and development went into the Ferrari F40; it will give the few lucky individuals a ride they will never forget. The finest birthday present Ferrari could have given itself, this F40 will fulfill any enthusiast’s need for speed.
Fonte : https://rmsothebys.com/en/auctions/am19/amelia-island/lots/r0123-1992-ferrari-f40/747151