Chevrolet Veraneio de Luxo 1974, Brasil
Fotografia
Inicialmente
Companhia Geral de Motores do Brasil, a General Motors do Brasil iniciou suas
atividades em 1925 no bairro paulistano do Ipiranga.
Apesar de
focado na produção de utilitários, o fabricante norte-americano preparou uma
grata surpresa para o 4º Salão do Automóvel, em 1964: a belíssima perua
Chevrolet C-1416.
O responsável
pelo design foi Luther Whitmore Stier, expatriado que chefiava o departamento
de estilo da GM desde 1957.
Sem excessos,
as linhas básicas já haviam sido apresentadas meses antes, no lançamento das
picapes C-1404 (chassi curto), C-1505 (chassi longo) e C-1414 (chassi curto com
cabine dupla).
Foi um salto
em relação à rústica Chevrolet Amazona. Relativamente baixa, a cabine da C-1416
tornava o acesso tão fácil que os estribos laterais ficavam restritos a
crianças e pessoas de baixa estatura.
As quatro
portas eram primazia nacional: a equivalente americana Suburban tinha apenas
duas (e só ganharia quatro em 1973).
Uma de suas
maiores virtudes era o conforto de rodagem similar ao de um automóvel de
passeio, mérito da suspensão dianteira independente e de molas helicoidais
também no eixo traseiro.
Nove pessoas
se acomodavam com relativo conforto (ou seis sem o terceiro banco opcional) e o
acesso ao generoso porta-malas era favorecido pela ampla tampa com abertura
para cima.
Era um
utilitário de luxo grande, bonito e potente, principalmente quando colocado ao
lado da decana Willys Rural.
Ampla área
envidraçada, pedais suspensos e câmbio de três marchas sincronizadas
facilitavam sua condução. Suas quase 2 toneladas eram impulsionadas pelo
tradicional motor Chevrolet Brasil de seis cilindros, 4,3 litros e 142 cv.
A relação da
segunda marcha foi logo encurtada, melhorando a agilidade: o 0 a 100 km/h
baixou de 20,7 para 18,3 segundos, excelente para a época.
A máxima em
torno dos 140 km/h exigia atenção com a direção lenta (mais de seis voltas de
batente a batente) e com os freios a tambor nas quatro rodas.
Foi só em 1969
que a C-1416 tornou-se Veraneio. A natureza aprazível do nome contrastava com a
destinação dada a uma enorme parcela dos compradores: órgãos governamentais,
especialmente forças policiais.
Foram muitos
os que passearam de Veraneio a contragosto, incluindo personalidades da cena
política atual.
Mas nem isso
maculou seu prestígio: a Veraneio De Luxo surgiu em 1970 trazendo um novo padrão de acabamento, com
apliques no painel imitando jacarandá, painéis de porta redesenhados, rádio,
porta-malas acarpetado, faixas pintadas nas laterais, garras nos para-choques e
calotas integrais.
A lista de
opcionais trazia bancos dianteiros reclináveis, pintura metálica e revestimento
do teto em vinil.
Em 1971, os
quatro faróis pequenos foram substituídos por dois maiores e a grade dianteira
passou a ser formada por três frisos horizontais com o logotipo no centro.
Dois anos
depois, a aguardada direção hidráulica entrou para a lista de opcionais,
facilmente identificada pelo volante do Opala SS.
Em 1976, ela
passou a ser oferecida com o motor 2.5 de quatro cilindros do Opala, com parcos
87 cv a 4.800 rpm e 17 mkgf a 2.600 rpm.
Foi preciso
recorrer ao câmbio M20 de quatro marchas com alavanca no assoalho e um
diferencial com a absurda relação de 4,78:1.
A última
reestilização foi em 1979, adotando um novo capô e grade de plástico moldado.
Pouco depois
vieram os freios dianteiros a disco e, em 1981, o motor Chevrolet Brasil de 4,3
litros foi substituído pelo seis-cilindros de 4,1 litros do Opala, movido a
gasolina ou etanol e acoplado a um câmbio de quatro marchas com alavanca no
assoalho.
A nossa
Veraneio deixou de ser produzida em 1989: foi sucedida por uma variação da
Chevrolet Suburban de 1973, igualmente longeva nos EUA.
Carismática ou
não, o fato é que ninguém fica indiferente a ela: colecionadores americanos já
vieram buscar algumas unidades, levando-as para muito longe de qualquer
estigma.








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