Edifício Ouro Para o Bem de São Paulo, São Paulo, Brasil
São Paulo - SP
Fotografia
O Edifício Ouro para o Bem de São Paulo se localiza
na Rua Álvares Penteado nº 23, na Região Sé, Zona Central da capital
do Estado de São Paulo.
Foi construído com doações das alianças de casamento das
senhoras paulistas, arrecadadas através da célebre campanha para obtenção de
fundos necessários à manutenção da Revolução Constitucionalista de 1932.
Teve como construtora a Cia. Construtora Camargo &
Mesquita, com projeto da Severo & Villares, sendo concluído no ano
de 1939.
Em estilo art déco, sua fachada procura representar a bandeira
paulista com suas treze listras, em que cada um de seus andares
corresponde a uma das 13 listas da bandeira paulista.
Com o fim da revolução, a sobra do ouro que foi arrecadado foi
doado à Santa Casa de Misericórdia de São
Paulo, que o utilizou para construção do edifício em seu terreno no
Largo da Misericórdia. No acervo do Museu da Santa Casa estão os volumes
de doadores da campanha “Ouro Para O Bem De São Paulo” citando nominalmente não
só os doadores da Capital, como de moradores de outras cidades que fizeram suas
doações.
Muito paulistano passa pela rua Álvares Penteado, na altura do
número 23, e não percebe que uma enorme bandeira do Estado de São Paulo se
estende sobre sua cabeça.
Mas vale avisar: ela não é de pano. Mede 50 m de altura e 30 de
largura e forma uma onda, como se estivesse tremulando ao vento. É ela que dá
forma à fachada do edifício Ouro para o Bem de São Paulo, construído em 1939.
Imponente quando erguido, o prédio em estilo art déco, a dois
quarteirões do Pateo do Collegio, hoje está espremido na paisagem, escondido
por outras construções. Por isso, é preciso parar para ver os detalhes dele.
Mais que ser um mero capricho, o formato curvo dado ao concreto
--com 13 listras horizontais e um círculo no alto, à esquerda-- tem significado
histórico.
"O prédio foi feito de ouro", diz o engenheiro civil
Américo Belau, 64, que trabalha no local. Explica-se: a edificação foi bancada
com a sobra do dinheiro obtido com as alianças de casamento doadas por
paulistas para financiar a Revolução de 1932.
A Santa Casa de Saúde, escolhida para receber o excedente,
usou-o na obra, com 13 andares e 210 salas --a maioria atualmente alugadas por
advogados. O ex-presidente Jânio Quadros (1917-1992) teve um escritório ali.
Após um pedaço da fachada se soltar, em dezembro, o
prédio-bandeira foi coberto por uma tela gigante, para prevenir acidentes. A
Santa Casa procura empresas para patrocinar uma futura reforma, orçada em R$
1,5 milhão.
A história da cidade e do estado de São Paulo, passam
literalmente por suas ruas e prédios, prova disso é o centro histórico de São
Paulo, e também o edifício Ouro Para o Bem de São Paulo.
Acredito que todo mundo já tenha, ao menos, ouvido falar sobre
a Revolução Constitucionalista de 1932, uma batalha que o estado de São Paulo
entrou para lutar contra o resto todo do país, e mesmo perdendo oficialmente,
ganhamos todos, a Constituinte.
Sem entrar em grandes detalhes sobre a Revolução, uma coisa é
fato, o governo da época precisava angariar fundos para prover tudo que fosse
necessário à seu exército, e não tinha recursos para tanto, por isso, criou uma
campanha “ouro para o bem de São Paulo”.
A campanha consistia em arrecadação de fundos, sejam como
fossem as doações, para dar ao exército. Muitas famílias da cidade e também do
estado participaram, doações de ouro e joias eram comuns, além disso muitas
pessoas, não tinham recursos ou joias cravejadas de pedras preciosas para dar,
e doaram suas alianças.
Todos que doaram algo, receberam um certificado nominal coma
frase “doei ouro para o bem de São Paulo. Porém, como já dissemos, a batalha
acabou com São Paulo derrotada, e ainda havia ouro doado a ser utilizado.
No intuito de não haver nenhuma possibilidade de o governo
federal tomar posse das doações que lhe foram contrárias, já que, quem doou
apoiava São Paulo contra o resto do país, o governo do estado decidiu doar tudo
que restou à Santa Casa de Misericórdia da cidade.
A escolha da Santa Casa de Misericórdia se deu, pois, a
administração do hospital, e todos que lá trabalhavam à época, contribuíram
fortemente no tratamento dos combatentes, evitando inclusive muitas possíveis
mortes, bem como, alguns funcionários, foram para a frente de batalha, apoiar
os soldados.
Recebida a doação, a Santa Casa de Misericórdia, no ano de 1935
criou um concurso para escolher o melhor projeto para a construção de um
edifício, em um terreno que já lhe pertencia, com todo o ouro arrecadado. O
vencedor foi um projeto apresentado pela Severo & Villares Cia Ltda, com
apoio do Escritório Técnico Ramos de Azevedo.
E agora, vem o mais interessante, concluído no ano de 1939,
todo em estilo Art Déco, o Edifício que ganhou o nome “Ouro para o bem de São
Paulo”, representa exatamente a bandeira do estado tremulando, com suas 13
linhas, representadas em 13 andares, e ao lado esquerdo, um mastro anelado,
para representar as alianças doadas, com um capacete no topo, que representa
justamente as tropas que foram à batalha.
O prédio está de pé, pronto para ser visto por todos nós, e
conta um capítulo importante da história do estado e também da cidade de São
Paulo, e, dentro do museu da Santa Casa de Misericórdia, há todos os nomes dos
doadores do ouro para o bem de São Paulo.







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