Encouraçado São Paulo, 1934, Marinha Brasileira, Brasil
Marinha - Brasil
Fotografia
O Encouraçado São Paulo foi um navio de
guerra do tipo encouraçado (Dreadnought)
que serviu a Marinha do Brasil. A embarcação pertencia
à classe Minas Gerais
Foi o segundo navio da armada a receber este nome, em homenagem
ao estado brasileiro de São Paulo.
No início do século XX a
Marinha do Brasil deu início ao um programa de modernização tecnológica e de
aquisição de embarcações, visando reaparelhar a esquadra. Esta encontrava-se
obsoleta desde o fim do Império (1889), entre outros fatores:
Pela rápida evolução dos meios devido à corrida armamentista
entre as nações industrializadas nomeadamente no último quartel do século XIX e
na primeira década do século XX; Pela falta da aquisição de novos meios por
parte do governo republicano brasileiro, recém-implantado; E em função dos
prejuízos causados pelas duas Revoltas da
Armada.
De acordo com as orientações do ministro das Relações
Exteriores, José Maria da Silva Paranhos (Barão
do Rio Branco), e do ministro da Marinha, Júlio César de Noronha em 1904, o governo do
Presidente Rodrigues Alves encomendou em 1906,
na Grã-Bretanha), três grandes navios encouraçados da
"Classe Dreadnought" que, no Brasil, recebeu o nome de "Classe
Minas Gerais". Entretanto, por pressões diplomáticas da Argentina,
temerosa do poderio naval do Brasil, e por dificuldades de financiamento da
compra dos navios, a encomenda inicial de três encouraçados foi reduzida para
apenas dois, de 23 500 toneladas máximas
de deslocamento, batizados com os nomes de Minas Gerais e São Paulo.
Construído nos estaleiros Vickers, Sons
& Maxim em Barrow-in-Furness,
após o batimento de quilha (30 de abril de 1907), foi lançado ao mar (19 de
abril de 1909) e incorporado em 12 de junho do ano seguinte. Foi seu primeiro
comandante, o Capitão-de-Mar-e-Guerra Francisco
Gavião Pereira Pinto, logo substituído pelo
Capitão-de-Mar-e-Guerra Francisco
Marques Pereira de Souza.
Na sua viagem inaugural para o Brasil, conduziu o Presidente
eleito Marechal Hermes da
Fonseca, de Cherbourg para o Rio de Janeiro, tendo assistido, na escala
em Lisboa,
à Implantação da República Portuguesa (5 de outubro de 1910).
No início de novembro de 1910, os dois novos encouraçados e
o Cruzador Bahia (C-12), participaram
da chamada Revolta da Chibata.
Tanto o Minas Gerais quanto o São Paulo participaram
no bombardeio de Salvador em 1912 no contexto da
chamada Política das Salvações.
Posteriormente, durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918),
atuou na faina de patrulhamento das águas territoriais brasileiras.
Sofreu intervenção de modernização entre 1918 e 1920, quando
recebeu melhorias em seus sistemas de armas e de propulsão, com a substituição
de suas antigas caldeiras a carvão por
motores a óleo.
Em 1920 transportou os monarcas da Bélgica para
o Rio de Janeiro, visita marcada por grande recepção oficial.
No contexto da Revolta dos 18 do Forte de Copacabana,
no dia 6 de julho de 1922, acompanhado do Minas
Gerais e de um contratorpedeiro,
abriu fogo sobre o Forte de Copacabana.
Em julho de 1924, eclodiu a Revolta Paulista, parte do movimento tenentista que,
por dias, dominou o governo do estado de São Paulo e que, em seguida, deu
origem à Coluna Prestes.
Em setembro de 1924 transportou uma comitiva formada pelo
Ministro das Relações Exteriores do Governo Artur Bernardes, Félix Pacheco,
pelo embaixador da Itália no Brasil, Pietro Badoglio, por representantes da
Marinha do Brasil, e por Artur Bernardes Filho, representante do seu pai,
para Salvador, onde houve uma recepção oficial ao
príncipe herdeiro Humberto di Savóia, futuro Humberto II da Itália.
Em novembro de 1924, sofreu sublevação comandada por Herculino
Cascardo. Em sua saída da Baía de Guanabara a artilharia do forte da vigia (Forte do Leme)
disparou contra o navio. A intenção dos revoltosos era de se juntar aos
rebeldes gaúchos que se haviam sublevado contra o governo federal no mês
anterior, sob a liderança de Luís Carlos Prestes. Após rumar para o sul do país
com esse objetivo, o São Paulo não conseguiu aportar no litoral gaúcho devido a
problemas climáticos. Sem víveres para continuar a luta, os revoltosos
dirigiram-se para o Uruguai, onde se exilaram.
Durante a Segunda Guerra Mundial, em 1942, fez parte do sistema
de defesa do porto de Recife, em Pernambuco.
Esteve em serviço ativo até 1951, quando foi desincorporado.
Naufragou no Oceano Atlântico, a caminho da demolição, no
mesmo ano.
Nenhum comentário:
Postar um comentário