terça-feira, 5 de maio de 2020

Locomotiva "Baroneza", Rio de Janeiro, Brasil


Locomotiva "Baroneza", Rio de Janeiro, Brasil
Rio de Janeiro - RJ
Fotografia

Em 30 de abril de 1854, a Imperial Companhia de Navegação à Vapor e Estrada de Ferro de Petrópolis, de Irineu Evangelista de Souza (que era o Barão de Mauá, depois sendo nomeado Visconde de Mauá), inaugurava a 1ª Estrada de Ferro do Brasil, num total de 14 quilômetros, entre o Porto de Mauá e Fragoso. Em 1856, a linha foi estendida até Raiz da Serra e, finalmente, em 1883, estendida até Petrópolis, já com a denominação de Companhia Estrada de Ferro Príncipe do Grão-Pará.
Em 30 de abril de 1954, no centenário da ferrovia, o trecho ferroviário de Mauá para Fragoso foi considerado Monumento Histórico Nacional e tombado pela antiga Secretaria de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN), que atualmente é denominado Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Em 1957, o trecho tombado passou a fazer parte do patrimônio da Rede Ferroviária Federal S. A. (RFFSA), e no dia 19 de novembro de 1962, teve o tráfego suspenso no percurso de Mauá para Bongaba.
Em 23 de novembro de 1971, o Jornal Correio da Manhã publicou: “Em Mauá nasceu nossa primeira estrada de ferro” e, neste artigo, o jornal propõe a criação de um museu ferroviário na estação de Guia de Pacobaíba, onde poderiam ficar expostos à visitação.
Em agosto de 1974, a estação de Guia de Pacobaíba e a Casa do Agente (datada de 1916) começam a ser restauradas pela RFFSA. Em 30 de setembro é instalado no local o Museu Guia de Pacobaíba, com a locomotiva número 51, construída em 1880, da Estrada de Ferro Leopoldina, representando a histórica locomotiva Baroneza, já que esta não poderia ficar exposta sob determinadas condições por ser tombada. No entanto, o Museu Guia de Pacobaíba foi fechado em 1977 e seu acervo foi levado para o pátio ferroviário de Engenho de Dentro, onde em 1984 foi criado o Museu do Trem.
A Locomotiva Baroneza foi a primeira do Brasil, construída na Inglaterra, em 1852, por Willian Fair Bairns. A Locomotiva ganhou este nome pelo Imperador Dom Pedro II que, no dia da inauguração da ferrovia e da locomotiva, homenageou a Baronesa de Mauá, Dona Maria Joaquina. A Locomotiva Baronesa possui 7 metros e meio de comprimento, 2.5 metros de largura e 3.40 de altura, pesa cerca de 17 toneladas, é composta de duas rodas-guia de 1.29 metros e uma roda motriz de 1.5 metros, com cilindros de 0,279 milímetros de diâmetro e curso de 381 milímetros, tem duas chaminés, um farol e dois estribos.
Em 1853, trazida da Inglaterra e comprada pelo Barão de Mauá, a Baroneza foi colocada em tráfego no dia 30 de abril do mesmo ano, na Estrada de Ferro de Petrópolis, que Dom Pedro II chamou de Estrada de Ferro Mauá.
Após servir o Imperador Dom Pedro II por muitos anos, a Baroneza foi retirada de tráfego em 1884, voltando a serviço algum tempo depois, para transportar o Rei Alberto da Bélgica em sua visita ao Brasil. A Baroneza, originariamente, pertenceu à Companhia de Navegação à Vapor, passando à propriedade da Estrada de Ferro Príncipe do Grão-Pará. Foi incorporada ao acervo da extinta The Leopoldina, mais tarde absorvida pela Rede Ferroviária Federal S. A.
A Baroneza é um dos modelos mais antigos de máquina à vapor que se conhece, tendo sido incorporada ao patrimônio nacional em 20 de abril de 1954, data do seu centenário junto com a Ferrovia, e desativada em 1957, também com a Ferrovia, devido ao surgimento da Rede Ferroviária Federal S. A. A Baroneza, por seu importante papel como pioneira no campo ferroviário do Brasil, também se transformou em um importante marco da história ferroviária mundial.
Atualmente, a Locomotiva está no Museu do Trem, mantida pela RFFSA, localizado no Bairro do Engenho de Dentro, no Rio de Janeiro.

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