Bonde Reboque 38, Santos, São Paulo, Brasil
Santos - SP
Fotografia
Já vai longe no tempo aquela São Paulo "da garoa",
onde os bondes reinavam pelas ruas, transportando todo tipo de pessoa, do rico
e ilustrado engenheiro até o operário, armado de sua marmita.
A linha de bonde que circulava pela Rua Visconde de
Parnaíba, passando em frente à Hospedaria de Imigrantes, funcionou de 18 de
outubro de 1902 à 5 de dezembro de 1937, com 5 carros percorrendo quase 9
quilômetros de trilhos. O bonde "Bresser – via Piratininga",
percorria ruas históricas de São Paulo: Saindo do Largo do Tesouro, passava
pelas Ruas General Carneiro, Gasômetro, Travessa do Brás, Piratininga até a
Visconde de Parnaíba, virava no Hipódromo e depois Santa Cruz, Bresser, Silva
Teles, Maria Marcolina, alcançando a Avenida Rangel Pestana e retornando pela
Travessa do Brás, Gasômetro e General Carneiro, voltando ao ponto final/inicial
no Largo do Tesouro. O ponto final foi deslocado para o Largo da Sé em 1920.
Em 1937, mais precisamente no dia primeiro de março,
ocorreram mudanças no itinerário: da Praça da Sé o bonde percorria a Rua
Floriano Peixoto, Ladeira do Carmo e Avenida Rangel Pestana, seguindo depois
pelas ruas Piratininga, Visconde de Parnaíba e Hipódromo, pela Ipanema atingia
a Bresser, Silva Teles, Maria Marcolina, São Caetano, Cantareira, Itobi,
Avenida Exterior, voltando a General Carneiro e Largo do Tesouro. Algumas ruas
mudaram de nome, foram interrompidas pelos trilhos dos trens e do Metrô, mas
continuam cheias de memórias.
O Bonde Nº 38, – da fábrica inglesa Hurst Nelson, ano 1912 –
tipo aberto, foi totalmente recuperado nas Oficinas da Estrada de Ferro Campos
do Jordão, de acordo com seus padrões originais: aberto nas laterais, com
bancos em madeira de lei reversíveis e capacidade para 35 pessoas. Somente os
sistemas de tração e freio foram modificados. Tração: no original ela era
elétrica, mas agora é usado um motor à gasolina turbo com 165cv de potência e
injeção eletrônica, que aciona uma bomba de vazão variável cujo fluxo de óleo
alimenta um motor hidráulico. O motor hidráulico é um dispositivo que recebe um
fluxo de óleo sob pressão e transforma em energia mecânica ou seja, "gira
um eixo" responsável pelo movimento do bonde. Freio: no sistema de freio
foram adaptados dois discos solidários ao eixo e pinças de aplicação automotiva
da camioneta C–20, acionado através de pedal, composto por discos, pinças,
pastilhas, burrinho mestre e servo-freio.
Esse Bonde pertenceu à extinta "The City of Santos
Improvements Company" e, posteriormente, à "SMTC – Serviço Municipal
de Transportes Coletivos", da cidade de Santos.
Atualmente este veículo está cedido em comodato para a
Prefeitura de Santos.
O Bonde 38 esteve operacional por cerca de dez anos, no período
entre 1998-2008, em caráter cultural no bairro paulistano da Mooca.
Ele circulava aos domingos e feriados pelos trilhos da Rua
Visconde de Parnaíba, que foram recolocados no trecho entre a estação
Bresser – Mooca e o Memorial do Imigrante (Antiga Hospedaria dos Imigrantes),
resgatando a história deste antigo meio de transporte coletivo urbano da cidade
de São Paulo.
Este veículo pertence ao acervo da Associação Brasileira de Preservação Ferroviária – ABPF e era operado e mantido pela Regional São Paulo desta entidade, em parceria com o Memorial do Imigrante, época em que existia uma parceria entre a ABPF/SP e o Memorial, que mantinham o Núcleo Histórico dos Transportes. Núcleo este que compunha o próprio Bonde, o Trem Cultural dos Imigrantes – Maria Fumaça e a Estação Ferroviária da Antiga Hospedaria, onde a ABPF/SP além de operar o Trem Cultural, mantinha uma exposição permanente com expressivo acervo de peças antigas e painéis com fotos, que resgatavam uma parcela da história da ferrovia no estado de São Paulo.
Este veículo pertence ao acervo da Associação Brasileira de Preservação Ferroviária – ABPF e era operado e mantido pela Regional São Paulo desta entidade, em parceria com o Memorial do Imigrante, época em que existia uma parceria entre a ABPF/SP e o Memorial, que mantinham o Núcleo Histórico dos Transportes. Núcleo este que compunha o próprio Bonde, o Trem Cultural dos Imigrantes – Maria Fumaça e a Estação Ferroviária da Antiga Hospedaria, onde a ABPF/SP além de operar o Trem Cultural, mantinha uma exposição permanente com expressivo acervo de peças antigas e painéis com fotos, que resgatavam uma parcela da história da ferrovia no estado de São Paulo.
Entretanto, depois do ano de 2008, foi invertida a mão de
direção da Rua Visconde de Parnaíba nas proximidades da estação Bresser – Mooca
do Metrô, o que veio impossibilitar a circulação do Bonde com segurança neste
trecho. Visto que o mesmo passou a circular no contrafluxo dos demais
veículos, quando retornava da estação Bresser do Metrô para o Museu. Além do
fato de que foram instalados três pontos de ônibus no local onde era a parada
do bonde.
Não obstante a este fato, em 2010 o Memorial do Imigrante foi fechado para reforma.
Não obstante a este fato, em 2010 o Memorial do Imigrante foi fechado para reforma.
Assim, o Bonde 38 que já estava fora de operação, mas mantido
em exposição junto a portaria do Memorial do Imigrante, passou a sofrer com a
ação do tempo, bem como teve peças furtadas, visto que não havia mais o apoio
por parte da equipe de segurança do Memorial do Imigrante na vigilância do
mesmo.
Diante desta situação, a ABPF firmou uma parceria com a Prefeitura de Santos no litoral paulista, cedendo o bonde 38 em comodato para aquela cidade, visando a preservação do mesmo.
Diante desta situação, a ABPF firmou uma parceria com a Prefeitura de Santos no litoral paulista, cedendo o bonde 38 em comodato para aquela cidade, visando a preservação do mesmo.
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