sábado, 6 de junho de 2020

Incêndio no Monumento "Fonte da Rampa do Mercado" / "Monumento à Cidade de Salvador", Praça Cairú, 21/12/2019, Salvador, Bahia, Brasil - Mário Cravo Júnior









Incêndio no Monumento "Fonte da Rampa do Mercado" / "Monumento à Cidade de Salvador", Praça Cairú, 21/12/2019, Salvador, Bahia, Brasil - Mário Cravo Júnior
Salvador - BA
Fotografia 



Um dos cartões-postais de Salvador foi consumido pelo fogo em 21 de dezembro de 2019. Trata-se do monumento chamado 'Fonte da Rampa do Mercado', "Monumento às Quatro Raças" ou 'Monumento à Cidade de Salvador', do artista baiano Mário Cravo Júnior, construído nos anos 1970 em um dos extremos da Avenida Lafayete Coutinho, junto à Praça Cairú, na Cidade Baixa, em Salvador, em frente à rampa do antigo Mercado Modelo.
A Prefeitura de Salvador lamentou o caso e informou que vai reconstruir o monumento, por meio da Fundação Gregório de Mattos (FGM), que é ligada à Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult).
Segundo nota divulgada pela Prefeitura, o projeto original da obra será usado para a reconstrução. O material será doado pela família do escultor, pintor, gravador, desenhista e poeta Mário Cravo Júnior, que nasceu no dia 13 de abril de 1923 e morreu em 1 de agosto de 2018. e fez parte da primeira geração de artistas plásticos modernistas da Bahia, ao lado de Carlos Bastos e Genaro de Carvalho. 
Em 70 anos de atividade como artista plástico, ele reuniu inúmeras exposições individuais e coletivas, prêmios, esculturas em espaços abertos em muitos pontos do Brasil, sobretudo em Salvador, além de obras adquiridas por museus internacionais.
A obra consumida pelo fogo neste sábado foi encomendada pelo então prefeito de Salvador, Antônio Carlos Magalhães, avô do atual prefeito, Antônio Carlos Magalhães Neto. Em fibra de vidro e estrutura metálica, media 16 metros de altura, tinha circunferência de 65,6 metros e possuía dupla função: escultura e fonte luminosa.
"De todas as interpretações que lhe foram dadas, devido à sua forma arrojada e descomprometida com quaisquer elementos reais conhecidos ou representações óbvias, a que mais se aproximava era a semelhança às velas dos saveiros que costumavam atracar na rampa do mercado", segundo explicação da Fundação Gregório de Matos.
O material com que foi construído, resina reforçada com fibra de vidro, foi utilizado em caráter experimental e ficou até hoje. A ideia era fazê-la depois em concreto armado.
De acordo com o Ipac-Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural a Bahia, a origem da Fonte da Rampa do Mercado tem relação com um acidente que causou a perda do antigo Mercado Modelo após o incêndio que o destruiu no final da década de 60 do século XX.
"Devido à modificação do sistema viário foi criado um espaço vazio entre a nova via e a Rampa do Mercado. O então prefeito resolveu valorizar a área e, para isso, solicitou ao escultor Mário Cravo Junior, em 13 de janeiro de 1970, a construção da fonte medindo aproximadamente 12 metros por 10. Tal fonte, pelo grande valor artístico e cultural, tornou-se significante marco da cultura baiana, na simbiose com o mar, com as velas dos barcos, com as curvas da topografia da cidade do Salvador, com o barroco das igrejas, das construções coloniais e no seu contraponto com a volumetria vertical da torre do Elevador Lacerda."
O monumento foi tombado pelo patrimônio histórico em 1995.
Nota do blog: Mesmo que ocorra o “milagre da reconstrução”, nunca será a mesma coisa...

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