Ford Galaxie 500, Brasil
Fotografia
Primeira indústria automobilística instalada no país, a
Ford Motor Company Brasil Ltda. iniciou suas atividades há pouco mais de 100
anos, dedicando-se à montagem de veículos importados em kits.
Foram necessários quase 50 anos de operação para que o
fabricante de Dearborn oferecesse seu primeiro automóvel nacional: o imponente
Galaxie 500.
A ideia só amadureceu no governo Juscelino Kubitschek, em
1956, com o Grupo Executivo da Indústria Auto- mobilística (Geia).
Em 1958, a Ford fundia seu primeiro motor V8, em Osasco
(SP), e pouco tempo depois apresentou o projeto de nacionalização do modelo
Custom 300 1959, que só não prosperou devido a uma série de entraves
burocráticos do Geia.
O alinhamento ideológico e a simpatia do governo militar
por investimentos estrangeiros viabilizaram a produção nacional do Galaxie 500.
A primeira aparição oficial do novo Ford ocorreu no
longínquo 26 de novembro de 1966, data em que o marechal Castelo Branco
conduziu oficialmente a abertura do quinto Salão do Automóvel de São Paulo.
Nenhum lançamento foi tão importante: tanto o Chrysler
Esplanada quanto o Willys Itamaraty Executivo eram variações requentadas de
projetos defasados.
Com 5,33 metros de comprimento, 2 metros de largura e 3
metros de entre-eixos, o Galaxie 500 foi um choque imensurável em um público
acostumado à escola europeia representada por VW Fusca e Willys Gordini.
Com índice de nacionalização acima dos 97%, o primeiro
Galaxie 500 deixou a fábrica paulistana do bairro do Ipiranga em 16 de
fevereiro de 1967, poucos dias antes da cerimônia oficial, apresentada pelo
gerente geral John C. Goulden.
Entre as autoridades civis e militares, destacou-se o
governador Abreu Sodré ao volante de um Galaxie 500 bege Terra.
Foi o primeiro automóvel nacional a oferecer o conforto
da direção hidráulica: por trás do enorme volante estava o charmoso velocímetro
em escala horizontal e a alavanca do câmbio de três marchas.
Os V8 de 4,6 litros e 164 cv impulsionava bem seus 1.780
kg, contidos por freios assistidos a tambor nas quatro rodas, sempre pintadas
na cor da carroceria.
Além do bege Terra, havia mais sete tonalidades: vermelho
Marte, verde Netuno, preto Sideral, cinza Cósmico, azul Infinito, azul Ágena e
branco Glacial.
Conhecida como “saia e blusa”, a opção da pintura em dois
tons trazia a capota sempre pintada de branco Glacial. No lugar das pequenas
calotas centrais, havia a opção de calotas integrais de alumínio polido.
Os bancos inteiriços de vinil acomodavam seis ocupantes e
foram oferecidos nas cores preto, bege, azul ou vermelho.
A transmissão automática Ford-O-Matic seria oferecida
apenas em 1969 na luxuosa versão LTD e logo disponibilizada para o Galaxie 500,
sempre acoplada a um novo V8 de 4,8 litros e 190 cv. O ar-condicionado era
outro opcional bem-vindo.
O modelo 1970 foi marcado pela chegada do Galaxie, que
perdeu o sufixo “500” e uma série de comodidades para encarar os recém-chegados
Chevrolet Opala e Dodge Dart.
Em 1971, o LTD virou LTD Landau, com vidro traseiro de
menores dimensões e a coluna traseira decorada por um adorno que simulava a
dobradiça da capota de uma carruagem.
Freios a disco foram adotados em 1972 e as lanternas
trapezoidais surgiram no ano seguinte. A primeira e última mudança
significativa veio em 1976: faróis na posição horizontal inseridos na grade e
piscas deslocados para as extremidades.
A traseira ganhou lanternas de seis luzes, com a ré no
para-choque, e o V8 passou a ser o Windsor de 5 litros e 199 cv, o mesmo do
Maverick.
Pneus radiais, para-brisa laminado e cintos de segurança
retráteis estiveram entre os últimos melhoramentos do Galaxie 500, cuja produção
foi encerrada em 1979.
O irmão mais requintado, LTD, foi descontinuado em 1981 e
o topo de linha, Landau, em 1983: continuam invictos em espaço interno e
conforto de rodagem até os dias atuais.






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