O Fiasco JAC Motors, Brasil
Propaganda
Quem lembra da JAC Motors? A marca foi trazida para o Brasil por Sérgio Habib, que investiu pesado (sem trocadilho) em propaganda, contratando o Fausto Silva para divulgar a marca.
Inicialmente eram dois modelos, um hatch e um sedan, que venderam bem, especialmente para aquele tipo de consumidor que analisa a compra de um carro apenas pelo custo-benefício, e estava acostumado com os populares "pelados".
O JAC, segundo sua propaganda, era completo de série, não necessitando a aquisição de nenhum pacote de opcionais. Você pagava o preço sugerido no anúncio e saia com uma "maravilha sobre rodas".
Inicialmente, a JAC teve um relativo sucesso, abriu muitas concessionárias pelo pelo país afora e seduziu (ou enrolou, depende da sua interpretação) muitos consumidores. Inclusive, até promessa de construção de fábrica houve, diziam que iam abrir uma planta em Camaçari, Bahia (que, claro, não saiu do papel e hoje estão sendo acionados na justiça pelos benefícios fiscais que receberam e utilizaram sem o cumprimento da contrapartida prometida).
Mas como não há almoço grátis, também não há garantia, robustez, valor de revenda e confiabilidade em um carro chinês. Não é um produto que a maioria sonha em ter. Você sonha em ter um Porsche, um Audi, um BMW, uma Mercedes (ter um JAC não é sonho, é pesadelo...rs).
As pessoas foram caindo na real e percebendo o mico que tinham em mãos. Além disso, houve uma mudança na política econômica de importação de veículos, as montadoras locais pressionaram o governo (contra as marcas que não tinham fábrica no Brasil) que respondeu criando cotas de importação, diminuindo absurdamente o número de veículos que podiam ser importados para cá, sendo a única alternativa a abertura de uma fábrica por aqui, o que seria muito dispendioso. Sem fábrica, o imposto tornou-se muito alto, inviabilizando a concorrência com as montadoras locais. Além disso o dólar sofreu uma forte valorização em relação ao real, tornando os preços dos JAC ainda menos competitivos.
Resumindo a história, as vendas caíram assustadoramente, a imensa maioria das concessionárias fechou ou faliu, o grupo SHC (de propriedade de Sérgio Habib), responsável pelos direitos da marca no Brasil, com dívidas de aproximadamente 517 milhões de reais, encontra-se em recuperação judicial.
Quanto aos (coitados) compradores, ficaram com um "mico" na mão, convivem com falta de peças e falta de manutenção adequada. Vender um carro desses hoje, é como achar um bilhete premiado na rua, muito difícil.
E, mesmo com toda a situação acima descrita, como é Brasil, ainda continuam trazendo e tentando vender essas "dragas" por aqui, inclusive elétricos.
Finalizando, fica a pergunta: será que o brasileiro aprendeu que carro é muito mais que custo-benefício? Que existem muitas outras variantes que definem e importam numa compra? Que não adianta seu carro ser "completão", mas "completão" de fabricação chinesa? Que um dia você terá que vender esse carro e se ele for chinês, vai valer (bem) menos ou micar na sua mão?
Eu espero que o brasileiro tenha aprendido, mas olhando o atual cenário, vejo que a história vai se repetir logo, só vão mudar os atores...rs.
Nota do blog: O único que se deu bem nessa história da JAC Motors no Brasil foi o Fausto Silva. Ganhou uma fábula para fazer propaganda e não comprou nenhum carro da marca...rs.





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