Artigo
Foi um grande administrador: são raras entre os historiadores as referências negativas à sua administração em São Paulo. Em seu governo, tratou de melhorar tanto os centros urbanos como o interior da província, reformando todos os seus meios de comunicação.
Entre os melhoramentos que fez na capital paulista, são citados a construção do quartel da cidade, do chafariz do Largo da Misericórdia e da ponte sobre o rio Anhangabaú, o calçamento das ruas, construção do Teatro da Ópera. Mandou fazer o levantamento topográfico da capital paulista e demarcou os limites das capitanias de São Paulo e Minas Gerais, participando ainda da fixação da fronteira com a América Espanhola. Elevou à condição de vila a Freguesia de Nossa Senhora da Piedade, que depois tomou o nome de Lorena.
Ele também acertou as contas da capitania com a Metrópole e equipou as tropas e os regimentos da Infantaria. Atendendo ao desejo da Coroa de fortalecer as atividades comerciais da colônia, Lorena adotou duas medidas que foram responsáveis pelo início do desenvolvimento da economia paulista: estabeleceu o monopólio comercial do porto de Santos e realizou o calçamento do caminho entre São Paulo e Santos na Serra do Cubatão, a Calçada do Lorena.
A Calçada:
Esse calçamento foi o mais importante dos seus trabalhos. Devido ao aumento do comércio do porto de Santos, em 1790, resolveu construir uma estrada que fosse resistente para resolver o problema do tráfego. Sua iniciativa foi no sentido de favorecer, com melhores condições de transporte, os agricultores do interior paulista.
Essa estrada calçada de pedras era em zigue-zague, para vencer o desnível de mais de 800 metros da Serra do Mar, e causou admiração nas pessoas da época, pela qualidade de sua construção. Foi a primeira estrada pavimentada com pedras no Brasil e ficou conhecida como a Calçada de Lorena.
Bernardo Lorena, que ganhou o título de Conde de Sarzedas, soube em seu governo montar uma estrutura básica que colocaria São Paulo em posição de destaque no comércio internacional. Soube ainda aproveitar a competência do Real Corpo de Engenheiros de Lisboa para brindar Cubatão com uma importante obra da engenharia colonial, levando assim o antigo povoado e entreposto de comércio ao mais alto estágio de desenvolvimento da época anterior à industrialização.
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