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sábado, 21 de agosto de 2021
Geremia Lunardelli, o “Quinto Rei do Café" - Artigo
Geremia Lunardelli, o “Quinto Rei do Café" - Artigo
Artigo
Em 20 de agosto de 1885, nasceu Geremia Lunardelli, considerado o “Quinto Rei do Café”. Foi em Mansuè, Treviso-Itália, filho de Nicolò Lunardelli e Luigia Miotto. Tinha menos de dois anos de idade quando a sua família, em 1887, desembarcou em Santos, tendo sido nesta ocasião encaminhada para trabalhar na Fazenda Dumont (seção Moreira), área de Sertãozinho, então distrito de Ribeirão Preto (a emancipação deu-se em 05/12/1896). Na adolescência Lunardelli foi colono, carroceiro e sitiante. Aprendeu a ler e a escrever por conta própria e, graças ao tino comercial e duro trabalho, conseguiu antes mesmo de completar os trinta anos a emancipação econômico-financeira, quando então era um destacado agricultor e forte comprador, beneficiador e comerciante de café em Sertãozinho. Em 1915, mudou-se para Olímpia, onde adquiriu fazendas de café e aumentou sobremaneira o seu patrimônio, mas também enfrentou também sérias dificuldades. A geada intensa em 1918 fê-lo liquidar as suas posições vendidas de café na praça de Santos e obter, com a ajuda de comissárias exportadoras, empréstimos para atravessar os anos de crise. Nessa cidade foi ainda prefeito (1920/1922) e presidente da Câmara Municipal. Lunardelli, ali, construiu, com seus próprios recursos, na Praça Altino Arantes, 115, o prédio da Prefeitura e Câmara Municipal, doando-o ao Município. Foi agraciado com o título de ''Rei do Café'' por ter chegado a possuir 18 milhões de pés de café espalhados por suas numerosas propriedades nos estados de São Paulo, Paraná e no sul de Mato Grosso, hoje Mato Grosso do Sul. Também tinha terras em Goiás e no Paraguai. Pelo papel que teve na agricultura brasileira recebeu em 1933 a Ordem do Cruzeiro do Sul. Em 1922 mudou-se com a família para um palacete de fina arquitetura situado na exclusiva Rua dos Franceses, em São Paulo. Veio então o crash de 1929 na Bolsa de Nova York, os preços do café, assim como o valor das suas propriedades, despencaram. Ao acreditar no café, e, sobretudo, em si mesmo, e com o apoio financeiro de tradicionais casas exportadoras de Santos e de bancos comerciais em São Paulo, Geremia atravessou incólume mais esta crise, a despeito do desaparecimento de inúmeras fortunas vinculadas ao setor. Nesta época aproveitou oportunidades - terras baratas e crédito pessoal - para ampliar e consolidar os seus negócios. Diversificou a produção, em especial na região Noroeste do Estado de São Paulo, onde chegou a manter 10 mil alqueires de invernadas com 30 mil cabeças de gado e 5 mil alqueires de algodão. Em 1940, naturalizou-se brasileiro e, desde então, deu início a investimentos em outros estados da federação. Estendeu as suas atividades para no norte do Paraná, sendo que em meados dos anos 50 possuía na região 55 mil alqueires de terras, a maior parte revendida na forma de colonização. Abriu também fazendas de café e pecuária em Mato Grosso do Sul, Goiás e até no Paraguai. Em sociedade com o irmão Ricardo, fundou em Porecatu-PR a usina de açúcar "Central do Paraná", a qual, na gestão de seu sobrinho-neto Ricardo Lunardelli Netto, ampliou sua capacidade construindo a Nova Usina Central Paraná, a maior usina de açúcar do Brasil na época. E, face aos diligentes apelos de Assis Chateaubriand, tornou-se um importante doador de valiosas obras que fazem parte do acervo original do Museu de Arte de São Paulo (Masp). Consta que ele, Sinhá Junqueira e o industrial Francisco "Baby"Pignatari, em 1947, doaram a vultosa quantia de 3 milhões de cruzeiros, utilizada na aquisição de 10 (dez) telas de pintores famosos. Faleceu em São Paulo, a 9 de maio de 1962, aos 76 anos, deixando viúva Albina Furlanetto Lunardelli, nove filhos e 36 netos. A trajetória de Lunardelli inspirou o personagem Geremia Berdinazzi, interpretado por Raul Cortez na telenovela "O Rei do Gado", sendo que parte da novela foi gravada aqui na cidade. Igualmente a sua saga foi contada no livro "O Rei do Café - Geremia Lunardelli", escrito por L.V. Giovannetti. Em sua homenagem, Sertãozinho deu-lhe o nome de uma das ruas do centro da cidade. Também tem o nome de rua na capital de São Paulo. No estado do Paraná, existe a cidade de Lunardelli, na região do rio Ivaí, fundada nas terras de três glebas: Lunardelli, Suíça e Ubá, que inicialmente lhe pertenciam. Ainda no Paraná, Geremia Lunardelli é considerado o fundador do município de Grandes Rios, pois, no fim da década de 40, ele passou a ser dono de todas as terras da região, conhecidas como Gleba Ribeirão Bonito. Em 1951 o grupo G. Lunardelli S/A criou a empresa Imobiliária Cidade de Grandes Rios, começando uma subdivisão em lotes, abrindo estradas, iniciando o que posteriormente viria a ser o município de Grandes Rios. Texto Plataforma Verri.
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