Fausto e Margarida (Fausto e Margarida) - Pedro Américo
Pinacoteca do Estado de São Paulo, São Paulo, Brasil
OST - 34x23
A lenda alemã do doutor Fausto, difundida pela tradição oral, foi publicada pela primeira vez em forma de livreto em 1587. Um dos mais importantes escritores alemães, Johann Wolfgang von Goethe (1749-1832), publicou, em 1806, a peça Fausto, uma tragédia inspirada na lenda quinhentista. É quase certo que Pedro Américo, um artista erudito e letrado, tenha se inspirado na história escrita por Goethe. A peça também foi importante fonte de inspiração a muitos outros escritores, pintores e músicos, como Fernando Pessoa (1888- 1935), Eugène Delacroix (1798-1863) e Franz Liszt (1811-1886).
Na obra de Goethe, o doutor Fausto é um velho sábio entediado e desapontado com o mundo, que invoca o diabo Mefistófeles em busca de poderes mágicos e conhecimentos transcendentes. O diabo invocado oferece seus serviços a Fausto garantindo-lhe a juventude, desde que o doutor, ao cabo de alguns anos, desse-lhe em troca sua alma. Fausto aceita a proposta, assinando com seu próprio sangue um contrato redigido pelo demônio. Entre muitas aventuras, Fausto apaixona-se pela jovem Margarida, que é por ele seduzida com joias materializadas pelo demônio.
Para a representação do tema, Américo escolhe o momento da sedução de Margarida por Fausto. A figura de Mefistófeles, vestida de escuros trajes adamascados e meio apagada, observa a cena por detrás de uma cortina, à direita. Fausto apoia sua mão esquerda sobre o punho da espada e ensaia um beijo na jovem, já adornada com as diabólicas joias. Margarida une as mãos em prece, após ter deixado cair dois lírios brancos, símbolos clássicos da castidade e da virtude que está prestes a perder.
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