Antiga Cúpula do Theatro Pedro II / Imagem Após o Incêndio de 15/07/1980, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil
Ribeirão Preto - SP
Fotografia
Depoimento de uma testemunha do incêndio:
"As labaredas tomaram as estruturas do Pedro II em 15 de julho de 1980. Na época, eu era carteiro no Centro e, assim como todos da redondeza, vim correndo à Praça XV de Novembro presenciar o incêndio provocado por um problema de manutenção na rede elétrica".
Eram por volta de 20h30 quando um curto circuito interrompeu a exibição do filme "Os Três Mosqueteiros Trapalhões" no teatro também usado como cinema.
"Labaredas de fogo, uma movimentação intensa de bombeiros. Foi gigantesco".
Logo as chamas destruíram palco, teto e parte da estrutura do recinto.
"Tudo que era de madeira, como cadeiras, foi destruído. Parte do teto caiu, luminárias foram derretidas".
O dia seguinte ao incêndio, mesmo que sem mortes registradas, foi marcado por vazio e revolta. Um sentimento que nos meses seguintes gerou manifestações em prol da reforma do teatro e que envolveram diferentes segmentos da sociedade.
Mas mesmo com o empenho da classe artística local, o Pedro II ficou por 16 anos fechado, antes de voltar a receber espetáculos em junho de 1996. O resultado final da reforma que durou cinco anos guarda a estrutura original concebida pelo arquiteto Hypólito Gustavo Pujol Júnior com algumas adaptações.
A plateia, que em outras décadas comportava 2,5 mil pessoas, passou a ter 1,5 mil lugares. Os camarotes, que compunham pavimentos sem divisórias, passaram a ter corredores. O salão em que eram promovidos bingos e bailes de carnaval tornou-se a Sala Meira Júnior, em homenagem ao fundador do Pedro II, local que hoje também dá lugar a palestras e apresentações artísticas.
Assim, podemos dizer que até agora, essa história teve um final feliz, o Theatro Pedro II continua na ativa e bem conservado, embora não seja caso de ficarmos nos gabando, os administradores da cidade são conhecidos pelas suas péssimas gestões, uma verdadeira temeridade para a população, que, ainda assim, insiste em elegê-los.
Fica a torcida para que eles não façam com o Pedro II, o que costumam fazer com o restante da cidade: buracos, descaso, falta de conservação, obras péssimamente executadas e superfaturadas, além da costumeira destruição e degrado do patrimônio público remanescente (feito pelos administradores do passado, os atuais não construíram nada, não vão deixar nenhum legado para a cidade, além das pesadas dívidas decorrentes de suas péssimas administrações.
Nota do blog: A segunda imagem mostra como era a antiga cúpula antes do incêndio.
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