domingo, 24 de março de 2024

Igreja Nossa Senhora do Bom Sucesso, Guaratuba, Paraná, Brasil
























Igreja Nossa Senhora do Bom Sucesso, Guaratuba, Paraná, Brasil
Guaratuba - PR
Fotografia


A origem do povoamento de Guaratuba, segundo cronistas paranaenses, data do ano de 1656. 
A época da fundação da Igreja de Guaratuba perde-se nos meados do século XVIII. Sabe-se tão somente que no ano da instalação da Vila, isto é 1771, já existia ali uma igreja, pois o Auto de criação da vila diz: “… visto contar a dita povoação com bastantes casas, igreja e edifícios públicos…” 
(Livro do Tombo de Guaratuba, Auto de 27-4-1771). 
Era um dos melhores templos do litoral.
É opinião corrente que a aludida igreja é a atual matriz, pequena joia da arquitetura do Brasil colônia e declarada patrimônio histórico e artístico nacional. 
Diversos documentos atestam que numerosos bens móveis foram doados à igreja. Por razões desconhecidas, não se encontra documentação eclesiástica suficiente para historiar a atuação dos diferentes vigários que se sucederam nesta porção do rebanho de Cristo.
Do já citado Livro do Tombo da Vila podem-se inferir alguns nomes, que seguem:
1 – Frei João Sant’ana Flory – presente à instalação da Vila, 1771;
2 – Pe. Francisco Borges Correia – presente à instalação, 1771;
3 – Pe. Bento Gonçalves Cordeiro – celebrou missa e Te Deum no dia da instalação da Vila, 1771;
4 – Frei Bernardino de Sena – em 1777;
5 – Pe. José Pinheiro – de 1777 a 1794, ano de seu falecimento;
6 – Pe. Bernardo de Souza Vale – citado em 1786;
7 – Pe. José de S. Quitéria Marques – citado em 1794;
8 – Pe. Joaquim Julio da Ressurreição Leal – citado em 1797;
9 – Pe. Manoel Lobo de Albertim Lanoya – vigário-colado – 1806 – 1809.
De 1809 até 1895 não há documento conhecido que ateste quaisquer atividades pastorais.
Em 16/11/1895, Guaratuba foi anexada à Freguesia de Paranaguá, por provisão de D. José de Camargo Barros. Nesta situação ficou quase sessenta anos, quando D.Manoel da Silveira D’Elboux a confiou ao zelo dos Padres Capuchinhos, a 20/05/1954. Nessa mesma data foi provisionado Frei Leonardo de Fellette, F.M. Cap. – Vigário – Cooperador de Paranaguá e Reitor da Igreja de Guaratuba. – Substituiu-o Frei Bellino M. de Treviso, que se encontra à testa da Igreja até o presente.
Dados: 
Vila – em 1771.
Criação da Paróquia – antes de 1771.
Extensão da Paróquia – 1130 quilômetros quadrados.
População – 7.200 almas.
Vocações sacerdotais – Monsenhor Lamartine Correia de Miranda, nascido em 1871, ordenado em 1899 e falecido em 1954.
Em 27 de abril de 1771, o tenente-coronel Afonso Botelho Sampaio de Souza erigiu solenemente a vila nova de São Luiz de Guaratuba como sede do novo termo desmembrado do de Paranaguá. No dia seguinte foi benta a igreja matriz e nela celebrada a primeira missa, pelo padre Bento Gonçalves Cordeiro.
Quando, em 1820, por lá passou Auguste de Saint-Hilaire, a paisagem ainda se conservava intacta. 
“A vila” – então disse ele – “não se compõe de mais de quarenta casas, sendo que quinze delas formam um semicírculo à beira d’água. As outras se localizam mais atrás, às volta de extensa praça coberta por relva, na extremidade da qual fica a Igreja Matriz. Da cidade tem-se magnífica vista para a baía, bem como de algumas de suas ilhas e de serrania que a cerca. Das serras, a mais notável é a de Araraquara, situada bem à entrada da baía, pelo lado norte, quase em frente a vila. Outras serras, mais elevadas, são vistas ao longe, no fundo da baía. Suas poucas ruas são calçadas com castulhos, cascalhos chamado berbigão, trazidos dos sambaquis ou concheiros das proximidades”. A nova matriz tinha por orago, Nossa Senhora do Bonssuceso, e a vila, São Luiz.
Hoje promissor centro de atração turística, Guaratuba foi elevada à condição de cidade em 1892, assim permanecendo até 1938, quando, por força do decreto-lei estadual número 7573, foi transformada em distrito do município de Paranaguá. Em 1947, no entanto, voltou a ser sede de município.
De linhas coloniais muito simples, foi edificada em alvenaria de pedra argamassada e atualmente dividi-se em quatro corpos: nave, capela-mor, sineira, e sacristia. Enquadrada por cunhais, arrematados por coruchéus, ambos em cantaria, a fachada principal é rasgada por portada e das janelas à altura do coro. Todos os requadros da fachada são também em cantaria, vergas e sobrevergas arqueadas. O frontão é movimentado por graciosas curvas e contracurvas e vazado por óculos polilobulado. 
Na parte de cima, a cruz também lavrada em cantaria.
Diferente do partido quase sempre adotado na região, a torre sineira, obra do século XIX, se fixa recuada, diante da sacristia, à qual dá aceso através de porta emoldurada por requadro em cantaria com verga e sobreverga arqueadas. Coroando a construção, dois coruchéus em cantaria arrematando empena, emoldurada em pedra lavrada, a qual, de certa forma, repete o motivo ornamental do frontão (aquarela de Debret, feita em 1827, mostra a matriz ainda sem a atual sineira, o que comprova sua posterior edificação).
Nas fachadas laterais, três janelas altas e uma porta central. O interior da igreja é bastante simples, com o piso de tabuado e a nave, em abóbada de berço, tem forro de tábuas corridas, arrematado por cimalha. A igreja, coberta por telhado em duas águas, telha capa-e-canal, apresenta beiral em beira-seveira. Toda a cantaria utilizada na edificação foi trazida, já lavrada, da Ilha do Mel, onde na ocasião estava sendo construída a Fortaleza de Nossa Senhora dos Prazeres, o que faz supor tenha sido o templo projetado pelo tenente-coronel Afonso Botelho Sampaio de Souza. Texto do Ipatrimônio.
Nota do blog: Imagens de 2024.

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